Wake Up, Wake Up escrita por The Queen


Capítulo 5
Quarto Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Quanto tempo, não? Espero que gostem do capítulo! Sakura dramática e confusa...

Boa leitura!



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Wake Up, Wake Up

O corpo de Sakura doía.

Seus músculos protestavam continuamente, mas ela não se permitiria encerrar o treino tão cedo. Parada no meio do vazio antigo campo de treinamento do Time 7, a Haruno concentrou uma quantidade de chakra em um dos punhos e em seguido o projetou furiosamente para baixo, abrindo uma cratera no chão.

Uma careta de desgosto surgiu em seu rosto depois de examinar o estrago.

Sakura não estava satisfeita com as resposta de seu corpo durante o treino, claramente não era tão flexível e rápido como costumava ser e sua força, exercida com o máximo de esforço, não era muito impressiva. Ela não havia esquecido de seu coma, mas mesmo assim esperava mais de si mesma.

Limpando o suor do rosto com o braço, Sakura planejou mentalmente os próximos treinos, teria que concilia-los com seus estudos já que estava disposta a voltar trabalhar no hospital e para isso era importante que antes se atualizasse e praticasse algumas técnicas.

‒ Não exija tanto de si mesma, Sakura.

A Haruno, sobressaltada, girou o corpo na direção da voz e imediatamente seus olhos embaçaram pelas lágrimas.

‒ Kakashi-sensei! ‒ esganiçou ela, lançando-se nos braços do mascarado. Kakashi sorriu por baixo na máscara e envolveu a ex-aluna com os braços.

‒ Yo, Sakura – disse ele em seu jeito calmo.

Era a primeira vez que se encontravam depois do despertar dela, mandado para Suna em missão, Kakashi não tinha podido vê-la mais cedo.

‒ Kakashi-sensei – disse Sakura mais uma vez quando se afastou para poder olhá-lo melhor. – Você não mudou nada! – constatou com um largo sorriso, ele tinha sido o único até aquele momento a não causar-lhe angústia pela passagem do tempo, nada nela estava diferente, além dos dois olhos expostos e iguais, mas isso era algo que antes de tudo ela já tinha conhecimento.

‒ Algumas pessoas tem esse privilégio – brincou ele com os olhos estreitos de alegria. – Não tem ideia de como estou feliz em vê-la, você nos deu um grande susto, Sakura.

Sem saber como responder, Sakura emitiu uma risada sem graça.

‒ Então, está de volta ao treinamento? ‒ perguntou ele e a Haruno observou-o levar uma das mãos a um bolso no colete, em seguida um livro laranja estava em suas mãos. Ela quase revirou os olhos, mas decidiu responde-lo ao invés disso.

‒ Algo como isso ‒ resmungou. Kakashi balançou a cabeça ligeiramente.

‒ Não deve exigir muito de si mesma ‒ tornou a dizer. ‒ Seu corpo pode estar enferrujado, mas isso não significa que não posso voltar a ter sua melhor forma, seja paciente.

Um pesado suspiro escapou pelos lábios de Sakura.

‒ Eu já não tenho mais tempo para ter “paciência”.

‒ Não diga isso. ‒ O tom dele foi severo e Sakura então o olhou nos olhos. ‒ Ter ou não ter tempo não faz diferença quando você corre o risco de desperdiçá-lo, Sakura. ‒ Foi a vez dele suspirar. ‒ Agora que estou de volta à Konoha, se estiver disposta, posso ajudá-la a treinar.

Os olhos da Haruno se iluminaram.

‒ Isso seria ótimo, Sensei!

‒ Certo ‒ disse com um sorriso nos lábios ocultos. ‒ Outra hora combinamos então, agora tenho um compromisso.

‒ Está atrasado? ‒ perguntou ela casualmente e pela demora dele para responder ela conseguia imaginar a resposta.

‒ ...Não.

E com isso ele se foi.

▪ ▪ ▪

‒ Não pense que não fomos pegos de surpresa ‒ dizia Ino em uma tarde quando resolvera visitar a rosada. ‒ Shikamaru e eu não estávamos planejando ter filhos naquela época, ainda mais gêmeos. ‒ Suspirou. Sakura que estava sentada na poltrona cinza-escuro, dobrou as pernas e em seguida passou os braços a volta delas para poder apoiar o queixo nos joelhos.

‒ Akira e Asuma são dois anjos ‒ disse a Haruno com um sorriso nos lábios. Ino balançou a cabeça, concordando.

‒ Minha maior sorte, puxaram ao pai, é claro.

