Harry Potter o Começo da Procura das Horcruxes escrita por Nalamin


Capítulo 4
Capítulo 4 – A Conversa


Notas iniciais do capítulo

Reescrita



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 O mundo não mágico e o mundo mágico não são muito diferentes. No vosso mundo existe um governo e vários departamentos como a Justiça, a Saúde, a Educação e vários outros. Existe um primeiro-ministro e os deputados que tomam conta dos assuntos do país. No mundo mágico também existe um governo a que chamamos Ministério da Magia, que também se encontra dividido em vários departamentos como o de Execução das Leis da Magia, de Acidentes e Catástrofes Mágicas, de Educação Mágica, entre outros. Temos um Ministro da Magia e os chefes de departamentos. - Começou por explicar Lupin.

— Existem várias escolas da magia espalhadas pelo mundo. - Continuou o proessor. - No Reino Unido temos a Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts para onde vão as crianças a partir dos 11 anos de idade e que tenham manifestado magia durante a infância. O Ministro da Magia e o Primeiro-Ministro trouxa mantêm contacto para tratarem de assuntos importantes que influenciem ambos os governos. O Ministro trouxa tem inclusive alguns seguranças bruxos e apenas os trouxas com altos cargos, importantes e confiáveis é que mantêm conhecimento do Mundo Mágico.

— Até parece que não é muito diferente de nós. Mas vocês são um bando de esquisitos mesmo. Não se sabe o que esperar de gente como a sua. - Disparou o Vernon.

— Tio deixe continuar, por favor. - Apelou Harry.

— Continuando. - disse Lupin não dando tempo para a resposta que o tio de Harry tinha na ponta da língua – Como todos sabemos nem todas as pessoas são do bem. Existem bruxos das trevas. Vocês têm a polícia para prender os bandidos, nós temos os aurores para prender os bruxos das trevas. Os aurores são bruxos experientes em feitiços, poções, transformações e outras áreas que lutam contra as trevas e possuem um departamento no Ministério.

— Então quer dizer que além de um bando de anormais, também existem anormais…como disse…das trevas? - zoou o tio.

— Eu já lhe disse que não somos anormais! - explodiu Harry – Quando você vai entender que se não fossemos nós, vocês poderiam muito bem não estar aqui hoje?

— Você não tem o direito de falar assim comigo garoto. - vociferou o tio – Veja se mostra algum respeito por quem o aturou estes anos todos.

— Porque vou mostrar respeito ao senhor se nem mesmo vocês têm respeito por mim? - retrucou o rapaz irritado.

— CHEGA! - gritou Petúnia – Não vão a lado nenhum com essa discussão, continue senhor Lupin. - pediu curiosa.

— Obrigado. Onde estávamos? - pensou Remus – Ah! Tal como disse existem bruxos das trevas, uns piores que outros.  Agora a história que eu vou contar é muito importante e peço que prestem atenção. - pediu.

— Fale logo, que eu não tenho o dia todo! - resmungou Vernon.

— Em 1938 um rapaz chamado Tom Marvolo Riddle ingressou na famosa Hogwarts e foi selecionado para a Slytherin. Hogwarts foi fundada há vários séculos por quatro grandes bruxos: Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw, Godric Gryffindor e Salazar Slytherin e é constituída por quatro casas que possuem o sobrenome de cada fundador. - Começou por explicar o professor. - Tom foi encontrado num orfanato por Albus Dumbledore, que na altura era professor de Transfiguração e diretor da Casa Gryffindor e que é atualmente o diretor de Hogwarts. A mãe de Tom era uma bruxa, descendente de Salazar Slytherin, que morreu pouco depois de dar à luz, e o seu pai era um trouxa que abandonou a sua mãe antes dele nascer. Tom era um excelente aluno que descobriu a sua poderosa ascendência e começou a aprofundar o seu conhecimento em artes das trevas. Quando terminou os estudos em Hogwarts, já possuía alguns seguidores que o tratavam pelo nome Voldemort.

— E o que é que essa história nos interessa? Porque raios queremos saber da vida de um garoto que é uma aberração que nem sequer conhecemos? - disparou Vernon.

— Por favor tio, deixe acabar a história e depois pode criticar! – pediu Harry.

— Anos mais tarde, Voldemort tornou-se no mais poderoso bruxo das trevas e temido por todos, exceto por Dumbledore. Ele espalhava o terror por todo o lado e o seu desejo era eliminar todos os nascidos-trouxas e os trouxas e dominar o mundo. Dumbledore criou a Ordem da Fénix para detê-lo quando já era diretor de Hogwarts. Durante esse reinado de terror chamado de Primeira Guerra Bruxa, iniciada em 1970, James e Lily formaram-se em Hogwarts, mais precisamente em 1978, casaram-se e entraram na Ordem junto comigo e Sirius. – quando Lupin disse o nome de Sirius, Harry notou no seu olhar de dor – Dois anos depois, Lily engravidou de Harry e pouco depois descobriu-se uma profecia que falava de uma criança que poderia derrotar Voldemort.

