A Sun And a Moon escrita por velgoncalves


Capítulo 21
Capítulo 21.0 - Compromisso.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores...Trata-se de um convite direto a visitar o nosso Blog estreante Meridies... Sim esse é o nome do nosso livro: MERIDIES - O ROUBO DO BRACELETE MÍSTICO
A cada semana farei dois posts de alguns trechos dos capítulos, para que vocês possam connhecer a nossa história. E por fim deixarem seus tão importantes comentários a fim de que possamos saber se gostaram ou não... Já está on line um trecho dos três primeiros capítulos que mostra o passado do nosso protagonista.
Os protagonistas serão Peter Wood e Katherine Swift, eles são dois seres distintos, cada um de um mundo, com uma cultura diferente.
Peter é o rei de Meridies e Kate uma bibliotecária que vive em Londres na década de 1970...
Ao ver seu mundo ameaçado pelo roubo do bracelete místico, Peter parte rumo a Inglaterra afim de conseguí-lo de volta, lá ele conhece Katherine, uma mulher pacata e muito estudiosa, junto com seu tio Thomas, Kate ajudará Peter e seus irmãos Richard e Vincent a encontrar o ser das trevas Kalther responsável pelo roubo da peça mágica doada pelos deuses para manter seu mundo e seu povo seguros.
Diante disso tudo o que eles têm em comum? Um grande amor que nasce entre seres de mundos diferentes, destinados a estar separados não porque assim querem, mas pelo simples fato de que Meridies só sobreviverá com o retorno do seu rei. 
Para saber mais vocês precisarão acompanhar nossas postagens semanais... E comentarem no próprio Blog, para que possamos saber se estão gostando... Ah o livro já está nas mãos do editor.
Segue o link para acessar o Blog...
http://sagameridies.blogspot.com/
Vejam e comentem...



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21.0 - COMPROMISSO         

 

 

 

Diante de tantos acontecimentos recentes, eu estava me preparando para aquela noite. Tudo seria diferente, seria especial. Bella estaria comigo e Charlie nem ao menos desconfiava. Ficar longe da hostilidade mental dele e de Jacob me faria pensar melhor, sem minha família. Tudo poderia fluir de uma maneira mais natural, e de certa forma, eu poderia me sentir humano outra vez.

 

Não me sentia mais culpado por não ir a batalha, Jasper já havia me assegurado que estaria tudo bem. Meus irmãos já compreendiam que eu seria mais necessário protegendo Bella, não por uma imposição e sim por uma necessidade... Provavelmente essa necessidade era mais minha do que dela. Com Charlie fora de perigo eu sabia que sua cabeça ficaria mais tranquila, ela conseguiria enfim relaxar. Estando relaxada, eu poderia enfim concretizar meus planos... Podia parecer que estava sendo egoísta ou manipulador. Eu conhecia a sua opinião no que dizia respeito a casamento na adolescência. Bella tinha sua opinião bem formada em relação a isso. Seria complicado tentar convencê-la, porém não impossível...

 

Com sua sede de se transformar em uma de nós seria bem provável que ela acabasse aceitando... Talvez assim ela mudasse de idéia, ao se ver pressionada a atender um pedido meu... Um pedido que ia além daquilo que ela realmente queria, talvez enfim ela mudasse de idéia.

 

Bella era tentadora para mim, não só o seu sangue... Eu tentava manter aquelas sensações longe da minha cabeça, sabia que não poderia fazer nada enquanto ela fosse tão vulnerável, tão “quebrável”. Mesmo sabendo disso, às vezes imaginava como seria se enfim pudéssemos saciar essa vontade do conhecer, descobrir... Nosso amor era grande o suficiente para que pudéssemos consumá-lo juntos, porém, não podíamos... Com minha força, certamente eu a mataria. Ela deu os ingressos do show para Ângela e Ben, Mike e Jessica também iriam juntos... Mesmo estando ao lado da mente mais irritante de Forks, Newton ainda sonhava um dia conquistar Bella, o que me dava uma vontade extremamente intensa de dar-lhe um bom susto.

