Capitulo 11 – A surpresa.

Os pensamentos de Bella eram para mim um mistério, eu conseguia ver cada detalhe do que se passava na cabeça de cada pessoa que conheci ou que cruzou meu caminho nessa minha longa e tediosa vida. Tentar decifrar seus gestos era cada vez mais difícil, ela estava mais ansiosa nos últimos dias depois da sua ida a La Push, era muito frustrante não saber o que fazer para agradá-la. Naquela noite ela teve sonhos agitados, murmurou coisas incompreensíveis, até mesmo pra mim.

Enquanto ela dormia eu tinha tempo suficiente para perceber que o cachorro nos observava do lado de fora, seu fedor era impossível de passar despercebido “menos mal” pensei “ao menos temos um cão ou melhor vira-latas de guarda” sorri baixinho para não acordá-la, o que mais me incomodava eram os pensamentos de Jacob ele teimava em fantasiar com Bella, se eu pudesse quebrar sua mandíbula sem fazê-la sofrer de certo já teria feito.

Sentado na cadeira ao pé da sua cama eu a observava enquanto dormia, era sempre tão encantadora a forma como ela se encolhia e falava meu nome “Edward” ela sussurrava toda noite, esperava esse momento a todo instante... se ela tivesse a mínima noção do que eu sentia realmente, talvez ela não precisasse se sacrificar para se tornar alguém como eu, pois estaria a seu lado por toda sua vida humana e depois que ela partisse eu daria um jeito de ir encontrá-la onde quer que ela estivesse, eu a amava.

“Sanguessuga imbecil” um pensamento gritou em minha cabeça, cheguei até a janela e vi o lobo escondido entre as árvores, o dia estava amanhecendo o crepúsculo àquela hora da manha era tão bonito, desde que conheci Bella aprendi a ver a beleza das coisas “estou indo...por enquanto” ele continuou “ espero que não cause mais nenhum dano a todos nós”

Ela acordou linda como sempre, levantou da cama cambaleando. Preparei o café quando ouvi Charlie sair logo cedo, tentei esquecer os pensamentos insistentes de Jacob Black e seus sonhos com Bella, o leve raio de sol entrando pela janela do quarto bateu em seu rosto enquanto ela me mostrava um breve sorriso.- Bom dia – ela disse baixinho.

Bella parecia distante naquele dia quando Alice quebrou o silêncio com mais um grunhido alto e estridente - Eu tinha previsto... - ela disse, bati forte com o cotovelo nas suas costelas... eu devia ter lido em seus pensamentos que ela iria contar, mais Alice sabia muito bem como evitar que eu lesse sua mente, ela usava dos mais diversos artifícios para fugir de mim, eu havia dito para contar embora ela não quisesse, a festa seria mais uma surpresa visto que Bella não suportava dançar. - Tá - ela rosnou. - Edward está me fazendo fazer isso. Mas eu preví que seria mais difícil se eu surpreendesse você.- ela completou diante do olhar confuso de Bella.

- Em Inglês? – ela perguntou no caminho para o carro.

- Não seja um bebê sobre isso. Nada de acessos de raiva. – o tom da voz de Alice dessa vez era brincalhão.

- Então você, quer dizer, nós, vamos ter uma festa de formatura? – ela perguntou incrédula. - Não é nada grande. Nada com o que se preocupar. Mas eu ví que você ia enlouquecer se eu tentasse fazer uma festa surpresa e Edward disse que eu tinha que te contar. Mas não é nada. Prometo. – ela previu meus movimentos antes que eu o fizesse fugindo das minhas mãos que iam em direção ao seu cabelo miraculosamente penteado.

- Existe alguma necessidade de discussão? – Bella suspirou fazendo careta.

- Absolutamente não.

- Está bem, Alice. Eu estarei lá. E eu vou odiar cada minuto dela. Prometo.

- Esse é o espírito! Aliás, eu adorei o meu presente. Não precisava.

- Alice, eu não dei!

- Oh, eu sei disso. Mas você vai.

- Incrível como é que alguém tão pequeno pode ser tão irritante? – também brinquei.

