Miss Direction escrita por Ninhu


Capítulo 2
The problem.




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Ainda em uma escola qualquer em New York, 26 de setembro de 2014.
No semestre seguinte e no intervalo enquanto Roger comia seu hambúrguer de bacon e Yamma estava de cabeça baixa.

—Yamma.- Roger falando enquanto mastiga.- as provas são semana que vem, como vai ser?

Yamma vira a cabeça para falar ainda deitado.- Espero que isso que eu tenha sentido no cabelo não seja um pedaço desse hambúrguer.- Yamma percebe um breve silencio, e um dedo puxando algo do cabelo e levanta batendo com as duas mãos em cima da mesa.- Porra! Você é foda.- pega o pedaço do cabelo e taca nele acertando o hambúrguer.

—Eca! Agora não vou mais comer.

—Problema é seu. O que você queria saber mesmo? - Diz Yamma abaixando a cabeça de novo enquanto Roger coloca o hambúrguer na mesa com nojo.

—Como iriam ficar as provas... - Limpa a mão e pega seu refrigerante, única coisa que sobrou pra alimenta-lo.

— Ahh... Vamos precisar vir e fazer a prova, pois precisamos que coloquem a nota no sistema e mais importante precisamos assinar a ficha de presença, sem ela, podem nos descobrir.

—Que saco, no final ainda temos que vir fazer a prova?- Roger demonstra insatisfação.

—Sim, cara. Não reclama. Pra mudar a nota precisamos que tenha nota pra mudar antes que imprimam o boletim. Como o boletim é impresso na hora pela diretora e entregue aos pais não tem problema.

—Mas nas provas seguintes, quando um professor for por a nota ele não vai perceber a que a gente mudou?-
Yamma levanta a cabeça cruzando os braços e encostando na cadeira.- Eu preciso mesmo te explicar tudo? Não pensa em nada não?

—Deixa de ser chato, se você já pensou eu não preciso, só me contar.

—E eu que sou chato né? Puff... eles entregam a prova depois de passar a nota pro diário, eles têm muitos alunos pra ficarem se lembrando. Se repararem, no máximo sera um erro de computação, e se corrigirem podemos simplesmente mudar na ultima prova que eles continuam sem ver o boletim depois.- Yamma repara Roger se virando pra outro lugar.

— Não entendi muito bem, mas parece que não tem problema então.

Yamma com raiva empurra a mesa em cima dele.- Seu maldito, para de olhar as minas passando e presta atenção.
Roger machuca o dedo e empurra a mesa de volta e Yamma levanta o braço e deixa a mesa bater no braço da cadeira sem acerta-lo. Taylor e Langford sentam á mesa com eles e eles param de implicar um com o outro.

—Ué!? Já desceram? - Pergunta Roger esfregando os dedos por causa da dor.

—Sim, Sim. Já está na hora do intervalo do ensino médio.- Responde Taylor.

—Então é melhor a gente subir, Roger. O nosso deve ter acabado e nem vimos. Comenta Yamma.

—Alias.-Langford pergunta- Vocês são de que série?

—Da 9º série. Ano que vem a gente tem o intervalo junto. Diz Yamma.- E vocês, já sabem como vai ficar o esquema das provas?

—Não é meio obvio?- Pergunta Taylor.

—Acho que sim.- Acrescenta Langford.
Yamma olha pra cara de Roger com aquele seu sorriso de bom argumento, que ainda puto com o dedo machucado se levanta pra ir embora falando.- Ah, vai pra merda, Yamma.- Yamma levanta rindo e seguindo ele pra sala.
Enquanto Taylor tira um baralho do bolso e começa a embaralhar de maneiras estranhas e Langford comenta. - Vai entender esses dois...

—Nem tente. Nem eles entendem.

—Hahaha, duvido nada.

Na semana seguinte das provas e da entrega de boletim, depois de Yamma aguentar Roger rindo do professor que dizia que ele e Yamma tinham que se esforçarem mais na próxima prova, por terem tirado notas muito baixas, eles haviam combinado de irem a lanchonete após a aula. Na saída eles vêem todos murmurando e sem se importar, eles vão na direção da saída, quando veem seu antigo professor bêbado perto da entrada com uma garrafa, Adrian. Roger e Yamma param na mesma hora.

