Heróis do Amanhã escrita por WDes


Capítulo 1
Prólogo - O Herdeiro dos Shadowing


Notas iniciais do capítulo

Gente esse cap e o próximo são ambos prólogos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/492469/chapter/1

Leonard Shadowing é um rapaz de 15 anos. Ele é meio baixo(1,62), pálido a pele parecendo marfim, de musculatura bem definida. Seu cabelo é da cor do vinho, espetado e rebeldemente longo. Seu rosto é frio e tem traços bem claros. Seus olhos são singelos, com íris castanho-escuro, e que são Brilhantes de desejo e ambição. Leonard pesa 75,8 kg, seu Signo é de Cancer, e seu aniversário é 22/06.


Filho de Drakon Shadowing e sua esposa, dois magos que controlam o elemento do fogo, ele é um jovem membro do clã Shadowing um clã com apenas dez gerações, e possui uma má fama por causa do desempenho caótico de seus primeiros membros.

Leonard

Leonard estava sentado em uma poltrona em seu quarto lendo um livro sobre os elementos, e apesar de já ter passado da meia-noite ainda se sentia desperto. Ele levantou seus olhos do livro segundos antes de uma garota entrar pela janela.

—Você está atrasada- disse ele para a garota.

Ela era Elizabeth Vermillion, uma garota ruiva, um pouco mais baixa que ele e ligeiramente mais magra. Ela estava vestida com um sobretudo preto com detalhes em azul claro e prata, uma camiseta também preta e uma saia curta que surpreendeu Leonard já que seu quarto era no segundo andar.

-Tente ser menos frio com as pessoas. Você poderia ter mais amigos. - Ela disse sorrindo, seus olhos verde-esmeralda pareciam ainda mais brilhantes quando ela sorria, e Leonard fazia esforço para não demonstrar que gostava disso.

-Eu não preciso de muitos amigos.- disse o garoto fingindo desprezo.

Ele odiava que as pessoas falassem que ele ficava sozinho. Ele passou os olhos pelo quarto, como se esperando que alguma coisa fosse pular sobre ele, mas não viu nada além das paredes vermelho-escuro, a mesa com o computador, a cama e o armário. Ele tentou calcular quanto tempo levaria para pular para sua cama e pegar o gladio escondido atrás dela, achou que não teria tempo de pegá-la se algo atacasse.

Elizabeth sentou na cama e esticou a mão para pegar o gladio.

—Eu podia estar dormindo, sabe? —ela jogou o gladio na direção de Leonard, como se soubesse que ele estava nervoso, e tirou seus chakram das costas – nós vamos ou não para o lago?

-Só estava esperando você pedir.




Elizabeth

Elizabeth estava começando a ficar irritada com quantas vezes um garoto com aparência de nerd havia salvado a sua vida. Eles tinham chegado ao lago Hidragma, um lago que pertencia à família dela há séculos. O lago tinha esse nome devido a sua água ser não azul, mas vermelha. O lago era um lugar perigoso onde existam monstros antigos chamados Wyverns e alguns Raptors. Os adolescentes estavam atrás de Wyverns, mas sem nenhum resultado. Elizabeth fazia dança desde os quatro anos, e com dez começou a usar os chakrams, que apesar de apetrechos de dança eram armas poderosas. Leonard tinha ganho o gladio do avô dele cinco anos atrás, pouco antes do velho morrer. Ela sabia que o garoto se sentia mais seguro perto da arma, talvez como se sentisse seu avô ali. Ela tentava sentir isso, mas o último parente dela que morreu foi seu tataravô, que ela nunca chegou a conhecer, e ela sabia o porquê do garoto sentir a falta do avô. Daerik Shadowing foi a pessoa mais corajosa que ela já viu. Já haviam se passado duas horas, e eles não tiveram nenhuma sorte em cercar

—Bom, ainda não conseguimos achar um Wyvern sequer. Que tal voltarmos para casa, Leo?

—Como quiser, Lizzie.

De repente, ele escuta um grito nada humano e assustador, e se vira apenas para ver o primeiro Wyvern da noite, parecido com um mini-dragão com escamas metálicas, voar na direção de Elizabeth, pronto para causar um estrago e tanto com suas mandíbulas. Ele empurra Elizabeth para fora do alcance do Wyvern e acerta nele um corte vertical na asa esquerda, efetivamente debilitando o monstro, que sai voando baixo e tentando fugir. Elizabeth se levanta rapidamente e lança o chakram, derrubando o Wyvern de vez.

Ele então vai até o Wyvern caído e enterra a espada em sua cabeça, encerrando o sofrimento do monstro alado, que explode em poeira. Outros Wyverns, cientes da ameaça a seu território, se revelam.