- É um talento. – ela respondeu sorrindo, a baixinha irritante era minha melhor amiga e aquela que mais me incentivou para que eu aceitasse o meu amor e pudesse estar ao lado de Bella mesmo indo contra a vontade de alguns membros da minha família.

- Será que você não podia ter esperado umas semanas pra me contar sobre isso? Agora eu vou ficar estressada com isso por muito mais tempo.- ela perguntou num tom que mais parecia desespero levando as mãos ate a cintura batendo o pé no chão.

- Bella, você sabe que dia é hoje? – Alice respondeu com outra pergunta e um grande sorriso estampado no rosto.

- Segunda? – ela respondeu de maneira atrevida.

- Sim. É Segunda... dia quatro. – Alice respondeu mostrando o pôster que anunciava que a formatura seria dali a uma semana “uma semana para que você vire um ser sem alma como eu” pensei.

- Dia quatro? De Junho? Você tem certeza? – não consegui identificar sua expressão daquela vez, o que se passava na sua cabecinha avoada. Olhei rapidamente para Alice, rápido demais para que ela pudesse perceber... ficamos em silêncio esperando por alguma reação. - Não pode ser! Como foi que isso aconteceu? – ela conseguiu dizer em meio a sua evidente confusão mental. “Acho que Bella está confusa Edward” Alice pensou, “acho que ela ainda não está preparada” ela continuou. Eu tinha que concordar com Alice e ao mesmo tempo minha cabeça trabalhava no intuito de poder tirar a idéia de transformação da cabeça dela... Alice entendia minhas atitudes e não me julgava, ela também acreditava na oportunidade de que eu estava tentando dar a Bella para que ela vivesse uma vida norma como humana, não sabíamos como ela seria quando fosse uma recém nascida e aquilo me deixava preocupado. Não queria vê-la sofrer mesmo que as lágrimas não caíssem mais dos seus olhos e seu coração não batesse, eu ainda a amaria em igual proporção eu só não sabia se ela também me amaria.

Segurei a porta do carro aberta enquanto ela parecia resolver um problema muito difícil, eu me sentia inútil naquele momento, não podia ler sua mente e nem ao menos saber de qualquer outra maneira o que ela estava pensando, qual seria o real motivo da sua preocupação? Renée? Charlie? Jacob? Como eu iria descobrir? “você precisa contar Edward” Alice dirigiu seu pensamento a mim enquanto tagarelava insistentemente mesmo sabendo que ninguém a estava ouvindo “como ela conseguia tagarelar de duas formas diferentes?” me perguntei mentalmente.

A chuva caía insistentemente do lado de fora do carro exigindo um pouco mais de atenção na estrada. “Conte-lhe sobre Jasper” Alice sugeriu mentalmente, o que ela estava dizendo dessa vez? Onde ela queria chegar? Contar sobre Jasper? Talvez ela estivesse certa e eu devesse mostrar a Bella como um recém nascido pode ser perigoso... lancei um olhar de aprovação para ela enquanto a deixava na porta de casa e me dirigindo até a casa de Charlie para tentar mais uma vez convencer Bella de que não havia nada de poético em ser um vampiro, caso eu não conseguisse já tão próximo ao baile ai sim iria seguir o conselho de Alice.

Chegamos cedo e ainda não havia nenhum sinal de Charlie, sai do carro e abri a porta para que ela me acompanhasse, diante do seu estágio avançado de desligamento da realidade segurei-a pelo braço e a levei para dentro de casa antes que pudesse se molhar, levei-a até o sofá calmamente respeitando sua ausência naquele momento, ela sentou sem reclamar olhando para a janela... no que ela estava pensando afinal? Tanto tempo em silêncio e sem questionamentos não era do seu feitio, sua expressão denunciava ansiedade e por vezes medo... medo do quê? De se tornar uma vampira? De não saber como será sua reação? Aquele silêncio estendido estava me deixando louco... levei a mão aos cabelos esperando que ela saísse do seu transe e me dissesse de uma vez o que estava acontecendo... engraçado como o tempo passa devagar quando esperamos por algo, lembro-me de quando fui ao Brasil atrás de Victoria, a lembrança e a saudade pareciam fazer com que os dias tivesse quarenta e oito horas... a ausência dela era quase tão castigante como aquele silêncio acompanhado pelas expressões indecifráveis dela.