Sakura riu suavemente.

‒ Sabe o que é engraçado? ‒ perguntou ela e Ino esperou que continuasse. ‒ Eu realmente não esperava que você e Shikamaru fossem acabar juntos. ‒ A Yamanaka revirou os olhos.

‒ E você esperava o que, Testuda? Que Shikamaru ficasse com a irmã do Kazekage? ‒ zombou a loura. Sakura deu de ombros, sem saber o que dizer. ‒ Nem tudo acontece como esperamos, você sabe muito bem disso.

‒ O que quer dizer? ‒ resmungou a Haruno, suas sobrancelhas arqueadas de modo curioso. Ino bufou levemente.

‒ Sejamos honestas, Sakura, você fez de tudo para que Sasuke retornasse à Konoha e no fim, quando ele finalmente voltou, nem foi por sua causa.

Sakura desviou o olhar da amiga, não querendo que ela visse como suas palavras a tinham afetado. A rosada tinha consciência de que sempre fora a ultima coisa na mente de Sasuke, entretanto ainda assim sentia mágoa por ter seus inúteis esforços verbalizados daquela maneira.

‒ Não precisa me lembrar disso ‒ murmurou ela.

‒ Bem, é a verdade, não é? ‒ Com isso, a loura se ergueu do sofá e entrou na pequena cozinha.

A Haruno continuou encolhida na poltrona, ponderando pensamento de tentar fazer Ino ir embora por alegar que precisava estudar, já não estava com vontade de conversar e queria ficar sozinha.

‒ Parece que você não tem açúcar, Sakura ‒ disse Ino da cozinha. Sakura se limitou a desviar o olhar para a janela. Do lado de fora do apartamento, o céu já alaranjado e pronto para a noite podia ser visto.

Instante depois, fortes batidas na porta quase conseguiram destruir o que restava do ânimo de Sakura, não precisava de mais visitas naquele dia.

‒ Sakura-chan, somos nós! ‒ A voz de Naruto atravessou a porta.

Os músculos das pernas de Sakura doeram quando ela levantou para atender a porta. Ino apareceu na porta da cozinha em expectativa.

Quando a rosada abriu a porta, sentiu o estômago apertar. Naruto, diferente do que imaginava, não estava acompanhado de Hinata e sim de Sasuke. Ela não pôde deixar de pensar na ironia de ter falado do moreno poucos momentos antes e então tê-lo na porta de sua casa.

‒ Oi ‒ disse ela simplesmente para os dois.

Naruto logo abraçou-a depositou um beijo no topo de sua cabeça, em seguida se lançou para dentro do apartamento para cumprimentar a Yamanaka. Sasuke, ainda do lado de fora, lançou um olhar indiferente para Sakura e a mesma não pode deixar de pensar mais uma vez que ele tinha sido arrastado até ali. Ela não o via desde o dia em que a tinha acompanhado até em casa depois o jantar de amigos e observou como continuava com a postura arrogante de sempre.

‒ Como vai, Sakura? ‒ indagou ele não demonstrando interesse algum, tudo indicava que suas palavras tinham sido ditas apenas por educação. Sakura engoliu em seco.

‒ Muito bem, e você?

‒ Bem ‒ disse friamente, causando mais arrepios na Haruno que balançou a demonstrando que o compreendia. Sasuke então, dois de alguns segundos de silencio, arqueou uma sobrancelha. ‒ Vai me deixar entrar?

Sakura então sentiu as bochechas esquentarem e desviando o olhar, deu um passo para o lado para que ele entrasse. O Uchiha cumprimentou Ino com apenas um aceno discreto de cabeça e se dirigiu para perto da janela.

‒ Eu e Sasuke estávamos de passagem aqui por perto e resolvemos fazer uma visita ‒ disse Naruto. ‒ Kakashi-sensei disse que a encontrou, Sakura-chan.

‒ Ah, sim, nos encontramos quando eu estava treinando ‒ disse ela sorrindo.

De repente a sala de Sakura ficou pequena para todos eles, Ino e Naruto se acomodaram no pequeno sofá e a rosada voltou para sua poltrona, Sasuke encostou-se a uma parede lá ficou, silencioso como só ele poderia ser.

Algum tempo depois, Ino anunciou que estava indo embora.

