Caroline sorria para si mesmo. Aquela notícia podia ser devastadora para algumas mulheres, mas para ela não. Ela aprendera a ser madura e do que adiantaria ficar chorando pelos cantos? Ela escolhera a felicidade e não podia estar melhor agora.

Ela, Rebekah e Elijah conversavam animadamente sobre a mais nova descoberta. Rebekah estava estonteante, parecia até que o acontecimento era com ela. Elijah estava igual, porém contia suas emoções melhor do que ninguém.

— Estou tão feliz por você, Caroline. - Rebekah dizia sorrindo. — Talvez isso seja a salvação de Nik ...

— Ele não é tão ruim, Bekah. Apenas mal compreendido. - Caroline disse segurando as mãos da loira.

— Talvez esse seja o "and" que faltava do "Always and Forever" de vocês dois.– Kol disse descendo as escadas e rindo. E pela primeira vez, Caroline não sentiu um ponto de ironia ou sarcasmo no comentário. Apenas sinceridade. — Eu fico contente por você, cunhada. - Kol disse dando uma piscada e se jogando no sofá.

Elijah ia fazer algum comentário, quando se ouviu um grande estrondo nos portões da mansão.

— Mas que diab ... - Rebekah mal terminou a frase. Quando um Klaus furioso entrou pela porta principal, gritando coisas sem nexo.

— Onde está aquela vadia?– Ele gritou desesperado e completamente bêbado. Rebekah olhava a cena indignada. Kol parecia se divertir com a situação. Elijah tentava acalmar Klaus, em vão que quando avistou Caroline empurrou Elijah e foi para cima dela prensando seu corpo na parede e a segurando pelo pescoço.

— Ora ora ora, se não é a minha loira preferida. - Ele disse enquanto olhava no fundo dos olhos dela com lágrimas. A essa altura Caroline já soluçava compulsivamente e chorava sem parar. Talvez ela estivesse destinada a nunca ter momentos de paz ...

...

Dias antes

Caroline piscou algumas vezes antes de realmente acordar, ela havia esquecido mais uma vez de fechar a cortina.

— Droga. - Ela disse bufando enquanto se dirigia ao banheiro. Depois de fazer sua higiene no banheiro, ela saiu do quarto e ia seguindo até as escadas, quando sentiu uma mão puxar seu braço. Ela estava prestes a gritar, quando uma mão tapou sua boca a impedindo de gritar.

— Faça silêncio, Caroline. - Kol disse enquanto empurrava ela contra a parede.

— Me solta. - Ela disse tirando a mão de Kol da sua boca. — O que quer?

— Vamos dizer que eu preciso de um favor ... - Ele disse enquanto andava em círculos em volta dela.

Caroline riu sarcástica.

— Seriously?– Ela disse revirando os olhos. — E o que leva a pensar que eu te ajudaria?

— Qual é, cunhadinha ... Anos atrás eu te ajudei com o Klaus. - Kol disse sorrindo cínico.

— Eu não me lembro disso. - Caroline disse confusa.

— Jura? - Ele disse fingindo surpresa e ela se limitou a revirar os olhos.

— Do que precisa?

Caroline disse rendida enquanto Kol sorria vitorioso.

[...]

Caroline estava sentada em um banquinho perto de um balcão e mordia uma maçã enquanto fitava Davina enxugar um prato de porcelana e devolve-lo ao seu devido lugar.

— Tá bom agora já chega.– Davina disse tirando o avental e colocando em cima da mesa. — O que foi, Caroline? - Ela disse um tanto ríspida enquanto Caroline a olhava surpresa.

— Do que está falando, Davina? - a loira disse se fazendo de desentendida.

— Do fato de você estar na cozinha a quase uma hora ... - Davina disse e ela continuava a fita-la confusa. — Qual é ... Você nunca nem vem a cozinha.

Caroline riu. Davina parecia realmente conhece-la.

— É que ... - Caroline ia se engasgando com as próprias palavras quando foi ouvido um som de algo quebrando e um grito vindo da sala.

As duas se entreolharam e resolveram ver do que se tratava.

— TIM! DERRUBE MAIS ALGO E EU MESMA ARRANCO SEU CORAÇÃO! – Era Rebekah. Ela parecia gritar com um garoto que devia ter a mesma idade de Davina. Tim tinha os cabelos castanhos cacheados e um pouco desgrenhados e ele pareceu sorrir sinceramente quando viu Davina.

— O que diabos você está fazendo, Rebekah? - Caroline indagou olhando para o estrago que Tim havia feito derrubando o que parecia ser alguns objetos da coleção de Esther.

— Me livrando de algumas coisas.

— Isso não pertence a sua mãe? - Caroline indagou boquiaberta.