—Ei, Yamma. To com mal pressentimento.

— Queria eu estar com mal pressentimento... Acho que estamos é na merda. -Yamma percebe que ele os viu, e viu seu sorriso malicioso.

— Vamos andando pra lanchonete e fingindo que não o vimos.- Diz Roger empurrando Yamma pelas costas. Logo após saírem e virarem a esquina, viram Adrian seguindo eles bebendo a garrafa que estava tampada com um saco marrom de supermercado.-Já tenho raiva dele, ele ainda ta querendo me dar motivo...

—Calma, Roger. Vamos pra lanchonete mesmo se ele tiver algo pra falar, lá vai ser o melhor lugar pra discutir mesmo.

—Tá, tá. Mas se ele abusar eu como ele.

—Nem querendo, quero continuar a ser seu amigo.
Roger da um tapa na parte de trás da cabeça de Yamma.- Não literalmente, retardado.

Já na lanchonete e depois de fazerem seus pedidos eles veem Adrian entrando e indo na direção deles cambaleando. Adrian chegou a esbarrar na garçonete que quase caiu enquanto saia da mesa dos meninos. Ele senta se jogando, seu corpo vai até a cadeira ao lado e ele levanta o corpo de volta dando um sorriso.- Opa.- Roger começa a fechar os olhos de raiva tentando entender qual era a dele. - E então meninos? Como vão?

—Corta essa seu bêbado.- Diz Roger de braços cruzados na cadeira.- Qual a sua?

—Continua muito delicado, Roger. - Adrian coloca a garrafa em cima da mesa com tanta força que fez até Yamma pensar que poderia ter quebrado o fundo, e decidiu ser direto para se livrar dele logo.

—Vá direto ao ponto, Adrian.- Fala Yamma enquanto cruza os braços em cima da mesa pra se deitar apoiando o queixo enquanto o encara.

—Então...- Adrian começa a circular o indicador direito na mesa.- fiquei sabendo que vocês tiveram boas notas nesse boletim... O Yamma é normal, mas o Roger? Pra quem perguntou sobre as provas, não me parece que ele seja dedicado... - continua circulando o dedo fazendo cara de sonso.

—Ah, seu adotado.- Diz Roger se levantando e é puxado pelo Yamma e repara que ele ainda está encarando o Adrian ainda sério.

—E o que você quer, Adrian?- Yamma repara o sorriso que Adrian faz depois de dizer isso.

—Eu tenho uma novidade pra vocês, eu fui expulso da escola e...- Adrian olha os dois com a cabeça pro lado como se fossem cachorros tentando entender algo e se interrompe- O que foi?
Roger fez questão de falar na frente.- Ué!? não entendi...

—Mas o que você não entendeu? Que eu fui expulso?

—Não, a novidade.- Os dois piscaram duas vezes na mesma hora fazendo cara de confusos.

—Não banquem os engraçadinhos, hahaha, a novidade é que sem trabalho eu não posso pagar o meu aluguel.
—Só me faltava essa...- Roger esfrega a cara na mão.

—Quanto você quer?- Pergunta Yamma.

—Quero mil dólares.

—Seu filho da pu- Roger é puxado pra cadeira, pelo Yamma, de novo enquanto levanta.

—Em quanto tempo?- Yamma não mudava sua expressão, era a mesma desde o inicio, a mesma que Roger não conhecia.

— Preciso pagar em duas semanas, então... façam as contas.

—Eu sei contar, agora pode se retirar.- Adrian sabia que Yamma era sério, apenas deu dois tapinhas em cima da mesa, se levantou e saiu andando, chegando na porta ouve Roger gritando.

—Sua garrafa seu bêbado de orfanato.- E joga a garrafa nele, Adrian se joga pra agarrar a garrafa e cai no chão. E Roger fica rindo.