 

Minha cabeça vagava entre o momento em que ela chegaria a minha casa, no instante em que os outros sairiam para caçar. Eu esperava na sua velha pick up, aquele carro já deveria estar num museu, se é que podia chamar aquela antiguidade de carro. Antes de deixá-la a sós para que se despedisse de Charlie, que ainda tinha a ilusão de que ela estaria em casa sozinha com Alice, pedi-lhe que ficasse relaxada. Desde que James e Victória apareceram no nosso caminho não pudemos ter um momento de paz. Sempre nos víamos aterrorizados por algo que se aproximava. Não que isso me deixasse amedrontado, aliás, quem se aproximasse dela é que deveria sentir-se amedrontado. Quem quer que fosse que tentasse lhe causar algum mal, certamente estaria morto no segundo seguinte. - Só por essa noite, será que podemos tentar esquecer tudo além de simplesmente você e eu? – eu praticamente supliquei. Aquele lobo cretino não nos deixava sozinho nem um segundo, sempre rondando como se estivesse pronto para dar o bote. E de fato estava, qualquer brecha que eu desse, certamente ele se aproximaria. Aquelas lembranças me deixaram doido, se meu coração ainda batesse, ele estaria batendo fraco naquela hora, talvez estivesse querendo parar. Meu único medo, embora eu soubesse que ela tinha opções, era que no final Bella preferisse ficar com Jacob. Meio humano, meio lobo... Porém capaz de dar o que ela queria. Calor e amor... Enquanto eu mal podia tocá-la sem matá-la. Um frio percorreu minha espinha, visualizei o momento em que poderíamos nos tocar, aquilo era tentador. Os pensamentos me traiam de tal forma que não sabia se conseguiria me conter.

 

As sensações que ela me despertava eram como se houvesse sangue correndo nas minhas veias. Eu tinha aquela estranha sensação de prazer e desejo... Ninguém nunca, jamais deveria desconfiar disso. Principalmente Emmett, obviamente ele faria alguma piada... - Parece que eu nunca tenho tempo assim suficiente. Eu preciso estar com você. Só você. – lembrei-me ainda do que havia pedido.

 

Ela acreditava piamente que estava pronta para ser uma de nós, sem perceber que na verdade ela já era mesmo sem ser uma vampira, minha mãe e amava tanto quanto meu pai, Alice e Jasper eram impossíveis de conter, bem como as piadas de Emmett sobre a nossa sexualidade. O único problema entre nós se resumia a Rosálie... Minha irmã loira e egoísta não admitia nem em pensamentos que Bella pudesse ser mais desejável do que ela. Ela tentava não parecer nervosa enquanto nos dirigíamos a minha casa, eu precisava persuadi-la de alguma forma a aceitar o que eu estava prestes a propor. Imaginei diversas maneiras de dissuadi-la da idéia de ser como eu, tornar-se uma vampira teria que ser para ela tão assustadoramente ruim a ponto de fazê-la mudar de idéia, e, embora eu realmente desejasse pedi-la em matrimonio... Aquilo também seria uma maneira de fazê-la recuar no seu desejo.

 

A falta de pensamentos ao meu lado me deixava frustrado e ao mesmo tempo confuso, as expressões dela demonstravam a sua insegurança embora sua postura quisesse me passar outra informação... Ela era uma péssima mentirosa. Tentei não sorrir com o seu nervosismo... O coração acelerado fazia com que seu sangue bombeasse mais rápido. Em outros tempos aquilo seria tentador... Porem, no instante em que acreditei tê-la perdido seu sangue deixou de ser tão sedutor

 