— Exato. - Rebekah sorriu enquanto saia para fora de casa.

Caroline observou Tim tentar recolher os cacos que sobraram das coisas que ele derrubou e se agachou ficando da altura dele.

— Deixa que eu te ajudo. - Ela sorriu sincera e recebeu outro sorriso de volta.

Ela guardava tudo até notar que ao menos um porta-retrato havia permanecido intacto. Caroline o segurou e está pronta para colocar dentro da caixa quando notou quem estava na foto.

Ela não sabia ao certo o que havia sentido no momento, mas coisa boa com certeza não fora ...

...

Bonnie Mcgullogh

Eu estava sentada em uma poltrona com um copo de Vodka observando tudo a minha volta e ao mesmo tempo não me concentrando em nada.

Matt conversava animadamente com uma tal de April. Eu me arrependia amargamente de ter concordado em vir para casa da Elena. Ele me deixou assim que avistara ela e eu tinha que concordar. Ela era linda.

April Young era filha de um pastor local daqui e pelo que eu ouvira trabalhava como enfermeira no hospital dos Salvatore. Ela era baixa, magra e era pálida como uma folha de papel. Mas o que mais chamava atenção nela era o contraste de seus cabelos negros com seus olhos azuis bem delineados e seu batom vermelho sangue.

Eu me senti meio medíocre quando vi o que ela trajava. Enquanto eu usava um vestido branco de rendas e com uma jaqueta jeans sem manga, ela usava uma blusa de alcinha branca junto com uma saia trançada beje.

Revirei os olhos enquanto via todos presentes na sala rindo e eu apenas olhando.

— Hey.– Uma voz feminina me chamou e eu rapidamente virei meus olhos na direção da pessoa. — Você é a Bonnie, não é? - Ótimo! Elesma Gilbert viera falar comigo. Eu sempre preferi a Katherine.

— Desde que eu nasci. - Sorri cínica e ela pareceu engolir em seco enquanto eu tomava um gole da minha taça.

— Er ... Não quer vir ficar comigo e com as garotas? - Ela disse meio constrangida e apontou para um grupo, onde se encontravam algumas garotas sorrindo para mim.

Eu estava prestes a recusar o convite quando uma gritaria incessante se fez na porta. Ao que eu vi, várias garotas abraçavam a Katherine ... E uou, ela não tinha mudado nada. Katherine usava uma jaqueta jeans com os botões fechados na parte frontal e um shorts preto com botas de cano baixo.

Mas o que eu vi, doeu no fundo da alma. Ela e Damon de mãos dadas ... Isso era sério!?

Senti meus olhos arderem e corri para o banheiro deixando a taça na mão de Elena, que observou meu trajeto confusa.

Chegando ao banheiro, tentei jogar um pouco de água em meu rosto para tentar desacelerar minha respiração. Olhei para o espelho mas a única coisa que eu vi foi um reflexo atrás de mim. Me virei rapidamente enquanto a pessoa sorria cínica.

— Ora ora ora, se não é a Bonnie Mcgullogh em pessoa.

...

Caroline

— O que está fazendo Rebekah? - Eu perguntei enquanto encarava uma Rebekah furiosa me puxando pelo braço até o escritório do Nik.

Ela simplesmente me empurrou para dentro e trancou a porta atrás de si.

— Você enlouqueceu? Elijah podia chegar! Como você pôde ficar gritando igual uma louca em relação aquela foto?! - Rebekah sussurrava com fúria para mim.

— E qual o problema? Que eu me recorde era Klaus quem estava naquela foto, não Elijah.

— E o que isso é da sua conta mesmo?! - Ela disse a encarando.

— Eu sou a ...

— Olha aqui, Caroline ... Você é a mulher do meu irmão, e eu te respeito por isso. Mas não vou admitir que fique pelos arredores da mansão bancando a detetive e se metendo onde não deve! - Ela gritou e Caroline pôde ver algumas lágrimas se formando em seus olhos.

— Eu estava apenas ajudando. Eu sin ... - Eu dizia já gaguejando, mas fui interrompida.

— Apenas esqueça esse assunto. Em hipótese alguma pergunte a Klaus sobre a garota na foto ou mesmo a Elijah. Eu juro que se contar a alguém que esse porta-retrato permaneceu na mansão escondido, eu mesmo me certifico de degolar a sua garganta.

Rebekah cuspiu as palavras e saiu da sala. E Caroline permaneceu imóvel naquela mesma posição, sentindo lágrimas se formarem em seus olhos.

— Ela jamais superou. – Uma voz disse encostada a porta;

— O quê? - a loira disse limpando algumas lágrimas que insistiam em cair.

