Confusão no Cruzeiro escrita por Dricka Macedo


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Demorei séculos!!!
Finalmente saiu, espero que apreciem!
Boa leitura.



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No dia seguinte, Minu acordara cedo e depois do desjejum rumou para o aeroporto. Finalmente no Japão e muito contrariada, ela aguardava a tia que fizera questão de buscá-la.

— Oi minha querida! Como foi de viagem?

— Oi tia. Foi tudo bem. A senhora não precisava se incomodar em vir me buscar, eu poderia pegar um taxi.

— De maneira alguma, Minu. Você vai ficar esse final de semana lá em casa, poderá descansar e...

— Tia eu prefiro ir direto para casa.

— Não senhora! Eu já decidi e sabe que não gosto de ser contrariada. – Fazendo cara de inocência – Por favor! Eu me sinto tão sozinha.

— Sozinha? Sei. Tudo bem, eu fico esse fim de semana com a senhora.

A senhora bateu palminhas de alegria. Na segunda-feira, como sempre, Minu estava atolada de trabalhos. Teria que trabalhar duro para adiantar as coisas, mas não se importava, assim que chegara ela soube que um grupo de sócios do exterior estava no Japão para visitar as filiais. Ficariam apenas um dia, e no outro viajariam para China. Minu tinha quase certeza que Ikki também viria, pois o sócio majoritário era na nada mais nada menos que o Sr Amamiya e já tinha suíte reservada no maior hotel da cidade. Com certeza Ikki também viria. Será? E se o seu pai o tivesse designado para outro lugar? Não. Tinha que ter esperanças.

— Nunca pensei que me apaixonaria tão rápido, em tão pouco tempo. – Minu sussurrava para si.

— Oi Minu, como andam as coisas?

— Oi, Kihou. Estou com muito trabalho acumulado, mas vou deixar tudo adiantado hoje mesmo.

— A propósito, gostei dos colares gregos com pedras azuis que você me deu. São lindos, obrigada!

— Quando os vi, achei que combinariam com você.

— Mas me conta como são os deuses gregos. Você conheceu algum? Como são?

— Conheci um japonês lindo...

— Você sai do Japão para passar férias na Grécia e conhece um japonês? Isso sim são férias de grego! – A colega falou rindo.

— Tem razão. – Minu ria junto - Muita ironia mesmo.

— Mas rolou um clima? Vocês...

— Kihou?! – Repreendeu a amiga que falaria algo intimo. – Não rolou, ta?! Sou uma moça de respeito. Se bem que não faltou quase nada para acontecer. – As duas riram alto.

— Vou deixar você trabalhar, mas depois quero saber todos os detalhes, viu?!

Os dias passaram correndo, já era o final do expediente da quarta e todos estavam empenhados a mostrar o bom desenvolvimento da empresa. Minu estava com uma grande expectativa de encontrar Ikki, uma vez que os sócios estavam sendo esperados na sexta.

— Minu, quero falar com você. – Disse o diretor daquele escritório. – Você vai ter que ir a cidade de Hakone.

Hakone é uma aldeia rodeada por montanhas cheia de neve os topos, dentre eles o Monte Fuji.

— E quando eu irei? – Perguntou com certo desapontamento.

— Amanhã.

— Amanhã?! Mas e os sócios?!

— Não há nada para se preocupar. Tudo está indo as mil maravilhas e é claro que o senhor Amamiya ficará satisfeito com nossos progressos. Mas, por outro lado, temos problemas nessa cidade, pois nosso cliente, o senhor Borel Sumaya, está com problemas no seu hotel.

— Que tipo de problema?

— Vou lhe passar o dossiê do caso. - O homem levantou-se e pegou uma pasta azul entregando-a.

— Minu, - Chamou quando ela ia saindo – Não queremos problemas enquanto os senhores estiverem aqui, certo? Resolva tudo de forma pacífica e discreta. Conto com você!