— A criança dessa profecia poderia ser eu ou Neville e quando nasci os meus pais esconderam-se para me proteger. Quando Voldemort descobriu a profecia começou a caçá-los e tal como dizia a mesma, ele acabou por me escolher como seu inimigo. Os meus pais confiaram na pessoa errada e quando eu tinha apenas um ano de idade, Voldemort descobriu a localização do esconderijo onde estávamos escondidos e foi lá pessoalmente para me matar – continuou Harry.

— Ele matou James enquanto o mesmo tentava atrasá-lo para que Lily  fugisse com Harry. Quando chegou ao quarto de Harry, Voldemort tentou matá-lo, mas Lily colocou-se à frente do feitiço e quando se sacrificou pelo filho criou uma proteção antiga com o seu amor impedindo que algum mal tocasse em Harry. Quando Voldemort lançou um feitiço para matar o pequeno, o mesmo ricocheteou e acabou por matar o bruxo das trevas deixando Harry com uma cicatriz. - concluiu Lupin.

— Quer dizer que a minha irmã foi morta por um lunático que acreditava que o filho dela o mataria no futuro? – perguntou Petúnia com algumas lágrimas que ameaçavam cair.

Petúnia sempre gostou da irmã e quando ela descobriu que era uma bruxa e foi para Hogwarts ficou com inveja que anos mais tarde acabou por afastá-las. A última vez que se viram foi no batizado de Harry, quando apareceu no final da cerimónia e discutiu com ela e nunca mais se viram.

Quando Harry lhe apareceu à porta ficou surpresa. Ela via nos olhos dele a sua irmã e todas as lembranças e remorsos passavam por sua cabeça, por isso, para tentar esquecer o passado, Petúnia tratava mal o sobrinho e isso era algo do qual agora se arrependia.

— Sim. - respondeu Lupin – Na altura, Dumbledore julgou que Sirius  havia traído James e Lily, mas na verdade o traidor era Peter Pettigrew que contou para Voldemort a localização do esconderijo e quando confrontador por Sirius, simulou a própria morte para escapar. Peter foi dado como morto, Sirius estava preso em Azkaban, a prisão bruxa do Reino Unido, e eu não estava por perto devido a uma condição de saúde. Dumbledore deixou Harry à vossa porta, pois o feitiço de Lily apenas resultaria se Harry vivesse com alguém que compartilhasse do sangue de sua mãe e numa casa à qual pudesse chamar de lar.

— Dez anos depois, quando fui para Hogwarts, reencontrei Voldemort. - continuou Harry – Na verdade todos os anos em Hogwarts encontrei ele, exceto no 2º ano, e ele sempre me tentou matar. Mas com a ajuda dos meus amigos consegui escapar. Se não fosse por eles estaria morto.

— Quer dizer que nós já nos podíamos ter livrado de você à muito tempo? - perguntou Vernon – O que fiz de mal para você não ter morrido e eu ter-me livrado de você.

— Não fale assim com ele! - repreendeu-o Petúnia deixando todos os presentes pasmos com a sua reação. - Ele é meu sobrinho. - e virando-se para Harry continuou – Harry, me desculpe por não o ter tratado bem todos estes anos. Mas eu adorava minha irmã apesar da inveja de ela ser bruxa e da última vez que nos vimos tivemos uma discussão. Quando o encontrei bebé na minha porta e soube que ela tinha morrido, eu odiei-me. Culpava-me porque a nossa última conversa foi uma discussão e sempre que olhava para os seus olhos, eu via-a e lembrava de tudo e não aguentava. A única maneira para amenizar a minha dor era tratando-te mal. Por favor perdoa-me!

Harry não sabia o que fazer. Ele sempre pensou que a tia o odiava por ser um bruxo e saber agora disto abalou-o um pouco. O que iria fazer agora? Pensou e depois levantou-se e foi em direção à tia que se levantou confusa e abraçou-a.

— Tudo bem. Eu perdoo- foi tudo o que Harry lhe disse.

— O que vos contei foi para alertar do perigo que correm por serem família de Harry. Agora que sabem o que acontece no mundo mágico, peço que, se virem algo suspeito, venham imediatamente para casa. Vai estar sempre um auror a vigiar-vos. Agora se não se importam, eu gostaria de falar com Harry. - pediu Lupin.

— Tudo bem. Estão à vontade. - disse Petúnia ainda emocionada.

— Vamos dar uma volta Harry. - disse Lupin levantando-se.

Ambos se dirigiram à porta, saíram de casa e foram caminhando para um parque que havia lá perto.

— Porque contou tudo? Porque veio cá hoje? - Harry começou a questionar.

— Dumbledore achou que já passava da hora de contar aos seus tios sobre Voldemort e também eu queria falar consigo. - respondeu Lupin – Porque não responde às cartas dos seus amigos? Eles estão preocupados. Todos estamos.

— Estou cansado de tudo isto. Que me digam que a culpa não é minha, que sabem o que estou a sentir, que tudo vai passar e todo esse blá blá blá. - respondeu Harry. - E trate-me por tu professor.