Quando chegamos a minha casa minha família já havia saído, nenhum pensamento nos cercava. Os animais sempre mantinham certa distancia de nós, com isso nem ao menos ouvíamos o som deles, aquilo era muito bom... Olhei para Bella sentada ao meu lado, completamente nervosa, extremamente agitada, todas as luzes da casa estavam acesas... Lembrei-me do que Emmett havia dito quando fui ao encontro de Bella. - é bem provável que não estejamos aqui quando vocês chegarem, já será noite então... É melhor que deixemos todas as luzes acesa, afinal Bella ainda não é uma vampira, não enxerga bem no escuro. – tentei ver sua preocupação com bons olhos, no entanto, em seu pensamento era muito obvia a próxima frase, não o impedi de falar, embora suas piadas me irritassem às vezes. Minha família estava tensa, precisava de uma distração, as piadas do Emmett sempre caiam bem, mesmo que fossem indevidas. – Bella é muito desastrada, é bem capaz de tropeçar no próprio cadarço e causar algum acidente. Nada que se compare ao estrago que o Edward está prestes a fazer... Sozinhos por uma noite inteira... Heim maninho? Finalmente iremos ver do que Edward é capaz... Eu e Rosie derrubamos algumas casas... – em pensamentos pude ver que até Rosálie estava se divertindo.

 

Era obvio que eu só iria conseguir algo de Bella se eu desse o que ela queria, era evidente que eu queria a mesma coisa. Aquela noite seria difícil de me controlar... Tudo o que eu pudesse fazer para tentar seguir meu plano sem quebrar a virtude dela, eu faria... O que não queria dizer que eu não pudesse usar as minhas armas para conquistar meus objetivos...

 

Ela parou o carro bem a frente da casa, rapidamente sai dei a volta pela frente para abrir a porta dela. Ali naquela sombra a meia luz pude ver que o rosto dela estava corado, não sabia por que, talvez nem ela mesma tivesse noção de como estava tentadora... Segurei-a pelo braço puxando-a para perto de mim com uma mão, segurei a sua mala com a outra. Olhei rapidamente para seus lábios tão próximos aos meus, mesmo que eu tivesse que usar minhas armas sendo tão calculista quanto eu pudesse ser, nada daquilo seria um sacrifício. Sem as audições aguçadas eu poderia jogar com as minhas armas... Beijei-a com vontade e fechei a porta da velha caminhonete com o pé num único chute, claro, moderado para que a mesma não caísse no chão. Sem soltá-la, continuei preso aos seus lábios como se precisasse daquele momento para sobreviver, seu beijo era doce... Urgente. Como o meu.

 

Ali eu não precisava fingir ser quem eu não era, tirei-a do chão levantando-a, segurando-a com força. Eu sabia que ela estava alheia a tudo que nos cercava, abri a porta o mais rápido que pude, mesmo ali tendo o controle sobre os meus impulsos humanos, eu precisava ser cuidadoso. Ser cauteloso.

 

Nada do que eu fizesse a partir daquele momento teria volta, estaria ao mesmo tempo forçando-a a me aceitar como marido e ao mesmo tempo afastando definitivamente aquele lobo pulguento. Minha mente vagava entre todas as coisas boas que poderíamos viver... Exceto pelo fato de que eu não poderia jamais tocá-la enquanto ela fosse humana. Seu corpo frágil seria facilmente quebrado... Não me perdoaria se algo acontecesse com ela. Embora tocá-la fosse uma vontade muito intensa. Via pelos pensamentos do Emmett como era prazeroso poder ter, ou melhor, possuir de uma maneira mais ampla a pessoa que se ama... Normalmente, não era o tipo de coisa que eu gostava de comentar embora soubesse que eles tinham plena consciência e sabiam que eu podia ver cada pensamento indevido, por isso sempre tentava dar-lhes a privacidade que mereciam. Eu nunca havia tido experiências como aquelas, e estar com Bella despertava desejos adormecidos em mim.

 

Aos poucos senti que meu desejo aumentava, percebi que eu também tinha aqueles instintos humanos latentes em mim, sentimentos adormecidos e vontades que eu não poderia imaginar que existisse. Beijei-a urgentemente, tanto ou mais que ela. Tentei tomar cuidado com o que meus dentes poderiam fazer, todo cuidado era pouco, eu estava feliz por poder compartilhar com ela um momento único para mim. Longe de todos, longe das audições aguçadas da minha família, sem nenhum pensamento intrometido na minha mente. E principalmente sem nenhum lobo por perto. Nada que pudesse afastá-la de mim.