—Roger, se ele aumentar o preço você vai pagar o aumento.
—Merda.- Roger levanta correndo pra ir ajudar o Adrian pedindo desculpas. Yamma coloca a cabeça na mesa, por baixo dos braços.

***

Em uma parte isolada da escola no horário da saída no dia seguinte, de baixo de uma árvore, conversavam Taylor, Langford, Yamma e Roger.
—Mas o que??- Taylor assustado.- Não tem como a gente juntar esse dinheiro todo, eu tenho no máximo 100 dólares.

—Eu também só poderia dar 100...- Diz langford.

—Sim, sim.- Confirma Yamma.- Acho que também não é problema pra gente.

—Fale por você. - Diz Roger.

—Deixa de ser mão de vaca que eu sei que você tem, Roger.- Retruca Yamma.- O problema são os 600. Alguém tem alguma ideia? - Diz abrindo os braços.

De braços cruzados, Langford olha pro chão.- Nadinha.
Taylor põe as mãos no bolso se espreguiçando, como se estivesse forçando o cérebro.- Idem. Pelo menos não agora.

— Tudo bem.- Compreende Yamma.- A gente vai pensando até amanha e a gente se encontra aqui.

— Beleza- Todos se cumprimentam como Roger e Yamma, tocando socos e vão embora.
Yammamoto estava em sua cama, deitado encarando o teto enquanto pensava em sair no dia seguinte procurando um emprego temporário, com a cabeça em cima das mão, quando ouve pedras pequenas batendo na sua janela e vai até ela.

—Porra, Roger. Já são 8:30 p.m. o que você quer aqui?

—Põe a roupa, preciso te amostrar uma coisa.

—Já estou de pijama e pensando naquele problema.

— Que problema, Amano Yammamoto !?!? - Grita a mãe de Yamma do primeiro andar na sala.

—Matemática, mãe, matemática...- Olha de cara feia pro Roger.- Espera ai.
Já saindo do portão de casa, que era um portão que vinha até um pouco depois da cintura, um pouco menos só que o muro que cercava a casa. - O que você quer?

—Vem comigo. Tenho a solução.

—Você?

—Se falar assim de novo vou dar um tapa na sua cabeça.

—Tá, foi mal. Só me mostra.- e então Yamma seguiu Roger até uma loja de conveniência que pararam de frente para ela, a uns 20 metros.- hã? Qual a solução?
—Vamos assaltar essa loja.- Diz Roger levantando o braço na direção dela.
Yamma intuitivamente fala.- Você?- E leva um tapa forte na cabeça.- Merda, pensei que você não ia entender.- Leva outro tapa.- Tá, tá. Parei. Mas como assim assaltar? Você está louco?

—Não, minha mãe me pediu pra comprar algo que faltava para janta, eu entrei pensando em pegar alguma barra de chocolate e não vi nenhuma câmera. Basta a gente arrumar um jeito de pegar o dinheiro.

—Você só serve pra pensar quando não presta em.-Yamma leva outro tapa- SEU FILHO DA PUTA, para de me bater.- Yamma chamou atenção de pelo menos 5 pessoas na rua, incluindo um casal que deu passos rápidos tampando o ouvido da filha criança.

—Você pede.- Diz Roger rindo da menininha do casal.- Mas o que acha?

—Não sei, amanha a gente vê isso em grupo.- Yamma fala fazendo pouco caso, deixando Roger irritado.

—Chatão você ein. Ta bom, amanha falo com eles.

***

—Eu topo.- Diz Langford.

—Eu idem.- Taylor

—MAS O QUE?- grita Yamma e logo apos leva outro tapa de Roger.

—Para de gritar, porra.

—Eu juro que se você me bater mais uma vez até a gente pagar Andrian, eu abaixo sua nota seu adotado.-Fala Yamma com raiva.- Mas e vocês? Por que toparam assim fácil?

