Depois do acontecido na Toca e depois de ter combinado tudo com Molly, Remo foi para casa dizendo a Gina para aparecer quando quisesse.

–Harry? - chamou quando chegou a casa.

Como não teve nenhuma resposta foi ao quarto do garoto e encontrou-o a dormir. Enquanto ajeitava as cobertas falou:

–Se você tivesse ido a casa dos Weasleys teria descoberto o que Gina sente por você. Vocês dois são como os seus pais. Tiago sempre andava a trás da ruivinha e ela demoroua admitir o que sentia por ele tal como você. Gina neste caso é Tiago mas menos Maroto e você é como sua mãe que ainda vai demorar a descobrir o que realmente sente por Gina. Só espero que depois da conversa de amanhã com Dumbledore você comece a enxergar as coisas e não demore a falar o que sente por ela.

Dizendo isto foi para o seu quarto e adormeceu.

Na manhã seguinte Harry acordou com um barulho que vinha da cozinha e dirigiu-se pra lá para ver o que estava acontecendo.

–O que está acontecendo? - perguntou. - Gina?

–Desculpe te-lo acordado. Lupin estava a ajudar-me a fazer o café-da-manhã e acabei por derrubar a cafeteira. - disse Gina.

–Lembre-me de não deixá-la sozinha na cozinha. Se com Remo quebra coisas, sozinha deita fogo à casa. - disse Harry na brincadeira.

–Para sua informação eu sou ótima na cozinha, aliás, cozinho tão bem como mamãe. - disse Gina com cara amarrada.

–Ninguém cozinha tão bem como a senhora Weasley mas como estou com fome vamos comprovar. - respondeu o garoto sentando-se na mesa a comer.

–Tem uma torta de pudim caramelado que mamãe fez pra você e Lupin. - disse Gina.

Lupin olhava pra ela e notou que pra garota nada de especial tinha acontecido na noite anterior na casa dos Weasleys ela conseguia esconder muito bem o que sentia por Harry.

–Depois do almoço vamos receber uma visita. Dumbledore vai vir aqui porque precisa falar com você Harry por isso façam o que quiserem mas estejam na sala depois do almoço porque a conversa não pode esperar. - falou Remo.

–O que é que Dumbledore tem pra falar comigo?- perguntou o garoto.

–Isso não lhe posso contar ainda. Só dizer que é importante. Agora o resto só ele lhe pode contar. - encerrou Remo o assunto.

–É servida Gina? - perguntou Harry.

–Obrigada, mas comi antes de vir.

Depois do pequeno-almoço Harry levou Gina até um parque perto de casa.

–Este lugar é bonito e relaxante. - disse Gina quando se sentaram num banquinho que lá havia.

–Sim. Por vezes venho aqui para pensar. - confessou Harry.

–Harry o que será que Dumbledore quer falar com você? - perguntou Gina de repente.

–Sinceramente não sei, mas não estou com um bom pressentimento. - admitiu o garoto.

–Ainda não me esqueci que Lupin anda a treinar você. Quero que ele me treine também. Gostaria de aprender mas sobre DCAT e feitiços. A guerra está a aproximar-se e eu quero estar preparada como você. Se Lupin não me treinar eu quero que me treine você. - falou Gina.

–Não se preocupe. Remo vai treinar você. Vai ficar tão boa quanto eu ou melhor. - disse Harry sorrindo.

–Eu já sou melhor que você. - falou Gina na brincadeira.

–Vamos testar então. O último a chegar a casa põe a mesa sozinho. - gritou Harry começando a correr.

–Gina foi atrás dele e ambos chegaram a casa num instante.

–Parece que ganhei. - falou Gina.

–Não valeu, você fingiu que caiu e se magoou e deixou-me preocupado. - resmungou Harry.

–Quem diria que Harry Potter se preocupa com a ruiva aqui. - Gina tirou sarro.

–Vejo que já chegaram. - interrompeu Lupin quando os viu ao pé da porta – Se não tiverem nada a fazer podiamos treinar duelos. O que me dizem? Quem perder faz o almoço.

–Por mim tudo bem! - responderam Harry e Gina ao mesmo tempo.

Os três dirigiram-se à sala, Harry retirou o tapete do chão e Lupin murmurou:

–Speciallis Revelio.

Apareceu um alçapão que Lupin abriu.

–Vamos descer. - anunciou.

Os três desceram e Harry falou:

–Aqui é onde Remo passa as noites de lua cheia e é também a nossa sala de treinamentos. - disse Harry - Aviso desde já que não vou pegar leve com você.

–Eu também não, pode ficar descançado. - retucou Gina.

–Muito bem garotos vamos começar. Cada um numa ponta e quando disser podem começar. - Anunciou Lupin. - E já podem!

–Expelliarmus! – gritou Harry.