 

À medida que eu a beijava, meu desejo aumentava. O coração dela acelerou, seu sangue começou a correr intensamente pela sua veia.  Parei de beijá-la por um instante, percebi que seu rosto estava completamente rubro, sua expressão era incrivelmente sedutora. Segurei seus braços com um leve sorriso – Bem vinda ao lar – consegui dizer.

 

- Isso parece legal – ela disse num fôlego. Coloquei-a finalmente no chão, por mim não haveria necessidade alguma de fazer aquilo. Ela nem ao menos era pesada, ela passou os braços ao redor do meu pescoço me abraçando com aquilo que ela chamava de força.

 

- Eu tenho uma coisa pra você – eu disse.

 

- Oh? – foi tudo que ela respondeu.

 

- O seu presente passado, lembra? Você disse que isso era permitido. – questionei.

 

- Oh, é mesmo. Eu acho que disse isso. – ela estava relutante. Sorri alto, com Bella nada nunca era igual, para mim, não poder ler seus pensamentos tornava tudo espontâneo... Embora às vezes eu preferisse morrer pelas edições nos seus pensamentos.

 

- Está lá no meu quarto. Vamos pegá-lo? – pela expressão que ela fez, já podia imaginar o que havia passado pela sua mente. Não que aqueles pensamentos não estivessem me atormentando nos últimos meses, na verdade, eu estava lutando contra todas as minhas vontades ultimamente.

 

- Claro, vamos lá. – ela concordou automaticamente colocando sua mão na minha entrelaçando nossos dedos. Carreguei-a rapidamente e subi rapidamente as escadas, coloquei-a no chão quando chegamos a porta do meu quarto e segui até o closet. Eu estava tão ansioso como jamais pensei que poderia ficar, se eu tivesse sangue correndo em minhas veias certamente ele estaria correndo tão rápido quanto o de Bella. Tão rápido quanto a deixei voltei para entregar-lhe o meu presente, ela passou por mim seguindo até a minha cama onde se sentou colocando os braços ao redor dos joelhos. – Ok – ela disse baixinho. - Pode me dar. – sorri pela sua tão evidente insegurança, embora ela quisesse me transmitir o oposto. Sentei-me ao seu lado, o coração dela acelerou novamente, se continuasse daquele jeito certamente ela teria um infarto a qualquer momento.

 

- Um presente passado – eu disse. Segurei seu pulso observando a pulseira de prata onde estava o pingente em formato de lobo feito pelo cachorro sarnento, rapidamente coloquei o meu presente passado nela e devolvi seu braço ao local de onde eu havia tirado. Ela olhou atentamente para o pingente de cristal brilhante em formato de coração. Ela respirou fundo admirando a peça que agora estava em seu braço. - Era da minha mãe – eu disse antes que ela pudesse rejeitar meu presente. - Eu herdei muitas coisinhas como essa. Eu dei algumas pra Esme e Alice. Então, claramente, essa não é uma grande coisa de qualquer maneira. – ela sorriu ainda olhando para a peça que reluzia em seu pulso. - Mas eu achei que essa era uma boa representação. É duro e frio - sorri. - E faz arco-íris na luz do sol.

 

- Você esqueceu-se da similaridade mais importante. É lindo. – ela murmurou.

 

- O meu coração é igualmente silencioso - suspirei - E ele também, agora é seu.

 

- Obrigada. Pelos dois. – ela agradeceu. Embora não houvesse necessidade, eu havia dado meu coração sem que ela pedisse, sem que nem ao menos desejasse, embora soubesse que era correspondido.

 

- Não, obrigado você. É um alívio que você aceite um presente tão facilmente. É bom pra você praticar também – sorri.

 

Ela se aproximou aninhando-se em meu peito, o cheiro doce do seu xampu de morango penetrou pelo meu nariz, mesmo que quisesse, ela jamais poderia esconder seu cheiro tão delicioso, tão hipnotizante. - Podemos discutir uma coisa? Eu apreciaria se você começasse com a mente aberta. – ela disse sem mais delongas. Minha mente começou a trabalhar sobre qual seria o intuito daquela conversa.