—Ele disse que não tem câmeras, realmente só basta arrumar um jeito de pegar sem ninguém perceber.- Explica Taylor.- Fizemos o mesmo com a escola.
Langford levanta a mão.- Eu porque não to afim de trabalhar mesmo.
Roger põe a mão no ombro de Yamma para ele olha-lo.- Você me disse, só vai dar certo se você se jogar.
Yamma aceita e joga a cabeça pra baixo.- Ok, ok...- Senta no chão.- Então vamos, sentem e vamos pensar.- E todos sentam formando um circulo.

—O que precisamos?- Pergunta Taylor com os dedos cruzados e apoiando o braço nos joelhos.

—Primeiro, cada um vai faltar um dia por uma semana e ficar vigiando, levem um caderno e anotem se for necessário. Anotem tudo o que o balconista faz e tentem achar um padrão.- Yamma faz uma pausa pra pensar e vê todos prestando atenção nele, que era o que ele gostava.- Segundo, tentem frequentar pelo menos uma vez a loja, se for duas mudem a roupa, levem celular pra filmar,mas aprendam sobre lá dentro e conheçam. Hoje é terça, temos até a terça que vem para encontrar algum jeito.

—Eu começo amanha.- Roger se convida.

—Mas você já matou aula a quarta passada.- Lembra Langford. Roger o encara...- Ah, sim. A gente pode mudar suas faltas, esqueci. hehe.

—Tá, a princípio está de boa.- Diz Taylor.

—Sim, e tentem pensar em algo, algum plano ou jeito enquanto isso.- Yamma se levanta.- Amanha a gente decide apenas quem vai no dia seguinte e na terça que vem a gente mata aula na lanchonete para discutir, tudo bem por vocês?- Pergunta Yamma tirando a sujeira do chão da bunda.

—Beleza.- Langford

—Idem.- Taylor.

—Yeah.- fala Roger com excitação e um sorriso malandro no rosto.

***

Sexta feira da semana seguinte, em uma loja de conveniência as 22:00 p.m. o balconista lê seu jornal reclamando por não ter lido de manha e ter sido obrigado a aceitar o jornal de um jovem que passou lá mais cedo. Entram um casal de jovens com uma menininha, pegam um carrinho e andam pela loja pegando compras básicas. 5 minutos depois entra um outro jovem com uma mochila, pega um biscoito e vai para o balcão.

—Boa noite, Quanto fica?- Diz Langford entregando o biscoito ao balconista.

—1 Dollar e 50 Cent.

—Aqui, senhor.- Diz langford entregando o dinheiro. O balconista abre o caixa e é atrapalhado pela menininha do casal.

—Moço, to perdida.- A menina faz cara de choro. Colocando a mão na cabeça dela e se abaixando.

—Fica calma, menininha, seu pais estão ali.

—Tô com medo de ir, me leva?

—To ocupado atendendo o menino, pode esperar?

—Tudo bem senhor, pôde leva-la, feche o caixa e eu espero voltar.- Diz Langford. A menininha agarrou no pescoço do balconista que levantou com ela junto, e a segurou no colo.

—Casal!?- Grita o balconista mas eles não escutam.- Ai droga, você não se incomoda mesmo de esperar?- Pergunta a Langford.

—Ele já disse que não.- Diz a menininha com raiva e com os olhos lacrimejando. Ela fecha o caixa.- Vamos.- e Cruza os braços pro balconista fazendo bico.

—hahaha, que gracinha. Vai, eu estou sem pressa.- Diz Langford.
Então indo até o casal ele repara que a menina acompanhada do menino estava dando gritinhos e eles rindo, foi até lá com mais pressa para ver o que estava havendo. Taylor estava fazendo mágicas, a primeira vista para o balconista, ele havia feito uma garrafa de refrigerante sumir a mesma que estava na parte de trás presa nas suas calças.

—Aqui não é lugar de brincadeira.- Diz o balconista tirando a garrafa da calça dele.

—Ahhh... Então você só deu um jeito de esconder né!? Safadinho.- Diz a menina

—hehe, Desculpe ela estava no chão junto com aquela garrafa- Diz Taylor apontando para o chão, fazendo olha-lo para ver a outra garrafa no chão.- E eu só fiz uma mágica.