Eu não aguentava mais esperar que ela voltasse à realidade, se demorasse mais alguns segundos com certeza eu ficaria louco resolvi quebrar o silêncio daquele momento que mais pareceu uma eternidade, segurei seu rosto com as duas mãos forçando-a a olhar para mim, olhei dentro dos seus olhos e disse finalmente - Será que você poderia, por favor, me dizer o que você está pensando? Antes que eu fique louco? – supliquei enquanto ela ainda parecia editar suas palavras - Seus lábios estão brancos. Fale, Bella. – pedi novamente

Ela respirou fundo como se estivesse buscando o ar que lhe faltasse - A data me pegou fora de guarda - ela sussurrou. - Isso é tudo.- continuei calado, não podia ser só isso. Até que ponto ela estaria preocupada para deixar que isso ficasse evidente para mim? - Eu não tenho certeza... do que dizer à Charlie... o que dizer... como dizer... – as palavras saíram cortadas.

- Isso não é por causa da festa? – fingi surpresa para não deixá-la mais preocupada.

- Não. Mas obrigada por me lembrar. – ela fez uma careta.

- Você não está pronta – eu disse não conseguindo mais esconder que na verdade eu sabia o que a preocupava, era a transformação e não a festa.

- Eu estou! Eu tenho que estar. – ela disse rapidamente obviamente mentindo

- Você não tem que estar nada. – rebati eu podia ver que ela estava tão amedrontada com a idéia que mal conseguia coordená-las direito.

- Victoria, Jane, Caius, quem quer que fosse que estava no meu quarto...! – ela tentou inutilmente justificar.

- Muito mais razões pra esperar. – falei.

- Isso não faz sentido, Edward!

- Bella. Nenhum de nós teve a escolha. Você viu o que isso fez... com Rosalie, especialmente. Nós todos lutamos, tentando reconciliar a nós mesmos por uma coisa sobre a qual nunca tivemos controle. Não será assim pra você. Você vai ter uma escolha. – forcei-a a olhar diretamente para mim.

- Eu já fiz a minha escolha. – ela rebateu também.

- Você não vai passar por isso porque tem uma espada erguida sobre a sua cabeça. Nós vamos tomar conta dos problemas, e eu vou tomar conta de você – prometi. - Quando não estivermos passando por isso, não houver nada forçando a sua decisão, ai você pode decidir se unir a mim, se você ainda quiser. Mas não porque você está com medo. Você não será forçada a isso. – apelei para o seu bom senso sem sucesso.

 - Carlisle prometeu! – ela afirmou obviamente amedrontada - Depois da formatura.

 - Não até que você esteja pronta! E definitivamente não enquanto você se sentir ameaçada. – assegurei olhando em seus olhos, ela não rebateu... certamente sua mente tão cheia de problemas não iria encontrar algum argumento que batesse os meus. – então – disse beijando sua testa - Nada com o que se preocupar. – sorri torto.

- Nada além da destruição iminente. – ela tentou sorrir

- Confie em mim. – continuei fitando-a esperando para ver qual seria sua próxima resposta

- Eu confio. – ela disse tentando se desvencilhar - Posso te perguntar uma coisa? – ela pareceu relaxar.

- Qualquer coisa. – respondi ainda segurando seu rosto entre as minhas mãos, ela pareceu pensar na pergunta enquanto mordia o lábio inferior, mal sabia o efeito que aquele simples gesto causava em mim, uma corrente elétrica percorria toda vez que ela me olhava daquele jeito tentador.

- O que eu vou dar à Alice como presente de formatura? – sorri deixando a preocupação ir embora, parecia que ela finalmente tinha voltado ao seu normal, embora não tenha conseguido convencê-la a mudar de idéia, deixei minhas mãos caírem em cima das dela segurando-as com carinho.

- Parecia que você ia dar a nós dois ingressos para um show. – respondi imaginando se ela realmente havia esquecido suas preocupações.

- Isso mesmo! O show em Tacoma. Eu ví o anúncio em um jornal na semana passada, e pensei que seria uma coisa que você gostaria, já que você disse que o CD era bom.

