Pokémon. Connected Steps. escrita por Frederico J, Bardos da Ocarina


Capítulo 2
Chapter 02 - Inconsolação.


Notas iniciais do capítulo

Texto e Personagens criados por: Frederico J. e Viktor de Mattos
Correção e revisão por: Anna Beatriz Moraes Pedroso
Ilustração por: Patrick Levy Capeto.
Baseado na obra de Satoshi Tajiri.

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Goldenrod City – Johto.

O homem observava a cidade da janela de seu escritório, o mesmo se encontrava no último andar de um dos maiores e mais importantes prédios de Goldenrod City, sede do Jámpharos, o principal jornal do mundo.

Lelouch era seu presidente desde a morte de sua mãe, a vários anos atrás, e começava a perceber que o império construido com tanto suor começava a ruir. As vendas caiam, as noticias já não chamavam a atenção e nem apelando para escândalos de famosos ele conseguiu alguma evolução. Os dias estavam cada vez mais difíceis, tinham de demitir funcionários e cortar gastos. Ele nunca pensou que chegaria a um dia em que ele tivesse de dar um fim a tudo, mas algo desse tipo parecia iminente.

Sentou-se em sua poltrona e observou a parede de prêmios. Vários títulos e nomeações a “A Melhor Mídia”; troféus de empresa do ano. Várias páginas de jornal,com as melhores e mais vendidas historias estavam enquadradas. Lelouch sentia muito orgulho daquilo tudo, mas grande parte havia sido conquistada por sua mãe. Não que ele fosse um mau administrador, pelo contrário, mas o meio impresso decaia a cada dia e ninguém conseguia achar uma solução para aquilo.

Mesmo tento trinta e quatro anos nas costas, sua aparência era de ser bem mais novo, por culpa de seu estilo despojado. Usava uma calça jeans escura com coturnos longos, um casaco de moletom preto amarrado na cintura e um colete cinza por cima de uma regata, também preta e bastante surrada. Seus cabelos eram pretos e longos, quase até o queixo com algumas mechas acinzentadas, por culpa da idade.

Muitos o criticaram no começo, por culpa do seu jeito de se vestir, e ele até tentou ir de terno para o trabalho durante muito tempo, mas era impossível fugir de quem ele realmente era. Lee não tinha nascido para ficar preso dentro de um escritório, ele gostava de ir às ruas, buscar noticias, escrever o que tinha visto com os próprios olhos.

Desde que a empresa havia sido aberta no fundo de sua casa há trinta anos. Lelouch sempre gostou de ir conversar com as pessoas buscando alguma historia interessante para ajudar sua mãe no trabalho. Quando cresceu um pouco, o pequeno saiu para conhecer o mundo, buscando assim mais experiências para viver e mais mundos para noticiar. Ele lembrava com zelo de cada Pokémon que encontrou e de cada amigo que fez em sua jornada. Lembrava principalmente daqueles que já se foram.

– Matt, diga ao representante da Jubilife TV que chegarei atrasado ao coquetel esta noite. – Disse Lelouch para seu secretario que grampeava alguns papéis do outro lado da extensa sala.

– Mas senhor Grayson, esse coquetel é de extrema importância, pode decidir o rumo da Jámpharos...

– Exatamente por isso chegarei atrasado. Preciso ir visitar um velho amigo. – Disse com um suspiro e olhar distante, o presidente.

Já entendendo do que se tratava, o secretário se limitou a fazer um sinal positivo com a cabeça enquanto pegava seu Pokégear¹ para efetuar o telefonema.

Enquanto isso Lelouch saiu da sala e começou a subir as escadas até o terraço. Observou a vista esplêndida que se tinha lá de cima e jogou uma pokéball ao ar. Da mesma saiu um belo Hydreigon, que prontamente se colocou ao lado de seu treinador pedindo carinho em uma de suas três cabeças.

– Faz tempo que já não passeamos assim em Ghydrah. – Falou Lee para seu Pokémon enquanto acariciava a cabeça esquerda do mesmo.

Ele montou em Ghydrah e observou as seis asas batendo fortemente enquanto o Pokémon começava a usar Fly. O vento em seu rosto era reconfortante, pois lhe dava um ar de liberdade naquele momento em que a angustia o dominava.

– Vamos até a Route 37, você já sabe onde.

Ghydrah começou a voar bem rápido ao norte e Lelouch teve de se segurar melhor ao pescoço de seu Pokémon.

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Já chegando ao local, Lee vislumbrou uma grande e bela arvore isolada das demais que estavam route. Ghydrah interrompeu seu voo e pousou no chão, deixando seu treinador descer e voltando para sua Pokéball.

Próximo à árvore havia uma lapide com o nome “Typho” escrito. Lelouch se aproximou e ficou ali parado enquanto observava o túmulo de seu primeiro Pokémon.

– Sinto tanto a sua falta, Typhlosion. Todos os dias eu me lembro de você, meu companheiro. – Disse Lee enquanto lágrimas escorriam de seus olhos.

– Estou prestes a vender a Jámpharos para a Jubilife TV, estou entrando em desespero. Parece que não importa o que eu faça, meu destino é fracassar. Sem os conselhos de minha mãe e sua ajuda, meu amigo, eu já não sei o que fazer. Ainda lembro-me da dor horrenda que senti quando você partiu, quando eu não pude fazer nada para te salvar. A culpa é minha de você estar ai agora, minha ganância e meu egoísmo são responsáveis. – Lelouch deu uma pausa e se sentou ao lado da lapide.

– Minha mãe disse para não irmos, mas eu insisti, eu queria aquela noticia, eu queria ver a Guerra do Desequilíbrio com meus próprios olhos. Quando chegamos ao porto já deu para perceber o espanto, pois todos estavam indo embora e nós estávamos chegando. Aquilo foi muita burrice minha. Quando encontramos com Zekrom e Reshiram em Nimbasa City e vimos o poder devastador de ambos deveríamos ter ido embora, mas não, eu insisti para ficarmos e quase perdi minha vida por culpa disso. Você me salvou meu amigo, eu senti nossas mentes conectadas, eu senti o calor do teu adeus. Quando você me jogou para dentro daquele bueiro e tomou todo o dano do ataque de Reshiram eu li seus pensamentos, não sei explicar, mas sei que você também leu os meus. Éramos um só. Mas quando você partiu, me veio um desespero, uma dor começou a se propagar por minha mente, levou semanas até eu me recuperar. Os médicos disseram que foi um acontecimento traumático, mas eu sei que algo dentro de mim mudou, meu jeito de pensar mudou como se tivessem arrancado uma parte de mim, uma parte que era espalhada em você, como se eu nunca mais fosse estar completo. Você faz tanta falta Typho. Sem você e minha mãe eu não sou nada, não tenho propósito, não tenho futuro. Eu sei que falo sempre as mesmas coisas há quase dez anos, mas é verdade. Eu não consigo me recuperar dessa rachadura em minha alma.


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Notas finais do capítulo

¹ - Pokégear é uma espécie de Pokétch, só que é mais utilizado em Johto.



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