Memórias de um Aprendiz escrita por Dija Darkdija


Capítulo 39
Parte 2, Capítulos 24 e 25


Notas iniciais do capítulo

A facul apertou, tenho uma prova amanhã, mas eu precisava passar por aqui pra postar. Compromisso é compromisso.



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Capítulo 24 – Ajuda

Não era apenas Raitun que estava em desvantagem. Apesar da superior habilidade do grupo liderado pelo ancião Otellus, o número de inimigos continua aumentando, e tende a aumentar mais e mais. O poder deles também. Ataques vindos por cima e por todos os lados, gritos de dor ecoando em todas as direções. A defesa de Midgard não vai suportar isso tudo por muito tempo. Lilith quis muito ajudar a todos em uma situação como essa. Talvez até sonhasse com isso. Infelizmente era ela quem mais precisava de ajuda no momento. A marca do mal causa dores inimagináveis, e ela não conseguia muito espaço para atirar, por que a velocidade do inimigo era equivalente a sua. Não é possível esquivar e atirar ao mesmo tempo. A virada do lado branco da força começa com uma ótima ideia de sacerdotisa. Lilith puxa um punhal de uma bainha em sua coxa, e uma cabeça de dragão feita de gelo aparece dentro da neve. Mais uma, mais uma. Várias delas prendem os membros inferiores de Hatsumomo, dando finalmente a distância necessária à sacerdotisa. Lilith começa a juntar uma quantidade colossal de poder em volta do seu arco. Faz isso seu próprio mana e o que está presente em volta do lugar. Uma asa espiritual aparece nas suas costas, brilhando tanto quanto um ser feito de luz.

– Perdão por isso, querida. Preciso plantar a semente da luz nas trevas.

– Também peço perdão por isso, querida. Apesar de você ser a coisa mais próxima de uma amiga que eu tive, tenho ordens para lhe matar.

Hatsumomo concentra seu poder na sua ceifadora e as duas ficam apenas esperando e estudando, preparando-se para o golpe final, o golpe sem misericórdia. Apenas o vento, a neve e o nada em volta observam aquela luta. O sinal para o fim aparece quando a presença de Raitun é praticamente engolida pela de Rag-Finnaros. A sacerdotisa atira sua flecha, provavelmente com o dobro da potência prevista, aumento proporcionado por dor e fúria. A substituta lança sua foice em direção ao alvo. Suas almas, últimos recursos foram lançados uma sobre a outra com todas as suas forças. Os ataques passam um pelo outro, e instantes após se ‘cumprimentarem’, a luta finalmente acaba; A foice de Hatsumomo atinge a marca em Lilith, e a sacerdotisa cai ajoelhada. Hatsumomo é atingida por uma flecha incomum. Além de atravessar o alvo parece ter purificado este alvo. E em adicional, invocado três fontes de luz branca que lembravam aiodromes. Uma delas se dirige para o local onde Raitun está lutando, as outras para Midgard. Luzes fortes e antigas, iluminando uma nova geração. Uma destas para em cima do aprendiz, como um aiodrome. As luzes não apelam, iluminam caminho ou renovam o ânimo, mudam completamente o jogo, por que elas tomam forma que espanta e alegra o reino de Montris.

– Olá grande sábio, quatro braço e um pouco de mana e magia são de alguma ajuda por aqui? – diz uma das luzes ao tomar forma. A forma de um humano, nitidamente um mago com um simples cajado.

– Você pode cuidar do nosso céu, para o maior dos magos vai ser tarefa fácil. – apesar de apenas ouvir as lendas, o ancião teve certeza que aquele era Stormael, o maior dos magos. O mago não veio sozinho, e notou-se nitidamente que o guerreiro que veio com ele era o também lendário Dielm. Segurando duas espadas enormes e destruindo o inimigo junto ao portão de entrada da cidade.

– Ele vai dar conta... – comenta o mago recém chegado.

– Percebe-se – responde Otellus.

– Olá mestre de armas meio orc. Soube que você é bom. Quantos?

– 200, 201, 205! – responde o general.

– Uh, muito bom! – o recém chegado soldado de preto diz. Após a breve conversa junta uma quantidade massiva de mana nas gigantescas espadas e lança várias lâminas que passam rente ao chão, atravessando exércitos, cavalos, armaduras.

– 300 – diz ele sorrindo e entrando na competição.

O exército de Montris consegue aos poucos reverter e manter o quadro da guerra, porém do outro lado a coisa piora cada vez mais. O aprendiz sentiu a presença de Lilith se enfraquecendo, e enquanto isso a ira tomava conta de seu próprio corpo. A ira dos ogros. Preenchido pela ira dos ogros o garoto começa a atacar insanamente Rag-Finnaros, e um guerreiro sem razão perde a noção da sua luta. As katanas se encontrar furiosamente com o machado de Rag-Finnaros várias e várias vezes sem resultado. O inimigo parece se cansar da atitude do garoto em fúria e revida o golpe. A raiva de Raitun se converte em desespero: o golpe acaba quebrando as duas katanas de Raitun e a sequencia dos golpes de Rag-Finnaros quase parte o aprendiz em dois. Ele desvia os golpes, não sabe como (coisas de raposa). Puro medo talvez, o medo leva a fazer o “impossível”. Um aprendiz novato tem medo, porém uma velha raposa não.