 

 - Eu vou me esforçar o quanto puder – demorei um pouco para responder, seu rosto não me dizia nada.

 

- Eu não estou quebrando regra nenhuma – ela se defendeu. - Isso é estritamente sobre eu e você. Então... Eu fiquei impressionada de ver o quanto nós fomos capazes de nos comprometer na outra noite. Eu estava pensando que eu gostaria de aplicar o mesmo princípio para uma situação diferente. – então ela havia chegado aonde queria.

 

- O que você gostaria de negociar? – tentei conter um sorriso. Sua expressão envergonhada era ainda mais encantadora. Embora seu coração aparentemente quisesse alçar vôo, o que me deixaria frustrado por não saber qual era a sua real intenção.

 

- Ouça o seu coração voar. Ele está tremulando como as asas de um bando de pássaros. Você está bem?

 

- Eu estou ótima.

 

- Por favor, vá em frente então – encorajei.

 

- Bem, eu acho primeiro, eu queria falar sobre aquela coisa ridícula da condição do casamento.

 

- Só é ridícula pra você. O que tem ela?

 

- Eu estava me perguntando... Essa é uma negociação aberta? – eu fiz uma careta... Não estava gostando muito do rumo que aquela conversa estava tomando.

 

- Eu já fiz a maior concessão por agora e por depois, eu concordei em tomar sua vida mesmo contra o meu melhor julgamento. E isso devia me garantir alguns compromissos da sua parte. – justifiquei sem humor.

 

- Não – ela relutou um pouco nervosa. – Essa parte já é um negócio fechado. Nós não estamos negociando as minhas... Renovações agora. Eu quero martelar em alguns outros detalhes.

 

- De que detalhes você fala exatamente? – questionei confuso.

 

- Primeiro vamos esclarecer os seus pré-requisitos. – ela disse finalmente.

 

- Você sabe o que eu quero. – afirmei.

 

- Matrimônio – ela disse num tom de desprezo.

 

- Sim! Pra começar. – sorri pelo modo como ela se referia a casamento.

 

- Tem mais? – ela inquiriu.

 

- Bem... Se você é minha esposa, então o que é meu é seu... Como o dinheiro para a faculdade. Então não haveria problema com Dartmouth. – complementei.

 

- Mais alguma coisa? Já que você já está sendo absurdo?

 

- Eu não me importaria com um pouco mais de tempo. – pedi.

 

- Não. Tempo não. Só isso já quebraria o trato. – ela disse segura, dessa vez.

 

- Só um ano ou dois? – supliquei.

 

- Passe para a próxima. – ela balançou a cabeça negativamente.

 

- Isso é tudo. A não ser que você queira falar sobre carros... – gargalhei enquanto ela fez uma careta, peguei sua mão devagar e comecei a brincar com seus dedos.

 

- Eu não tinha me dado conta de que havia mais alguma coisa que você queria além de ser transformada em um monstro também. Eu estou extremamente curioso – eu estava quase implorando para que ela me contasse, aquilo para mim era pior do que a morte, ou melhor a vida eterna. Aquela demora estava me deixando nervoso, ansioso... Por que ela estava fazendo aquilo comigo? – ela olhava para baixo como se mais uma vez estivesse editando suas palavras. - Você está corando? – afirmei. - Por favor, Bella, esse suspense é tão doloroso. – supliquei enquanto ela mordeu o lábio inferior. - Bella. – eu estava praticamente implorando...

 

- Bem, eu estou um pouco preocupada... Sobre depois – depois? Me perguntei.

 

- O que te deixa preocupada? – meu corpo ficou retesado, tentei parecer tranquilo, o que de fato, não estava.

 

- Todos vocês parecem estar tão convencidos de que a única coisa na qual eu vou estar interessada, depois, é em matar todos na cidade - E eu estou com medo de estar tão preocupada com o caos que eu não serei mais eu mesma... E que eu não... Eu não vou te querer da mesma forma que eu quero agora.

 

- Bella, essa parte não dura pra sempre – afirmei mais uma vez.