—Tudo bem, não importa. Essa garotinha é de vocês? - Pergunta o balconista.

—Cristina! Sim é minha irma.- Diz Taylor a puxando.- Ela aprontou algo?

—Não, não. Só perdeu vocês de vista e ficou com medo.

—Ah, sim. Minhas desculpas.- Pede ao balconista e vira para a menininha.- Já disse para não sair do meu lado.- apontando para o rosto dela.

—Vocês também deviam prestar a atenção nela.-O balconista é interrompido pelo sino da porta que toca quando abre, mas não vê ninguém entrando ou saindo, repara no rapaz que estava esperando, no freezer escolhendo um sorvete. -Agora eu tenho que atender um cliente. Licença. - E sai andando de cara amarrada pela irresponsabilidade do casal.

—Aqui, rapaz.- Langford se volta ao balcão e entrega 5 dólares para ele que abre a caixa. - MAS O QUE HOUVE AQUI? VOCÊ? CADÊ O DINHEIRO?

—Que dinheiro senhor?- Pergunta Langford assustado. O balconista pula o balcão em cima dele tirando a mochila, revistou ele.

—FIQUE NO CHÃO!-gritando.-Vou revistar sua mochila agora!- Ele abre procurando dinheiro e só encontra caderno.- CADÊ LADRÃOZINHO?
No chão mesmo deitado com o corpo apoiado pelos cotovelos.- O senhor, está me assustando, vou ser obrigado a ir na polícia quando sair daqui?- O balconista fica encarando Langford e joga a mochila nele e sai correndo lá pra fora, se lembrando de ter escutado o sino, procurando alguém durante um minuto. Sem achar, volta para perguntar quem havia entrado ou saído e não encontra mais ninguém, sem ouvir o sino não entendeu nada e socou o balcão.

***

Terça feira, uma semana após as vigias. 8:00 a.m. na lanchonete.
Estavam Roger e Langford ao lado do outro, e Yamma e Taylor do outro. Cada um com um caderno aberto em sua frente e Yamma com dois, um escrito suas observações e outro em branco para anotar o resultado da conversa que teriam. Já com a mão preparada para escrever em cima da folha em branco. A título de curiosidade a ordem dos dias foram: Roger,Langford,Taylor, Yamma,Roger,Langford,Taylor.

—Alguém com alguma observação importante, alguém notou algo?- Pergunta Yamma olhando para cada um a cada palavra.
Langford levanta a mão.- Ele só deixa o local no horário de almoço, lancha na loja e janta, nas duas vezes que vigiei, só saiu para ver a filha uma vez em cada dia.
Taylor continua.- Isso é bom, também confirmo isso nos meus dias.
—Eu também.- Diz Roger
—Por que é bom, Taylor?- Pergunta Yamma curioso.

—Pense, se precisarmos usar algum Miss Direction, se fizermos depois da janta, ele já vai estar cansado e satisfeito por causa da comida farta, já que aquela barriga não brotou lá sozinha.- Diz Taylor abrindo os braços.

—É... Acho que temos um horário então.- Anota Yamma.

—Será?- contraria Langford.- Mesmo o Roger tendo dito que não haviam câmeras, eu olhei em volta procurando e encontrei dois espelhos redondos em cada canto oposto ao balcão, da loja.- Nesse momento Yamma olha pra cara de Roger que se defende.

—Ei, ei. Não me olhe assim, ouviu o que ele acabou de dizer? Não tem câmera, eu disse.- Diz Roger com os braços pra cima amostrando a palma das mãos, e Yamma com cara de insatisfeito.

—Não tem problema.- Diz Taylor.- Basta deixar ele com um pouco de raiva que ele não tira os olhos.

—Então não é um problema grande.- continuou anotando Yamma.- Algo mais?

Roger.- Alguem notou se ele retirou o dinheiro todo do caixa no dia? Por que se sim, será um problema.

Langford.- Eu não vi ele tirando.

Taylor.- Idem.- Apoiando a cabeça na mão que apoiava o cotovelo olhando pra folha.