— Só se me tratares por Remus ou Lupin. - o professor piscou o olho. - Harry, eu entendo. Perdeste o teu padrinho, mas isso não é razão para te isolares do mundo. - ambos se sentaram num banquinho que havia no parque – Eles são teus amigos e tentarão ajudár-te no que precisares. A tentar ultrapassar a dor. Todos nós perdemos Sirius. Não achas que estás a ser egoísta pensando apenas na tua dor?

— Para eles, Sirius era apenas um conhecido, para mim ele era meu padrinho, melhor amigo do meu pai desde a infância, a única pessoa que eu tinha perto de um pai. – irritou-se o garoto.

— Ele era o meu melhor amigo, o único ainda vivo. Como achas que eu estou a sentir-me? Conhecia Sirius desde Hogwarts, ele e James ajudaram-me com a minha condição. Eu também sento a perda dele. - disse Lupin. - Sei como te sentes. Eu sinto a mesma dor. Perdi os teus pais para Voldemort, Sirius para Bellatrix e Peter virou traidor. Os meus amigos estão todos mortos. Não te podes responsabilizar pela morte do teu padrinho. Ele morreu para te proteger. Ele fez a sua escolha e se soubesse do resultado dessa escolha e tivesse de a fazer novamente, podes ter a certeza que ele voltaria a fazer a mesma escolha se isso significasse salvar-te.

— Uma escolha que lhe custou a vida. - resmungou Harry. Lupin tinha razão. Ele estava a ser egoísta.

— Não estou aqui para te fazer sentir mal, mas tens de falar com alguém, não te pode isolar. - falou Lupin tristemente.

Harry não conseguia aguentar mais. Falar de Sirius ainda doía muito.

— Sinto tanta falta dele e dos meus pais. - desabafou chorando.

— Eu também Harry, eu também. - Lupin abraçou Harry carinhosamente enquanto algumas lágrimas escapavam dos seus olhos.

Remus sentia um grande carinho pelo garoto, afinal ele era filho e afilhado dos seus dois grandes amigos que já haviam morrido.

— Harry. - chamou o professor limpando as lágrimas, vendo o garoto fazendo o mesmo – Lily e James, poucos dias antes de falecerem, chamaram Sirius e eu a casa deles. Parecia que sabiam que a hora deles estava próxima, por isso queriam ter a certeza de que ficarias a salvo se algo acontecesse. Nos tempos de Hogwarts, Lily e eu aproximamo-nos muito, tínhamos muitas coisas em comum, éramos melhores amigos e fui eu que a ajudei a admitir o que ela sentia por James. – divagou – Voltando ao que falava antes, naquele dia ela chamou-se à parte e pediu-me que olhasse por ti caso algo acontecesse. Digamos que Sirius não é a pessoa mais responsável que ela conhecia e tinha receio do que poderia acontecer com vocês os dois sozinho. – riu-se.

— Não sabia disso. - confessou o garoto.

— Quando os teus pais morreram, tentei cumprir o prometido, mas não consegui porque Dumbledore não deixou que Sirius ficasse contigo e pouco depois ele foi preso por causa de Peter. Tentei pedir a Albus para ser o teu guardião. - confessou Remus – Queria que ficasses com alguém que conhecia bem os teus pais. Sabias que a tua 1ª palavra foi Emo? – questionou e sorriu ao lembrar-se dessa memória.

— Gostava de ver a cara do meu pai e de Sirius. – riu-se Harry tentando imaginar a cena.

— Foi hilária. – gargalhou o professor. - Continuando, Albus não me deixou e deixou-te com os Dursleys. Eu fiquei ainda mais deprimido na altura. Com a morte de James e Lily e a suposta traição de Sirius, eras como um filho pra mim e a única coisa que restava de meus melhores amigos. Todos os anos eu visitava-te no teu aniversário e deixava um presente. No final do dia era obrigado a apagar as vossas memórias. – desabafou.

Harry não podia acreditar no que ouvia. Ele estava um pouco em choque e emocionado. Sempre pensou que ninguém gostava dele e que estava sozinho, mas na verdade Lupin sempre esteve lá pra ele. Acompanhou o seu crescimento. Alguém importava-se com ele e saber de tudo isso agora era demais.

— Porque me deixaste com eles? - perguntou.

— Eu não podia fazer nada. Eu queria cuidar de ti, mas a tua segurança estava em jogo e a única maneira de estares seguro era morando com eles. Apesar de detestar a forma como te tratavam, o mais importante para mim era ver-te seguro. - respondeu o professor.

Harry não tinha palavras.

— Recentemente falei com Dumbledore. Tentei convencê-lo que estava mais do que na hora de saíres daquela casa onde ninguém te respeita e pedi-lhe para que viesses morar comigo. Não tenho muito dinheiro como James. Sirius também fez esta proposta, mas infelizmente não deu certo. - dizia Lupin nervoso - Entendo se não quiseres afinal não me conheces muito bem e agora já fizeste as pazes com tua tia, mas eu gostaria que viesses morar comigo.


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