 

- Edward! Tem uma coisa que eu quero fazer antes que eu não seja mais humana. – o sangue voltou a bombear para sua cabeça deixando-a corada mais uma vez... Que ponto eu não estava entendendo?

 

- Qualquer coisa que você quiser – assegurei.

 

- Você promete? – onde ela estava querendo chegar?

 

- Sim – asseverei, porém, com cautela. - Me diga o que você quer, e você terá. Ela pausou por um instante, me olhando como se quisesse me dizer algo muito serio, ou muito grave... Por um instante senti medo do que ela iria me pedir... Será que quando estivesse tudo terminado ela ainda quereria ficar comigo? O lobo havia me lembrado de que ela ainda tinha opções.

 

- Você – ela murmurou ficando completamente vermelha, sua pele alva era agora carmim.

 

- Eu sou seu. – sorri ainda sem entender o ponto onde ela queria chegar. Ela ajoelhou-se na cama se aproximando sorrateiramente de mim, ainda sem me dizer em que ponto queria chegar ela colocou seus braços ao redor do meu pescoço e me beijou freneticamente, como uma ninfa sedutora ela me beijava com vontade... Em minha cabeça as idéias de sobre que ponto ela queria chegar ainda circulavam me deixando completamente aturdido... Ao mesmo tempo confuso, embora ela já tivesse tentado me seduzir outras vezes, daquela vez era diferente... Ela estava mais estonteante. Quanto mais seu beijo tornava-se intenso, mais eu tentava entender o que ela estava querendo dizer com aquela atitude.

 

De repente ela se afastou, suas mãos tremiam como se ela estivesse prestes a desmaiar, ela as pousou sobre o colarinho da minha camisa tentando sem sucesso abrir os botões, num estalo de lucidez todas as atitudes dela me fizeram acordar para a realidade... Ah! Não ela queria se entregar a mim? Justo a mim? Um vampiro criado para matar? Era obvio que ela não tinha noção do perigo que estava correndo, se num simples abraço eu podia quebrá-la, imagine consumando um ato tão intenso, onde provavelmente o êxtase me faria perder completamente um controle da minha força. Instantaneamente as respostas foram chegando, me afastei rapidamente dela reprovando as suas atitudes, não que aquilo fosse errado ou sujo. Definitivamente não era aquilo que se passava pela minha cabeça. Por diversas vezes eu a imaginei completa e plenamente minha, mas não assim, não agora enquanto ela ainda era humana.  - Seja razoável, Bella. – supliquei.

 

 - Você me prometeu, tudo o que eu quisesse – ela me lembrou.

 

- Nós não vamos ter essa discussão. – voltando a fechar os botões que ela havia aberto enquanto eu ainda tentava descobrir qual era o seu plano.

 

- Eu digo que vamos – ela bradou. Tocando novamente minha blusa e abrindo o primeiro botão.

 

- Eu digo que não vamos – segurei seus pulsos colocando suas mãos ao lado do seu corpo. Ficamos parados nos olhando por um tempo.

 

- Você queria saber – ela reclamou.

 

- Eu pensei que fosse uma coisa minimamente realista.

 

- Então, você pode pedir por qualquer coisa estúpida, ridícula que você queira tipo casar, mas eu nem sequer tenho permissão pra discutir o que eu... – antes que ela pudesse terminar selei seus lábios com a minha mão calando-a.

 

- Não – respondi serio antes que terminasse. Ela respirou fundo... Suspirou obviamente tentando se acalmar, ela abaixou os olhos corando violentamente, percebi que a havia machucado mais uma vez e me amaldiçoei por ter feito aquilo, no entanto se eu estava fazendo era pura e unicamente para que ela pudesse estar segura... Senti-me culpado por fazê-la sofrer.

 

Suspirei tentando colocar as idéias no lugar, aquele pedido, eu não poderia atender... Eu queria muito, isso era bem verdade, mas não podia ela precisava entender as coisas pelo meu ponto de vista. Por mais egoísta que parecesse, eu só fazia aquilo para o seu próprio bem... - O que foi agora? – perguntei segurando seu queixo e forçando-a a olhar para mim.