Yamma.- Bem... Eu também não

Roger.- Perfeito, no sábado em que fiquei, o vi tirando.

—Então faremos antes disso.- Aponta Langford.

—De preferencia no próprio sábado.- acrescenta Yamma.

—Por quê?

—Na sexta ele teve um movimento que eu duvido que tenha tido nos outros dias, no outro que fui foi bem menor. E estava pensando, Nessa sexta já é dia 3, inicio de mês. Ou seja, todos com dinheiro para comprar.

—Faz sentido, no sábado o movimento foi melhor do que na terça mesmo.- Concorda Roger.- Poder anotar o dia então.

—Sem ordens, por favor.- Diz Yamma anotando.

—Ei, Taylor.- Diz Langford batendo nos braços dele.- Tive uma ideia, você disse que seria bom deixa-lo um pouco irritado, não?

—Sim, foi o que eu disse.

—Que tal pra reforçar, eu tirar o jornal dele de manha, notei nos dois dias que fui que ele lia todas as manhas o jornal até o almoço, se eu conseguir pegar do jornaleiro antes de entrega-lo, e alguém der pra ele só de noite, pode só distrair ele um pouco mais e deixar ele já tenso.

—Pode funcionar.- Diz Yamma fazendo Langford virar para ele.- Mas só se ele não comprar entre o almoço ou algo do tipo.

—Não custa tentar.- Retruca Langford.

—Não mesmo.- Começa Yamma anotar.- Pronto. O que mais falta?

—Bem, já que não podemos ou vamos usar arma- Roger faz uma cara de triste.- precisamos saber como vamos abrir o caixa, é claro, depois de atrair ele pra algum lugar.

—Se a opção mais fácil for atraí-lo, sim.- Comenta Langford.

—Lang.- Chama Taylor.- Tenta pegar o modelo dela daqui a pouco e vamos pesquisar.

—Por que eu?
Yamma e Roger se olham e voltam pra ele.- Porque você tem lábia.

—Tá, tá. As vezes é chato ser cara de pau.

—Só lamento.- Diz Roger.

—Ah, é sussa.- Lang levanta a mão e chama a garçonete.- Mas só depois de comer.

—Topo.- Roger.

—Idem.-Taylor.

—Fazer o que.- Yamma fecha o caderno. Vamos comer então.
Com os quatro já olhando a loja de longe vendo Lang a observar em pensando em como conseguir o modelo, Um ao lado do outro, Yama com o cotovelo apoiado na palma da outra mão e com a mão na boca pensativo, Roger ao lado agachado com os cotovelos apoiado nos joelhos, Taylor mexendo no baralho dele e Lang começando ir para loja.

—Lang!- Chama Yamma.- Pensei melhor, mais fácil eu ir porque na hora do plano vamos precisar que ele não te conheça, como o que tem mais lábia você vai precisar ser o cliente.

—Tem certeza?- Pergunta Langford levantando uma sobrancelha.

—Sim, sim. Eu me viro.- Yamma começa a caminha em direção a loja e Lang vai para o lado de Taylor e põe a mão nos bolsos se espreguiçando. Já entrando na loja ao sino da porta.

—Boa tarde.- Anuncia Yamma olhando apenas para o balconista.

—Boa tarde.- Devolve o Balconista.

—Por acaso o senhor que trabalha com loja de conveniência teria o telefone de alguém que concerta maquina registradora?

—Ih, meu amiguinho. Eu sei consertar, sabe o modelo?

—Pior que não sei... Minha mãe pediu só pra pegar o telefone mesmo.- Então Yamma desvia o olhar para a maquina da loja.- Ah! É igual a essa aqui.

—Melhor ainda, cansei de consertar essa aqui. Sabe me dizer o problema?

—Ela não quer fechar moço. Bate e volta.

—Me passa seu telefone, para eu ligar para ela e conversar com ela melhor, mas temporariamente mande ela fazer isso.- Ele abre a gaveta e mostra aonde fica a trava, no meio da borda frontal, em cima de aonde tranca com a chave.- Peça a ela pra por uma massinha aqui, que ela trava. Não fecha, mais não fica aberta..- Yamma agradece e passa um telefone qualquer, agradece mais uma vez e sai da loja. Já chegando nos quatro.