— Que tal me pagar um drink, e eu te conto toda história? - Kol disse sorrindo maroto enquanto Caroline concordava com a cabeça.

[...]

Caroline trocou de roupa e desceu ao encontro de Kol. Ela usava um vestido vermelho bem acinturado com um decote "V" na frente e um decote bem generoso nas costas. Kol usava um smoking que combina perfeitamente com seus olhos.

Caroline desceu as escadas devagar dando a chance de Kol reparar bem em seu corpo.

— Vamos? - Ele disse tentando sorrir amigavelmente dando o braço para ela.

— Espera. Eu preciso fazer algo na cozinha. - Caroline piscou e foi até a cozinha.

Davina tentava preparar algo que a loira não identificou, mas o cheiro estava incrível.

— Hey D. - Caroline chegou sorrindo. Davina sorriu e deu um "oi" baixinho com um sorriso fraco.

— Me encontra no Leon's as 22:00? - Caroline disse olhando o relógio. Ainda eram 19:00.

Davina pareceu corar e ficar meio sem jeito.

— Eu agradeço o convite Caroline, mas eu ... Não tenho o que vestir. - Ela disse olhando para seus próprios pés.

— Imaginei que diria isso. - disse enquanto mexia na bolsa a procura de algo. — Isso é para você.

Caroline entregou a Davina uma sacola branca com um lacinho rosa em cima. Ela pareceu ficar meio confusa, mas resolveu aceitar.

— Ah meu Deus! - Davina abriu a boca em um perfeito "O". — É um Tommy Hilfiger! – Ela disse sorrindo abertamente e Caroline apenas ria da expressão da amiga. — Eu nem posso acreditar! Mil vezes obrigado, Caroline. - As duas se abraçaram enquanto sorriam.

O vestido de Davina era branco, bem acinturado sem nenhum tipo de decote, mas era incrivelmente lindo.

Caroline deu uma piscada e murmurou um "até lá" e saiu da cozinha encontrando um Kol impaciente.

— O que diabos você foi fazer lá? - Perguntou a ela confuso e viu a loira sorrir abertamente.

— Em breve você saberá!

[...]

Chegando ao restaurante, eles foram atendidos por uma ruiva gorducha que pareceu corar quando Kol sorriu para ela. E Caroline se limitou a revirar os olhos.

Quando sentaram, uma garçonete veio a seu encontro.

— O que desejam? - Ela perguntou diretamente a Kol sorrindo maliciosa.

— Rosbife com molho tártaro. - Kol sorriu galanteador. — Mary. - Ele disse lendo o crachá da garota que corou ainda mais.

— Uma Salada Waldorf. - Caroline disse lendo o menu.

A garota apenas assentiu e se retirou.

[...]

— E então? - Caroline disse levando o champagne a boca. — Vai me contar qual o problema com aquela fotografia?

Kol sorriu fraco e começou a falar.

— Quando Klaus tinha mais ou menos 17 anos, nossa família costumava dar "bailes" alguns fins de semanas. Como os Mikaelsons eram a família mais rica da época, todos compareciam. Nós aproveitamos para beber e ... - Ele limpou a garganta. — Ficar com garotas. E foi lá que ele conheceu Hayley Marshall. Ela era incrivelmente linda, tenho que admitir. Os dois praticamente se apaixonaram e não desgrudaram mais.

No inicio do namoro, como já era de se esperar, era tudo um "mar de rosas", mas com o tempo Hayley conheceu o verdadeiro Klaus. - Kol disse e Caroline assentiu. — Eles brigavam o tempo todo. E toda briga era uma desculpa para Klaus sair beber e trair Hayley.

Nisso, ela se aproximou mais de Elijah ,assim dizemos, e os dois estavam prontos para assumir o romance, foi quando Hayley descobriu que estava grávida. - Caroline pareceu arregalar os olhos. — Mas ao mesmo tempo que descobriu a respeito da gravidez ... - Ele olhou para o chão.

— Pare de rodeios, Kol! - Caroline disse visivelmente irritada.

— Ele descobriu sobre o caso de Elijah com ela. E ele não aceitou muito bem o fato de não ter certeza que o filho era seu ... Os dois brigaram terrivelmente. Elijah, eu e Rebekah ficamos ao lado de Hayley, mesmo sem saber de quem era criança. Afinal, era parte da família. - Caroline assentiu calada. — Mas o problema real foi Esther e Mikael, eles já sabiam do temperamento anormal do meu irmão ... Foi só encher a cabeça dele contra Hayley e ele acabou fazendo o que fez.

— O que ele fez Kol? - Caroline disse já com os olhos cheios de lágrimas.

Kol suspirou pesado.