– “Garoto, o que estás fazendo?”

– “Eu é que pergunto o que você está fazendo me convocando aqui, preciso desviar os golpes, preciso sobreviver.”

– “Você está desviando por puro reflexo. Você precisa atacar... Não defender. Por isso você foi destinado a usar aquelas espadas. Onde estão suas espadas filhote idiota?”

–“Quebraram.”

– “Elas quebraram por que você não soube controlá-las. Sua raiva fez o fia delas cegar, seu medo o faz acreditar em sua derrota. Você vai desistir de lutar depois de ter prometido vencer? Confie em nós mais uma vez, confie no nosso pacto.”

–“Ajude-me, não posso vencer sozinho!”

– “Ajude a si mesmo.”

Capítulo 25 – Reviravolta

O aprendiz toma a forma de raposa e contém o golpe de Rag-Finnaros mordendo a mão do guerreiro das trevas. O cavaleiro sacode a raposa e a joga para longe, direto em uma pedra.

– Obrigado... Garoto. Raitun, correto?

– De nada. Por que diabos está agradecendo? – diz a raposa gigante se recompondo.

– Há muito tempo eu não lutava. Há muito tempo eu não tinha uma luta tão divertida para lutar. Por isso estou agradecendo.

– Entendo. É realmente uma boa luta.

– Quando se é poderoso é difícil achar um rival a altura. Chega de conversa, e ataque-me com tudo o que tiver.

– Espero que esteja preparando, ó grande lorde das trevas.

A raposa avança contra o lobo. Avança contra a morte, seu inimigo. Avança contra seu medo, seu aliado. Ainda é uma luta desequilibrada, a raposa ainda não é forte o suficiente para atacar um lobo. Apesar do tamanho e do aparente peso da armadura, ele consegue se mover tão ou mais rápido do que Raitun, e desviar a maioria dos ataques talvez o cavaleiro se divirta mais com a insistência do garoto do que propriamente com sua força. Cansado de desviar, muda para o modo de ataque e rebate a raposa com o cabo de seu machado (não seria divertido matá-lo com um único corte.). Segurando o que antes era uma foice e agora é um machado como se fosse uma lança, Rag-Finnaros atravessa o corpo de raposa do garoto. O lobo finalmente conseguiu (ou resolveu) morder a raposa.

Só quando sentimos o quanto uma mordida dói é que tomamos realmente cuidado para não sermos mordidos. Infelizmente não se precaver com antecedência pode trazer graves consequências.

– Não me decepcione. Eu sei que raposas são boas em se curar. Solitários precisam ser bons. – e o lorde segurava o outro lorde na ponta de sua lança, uma mera presa acuada– Você ainda pode lutar, não é? Se ainda tem mais do que isso a me mostrar, espero que morra mostrando tudo o que tem em vez de morrer sem mostrar seu verdadeiro poder. Se você fizer isso eu terei que lhe matar no outro mundo também. Não sem antes te forçar a usar seu poder total, claro. Se não se esqueceu de morrer, levante-se e mostre o que diabos você tanto guarda!

O cavaleiro joga Raitun para cima, e com um chute despreza-o, joga para longe o corpo do aprendiz (agora um mero corpo normal voando para longe) sem nenhuma reação deste. O garoto passa um instante imóvel, em silêncio. Queria gritar de dor, queria muito gritar o mais alto que pudesse. Na tinha esse direito. Aos poucos começa a tentar se levantar da poça de sangue e neve vermelha onde se encontrava. Ainda tinha uma promessa a cumprir.

– O que houve garoto? Morreu e esqueceu que tem que ir para o mundo dos espíritos? Sabe, ainda tenho vagas lembranças de quando era um paladino. Talvez por isso eu não mate de uma vez. Lembro de algum sábio dizendo boas palavras. “Se alguma existência pode lhe ferir, alguma outra existência pode curar suas feridas”... Foi algo do tipo o que ele disse? Se você aprendeu tanto, responda: se você for um ser solitário e que não pode ser ferido, mas que já está ferido. Quem vai curar você?

O aprendiz ainda estava em silêncio, mas com alguma dose de esforço com se ajoelhar, assim como a sacerdotisa estava naquele momento. Naquele momento, antes de cair, Lilith escrever algo no ar, suas últimas palavras para aquele momento. Antes de cair, Lilith atira sua última flecha, carregando esta mensagem.