‒ Preciso voltar para os meus meninos ‒ disse a loura. Sakura ser ergueu da poltrona;

‒ Não se esqueça das roupas que você precisa levar de volta ‒ lembrou Sakura, referindo-se à um generoso gesto da amiga, que sabendo como as roupas de Sakura estavam pequenas resolveu emprestar algumas mudas de roupa até que Sakura pudesse renovar o guarda roupa, o que ela felizmente havia conseguido fazer com a ajuda da mãe.

‒ Ah, claro! Onde estão?

‒ Estão em meu quarto, venha comigo.

‒ Talvez seja necessário que as coloquemos em uma mala desta vez ‒ comentou Ino e Sakura assentiu.

‒ Elas estão ali. ‒ Apontou para duas pilhas de roupas dobradas ao lado da cama.

‒ Ah, não, você ainda não tirou esse pano do espelho? ‒ exclamou a Yamanaka atrás de Sakura, que virou-se para poder enxergá-la.

‒ Deixe isso para depois, Ino, por favor ‒ pediu a rosada, seu tom de voz era de um cansaço extremo.

‒ Eu sei que está sendo difícil para você, testuda, mas já é hora de superar isso. ‒ Pôs as mãos na cintura. ‒ Vamos resolver isso. Venha aqui!

Sakura sentiu um frio na barriga, imaginando as intenções da amiga.

‒ Acho melhor não, você precisa ir para casa... ‒ tentou argumentar, mas foi interrompida quando Ino agarrou sua mão e a puxou para frente do enorme espelho coberto. ‒ Ino, não.

‒ Sakura, eu estou com você, nada de ruim pode acontecer.

A rosada tentou libertar sua mão, mas Ino não estava nem um pouco disposta a soltar.

‒ Não, Ino, por favor, não ‒ disse Sakura, sentindo um no na garganta. Ino apenas balançou a cabeça como se quisesse repreendê-la.

‒ Eu sou sua amiga e vou ajudá-la a superar esse medo...

‒ Não! Ino... ‒ disse a Haruno, mas Ino não parecia escutá-la.

‒ ...Será rápido, então não feche os olhos...

‒ Ino, me solte! ‒ Tentava soltar a mão presa.

‒ ... No três vou puxar a toalha e você vai ver o reflexo. ‒ Agarrou a lateral da toalha. ‒ Um...

Desesperada, a rosada, com um puxão brusco, conseguiu soltar a mão, e Ino, percebendo que a amiga escaparia, não esperou que a contagem terminasse e puxou a toalha sem avisá-la.

‒ NÃO! ‒ gritou Sakura.

A Haruno fechou os olhos e se virou com a maior velocidade que pôde, mas isso não a impediu de vislumbrar o vulto de seus cabelos róseos.

‒ O que está acontecendo? ‒ A voz de Naruto soou como a salvação de Sakura e com isso ela abriu olhos para dar de cara com Sasuke parado a poucos metros dela. ‒ O que você fez, Ino?! ‒ vociferou o louro.

Sakura sentia o corpo tremer pelo que havia acontecido e seu olhar não conseguiu desvira-se do Uchiha. Sasuke olhou para Sakura e sua expressão indicava uma séria curiosidade, ele examinou o rosto dela cautelosamente, em seguida, enquanto dava alguns passos em sua direção, olhou para trás dela, onde o espelho se encontrava, e então voltou a encará-la, desta vez como se já pudesse entender o que havia ocorrido.

Subitamente, a rosada sentiu vergonha, seu medo se transformou em um motivo para querer se esconder do rapaz que a observava, seus problemas eram inúteis e por mais que Sasuke não demonstrasse pensar isso, Sakura sabia que o que se passava na mente dele era o contrário. E a última coisa que ela precisava era ser considerada “fraca” por Sasuke mais uma vez.

‒ Você está maluca?! ‒ Se deu conta de Naruto ainda falando com Ino. ‒ Se sabe que ela ainda não está à vontade para isso, não tem que obrigá-la!

‒ E como espera que ela supere isso?! Nunca?!

‒ Por Kami! Isso não lhe diz respeito!

Sakura se recusava a ficar no meio de uma discussão onde o assunto era ela, então sem dizer uma palavra, passou por Sasuke a passos largos saiu do próprio apartamento. Ela precisava ir para longe deles, do lugar, de onde aparecia o transtorno, e por isso andou pela cidade até que seu coração não batesse mais de forma descompassada.

Não tinha vontade de chorar, somente sentia raiva de ter que lidar com aquele tipo de situação, que as pessoas ainda tentassem resolver as coisas por ela e tratá-la como se não pudesse pensar claramente. Talvez estivesse realmente passando dos limites e dramatizando demais as coisas, mas ela sabia que tinha progredido em algumas coisas e também sabia que teria capacidade para enfrentar aquele “medo” bobo. O único obstáculo era o “agora” que não parecia ser mais fácil e amigável que o “depois”.