–Estupefaça! - devolveu Gina.

–Incarcerous!

Gina desviou-se e gritou:

–Petrificus Totalus!

–Rictumsempra! - gritou Harry.

O feitiço atingiu Gina que viu as suas pernas começarem a dançar.

–Você vai pagar por isso Potter! Finite Incantatem. - disse parando de dançar – Flipendo!

Gina gritou o nome do feitiço ao mesmo tempo que Harry gritou “Petrificus Totalus” o que fez com que ambos caissem de costas. Harry que tinha sido atingido por um Flipendo caiu ainda com mais brutalidade.

–Vocês estão bem? - perguntou Lupin preocupado quando ambos embateram no chão.

–Comigo está tudo. - respondeu Gina levantando-se com um pouco de dificuldade. Como ambos os feitiços colidiram o feitiço de Harry o único efeito que teve em Gina foi te-la feito voar uns metros e embater no chão, não conseguiu paralizá-la.

–Harry? - chamou Lupin quando não obteve nenhuma resposta do garoto.

–Um pouco dorido. Se não voltar a duelar com Gina, talvez sobreviva. - respondeu Harry levantando-se com a ajuda de Lupin.

–Isso é você a admitir que eu sou melhor que o grande Harry Potter? - perguntou Gina brincando. Não era sempre que ouvia algo assim.

–Digamos que você é um osso duro de roer. - falou o garoto e vendo que a garota não percebeu a expressão completou – Quero dizer que você é dificil. Quem duelar com você vai estar em sérias dificuldades porque você é forte.

–Vou levar isso como um elogio. - falou a garota.

Os três subiram para a sala onde Lupin ocultou novamente o alçapão e foram para a cozinha.

Harry fez o almoço com Lupin enquanto Gina pôs a mesa e depois de almoçarem foram para a sala conversar.

–Lupin, você disse que o professor Dumbledore vinha nos visitar. A que horas ele vem? - perguntou Harry.

–Agora mesmo. - respondeu Dumbledore aparecendo na sala. - Boa tarde meus senhores - cumprimentou e vendo a jovem Weasley presente completou – e senhorita.

–Bom dia. - responderam os outros três em coro.

–Eu vim aqui hoje porque tenho um asssunto muito sério para falar com você Harry. É sobre Voldemort. - disse Dumbledore.

–Acho que esta conversa é só com você, eu vou para o jardim. - Gina disse, levantando-se.

–Fique. - pediu Harry puxando-a pelo braço, fazendo com que a garota sentar-se ao seu lado.

–Muito bem. O que eu quero falar com você diz respeito a Voldemort e chama-se Horcruxe. - disse o diretor de Hogwarts.

–O que são Horcruxes diretor? - perguntou Gina.

–Existem bruxos que procuram a imortalidade. Uma das opções para a obter é a partir da Pedra Filosofal que guarda o Elixir da Vida e pode transformar os objetos em ouro. Podemos dizer que a Pedra Filosofal é o caminho menos tenebroso, mas a pessoa fica dependente desse Elixir enquanto quiser viver como o Nicolau Flamel que descobriu o elixir. - começou Lupin.

–Isso já sabemos. A Pedra Filosofal foi destruída quando entrei para Hogwarts porque Voldemort tentou apoderar-se dela. - interrompeu Harry.

–Isso é verdade, no entanto essa não era a única maneira de atingir a imortalidade. Existe uma magia das Trevas, e arrisco a dizer uma das piores magias negras, que se chama Horcrux. Voldemort começou a pesquisar sobre essa magia aqui em Hogwarts e com algumas informações conseguiu fazer a sua primeira na escola. - continuou o Diretor – Uma Horcrux é um objeto que contém parte da alma de um bruxo. Quando um bruxo divide a sua alma em metade e a coloca num objeto, mesmo que seja atacado com o pior dos feitiços ele não morre.

–Mas isso é contrariar as leis da Vida e da Morte. - falou Gina – Se mesmo com a pior das maldições o bruxo não morre podemos concluir que foi o que aconteceu com Voldemort.

–A senhorita Weasley tem razão. - confirmou o Diretor – Contudo o objeto que vai guardar o pedaço de alma tem de ter propriedades mágicas e tem de ser bem protegido. Se o objeto for destruido, a parte da alma nele contida também é.

–Professor, o que é preciso para fazer uma Horcrux? - perguntou Harry.

–É preciso romper a alma. Por outras palavras, matar alguém. - respondeu Lupin.

–Mas há um preço a pagar. Quando se divide a alma esta fica instável e só existe uma maneira apesar de muito dolorosa para voltar a juntar a alma que é o remorço. - continuou Dumbledore. - Voldemort não criou apenas 1 Horcrux e sim 7 que é considerado um número poderoso o que fez com que a sua alma ficasse muito instável e ele adquirisse características pouco humanas. A Horcrux pode ser um animal apesar de pouco recomendável e mais dificil pois teria de estar sempre a protege-lo e é uma criatura viva com alma própria.