Minu chegou a seu apartamento com o coração apertado e o semblante triste, aquilo não poderia estar acontecendo, iria perder a chance de ver Ikki. A garota teve uma idéia, já que não iria poder vê-lo, então deixaria uma carta. Nela escreveria seu endereço e telefone... Mas essas informações com certeza ele teria, se realmente estivesse interessado nela, ele teria meios de entrar em contato.

— Que idiota! Minu você é uma idiota! – Disse para si em voz alta. – A partir de hoje, não vou mais me levar por essas emoções do coração, não vou mais ficar triste pelos homens e muito menos deixar de sorrir e viver por causa de uma tola paixão.

 A garota dirigiu-se para o aparelho de som, colocou uma música metaleira e começou a dançar na sala. – Viva a nova Minu!

Pegou duas almofadas e começou a falar com uma delas:

— Você, Seiya, você é um imbecil, idiota que não quer nada com a vida. – Começou a pisar nela e depois jogou-a pela janela. – E você - Pegando a outra almofada que tinha uma carinha de sapo - Você é lindo, Ikki! Um príncipe que infelizmente, virou um sapo e lugar de sapo é no pântano! – Jogou-a também, mas essa ficou presa num galho de roseira na varanda do apartamento de baixo. Uma estudante de dezessete anos apanhou-a admirando a beleza da almofada e colocando junto do rosto para sentir a maciez. Ao ver a cena, Minu cerrou os punhos, bufou e desceu rapidamente. Tocou a campainha histericamente e um senhor veio atender.

— Boa noite, senhor,  desculpe o incômodo, mas é que eu estava fazendo uma faxina no meu apartamento e deixei cair uma almofada na sua varanda. – Explicou Minu com um sorrido amarelo.

— Ah, ela é sua? – a voz da estudante que tinha um sorriso contagiante e os cabelos compridos e perfeitos, ecoara por trás do homem. – Toma. Essa não é uma almofada comum, cuide dela, tá?!

O que uma simples estudante entendia de almofadas? Era só o que faltava.

— Obrigada. – Minu pegou o objeto e seguiu rapidamente para seu apartamento.

No dia seguinte, Minu tomava café na estação enquanto aguardava a hora de embarque. Tinha planos de resolver tudo naquela tarde e voltar a tempo... Mas a tempo de quê? Ver o Ikki? Deveria ser ele estar correndo atrás.

—Preciso parar de pensar nessas coisas. – Ela dizia enquanto pegava a pasta do caso. Fora uma viagem longa. Ao desembarcar viu uma pessoa com um cartaz com seu nome, era o motorista do hotel. Já passava das quinze horas e o gerente aguardava ansioso em seu escritório.

— Ainda bem que você chegou. Espero que esteja a par do caso.

—Sim estou. – A advogada pegou a pasta. –Pelo que diz aqui, uma hóspede sofreu um acidente...

— Um pequeno acidente. Apenas um tropeção numa orelha do tapete. – Interrompeu o gerente.

— Um acidente é um acidente, não importa o grau. Bem, continuando, a mulher fez a reclamação devida, as providencias foram tomadas, mas outro acidente aconteceu e dessa vez teve conseqüências mais sérias. – Minu falou a última frase olhando bem par ao gerente.

— Por que não a mudou de quarto, ou não foi verificar o senhor mesmo se estava tudo bem? O homem não tentava argumentar, mas as palavras não saíam.

— Agora, a mulher quer processá-lo.

— Mas ela não devia, afinal, ela nem se machucou!

— Essa é parte mais estranha, apenas uma pulseira de brilhantes havia se quebrado e todas as pedras foram entregues a sua dona. Então, por que não lhe ofereceu para consertá-la ou até mesmo oferecer-lhe outra? Eu sei que o senhor poderia.

— Sim. Eu teria feito isso, mas ela não quis conversar com ninguém e foi direto para seu advogado.

— Então, nesse caso, temos grandes chances de vencer. Porque aqui não tem nada de agravante e também acho que nenhum juiz perderá tempo com uma pulseira quebrada. Bem, como não tem nada e é claro que não vamos dar o primeiro passo, vou voltar para Tókio.

— Não! Fique por favor! Pelo menos até amanhã.