“Espero que eu te alcance, pelo menos dessa vez. Mantenha nossa promessa. Até que ela se cumpra, não solte suas para me abraçar. Confio minha última flecha a você, meu amor, meu lugar, minha raposa, minha coisa fofa, o que sobra de minha vida.”

Lilith cai em paz, com um tímido sorriso no canto da boca. Com o mesmo sorriso, Raitun está ajoelhado, sangrando e quase morto. Abrindo os braços Raitun abaixa sua guarda.

– Não estou sozinho ainda. Isso só acontece quando se evolui de aprendiz para sábio, ou para andarilho, eremita. Na qualidade de aprendiz, aprendi que a sabedoria traz a solidão. O sábio tem consciência de que a solidão serve para se dar valor à companhia.

Uma flecha de luz atravessa Raitun, e assim a luz retorna a seus olhos.

– Sabe Rag-Finnaros, eu também devo agradecer. Acabo de agradecer- enquanto falava as feridas se regeneravam- por tudo. Agradeço pela luta com o inimigo mais forte que já enfrentei, e a luta mais divertida que já tive. Agradeço ainda mais por que graças a você acabo de receber a mensagem mais linda de toda a minha vida.

– Espero que me retribua à altura pelo... “presente”.

– Lupuoskirus Omni Raitun, o último e atual, Lorde imperial e aprendiz-raposa eterno.

– Darklord Rag-Finnaros, o cavaleiro negro, senhor das terras geladas.

– “Em retribuição pelo presente, mostraremos a ele o nosso verdadeiro poder. A força da tempestade de mil lâminas.” – dizem as katanas gêmeas, materializando-se nas mãos do garoto. O aprendiz levanta uma das lâminas e finca a outra no chão. Nuvens de tempestade tomam conta do lugar. Um raio cai sobre a espada levantada, atravessa o garoto e forma um gigantesco círculo no chão. O círculo fecha o lugar em uma meia esfera. Assim é a arena do combate.

– A verdadeira forma da tempestade de mil lâminas, Megalocumulus Nimbus.

– Truque interessante. Um ambiente obscuro de tempestade para um garoto tempestuoso.

– Esta é a última e verdadeira face destas lâminas. Todas as mil lâminas – duas katanas estão nas mãos do garoto. Muitas outras se materializam no contorno da “arena”.

– Realmente um bom truque.

Agora espadas não quebram mais, espadas não mais são largadas e o som das armas chocando-se e de ondas de choque é escutado durante um longo tempo. Quando dois guerreiros de condições iguais e alto nível colidem suas armas, não existe ataque ou defesa. Apenas ressoa o som das armas, apenas reluzem as faíscas, apenas a ressonância dos choques responde pelos dois. Atacar com tudo é apenas ver o que o inimigo consegue defender. Desviar de maneira considerada impossível era apenas esperar o próximo golpe certo. Se movimentar como se pudesse voar era apenas esperar ansiosamente as armas ressoarem novamente. Ao ouvir aquele ressoar de armas o garoto podia aprender um pouco mais sobre seu inimigo. Aquilo era a tão falada “ressonância”?

Por instantes o garoto larga a sua arma. Lança ambas para o alto. Rag-Finnaros aproveita a suspeita, porém convidativa abertura e ataca de cima para baio. Raitun apara o golpe entre as mãos e chuta o machado para o alto com um confiante e escancarado sorriso.

– Mutoryu Omnikire: Odayakana kobushi, Sanjuunana Kitsune (corte Omni, estilo sem lâminas: punho gentil, trinta e sete raposas) apesar do nome, os punhos não foram nada gentis com o cavaleiro. Atacaram em uma rápida e devastadora sequência de trinta e sete golpes, todos com a palma da mão envolta por mana. Para o último golpe o garoto junta seu poder entre as mãos e golpeia com as duas palmas ao mesmo tempo. O golpe é poderoso o suficiente para lançar o cavaleiro para longe, muito longe. Não tão longe quanto ele queria, o alvo é detido pela barreira de espadas e raios, a meia esfera criada anteriormente. O golpe do aprendiz foi aplicado de forma rápida e efetiva. Talvez agora uma raposa possa vencer um lobo.

– Parece que nosso poder está nivelado agora.

– Ótimo golpe. Ainda tem algo a mais para mostrar? Dizem que os Lupuoskirus aprendem mais de mil técnicas entre magias e golpes diversos.

– Não tenho tantas. Mas ainda tenho algumas. – duas katanas descem do alto da meia esfera para as mãos do aprendiz – Pegue sua arma, Darklord, se não vou acabar partindo você em dois, e isso não teria muita graça, teria?


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Notas finais do capítulo

E os próximos serão os últimos... dessa parte. Virão mais depois, aguardem! Obrigado pela leitura, e voltem sempre!

Aaaah, e tem uma Oneshot nova chamada "O defeito dá qualidade", não sei se eu falei isso no capítulo anterior, mas se falei, falo de novo, porque eu achei muito amor escrevê-la. Até sempre!



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