—Eae, descobriu o que?- Pergunta Roger de baixo

—Você ainda ta agachado?.-Diz Yamma.- Suas pernas não doem não? Enfim.- Olha pra todos.- Descobri até como iremos fazer.
Já na lanchonete de novo.

—Nossa, você saiu melhor que a encomenda ein, Yamma.- Diz Langford.- Já tenho um substituto.

—Nem me vem com essa.- Diz Yamma balançando a palma da mão pra ele.- Ele que foi simpático de mais, mas também, quem poderia imaginar que um menino de 14 anos iria assalta-lo?

—Verdade.- Concorda Taylor.- Agora só falta juntar os pontos.

—Alguma ideia?- Pergunta Roger.

—Você pergunta porque está com preguiça e não tem nada em mente, né Roger!?- Diz Yamma. Que logo após Roger levanta do lugar, vai por cima da mesa e da um tapa na cabeça de Yamma que o empurra de volta.- Só por causa disso vou deixar sua nota na média e não vou mudar sua falta por 1 mês.- no mesmo momento Roger estava de joelhos do lado dele pedindo desculpas. O celular de Taylor começa a tocar, ele olha e fecha o celular.

—É a Sheyla?.- Pergunta Lang.

—Sim, ela quer porque quer sair comigo.
O dono da lanchonete chega pra eles.- Perdoem jovens, sei que aqui é um bom lugar pra conversar e que vocês vem bastante aqui.- Ele junta as mãos cruzando os dedos e se agacha pra ficar na altura deles.- Mas como podem ver, aqui está lotado e se não vão consumir nada, queria saber se tem como quebrar o galho pra quem está em pé?

—To sem dinheiro agora, gastei de manha.- Diz Roger.

—Idem.- Taylor.

—Não tem problema senhor, já terminamos.- O dono sai, e Yamma vira pra eles.- Já sabemos bastante, vamos pra casa e até amanha a gente pensa em um jeito de fazer o plano.- todos concordam, se cumprimentam com toque de soco e se vão dando lugar a fregueses. Já no dia seguinte no final da aula, em baixo da árvore estavam Langford e Taylor, Yamma e Roger se aproximando.

—Eae, por que chamaram a gente?- Pergunta Yamma.
Taylor.- apenas escutem, eis o plano.Roger vai na loja comprar algo e inventar um jeito de oferecer o jornal que pegaremos de manha para ele. Eu vou abrir a porta da loja e 5 segundos depois vou entrar com a Sheyla para que ele preste atenção na gente e vou passar por ele, Yamma nesse momento vai entrar atrás da gente com essa mochila.- Taylor mostra uma.- Ele vai nos ver e voltar os olhos pro jornal e você entra e se mantêm escondido.- Yamma interrompe.

—Ei, pera, como assim?- Roger bater na cabeça de Yamma.- Eu juro seu adotado do lixo, se você ficar me batendo ainda te quebro.

—Você já falou que ia me foder, então não tenho porque não te bater. Agora presta atenção.- Yamma ouve Roger e volta pro Taylor.

—Então Langford vai entrar e vai fazer uma compra para ele abrir o caixa, e nisso colocamos a massinha lá e fazemos ele fechar e vir até Sheyla e eu.

—Mas quem vai fazer isso?- Pergunta Yamma.

—Ai é que tá. Precisamos de mais uma pessoa que consiga.- Diz Langford.

—Então, não vejo como isso é possível.- Aponta Roger.

—Calma, calma. Fala Taylor balançando a mão pra baixo.- A irmãzinha do Lang vai ajudar a gente.- Quando ele diz isso, sai uma menininha de 9 anos de trás de Langford, loira, magricela e com dois rabos de cavalo para cada lado da cabeça, fazendo sinal com a mão de paz e amor e com um sorriso enorme faltando um dente.- A Cristhina.


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