— Ficar?!

— Sim. Se ela realmente cumprir a palavra, deverá chegar alguma carta judiciária e não sabemos o que ela pode alegar, não é?

— Começo a achar que isso está me saindo um caso muito pessoal, senhor.

— Por favor, Srta Minu! Se a senhora não ficar eu terei que falar com outro advogado.

— Está bem.

—Vou mandar preparar um quarto para senhorita. Terá toda a despesa custeada pelo próprio hotel sem interferir nos honorários. E se quiser, pode até fazer um passeio pela montanha!

Minu soltou o ar pesadamente, teria que ficar ali até a sexta ao meio dia, pois, era o horário em que chegava as correspondências. A advogada fora instalada na suíte mais cara e luxuosa, claro que ela achou estranho aquilo tudo, mas se era de graça, por que não aproveitar? Depois de acomodada, trocou-se, fez um lanche e seguiu para um passeio pelo lugar. Comprou roupas típicas em algumas lojas, bem como acessórios e maquiagem que se esquecera de comprar no Cruzeiro. Já era noite quando retornou ao hotel, uma das camareiras falou sobre fontes termais e que os banhos eram de um renovo surpreendente. A garota ficou interessada, e após obter o endereço, vestiu um vestido curto, depois colocou um sobretudo e seguiu para lá. As fontes ficavam ao pé de uma montanha, uma vereda de pedrinhas indicava o caminho especificamente. O lugar estava deserto, a princípio temeu ficar ali, mas resolvera deixar o medo de lado, despiu-se e entrou na água, afinal, se estava sozinha, tinha mais que curtir. Ela nadara um lado para ou outro, para junto a uma pedra lisa e recostara a cabeça relaxando imersa naquela água quentinha.

Minu estava quase cochilando quando ouviu passos rapidamente imergiu ficando só com a cabeça de fora, afinal estava sem roupas. A luz de uma lanterna no seu rosto lhe encandeava a visão.

— Ei moça, sabe ler não? Ali tem uma placa informando que estas termais estão fechadas por causa de possível erupção do vulcão.

— O...o...quê?! Erupção?! Ma...mas esta montanha...

— É um vulcão e segundo recebemos informações que ele está acordando. Por isso colocamos a placa.

— Mas não havia nenhuma placa!

— Não?! Ora essa, aqueles colegiais malditos devem tê-la quebrado de novo. Mas mesmo assim, a moça deveria ter percebido já que não tem ninguém aqui, não é?

— E como eu poderia imaginar uma coisa dessas?!

— Tudo bem, mas vou pedir que se retire, tá bem?

— O senhor pode se virar, por favor?

O homem ficara de costas. Infelizmente, ele estava bem ao lado das roupas dela. Minu saiu da água lentamente, logo seu corpo tremera com o frio da noite. Ao se abaixar para pegar o sobretudo, o homem voltou-se gritando:

— Vulcão!

Minu dera um grito e foi puxada pelo homem de volta para água. Ao emergir a advogada muito nervosa gritava:

— Socorro! Socorro!

— Ei moça, esses gritos são por causa da montanha ou por mim?

— OS DOIS! – Minu respondera se afastando.

— O lance do vulcão foi só uma brincadeira, moça!

— Brincadeira? BRINCADEIRA É O QUE EU VOU FAZER COM VOCÊ SEU TARADO!

O homem se aproximou dela e rapidamente a tomou pela cintura.

— Sou taradão em você, sabia?

— ME LARG... Ikki?!

Minu não teve mais como dizer nada, pois, sua boca fora calada com um beijo selvagem e urgente que logo depois fora se tornando calmo e tão quente quanto aquelas águas. Naquele momento só havia mãos, bocas, corpos ardentes. Depois de fazerem amor, de forma lenta e de um prazer inigualável, sob as estrelas, ambos descansavam abraçados sobre uma pedra.

— Ikki, como me achou aqui?

— Sabe tal mulher, que caiu e processou um hotel...

— Não acredito que você inventou tudo isso?! Meu Deus que vergonha!