— Ele matou o bebê.

Caroline levou a mão a boca já não contendo as lágrimas.

— Mas como ...

— Ele colocou Wolfsbane na água da Hayley.

— A Erva do aborto. - Caroline disse arregalando os olhos e Kol assentiu.

...

Davina

Eu nunca me senti tão bonita na vida! Caroline era realmente a melhor patroa do mundo. Ela ainda me deixou pegar um salto dela e usar sua maquiagem, coisas que nem com um ano de trabalho eu poderia comprar!

Eu me sentia a verdadeira Cinderela! Acabando de calçar os saltos, eu desci as escadas e segui até fora da mansão onde Caroline deixara o motorista me esperando. Ele sorriu quando me viu.

— Está divina, querida.– Eu sorri ainda mais.

— Obrigado John. - John Gilbert devia ter a mesma idade de Elijah, ele não era bonito, mas era incrivelmente simpático.

[...]

Chegando ao restaurante, notei que estava 20 minutos adiantada, mas não me importei. Fui falar direto com a recepcionista.

— Eu vim encontrar minha amiga. - Eu disse e ela pareceu me olhar da cabeça aos pés.

— Esse é o truque mais velho daqui, amorzinho! - Ela disse rindo. — Você não tem porte de quem viria aqui. Além do mais ...

Ela estava prestes a me ofender mais, quando foi interrompida por uma voz masculina.

— Ela está comigo. - Olhei na direção da voz e percebi que era Kol. O encarei confusa até que a tal garota me liberou.

— Você está bem? - Kol perguntou sorrindo sincero.

— Sim. Mas cadê a Caroline? Eu combinei de vir com ela. - Disse seca. Não que eu não achasse Kol Mikaelson incrivelmente lindo! Mas ele levava tantas mulheres para a mansão que eu não era ingenua a ponto de pensar que ele queria apenas sair comigo.

— Ela passou mal. - Kol disse meio preocupado. — Porque não vai falar com ela?

...

Caroline

Talvez fosse a comida. Talvez fosse as palavras. Mas eu não conseguia parar de chorar e de repente eu vomitei todo o jantar no banheiro. Algumas mulheres lá presentes me olhavam enojadas vendo a cena, mas no momento realmente eu não ligava.

— Caroline?– Uma voz fina me chamou. Era Davina. Eu tinha me esquecido desse detalhe. — Oh meu Deus ... Você está bem?! - Ela perguntou me olhando desesperada.

— Sim, deve ter sido a comida. - Eu disse tentando passar uma tranquilidade que obviamente nem eu tinha.

— Isso não explica o fato de estar chorando! - Davina disse me olhando séria.

— Eu realmente não quero falar disso agora, D. - Eu disse olhando para o chão.

— Caroline você deveria ir ao médico! Já é a segunda vez que vomita hoje! - Davina me encarou brava. - Não minta para mim. Eu ouvi hoje no almoço.

— Eu tenho certeza de que não é nada. - Eu sorri fraco. — Pode fazer companhia ao Kol por mim? - Ela estava prestes a negar, mas eu a interrompi. — Por favor Dav, eu quero ir para casa.

Eu tentei ao máximo fazer uma cara de doente que ao menos funcionou, pois Davina concordou em fazer companhia ao Kol essa noite.

[...]

Kol

Eu e Davina caminhávamos lado ao lado em direção a mansão que não ficava tão distante daqui. Tudo bem que eu preferia ir de carro, mas ela insistiu para irmos caminhando. Alegando querer ver as estrelas.

Davina era exatamente o que eu imaginava, doce, meiga e muito inteligente por sinal. Eu tinha passado uma noite adorável ao seu lado. Ela era a única mulher que eu podia ser eu mesmo, não precisava ficar jogando charme para ela nem nada do tipo.

Conversamos sobre todo tipo de coisa, e agora caminhávamos em silêncio até que chegamos a mansão.

— Eu me diverti muito hoje. - Ela sorriu sincera e ri.

— Eu também, Davina. - concordei. — Sua companhia é adorável. - Eu disse dando uma piscada.

Ela se aproximou para me dar um beijo na bochecha, mas eu não resisti, e acabei virando o rosto.

Ela no começo negou, mas depois acabou se entregando e nos beijamos docemente. Mas quando chegou ao fim, percebi sua cara de espanto, seu rosto corar e ela olhar para o chão. Antes que eu a beijasse de novo, ela simplesmente virou as costas subindo as escadas, mas antes se virou olhando para mim.

— Boa noite, Sr. Mikaelson. - Eu odiava quando ela fazia isso! A noite inteira eu pedi que esquecesse as formalidades e ela pareceu esquecer, até agora. Qual o problema dela?