 

- Nada – ela sussurrou. Olhei atentamente para seu rosto envergonhado, por mais que tentasse, ela não conseguiria esconder que eu a havia magoado.

 

- Eu magoei os seus sentimentos? – indaguei certo de que havia feito e aborrecido comigo mesmo por não poder atender o seu pedido. Sabia que devia ter sido difícil para ela se expressar daquela maneira.

 

- Não – ela era uma péssima mentirosa, puxei-a rapidamente para perto de mim acariciando seu rosto tentando manter o meu autocontrole. - Você sabe porque eu tenho que dizer não. Você sabe que eu te quero também. – afirmei. Aquilo era a maior verdade que eu poderia ter dito em toda minha longa vida, ninguém nunca havia despertado tantos instintos em mim.

 

- Quer? – ela murmurou duvidosa.

 

- É claro que eu quero sua garota boba, linda, super sensível. – sorri - Todo mundo não quer? Eu sinto como se houvesse uma linha atrás de mim, correndo pra chegar à frente, esperando que eu cometa um erro grande o suficiente... Você é desejável demais pro seu próprio bem.

 

- Quem está sendo bobo agora? – ela perguntou em duvida.

 

- Você quer que eu faça uma petição pra te fazer acreditar? Será que eu devo te dizer quais os nomes que estariam no topo da lista? Você sabe de alguns deles, alguns iam te surpreender. – e quantas vezes eu pensei em matá-los durante a noite, para que no outro dia não houvesse mais rapazes que pudessem cobiçá-la, pensei.

 

- Você só está tentando me distrair. Vamos voltar ao assunto. – ela insistiu. Suspirei ainda tentando manter meu controle já tão abalado pela presença dela ali naquela cama.

 

- Me diga se há algo errado comigo. A sua demanda é o casamento? – ela fez uma careta. - pagar a minha faculdade, mais tempo, e você não se incomodaria se o meu veículo fosse um pouco mais rápido. Eu disse tudo? Essa é uma lista comprida. – ela disse juntando as sobrancelhas tentando parecer casual.

 

- Só a primeira é uma demanda. Os outros são meros pedidos. – seguirei o sorriso novamente.

 

- E a minha única demanda solitária, é...

 

- Demanda? – perguntei novamente sem humor.

 

- Sim. Demanda. – ela respondeu também seria dessa vez.

 

- Casamento é uma extensão pra mim. Eu não vou dizer sim a não ser que eu ganhe alguma coisa em troca.

 

- Não – me inclinei para sussurrar em seu ouvido -  Agora não é possível. Depois, quando você for menos quebrável. Seja paciente, Bella.

 

- Mas esse é o problema. Não será a mesma coisa quando eu for menos quebrável. Não será o mesmo! Eu não sei quem eu serei até lá. – ela se manteve firme.

 

- Você ainda será Bella – prometi.

 

- Eu serei tão diferente que eu iria querer matar Charlie, eu iria querer beber o sangue de Jacob ou de Ângela se eu tivesse a chance, como é que isso pode ser verdade?

 

- Isso vai passar. E eu duvido que você vá querer beber o sangue do cachorro. – me arrepiei com a lembrança do odor que eles tinham. - Mesmo sendo uma recém-nascida você vai ter um gosto melhor que isso. – afirmei.

 

- Mais isso sempre será o que eu vou querer mais, não é? Sangue, sangue e mais sangue!

 

- O fato de que você ainda está viva prova que isso não é verdade – argúi.

 

- Mais de oitenta anos depois – ela também argumentou. - De qualquer forma, eu quis dizer fisicamente. Intelectualmente, eu sei que serei capaz de ser eu mesma... Depois de algum tempo. Mas puramente fisicamente, eu sempre sentirei mais sede do que qualquer outra coisa. - Ela tinha argumentos fortes, eu não podia rebatê-los, diante do meu silêncio ela continuou. - Então eu serei diferente. Porque agora mesmo, fisicamente, não há nada que eu queira mais do que você. Mais do que comida ou água ou oxigênio. Intelectualmente, eu tenho as minhas prioridades em uma ordem um pouco mais sensível. Mas fisicamente... – ela beijou a palma da minha mão... Emmett tinha razão... Ela era deliciosamente diabólica... Claro que deliciosamente foi uma palavra que eu incluí.