— Por que? Uma declaração de amor tão linda!

— Não seja irônico, Ikki. Meu chefe e o pessoal do hotel sabendo que tudo não passava de uma armação...

— Falando assim não soa nada romântico, moça. – Ikki a abraçava forte.

— Não precisava de tudo isso para me ver. Uma ligação...

— Precisava sim! Eu gosto de surpreender e também tive uma ajudinha de uma pessoa próxima.

— Que pessoa?! Ikki pegou a calça que boiava na água, abriu o velcro do bolso e tirou uma caixinha.

— Minu, eu sei que é muito cedo, mas você quer ser minha noiva?

— Isso parece rápido demais! Minu falou sorrindo e ao abrir a caixa molhada, um anel solitário prata com pedra de esmeralda.

— Que lindo! Ikki colocou-o no dedo anelar da garota. Depois a beijou-a longamente.

— Melhor irmos para o hotel.

— Ikki, suas roupas estão molhadas...

— Caramba! E agora?

— Eu tenho uma idéia.

Ikki chegou ao hotel vestindo o sobretudo de Minu, estava demasiadamente apertado, os botões quase não estavam suportando mantê-lo fechado despertando curiosidades e risos nas pessoas. Estavam esperando o elevador e ao ver o namorado rubro, Minu soltou:

— Está com vergonha querido?! Você mesmo disse que gosta de surpreender.

— Não estou com vergonha, o frio me deixa vermelho. Mas se ficarmos aqui mais tempo, acho que aquelas mulheres arrancarão essa roupa.

Minu ia dizer alguma coisa, mas o elevador chegou e foram logo para a suíte, onde começaram a fazer amor na banheira e terminaram na cama.

***

Na sexta a noite ela fora apresentar Ikki a tia.

— Então, quer dizer que você e minha tia já se conhecem? – Minu indagou caindo no sofá surpresa.

— Claro querida, quem você acha que teve a idéia das piscinas naturais termais? Se bem que eu preferiria uma banheira com hidromassagem, mas conhecendo bem você...

— Eu lhe disse em Hakone que tive a ajuda de uma pessoa, Minu.

— E eu perguntei quem era e você nem me deu ouvidos.

— Ora filha, pra quê se preocupar com isso? Você deveria era prender logo esse deus greco-japonês.

— Tia!

— O quê?! Ele é lindo mesmo! Se bem que eu estava duvidando um pouco já que ele disse que não tiveram nada no cruzeiro.

— Ikki, você falou sobre o cruzeiro?

— Eu não sabia que era segredo, amor!

— Imaginem passar todo aquele temo dividindo a cabine e não ter acontecido nada...

— Tia, menos, por favor! Ikki apenas ria da situação.

— Se fosse comigo, teria frutado e desfrutado.

— A senhora tem toda a razão, vamos Minu, temos que colocar nosso amor em dia.

— Ah, mas não precisa ir, a Minu tem um quarto aqui também, aproveitem bem que eu vou agora mesmo tirar umas férias e pescar um deus para mim também.

— Tia a senhora vai viajar?

— Sim, mas na agenda tem o telefone do hotel onde ficarei hospedada. E estou indo agora. Bye!

— E para onde a senhora vai?

— Veneza, querida.

****

Na Grécia, Natássia não se conformava com a ausência do filho. Até então, ela não sabia sobre o namoro reatado e Hyoga ia muito pouco em casa, dessa vez, não queria intromissão da parte de sua mãe. No domingo, seu filho fez-lhe uma surpresa levando Eire para almoçar. O que deixou a senhora um pouco chateada com os dois por terem escondido que estavam juntos. Mas logo passou quando Hyoga pediu a namorada em casamento. Dessa vez quem ficou surpresa foi a Eire.

***

Ikki mudou-se para o Japão, iria assumir as filiais do pai nesse país. Um ano depois, na ilha de Sado em Niigata, o casamento era realizado com a presença de amigos íntimos e familiares.

Fim


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Notas finais do capítulo

E viveram felizes, brigando trollando para sempre! Hehehe
Kissus



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