A Nova Face do Medo escrita por Jhonatan Veloso


Capítulo 2
Capítulo 02: Quarto Maldito


Notas iniciais do capítulo

Esse é o segundo capítulo da história de terror, acompanhe desde o início voltando para a página anterior e clicando no Capítulo 01: Criança Noturna e conheça o primeiro fantasma dessa empolgante história de horror.



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Paul acordou. Olhou para os lados e viu que Hilary ainda estava dormindo ou ao menos voltou a dormir, então, fechou os olhos novamente, queria tentar dormir mais uma vez, mas não conseguiu. As imagens, os sons que ele ouvira na noite anterior ainda pareciam ecoar com imagens horríveis girando em sua mente. Ele recordou-se da figura que passou pela frente do carro. Era um menino? Perguntou-se. Sim, era um menino, ou ao mínimo, tinha a forma de um menino. A face de longe, em meio à toda aquela escuridão, parecia brilhar de tão pálida. O corpo magro dava a impressão de que sequer existia, as roupas, bem, pareciam de uma criança normal. Calça e jaqueta jeans acompanhadas por um tênis esportivo. O que era aquilo... Pensou Paul ainda atormentado, então, ouviu um barulho.

Era Hilary. Ela sorriu. Ele levantou-se. Caminhou o máximo que pôde até perceber que não conseguiria alcançá-la, inclinou o pescoço e beijou-a na testa.

– Eu te amo... - Sussurrou.

Hilary não sabia como caminhar na casa, estava com medo, com muito medo. Qualquer barulho que escutava ela já pensava que fosse a "criança noturna" quem havia voltado para atacar novamente. Ela dirigiu-se até a pia para lavar a louça e então uma panela caiu no chão, fazendo seu coração quase sair pela boca. Ela abaixou-se para apanhar a panela, quando então sentiu o vento soprar em seu ouvido, fazendo todo seu corpo tremer. Lentamente, Hilary foi inclinando o pescoço para trás, até perceber que a porta do quintal estava aberta, ela foi até a mesma e fechou-a. Respirou fundo e então suspirou. Não conteve-se, chorou sem parar e desabou no chão encolhida entre a parede, a porta e a pia. As lágrimas escorreram por suas mãos quando ela tentou fazer parar.

– Porque comigo? Porque? - Gritou desesperadamente, mas foi interrompida por uma espécie de ruído. Ela olhou para a frente, então lembrou-se: haviam dois quartos na casa, um dela e de Paul, já o outro... Tecnicamente vazio.

Ela se dirigiu ao quarto enquanto escutava o som de alguma coisa sendo arrastada no chão, já eram cinco da tarde, o céu estava escurecendo e Paul ainda não havia chegado, o que estava começando a preocupar Hilary. Ela pousou a mão sobre a maçaneta. Uma parte dela gritava para que ela a girasse e abrisse a porta, a outra metade de Hilary clamava em silêncio que ela voltasse para trás, esquecendo que aquele quarto existia. Mas os barulhos de como se alguma espécie de móvel fosse arrastado no chão de madeira estavam começando a aumentar, aumentando assim também a curiosidade, ânsia e medo de Hilary, que, enfim, decidiu, e girou a maçaneta. Abriu lentamente a porta. E naquele exato momento... Os sons se fizeram silêncio e ela mais nada ouviu, em vez disso, tudo estava tão calmo e quieto que chegava a assustá-la mais ainda. Hilary caminhou na madeira, percebendo que aquele quarto era o único com o piso ainda de madeira. O som de seus passos chegava a assustá-la, até que ouviu uma espécie de ruído, vindo de debaixo de seus pés, seu coração estremeceu, mas ela não resistiu, hesitou, mas logo em seguida conseguiu olhar para baixo e ver o que havia provocado o ruído súbito. A madeira daquela parte estava velha, já rachada, mas não foi isso que lhe chamou exatamente a atenção. No chão do piso de madeiro estava escrito:

"dead"

Hilary abaixou-se para tocar a madeira, então sentiu que a palavra havia sido escrito não fazia muito tempo, seus dedos ficaram sujos de uma espécie de líquido vermelho, até Hilary cheirá-los e perceber que... A palavra havia sido escrita com sangue.