‒ Não deveria estar nessa parte da cidade à essa hora ‒ disse uma voz rouca.

Sakura deu um pulo com o susto que levou. Virando-se na direção da voz, ela deixou que seu olhar pousasse sobre a figura escorada no poste mais próximo.

‒ Sasuke-kun, o que está fazendo aqui?

‒ Naruto estava ocupado demais discutindo com a Yamanaka para se preocupar com você ‒ justificou-se ele, olhando-a intensamente.

A Haruno olhou para longe. Obviamente Sasuke não a procuraria por vontade própria.

‒ Bem, você não precisa me vigiar, sei me cuidar e Naruto pode entender isso ‒ disse ela venenosamente. Sasuke ergueu as sobrancelhas, mas continuou em silêncio. ‒ Pode voltar para casa ou fazer algo interessante, não se sinta preso por minha causa.

‒ Vá para casa, Sakura ‒ ordenou ele, ignorando o que ela dizia.

‒ Como? ‒ indagou ela, acreditando não ter escutado bem. O Uchiha se desencostou do poste foi até ela, sua expressão tão fria como nunca.

‒ Vá para casa, Sakura ‒ repetiu, tão perto que ela poderia esticar o braço e afastar o cabelo que caía sobre os olhos negros. ‒ Quando chegar, o apartamento estará vazio e o espelho coberto.

Ela imaginou que Sasuke fosse embora depois do que disse, mas ele apenas continuou onde estava, aparentemente esperando que ela se movesse. Sakura negou com a cabeça.

‒ Não irei agora ‒ disse ela.

‒ É tarde ‒ disse ele então. Sakura bufou e direcionou-lhe um olhar raivoso.

‒ E o que importa? Por que você simplesmente não vai embora?

‒ Porque enquanto você estiver fora do apartamento, eu não posso ‒ contou-lhe, entediado. ‒ Ordens do Hokage ‒ acrescentou.

‒ Não seja idiota! ‒ vociferou. Sasuke estreitou os olhos.

‒ Cuidado, Sakura, não esqueça com quem está falando.

Ela teve vontade de rir. Sasuke era tão irritante mente previsível que fazia seu coração inchar exatamente nas horas inconvenientes. Estúpido amor adolescente que se recusava a desaparecer. Sakura tinha o costume de amar Sasuke justamente quando deveria sentir o contrário.

Afastando-se dele, a rosada continuou caminhando na direção aposta a seu apartamento.

‒ Vá para casa, Sakura ‒ tornou a repetir ele.

Virando-se para ele, Sakura não conseguiu reprimir as palavras entaladas em sua garganta.

‒ Não me diga o que fazer, Sasuke! Não se meta na minha vida! E não julgue as coisas que faço ou a forma como me sinto se você não tem a mínima ideia do que estou passando! Me deixe em paz!!

Ele poderia ter desaparecido e feito o que ela queria, provavelmente era o que no fundo Sasuke gostaria de fazer, mas para a frustração da Haruno, ele permaneceu parado com as mãos nos bolsos da calça preta como se nada pudesse afetá-lo, principalmente os gritos dela.

E foi exatamente por isso, e talvez porque a situação de Sakura fosse um tanto peculiar, que uma súbita explosão de sentimentos a induziu a voltar para ele a passos largos, puxá-lo para baixo pela gola da camisa e pressionar seus lábios sobre os dele como se fosse a coisa mais importante de sua vida.


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Notas finais do capítulo

Olá!

Talvez muitos aqui estejam com uma raiva imensa de mim e da demora para postar e eu não tiro a razão, não é legal demorar nas postagens. Masss eu tive motivos, viajei, fui em um show e comecei um curso, talvez não seja motivo suficiente, mas pra mim foi bem pesado e pra postar ficou difícil.

Bem, mudando de assunto, espero que tenham gostado do capítulo, o final principalmente. Como vocês puderam ver, a Sakura está bem apavorada e confunde a gente, e o Sasuke continua problemático. Na minha opinião SasuSaku é um casal muito conturbado, mas é amor tbm.

O próximo capítulo será o penúltimo. Pois é. E provavelmente será onde eu vou precisar trocar a classificação para +18. Éééé, vocês devem imaginar... Só que eu acho que vai levar uma semana pra eu conseguir terminar e postar, depende bastante :s

Até mais!



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