- É assim que eu gosto! - disse Leo, sorrindo diante da oportunidade de testar os efeitos dos treinos de esgrima romana que ele fizera com o gládio.

Ele impala pela boca outro monstro que iria mordê-lo, que também se transforma em fumaça. Os dois vão derrubando Wyvern atrás de Wyvern, Leonard atacava os Wyverns que davam rasantes e protegia Elizabeth, enquanto essa derrubava os monstros com seus vários chakrams. Depois de uma longa hora de batalha, os Wyverns restantes fogem diante das pesadas perdas. Leo contava trinta abates por parte dele, e Elizabeth contava vinte e dois por parte dela.


—Nada mal, nada mal. Esses Wyverns viram o que acontece quando se intrometem comigo.

Elizabeth odiava admitir, mas Leo havia protegido ela a luta inteira.

—Você foi muito bom, me protegeu de várias mordidas, Leo.

—Você sabe que pode contar com Leonard Shadowning, não é? Afinal, eu sou o homem que vai um dia esfregar no nariz de todos os clãs sobre como eles são idiotas!

Elizabeth não se agradava com o pensamento que ele tinha dos clãs. O próprio Leonard não conseguia aceitar que a família Shadowing logo se tornaria um clã, e se distanciava cada vez mais deles. Mas sabia que dizer a ele que estava errado só lhe irritaria. Ele tinha de aprender certas coisas quebrando a cara, pensava ela. Não lhe agradava saber disso, mas era a verdade. Ele era estúpido demais para aprender isso com palavras. Só esperava que ele não tivesse de passar por uma grande humilhação para abrir os olhos. Sua esperança era que uma única derrota para um membro de clã decente seria suficiente para ensiná-lo que os clãs não eram algo ruim.

Leonard nutria um profundo ódio por clãs desde que um membro dos Darkhawk, clã conhecido por controlar o elemento da escuridão e do caos, humilhou seu pai em um duelo, que foi iniciado porque esse Darkhawk simplesmente quis humilhar alguém e seu pai foi o primeiro alvo. Ele tinha a ideia de que os clãs eram elitistas e, só por terem heranças mágicas lendárias, se julgavam no direito de estraçalhar as esperanças daqueles que se tornavam magos pelo acaso de serem escolhidos pela magia.

-Vamos para casa, Leo. Já é muito tarde, senão nem morando do lado da rodoviária nós vamos conseguir pegar o ônibus da Fundação Sekai.

—Certo… -disse Leo com uma voz entristecida, como uma criança que tivera seu brinquedo roubado.

De volta ao quarto de Leonard, ele havia se deitado em sua cama e ela estava sentada na cadeira do computador.

—Eu me pergunto, Lizzie… Como serão as coisas nessa tal de Arcadia?

—Não sei, mas acho que vai ser algo bom. Vamos conhecer mais pessoas como nós, e vamos poder finalmente usar magia. Isso não é suficiente para você?

Leonard não tem resposta. Está olhando para cima, pensativo. Elizabeth vai até ele e puxa a coberta por cima do rapaz.

—Boa noite, Leo.

Ela desliga a luz pelo interruptor ao lado da cama de Leonard, e então sai pela janela do mesmo jeito que entrou antes, fechando-a atrás de si.

Quando adormece, Leonard ainda está pensando no futuro próximo. O que será que o aguardava? Eram tantas possibilidades em sua cabeça, tantas coisas que ele queria ser e fazer…

Elizabeth ainda fica sentada no parapeito da janela, que ela havia fechado ao sair do quarto (para que Leonard não soubesse de sua presença próxima) por mais algum tempo. Está pensando sobre como ele se adaptará a toda a transformação e mudança dos quinze anos de vida, que ocorre com todo mago.

Quem sabe Leonard conheceria alguém que compartilha os mesmos sentimentos que ele, e finalmente faria mais amigos? Desde que o conhecera aos cinco anos, ela se preocupava muito com o comportamento antissocial do garoto, que sempre lhe trazia desafetos e problemas. Para ser sincera, ela não via outra pessoa próxima de Leonard que não fosse ela. Até sua família, embora preocupada verdadeiramente com o jovem herdeiro, tinha relações turbulentas com o rebelde rapaz, que parecia não aceitar que sua família estava pouco a pouco se tornando um clã.