–Há alguma maneira de destruir as Horcruxes?- perguntou o garoto.

–Destruir algo tão forte em Magia Negra como isto não é fácil e como Voldemort foi o único até agora que criou 1 e não morreu ainda não sabemos sobre como destrui-las. A Horcrux é o oposto do ser humano - conclui Dumbledore.

–Como assim professor? - perguntou Harry não entendendo a última frase do professor.

–Enquanto o fragmento da alma é dependente do objeto para sobreviver, o nosso corpo pode sofrer qualquer dano, mesmo que seja letal, que continua com a alma intacta. - falou Gina concluindo o raciocínio do diretor da escola.

–Isso mesmo. Agora sabemos que uma das Horcruxes foi destruída no seu primeiro ano senhorita Weasley, pelo senhor Potter. - falou Dumbledore.

–Como assim? - perguntou Lupin não sabendo desta parte.

–Claro! O diário de Tom Riddle. - gritou Gina. - Tom Riddle é Voldemort segundo Harry nos disse na altura, e ele me possuiu fazendo-me abrir a câmara secreta do Herdeiro de Sonserina. Quando Tom andava na escola, abriu a câmara secreta, libertou o basilisco que matou Murta. Indiretamente Tom matou uma pessoa, foi a primeira vez que rompeu a alma e criou a Horcrux.

–Ótimo raciocínio Gina. Está parecendo Hermione. - elogiou Lupin fazendo-a ficar corada.

–As outras Horcruxes são o anel do avô de Tom que eu já destruí, acredito que as outras sejam o Medalhão de Sonserina, a Taça de Lufa-Lufa, o diadema de Corvinal, a sua cobra Nagini – e falando mais baixo Dumbledore acrescentou – e você Harry.

–Como assim o Harry? Porque não me contou antes? - perguntou Lupin.

–Quando Voldemort tentou matar Harry, Lílian colocou-se à frente e recebeu a maldição morrendo, depois Voldemort lançou a maldição da morte à criança no quarto e esta ricocheteou e atingiu o próprio Lorde fazendo-o desaparecer. Como Voldemort já havia criado Horcruxes e matado Lílian, o frangmento da alma que vivia no corpo dele passou para a única coisa viva daquele lugar, ou seja, o pequeno Harry. - explicou Dumbledore.

–”Um deverá morrer pelas mãos do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver” eu não tenho necessariamente que o matar, qualquer um poderá faze-lo se destruirmos todas os pedaços de alma dele e ele próprio me matar, depois alguém poderá faze-lo por mim. - falou Harry.

–Você não vai morrer. Não vou deixar. Já sofreu demasiado. Que amigo seria eu se deixasse o filho de meus melhores amigos morrer sem ter vivido e aproveitado a vida? - divagou Lupin.

–Harry terá de morrer pela mão de Voldemort, mas nada impede que ele volte. - disse Dumbledore enigmático deixando todos a pensar. Mas conhecendo o diretor ele não iria dizer significado da frase teriam de ser eles mesmos a descobrir por isso nada perguntaram.

–Vamos arranjar uma solução. - disse Gina confiante. - Professor, lembrei-me agora que o senhor disse que Harry e o senhor destruiram 2 Horcruxes, como?

–Eu não sei bem como se destroem as Horcruxes, mas suspeito que o veneno de basilisco seja uma das formas da sua destruição. Harry destruiu o diário com uma presa desse animal e eu destruí o anel com a espada de Grifinória. - explicou Dumbledore.

–Mas como... - Gina começou mas foi interrompida por Harry que respondeu à pergunta que a garota ia fazer:

–A espada de Grifinória. A lâmina feita pelos duendes absorve tudo o que a fortalece e ela absorveu o veneno quando matei o basilisco.

–Então temos de começar a procurar as Horcruxes o mais rápido possível e destruí-las com a espada de Grifinória. - falou Gina.

–Mas isso só acontecerá depois de voltarmos a Hogwarts. Vocês ainda têm muito a aprender e até as aulas começarem e mesmo depois, Lupin e eu iremos dar-lhes algumas aulas. Há coisas muito importantes que terão de saber que não se leciona em Hogwarts que vão dar jeito para o caminho que temos pela frente. - anunciou Dumbledore. - E antes que me esqueça Harry, eu gostaria que continuasse com a Armada Dumbledore, partilhasse os seus conhecimentos com os alunos que tem mais confiança porque algo me diz que a guerra vai chegar a Hogwarts.

–Preciso de falar com Rony e Hermione. Os dois, Gina, Luna e Neville vão ajudar-me nessa tarefa. - falou Harry.