- É uma ótima idéia. Obrigado.

- Eu espero que já não esteja lotado.

- É o pensamento que conta. Eu bem sei. – sorri agora largamente. - Tem outra coisa que você está querendo perguntar – li no seu rosto.

- Você é bom.

- Eu tenho bastante prática em ler o seu rosto. – “embora algumas vezes ele fique tão enigmático quanto sua mente” pensei - Me pergunte.

- Você não quer que eu seja vampira. – ela se aconchegou em meu peito.

- Não, eu não quero. – afirmei veementemente - Isso não é uma pergunta.

- Bem... eu estava me preocupando com... porque você se sente assim.

- Se preocupando? – ela continuou escondendo o rosto.

- Você pode me dizer por quê? Toda a verdade, sem poupar meus sentimentos?

- Se eu vou responder a sua pergunta, você vai me explicar a sua pergunta? – ela fez um sinal negativo com a cabeça ainda enterrada em meu peito - Você podia fazer coisa muito melhor, Bella. – suspirei - Eu sei que você acredita que eu tenho uma alma, mas eu não estou inteiramente convencido nesse aspecto, e isso te arrisca... Pra que eu permita isso, deixar que você se torne o que eu sou só pra que eu nunca tenha que te perder, é o ato mais egoísta que eu posso imaginar. Eu quero isso mais do que qualquer outra coisa, por mim mesmo. Mas pra você, eu quero tão mais. Permitir isso, parece um crime. É a coisa mais egoísta que eu jamais terei que fazer, mesmo se eu viver pra sempre. Se houvesse uma forma de eu me transformar em humano pra você, não importa qual fosse o preço, eu pagaria.

- Então... não é porque você está com medo de... não gostar tanto de mim quando eu for

diferente, quando eu não for mais macia e quente e quando não tiver o mesmo cheiro? Você

realmente me quer, não importa no que eu me transforme? – um sorriso leva apareceu no seu rosto... como ela poderia pensar que não a amaria? O quanto tola ela ainda poderia ser?

- Você estava preocupada que eu não fosse gostar de você? – sorri - Bella, pra uma pessoa tão intuitiva, você consegue ser tão obtusa! – gargalhei. - Eu não acho que você se dá conta do quão mais fácil isso será pra mim, Bella quando eu não tiver mais que me concentrar o tempo todo em te matar. Certamente, haverão coisas das quais eu sentirei falta. Isso pra começar... – olhei profundamente nos seus olhos e alisei seu rosto com meu dedo polegar, respirei fundo controlando meu impulso para não beijá-la naquele momento, respirei novamente quando vi o rubor no seu rosto... sorri - E o som do seu coração – continuei enquanto seu rosto ficava ainda mais vermelho aumentando minha vontade de mantê-la humana, não poderia haver nada no mundo que fosse mais importante para mim do que as batidas do seu coração - É o som mais significante no mundo. Eu estou tão conectado a ele agora, que eu juro que poderia identificá-lo à milhas de distância. Mas nenhuma dessas coisas importa. Isso... Você. É isso que eu vou guardar. Você sempre será a minha Bella, só que você só será um pouco mais durável. – peguei seu rosto com as duas mãos novamente, virando-a para que me olhasse de frente - Agora, você vai responder uma pergunta pra mim? A verdade, sem poupar os meus sentimentos? – perguntei.

- É claro – ela respondeu prontamente.

Procurei as palavras certas para não despertar nenhuma reação brusca - Você não quer ser minha esposa.- esperei sua reação que não poderia ter sido mais engraçada, seu coração e seu pulso começaram a acelerar enquanto sua pressão sanguinea aumentava, seu rosto ficou branco como a neve... segurei o sorriso enquanto esperava pela sua resposta depois da sua reação tão inesperada.

- Isso não é uma pergunta? – ela disse depois que conseguiu respirar.

 Soltei seu rosto devagar para pegar sua mão delicada, ela estava suada, desenhei o formato dos seus dedos e depois os cruzei com os meus. - Eu estava me preocupando com porque você sente desse jeito.