 

Respirei fundo e soltei o ar devagar como se precisasse daquilo para sobreviver - Bella, eu podia te matar – sussurrei.

 

- Eu não acho que você poderia. – levei minha mão até um pequeno poste de metal, localizado na cabeceira da cama. Num instante arranquei a flor de metal e mostrei para ela, apertando e mostrando como aquele objeto tão duro poderia facilmente ser destruído, espremi um pouco mais o transformando em pó... Se eu poderia fazer aquilo com o aço, quem dirá com ossos tão finos e tão frágeis. Ela olhou para mim sem surpresa. - Não foi isso que eu quis dizer. Eu já sei o quanto você é forte. Você não precisava quebrar o móvel. – Bella realmente não tinha jeito, por mais que eu tentasse te mostrar o quanto era perigoso brincar com fogo, ela ainda queria se queimar.

 

- O que você quis dizer, então? – perguntei enquanto jogava os retos do aço triturado para fora da cama, observei-a atentamente.

 

- Obviamente não era que você não é capaz de me machucar fisicamente, se você quisesse... Mais isso, você não quer me machucar... É tanto que eu não acho você um dia pudesse. – fiz um sinal negativo com a cabeça... Ela nunca entenderia.

 

- Isso pode não funcionar assim, Bella.

 

- Pode – ela afirmou. - Você não faz mais idéia do que está falando do que eu.

 

- Exatamente. Você acha que eu ia expor você a esse tipo de risco? – ela olhou nos meus olhos por alguns segundos, como se me estudasse.

 

- Por favor – ela pediu. - Isso é tudo o que eu quero. Por favor. – ela finalmente havia conseguido plantar a duvida na minha mente, será que eu seria realmente capaz de possuí-la sem colocar sua vida em risco? Será que eu poderia enfim sucumbir ao desejo que se fazia presente cada vez que estava ao seu lado? Minha respiração ficou instável... Minha cabeça começou a trabalhar tentando me devolver o resto de razão que eu ainda tinha. Aquela situação era dolorosa, mais que dolorosa era insuportavelmente excitante... - Por favor? – ela continuou suplicando com a voz suave, hipnotizante... Naquele quarto ela era a predadora e eu a caça... Ela continuou sussurrando se aproximando sibilando como uma cobra pronta para me devorar, seu coração estava novamente acelerado. - Você não tem que me dar nenhuma garantia. Se isso não der certo, bem, então é isso. Vamos só tentar... Só tentar. E eu vou te dar o que você quer. Eu caso com você. – ela prometeu. - Eu deixo você pagar por Dartmouth, e eu não vou reclamar dos subornos que você me der. Você pode me comprar um carro veloz se isso te deixa feliz! Só... Por favor.

 

Abracei-a com um pouco mais de força colocando meus braços ao redor do seu corpo tão fino. Coloquei meus lábios próximos a sua orelha fazendo-a estremecer. - Isso é insuportável. Tantas coisas que eu queria dar pra você, e isso é o que você decide pedir. Você tem idéia do quanto é doloroso, tentar te recusar quando você me implora desse jeito?

 

- Então não recuse – ela disse murmurando.

 

Nesse momento as palavras fugiram dando lugar ao desejo que me consumia. Minha razão gritava pedindo que eu não caísse naquela armadilha criada para que eu cedesse... Eu não podia... Mas eu queria... E num momento de indecisão havia nada para ser dito.

 

 

Continua... 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Olá meus amores... O capitulo 21 será dividido em duas partes enormes para que vocês possam viajar comigo na indecisão do Edward quanto ao pedido de Bella... Agradeço a todas sem excessão..a Que lêem e comentam nossa fic.
Quem quiser me add no msn: velgoncalves@hotmail.com



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