Harry Potter o Começo da Procura das Horcruxes escrita por Nalamin


Capítulo 1
Capítulo 1 - Melancolia


Notas iniciais do capítulo

Reescrito



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Depressão. Melancolia. Letargia. Infelicidade. Mágoa.

Estava de braços apoiados no peitoril e cabeça no batente da janela. Quem olhasse, pensaria que observava o que acontecia lá fora, mas na realidade, não observava nada. Mergulhado em pensamentos, várias memórias passavam pela cabeça, encontrava-se perdido na própria dor.

Haviam passado algumas semanas, mas a culpa ainda o assolava. Perdera os pais em tenra idade, razão pela qual não possuía grandes lembranças e pela mesma razão crescera sendo odiado e maltratado pela família que lhe restara. Privado do amor de uma família, acreditara que estava fadado a uma vida medíocre, solitária, incompreendido. Era o que pensava até alguns anos atrás, quando descobriu que ainda tinha família. Um homem que inicialmente pensou que estaria à sua procura para o matar e que no final se revelou como sendo seu padrinho, a pessoa que os seus pais escolheram para amá-lo e protegê-lo se e quando eles não estivessem mais presentes, que não cumprira o seu papel por um mal entendido que ocorrera quando os seus pais faleceram.

Foi um dos dias mais felizes da sua vida, quando finalmente conhecera Sirius e toda a verdade sobre a sua condenação. Apesar do contratempo causado pela fuga de Pettigrew, Harry pode finalmente conhecer o que era ter uma família, uma figura paterna na qual se poderia espelhar. Mas essa alegria durou pouco tempo. O próprio causara a morte do padrinho, a única família que lhe restava. Como não se culpar por tal facto? Desobedeceu às regras, não fechou a mente como fora instruído a fazer. Porque não avisou ninguém? Porquê? Tantos porquês que agora não valiam a pena serem respondidos.

Por muito que queiramos e por muitas saudades que tenhamos, os mortos não podem ser ressuscitados, diria o Dumbledore, a morte é só mais uma aventura.

Inicialmente, Harry pensou em usar um vira-tempo para retornar ao momento que resultou na morte de Sirius, tal como ocorrera no seu terceiro ano. No entanto, como sempre Hermione chamara-o à razão, “Coisas terríveis podem acontecer com quem mexe no tempo”. Apesar da pouca convivência que tivera com o padrinho, os momentos passaram serão sempre das melhores lembranças que levará consigo pelo resto da sua vida. Sirius amara-o como se fosse seu filho e Harry amara o padrinho como um pai. Restava apenas honrar a memória do padrinho e garantir que a sua morte não fosse em vão. Iria deixá-lo orgulhoso pelas suas façanhas e se sobrevivesse à guerra e conseguisse finalmente derrotar Voldemort, formaria uma família e garantiria que as memórias do padrinho e dos seus pais não caíssem no esquecimento.

Uma forte tempestade começava a formar-se. Parecia que o tempo adivinhara o turbilhão de emoções que acontecia dentro de si.

Caminhou até ao único armário no quarto, retirou a mala que continha todas as coisas de Hogwarts e abriu-a pegando o pedaço de espelho que o padrinho lhe dera. A única coisa que lhe restava de Sirius.

A chuva começava a cair forte acompanhando as lágrimas do moreno. Não era justo ter perdido a pessoa que tivera mais perto de um pai. Seria novamente uma vida solitária. Teria de conviver com a culpa.

Após algum tempo, bicadas começaram a ser ouvidas.

Harry foi até à janela e abriu-a. A coruja voou até ao moreno que retirou o pedaço de pergaminho preso na pequena pata e abriu a gaiola de Edwiges, que se encontrava junto à janela, para que a pequena pudesse comer e descansar.

Sentou-se na cama abrindo o pedaço de pergaminho.

Harry,

Estamos todos preocupados contigo. Foram várias as cartas que te enviamos, mas às quais não tivemos resposta. Já faz muito tempo que não temos notícias tuas. A mãe sempre ameaça que se não tiver notícias brevemente aparata aí em casa para ver como estás.

Sirius não iria querer que te isolasses de nós. Sei como a perda dele te deixou devastado, mas não és o único que sofre com a perda dele. Ele também era nosso amigo, nós também sentimos a sua perda, mas tentamos apoiar-nos uns nos outros.

Hermione chegou à Toca faz alguns dias. A primeira coisa que fez foi perguntar por notícias tuas, já que também não respondes às cartas dela. Dizer que ela está furiosa com as tua falta de comunicação é pouco. Não quero estar na tua pele quando ela te vir.

Os integrantes da armada vez ou outra passam por cá para saber notícias tuas. Lupin e Tonks são a presença mais assídua cá em casa.

Gina tem andado estranha desde que chegamos. Vive trancada no quarto e apenas desce para as refeições. Tonks e Hermione são as únicas que por vezes conseguem tirá-la do quarto. Por mais que tentemos conversar com ela as suas respostas são sempre muito evasivas. Dona Molly não sabe o que fazer, nunca a vimos assim.

Harry, por favor, envia-nos alguma notícia para ficarmos mais descansados. Nós também sofremos com a morte de Sirius. Não estás sozinho.

           

Com saudade,

Ron

           

Harry abriu a última gaveta da mesinha e colocou a carta onde muitas outras jaziam. Desde que voltara para casa dos tios que recebia cartas dos seus amigos. Na primeira semana recebera três, nas duas seguintes recebia todos os dias até que perceberam que não teriam nenhuma resposta e passaram a enviar apenas duas.

Ele queria paz. Ele precisava de paz, de ficar sozinho longe de tudo o que o lembrava de Sirius.

Ninguém o compreendia. Ninguém sabia o que ele sentia. Ninguém imaginava aquilo que ele estava a passar. Ninguém tinha o direito de dizer que compreendia o que ele sentia nem que tudo ficaria bem. Isso era a mais pura das mentiras.

Estava tarde. Soltou Píchi que voltou para o seu dono novamente sem qualquer resposta. Pensaria mais tarde numa possível resposta que poderia enviar.

Era estranho como desde que chegara a casa dos tios, os mesmos ainda não o tivessem incomodado como nos outros anos. Antes pediria por isso, mas agora, ter algo que o obrigasse a ocupar a mente com algo que não fosse Sirius nem o mundo bruxo seria muito bem vindo.

Estava mentalmente cansado. Amanhã seria um novo dia. Vestiu o pijama, deitou-se na cama e adormeceu.


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