- Isso também não é uma pergunta – ela murmurou.

- Por favor, Bella? - pedi

- A verdade? – ela perguntou.

- É claro. Eu posso aguentar, seja lá o que for. – na verdade eu não sabia se podia, não sabia se a resposta dela iria me agradar mais precisava arriscar, precisava saber como ela se sentia... e como não podia ler sua mente teria que me contentar com suas palavras editadas.

- Você vai rir de mim.

- Rir? Eu não posso imaginar isso. – fingi estar em choque.

- Você vai ver – de repente seu coração começou a acelerar novamente e seu rosto ficou vermelho de vergonha. - tá, tudo bem. Eu tenho certeza que isso tudo vai soar como uma grande piada pra você, mas realmente! É tão... tão... embaraçoso! – ela se aconchegou novamente em meu peito escondendo seu rubor.

- Eu não estou te entendendo. – fingi seriedade, quando ela levantou o rosto e me fitou procurando o que responder.

- Eu não sou aquela garota, Edward. Aquela que se casa logo quando sai da escola como se

fosse uma garota de interior que se apaixonou pelo namorado! Você sabe o que as pessoas iriam dizer? Você sabe que século é esse? As pessoas não se casam aos dezoito anos! Não as pessoas inteligentes, não as pessoas responsáveis, não as pessoas maduras! Eu não ia ser aquela garota!  Essa não sou eu... – ela desabafou.

- Isso é tudo? – “eu realmente não podia acreditar no que ela havia acabado de dizer... queria ser vampira e não podia se casar aos dezoito?” pensei.

- Já não é o suficiente?

- Não é porque você estava mais ansiosa... com a imoralidade em si do que apenas por

mim? – aquela discussão realmente não nos levaria a lugar nenhum naquele momento

- Edward! E aqui... eu sempre... pensei que... você fosse... tão mais... inteligente que eu! – ela disse sôfrega, abracei-a com carinho.- Edward não há necessidade de viver pra sempre sem você. Eu não ia querer um dia sem você.

- Bem, isso é um alívio – respondi realmente aliviado...

- Ainda assim... isso não muda nada.

- No entanto, é bom entender. E eu compreendo a sua perspectiva, Bella, eu realmente

compreendo. Mas eu gostaria muito se você considerasse a minha. – trouxe-a para mais perto de mim - Entenda, Bella, eu era aquele garoto. No meu mundo, eu já era um homem. Eu não estava procurando por amor, não, eu estava ansioso demais por ser soldado pra me preocupar com isso; eu não pensava em nada além do ideal de glória de guerra que eles estavam vendendo para os cadetes na época, mas se eu tivesse descoberto... – parei para ver se ela estava entendendo onde eu queria chegar - Eu ia dizer: se eu tivesse encontrado alguém, mas isso não basta. Se eu tivesse encontrado você, não há dúvida na minha cabeça sobre o que eu teria feito. Eu era aquele garoto, que teria, assim que eu tivesse descoberto que era por você que eu estava procurando, ficaria de joelhos e seguraria a sua mão. Eu iria querer você pela eternidade, mesmo se essa palavras não tivesse as mesmas conotações. – sorri enquanto ela me olhava em estado de choque - Respire, Bella – pedi lembrando-a de que ainda não era um ser sem vida como eu - Você pode ver o meu lado, Bella, um pouquinho? – conclui enquanto ela puxava o ar. Ela parou um pouco, ficou em silencio me matando de curiosidade, logo depois sacudiu a cabeça como se estivesse espantando um pensamento ruim.

- O negócio é Edward casamento e eternidade não são conceitos mutuamente exclusivos ou mutuamente inclusivos. E já que estamos vivendo no meu mundo no momento, nós devíamos seguir o tempo, se você entende o que eu quero dizer.

- Mas por outro lado em breve você estará deixando o tempo completamente pra trás. Então porque esses costumes transitórios de cultura local deveriam afetar tanto essa decisão?

- Quando em Roma? – eu sorri interrompendo seu raciocínio.

- Você não tem que dizer sim ou não hoje, Bella. É bom entender ambos os lados, no entanto, você não acha?

- Então a sua condição...?