–Só lhe peço que incluam Remo. Ele será novamente o vosso professor de DCAT, assim quando precisarem Remo irá lhes ajudar. - revelou o Diretor.

–Parece que Hogwarts vai ter um professor de DCAT competente e mais uma vez será Lupin. - alegrou-se Gina.

–Vou ter em conta como um elogio. - riu-se Remo.

Os quatro continuaram a conversar até durante o resto da tarde a combinar quais os assuntos que seriam abordados até as aulas começarem e decidiram que Dumbledore abordaria assuntos relacionados com a Transfiguração, Lupin ficava com Poções e ambos ficariam com DCAT, Feitiços e Herbologia que como Dumbledore não poderia estar sempre presente as três últimas seriam abordadas na maioria por Lupin.

–Quando as aulas começarem, conciliaremos os vossos horários para continuarmos a ter estas aulas além da Armada, por isso lamento informar mas este ano será um pouco mais dificil pois vai exigir um pouco mais do vosso esforço. - disse o Diretor.

–Já que está tudo mais ao menos tratado vou fazer o jantar e vocês podem continuar a conversa ou treinar um pouco feitiços. - falou Remo.

Remo levantou-se e foi fazer o comer. Os outros três ficaram a conversar um pouco sobre o Mundo Bruxo optando por deixar um pouco de lado a conversa sobre Voldemort. Depois do jantar Alvo Dumbledore voltou para Hogwarts enquanto que o resto depois de arrumar a cozinha voltou para a sala ver TV.

Depois de algum tempo Remo pronunciou:

–Acho que me vou deitar. Já está ficando tarde. Não se demorem. Amanhã começamos cedo.

Dizendo isto retirou-se e foi para o quarto.

–Alguma vez viu um filme trouxa? - perguntou Harry à garota sentada ao lado dele.

–Não. - respondeu Gina.

–Gosta de suspense? Terror? - perguntou o garoto.

–Porquê, Potter? No que está a pensar? - Gina perguntou.

–Porque vamos ver um. Último destino. - revelou Harry.

O garoto colocou o filme no aparelho de vídeo e enquanto não começava falou:

–Vou fazer pipocas.

E dirigiu-se à cozinha. Preparou as pipocas e voltou para a sala com uma manta que tinha pego no seu quarto.

–Se espache que vai começar. - falou Gina vendo-o a entrar na sala.

O garoto sentou no sofá ao lado de Gina, passou a manta por cima dos dois, pois aquela noite estava um pouco fresca.

–Pipocas? - perguntou o garoto.

–Sim obrigada. - respondeu Gina. E começaram a ver o filme.

Depois de descutirem algumas vezes sobre o filme, quando este estava quase a acabar Harry notou que a garota estava quase a dormir.

–Venha comigo. Vou levar você pro meu quarto para dormir. Enquanto ficar cá dorme no meu quarto. Eu fico na sala. - anunciou Harry.

–Deixe só acabar de ver o filme, depois eu vou. - pediu Gina.

–Tudo bem. - concordou Harry.

Quando o filme terminou Gina tinha adormecido com a cabeça no ombro de Harry o garoto desligou a TV e pegou nela ao colo e levou-a até ao seu quarto deitando-a na sua cama.

Depois de depositá-la na sua cama quando se preparava para sair ouviu Gina pedir.

–Fique aqui um pouco até voltar a adormecer.

Harry sentou-se na cama ao lado de Gina que já estava deitada.

–Como você está depois de tudo o que descobriu hoje? - perguntou a garota.

–Honestamente nem eu tenho a certeza. A única coisa que sei é que a guerra está cada vez mais próxima e temos de começar a pensar o que vamos fazer para acabar com Voldemort e os comensais. Tenho um pressentimento ruim de que algo está para acontecer em breve. Mas não vamos falar sobre isso. Está na hora de dormir. Amanhã vamos treinar cedo. - falou Harry.

–Harry apenas não se esqueça que eu estou aqui para o que precisar. Todos estamos. Remo, Rony, Mione, mamãe toda a Ordem e seus amigos. - disse Gina.

Harry não respondeu, apenas viu Gina se virar de costas, fechar os olhos e dormir.

Ele ainda pensou em se levantar mas afastou essa ideia quando viu a garota dormir tranquila. Para ele já não restavam dúvidas de que gostava de Gina. Estes momentos em que tinha a companhia da garota eram bons, mas ele não conseguia tirar da cabeça de que ela era a irmazinha de seu melhor amigo. O que diria ele e os outros Weasleys se soubessem que ele gostava da caçula da família. Seria um exército de ruivos contra ele.

Talvez ainda pedisse conselhos a Remo. Afinal o maroto disse que eram eram parecidos com os pais de Harry na época da escola.

Harry continuava a velar o sonho da garota e sem dar conta adormeceu ao lado dela.