O coração de Hilary começou a bater rápido, e mais rápido e muito mais rápido, até ela ouvir o barulho de uma porta se fechando atrás dela. Quando Hilary voltou o pescoço para trás e levantou-se, já era tarde demais: a porta do quarto havia se fechado. Sua única opção foi gritar desesperadamente, com medo do que poderia e estava prestes a acontecer. Depois de algum tempo, quase rouca, Hilary descansou a voz. Olhou para os lados: tudo estava escuro demais para o normal. Havia faltado energia? Isso ela náo sabia responder.

De repente, a luz que era a única forma de iluminação do quarto começou a piscar, e, à frente de Hilary, ela pôde ver que não estava sozinha. Havia uma mulher à mais ou menos dois metros de distância dela.

– Socorro! - Hilary voltou a gritar e correndo em direção à porta, começou a batê-la e chutá-la desesperadamente. Ela repetiu a palavra "socorro" uma dúzia de vezes enquanto gritava feito louca.

Logo a porta se abriu, libertando-a da maldita escuridão quase fantasma.

Quando Paul chegou, Hilary o explicou tudo o que havia acontecido, ele pensou, e não podia negar isso, em fugir mais uma vez, mas logo se lembrou do que a Criança Noturna havia dito à Hilary, em vez de falar algo, abraçou a namorada, em forma de carinho, oferecendo-lhe proteção. Não sabia ao certo o que faria dali por diante, só que queria estar ao lado dela e se demônios ou fantasmas aparecessem, que os matassem, mas não os separassem um do outro jamais...

Hilary acordou no meio da noite, percebendo que estava sozinha na cama, levantou-se e saiu à procura de Paul. Ele estava no banheiro, nu, tomando um banho no meio da madrugada. Ela entrou na ducha com ele e lá fizeram amor, mas quando Hilary pisou fora do banheiro, ela e Paul começaram a ouvir vozes, vozes que pareciam ser pronunciadas em outra língua desconhecida por eles dois. Foram imediatamente ao quarto onde se vestiram e foram para o quarto ao lado, temendo que o pior pudesse acontecer.

– Pronta? - Perguntou Paul segurando a maçaneta do outro quarto, pronto para abrir. Hilary assentiu, mas havia mentido, seu pulso indicava que ela não estava pronta, seu coração estava à mil por hora, mas ela queria acabar com aquilo naquele exato momento. Paul girou a maçaneta, abrindo a porta.

Hilary gritou ao ver uma mulher magra, nua, de cabelos negros feito a própria escuridão da madrugada, porém, com uma espécie de luz que lhe cobria os seios. E, acima de tudo, o que mais espantou Hilary... Foi que a mulher... Flutuava.

Ela girou o pescoço sem mover o corpo até fitar seus olhos, que eram como órbitas brancas que pareciam hipnotizar quem olhasse para dentro do mesmos, neles dois. Hilary gritou novamente e Paul falou:

– O. Que. É. Você?

– Wanita. - Respondeu o monstro, contorcendo as pernas e braços até se inverterem, ficando as pernas cruzadas para cima como se fossem os braços enquanto os braços estavam quebrados para baixo, dando a aparência de que fossem as pernas da coisa. O monstro abriu a boca, não para sorrir, mas sim para mostrar seus dentes e sua boca nada conservada. Ele, ou ela, falara em outra língua. Wanita significava A Mulher na língua Javanês. A coisa estava de quatro de uma forma grotescamente aterrorizante e começou a engatinhar até alcançar Hilary e Paul, que saltaram para trás de tanto medo. O monstro arregalou seus olhos de cristais e voltou a sua forma de antes: uma mulher de cabelos negros e nua. Ela os fitou. Riu. Antes de estender o braço, invocando uma força demoníaca para arrebentar a porta do quarto jogando-a contra Hilary que caiu ao chão, talvez, para nunca mais acordar...

***


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Notas finais do capítulo

Continua em: Capítulo 3: Os Três Demônios, Os Três Matadores.



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