“Deve ser parte do elemento dele, esse comportamento. O fogo é ligeiramente caótico e destrutivo. Seus usuários primários (aqueles que o têm como primeiro elemento) são caracteristicamente agressivos, enérgicos e agitados, pouco se importando com a opinião dos outros. Talvez por isso ele seja assim, antissocial.” Pensou Elizabeth. Ela realmente se preocupava muito com Leonard, talvez porque ele fosse a única pessoa com que ela poderia contar sempre. Toda vez que ela passava por dificuldades, Leonard era o primeiro a ficar ao seu lado e o último a aceitar que os tempos ruins haviam passado.

Agora pensando em elementos e fogo, ela se lembrava da primeira vez que Leonard manifestou ser um futuro mago do fogo.


FLASHBACK

Eles tinham sete ou oito anos. Era época de verão, e muitos incêndios estavam acontecendo nas florestas próximas ao sítio onde o pai de Leonard levara os dois para passar as férias. Leonard havia sumido misteriosamente enquanto ela se vestia para andar a cavalo e o pai estava pescando em um lago próximo. Quando ela saía do casarão, vestida com camiseta regata vermelha e shorts brancos, percebe que ele não estava em nenhum dos lugares onde havia dito que poderia ser encontrado. Não estava no lago com seu pai, nem nos estábulos preparando um cavalo para si. Não estava em lugar algum. Um incêndio acontecia próximo ao casarão, e ela imediatamente pensou que ele devia ter ido ver de perto. Saiu correndo pela floresta esfumaçada, pouco se importando com o risco de se sufocar. Correu, correu e correu em direção ao ponto de calor mais intenso que podia sentir. Até que chegou em uma clareira, onde um dos lados onde as árvores faziam divisa estava em chamas. Bem no meio do fogo, estava um garoto de oito anos, branco pálido e de cabelo espetado cor de vinho, vestido com camiseta e bermudão pretos, e, surpeendentemente, chinelos pretos que estavam mergulhados nas labaredas. De costas para ela, ileso. Elizabeth sentia o corpo todo pesar, e os seus pulmões parecia prestes a explodir, com tanta fumaça que ela havia inalado. Só consegue gritar:

—Leonard Shadowing, você está bem? Saia já do fogo!

O garoto lentamente se vira, e ela sente sua consciência se esvaindo e fecha os olhos. Quando acorda, está próxima ao lago, com Leonard sentado ao seu lado.

TÉRMINO DE FLASHBACK

E fora assim que ele havia descoberto seu elemento. Pensando um pouco mais, ela também se lembra de quando descobrira que seu elemento era o Gelo e o Frio.

FLASHBACK (Sim, novamente…)

Em outra ocasião, aos onze anos, ele havia levado os dois para uma região muito fria, com florestas de pinheiros. Como a região onde viviam nunca caía abaixo do grau zero, ela nunca havia visto neve na vida. Naquele dia, ela se vestira apressadamente com uma calça moletom cinza bem grossa, uma camiseta de mangas longas vermelha, recoberta por um grosso casaco de couro, forrado internamente com lã, de cor branca, além de botas grossas e altas, feitas de couro, e saíra para ver a paisagem. Se encanta com a neve caindo suavemente. Ela sai andando pela neve distraidamente, e entra na floresta, mal sabendo que naquela manhã haveria uma forte tempestade de neve, granizo e gelo, que se estenderia por toda a tarde. Horas se passam e ela não sente frio algum, mesmo quando uma grossa neve começa a cair e a temperatura, antes por volta de -10 Cº, cai para -30. Quando ela se cansa e resolve voltar para a casa, talvez fazer uma guerra de neve com Leonard, descobre o rapaz caído no chão, com vestimenta tão grossa e quente quanto a dela, mas totalmente preta, sofrendo com a hipotermia, na trilha que levava de volta à casa onde eles haviam se instalado. Ela leva um grande susto, ajoelha-se e chacoalha Leonard.

—Leo, o que está acontecendo contigo?

Ele começa a tremer ao toque quente da garota, e consegue grunhir:

—Frio, muito frio…

Ela puxa Leonard pela neve até a cobertura de um pinheiro, tira o próprio casaco e cobre Leonard. Depois coloca as duas mãos no rosto do rapaz, para aquecê-lo.

—Está melhor assim, Leo?

Ele para de tremer em alguns minutos, e assim que abre os olhos novamente se assusta ao vê-la só de camiseta naquele frio glacial.

—Lizzie, coloque um casaco, você vai morrer de frio se ficar assim…

—Eu não estou sentindo muito frio. Parece que apenas estamos no inverno lá na nossa terra. Dá para aguentar.

TÉRMINO DE FLASHBACK

Depois de ficar tanto tempo pensando, ela sente sono. Levanta o rosto e observa a lua, que estava cheia e grande naquela noite. Se levanta vagarosamente e diz:

—Acho que é melhor eu ir dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Heróis do Amanhã" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.