- Ainda está em efeito. Entendo o seu ponto, Bella, mas se você quer que eu mesmo te

mude... – e se ela não aceitasse talvez eu ganhasse um pouco mais de tempo.

- Dum, dum, dah-dum – Bella era realmente inacreditável... naquele dia decidi que não tocaria mais no mesmo assunto e quando Charlie chegou me despedi dela... pelo menos até que Charlie estivesse roncando. Quando nos despedíamos na porta ouvi os pensamentos de um dos lobos Quileutes... ao menos não era Jacob Black... era Seth um dos seus amigo avisando que eu não precisava me preocupar porque eles estavam atentos... um pouco mais adiante distante do lobo estava minha mãe sempre tão fraternal e delicada “estou aqui meu filho... fique tranquilo”.

Cheguei em casa a tempo de ver meu pai passar correndo como um vulto entre as árvores, captei seu pensamento que indicava que ele estava indo fazer companhia a Esme. Meus irmãos estavam reunidos na sala quando entrei... todos parados – parece que estão mortos – brinquei... a única que não sorriu foi Rosálie, como sempre.

- E ai maninho estávamos aqui fazendo uma aposta. – Emmett falou sorrindo enquanto Jasper escondia o sorriso colocando a mão na frente da boca... captei os pensamentos deles e percebi que meus irmãos estavam apostando para ver o quanto desastrada Bella seria como vampira e quantas vezes ela iria cair?

- Isso é mesmo sério? Vocês estão apostando para ver quantas vezes ela irá cair? – perguntei sem humor.

- É isso ai Edward, falei pra eles que você não iria gostar... – Alice retrucou.

- Com a sorte que ela tem é bem provável que a gente tenha que desmatar toda floresta para ela não se bater nas árvores enquanto corre... – ele disse gargalhando.

- Emmett? – repreendi olhando para Alice que deu de ombros...

- Já não sei mais o que dizer para eles pararem Edward. – ela se defendeu, segurei o riso... eu sabia que eles estavam certos, desastrada como era Bella podia até se bater numa árvore mesmo, só que sendo uma vampira recém nascida com sua força a árvore ainda poderia cair sobre ela... contive o sorriso, não pela árvore caindo sobre ela eu nunca deixaria que isso acontecesse mais sim pelo desastre ambiental que isso tudo causaria, Jasper captou meu humor e completou a piada de Emmett.

- É meu irmão, precisamos nos certificar de que iremos morar num lugar livre de tudo que impeça um acidente ambiental... não vamos querer ser presos e processados por desmatar uma floresta tropical... – gargalhamos todos juntos... devia confessar que a cena seria engraçada.

- A propósito Emmett me lembre de pedir a Bella que te desafiar pra uma boa luta enquanto for recém nascida... – falei num tom de brincadeira.

- Eu vou estar pronto. – ele fez uma posição de luta - é isso ai maninho, bom humor é tudo e faz muito bem... desencana desse problemas Bella já é crescidinha.

- Ela é uma pessoa sem noção. – respondi – mais será muito mais forte do que você...

- Do jeito que a humana é desastrada, mesmo quando ela for uma de nós terei minhas vantagens...

“Se já estão brincando com a possibilidade de transformação, por quê não fazer logo e nos poupar de todos esse problemas?” captei o pensamento de Rosálie – tudo o que eu queria agora é que Bella estivesse livre de todos esse problemas, assim ninguém precisaria se envolver nesse assunto – falei ficando serio de repente, nenhum dos meus irmãos entendeu minha súbita mudança de humor – pela primeira vez em décadas de existência vazia e solitária sinto como se estivesse vivo e posso sentir como se o meu coração batesse, como se o ar estivesse entrando e saindo dos meus pulmões.

- Nós sabemos disso Edward e é por isso que estamos com você – Alice se aproximou colocando a mão em meu ombro – e nós também amamos Bella, ela já pertence a nossa família – ela finalizou.

- É maninho agora nós podemos pensar em como será minha luta depois que ela for uma de nós. – Emmett ainda brincou, mais aquela altura Charlie já devia estar dormindo e eu precisava voltar para a casa dela, precisava estar ao lado dela.