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Capítulo 78
Capítulo 78:


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo!!!
Sei que está todo mundo ansioso pra volta de Benita, eu pretendia postar já neste capítulo, mas ele acabou ficando bastante extenso, então resolvei postar no próximo. Mas não se preocupem eu não vou demorar para postar o outro é só tempo de terminar de escrevê-lo. Muito obrigada a todos. Até mais!!!



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– Oi! – Sidney saiu do portão de sua casa e avistou Sofia parada, com uma mala com roupas a acompanhando.

– Oi Sidney. – Ela sorriu quando o viu, não sabia ao certo ainda porque, mas seu coração dava uma leve disparada quando o menino chegava perto nos últimos dias, embora ela ainda não entendesse o que estava acontecendo a loira tinha que admitir que estava curtindo muito, aquela sensação de leveza.

– Tá fazendo o que aí? – Ele perguntou.

– Ah to esperando um táxi, vou voltar de avião pra casa. – A loira justificou. – Meu pai doido, ficou preocupado quando eu disse que o pneu do carro tinha furado na estrada e mandou um dos empregados dele buscar de volta, você acredita, disse que era perigoso eu voltar sozinha, me deu maior sermão. – A garota disse, impaciente com o exagero do pai.

– É... Eu não concordaria com teu pai normalmente, mas ele tem razão é meio perigoso você dirigir sozinha por aí. – Afirmou o garoto.

– Ai que gente que exagera, meu deus. – Ela revirou os olhos, sorrindo debochada.

– Então eu to voltando de carro, se você quiser uma carona. – Sidney a convidou.

– Ah não sei, eu e você juntos, qual probidade de você me deixar na estrada na primeira briga. – A loira brincou, mesmo achando que isso não seria muito improvável de acontecer já que ela e o garoto brigavam por tudo.

– Jamais faria isso, juro, vamos vai, vamos conversar eu iria adorar ter tua companhia. – Ele quis convence-la.

– Ah tá bom eu aceito, não tava com a mínima vontade de ficar em fila de aeroporto mesmo. – A menina acabou cedendo ao pedido do loirinho.

– Então me dá cinco minutos pra mim apanhar minhas coisas. – Pediu Sidney alegre por ela ter aceito seu convite.

– Tá eu espero sem problemas. – Garantiu Sofia.

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Anita cansada de se revirar na cama e não conseguir dormir resolveu levantar-se e tentar saber o paradeiro de todos, mas ninguém atendeu celular naquele começo de manhã nem mesmo Meg.

– O silêncio dessa casa é pior do que quando tá cheia gente. – Disse ela indo até a cozinha, chateada por não saber o paradeiro de ninguém. – Ai fazer café, foi só o que me sobrou mesmo. – Afirmou a garota para si mesma indo remexer na geladeira. – Ai mais o que... – Irritou-se ela quando apanhou a jarra com suco juntamente com outras coisas, a viu escorregar de sua mão ao chão. – Ótimo Anita. – Reclamou ela consigo mesma enquanto pegava um pano para limpar a lambança, passando por seus pensamentos se ela era sem sorte ou tinha se tornado tão desastrada que se quer tomava cuidado para tais catástrofes não acontecerem já que estava tão acostumada.

Ben que descia as escadas a passes lentos, ficou sem notar a presença da garota, antes de se se aproximar do local. – Que isso... – Perguntou ele em um rompente quando viu Anita levantar de trás da mesa. – Eu não to acreditando no que eu to vendo. – Confessou ele com um sorriso desconcertado, já que pensava que o paradeiro da garota era outro, a figura de Anita parada atrás da mesa, onde a família costumava se reunir, com um pano em mãos, um vestido azul marinho, despojado, mas com um toque elegante, com os cabelos mal prendidos em um coque solto, pareciam até a miragem de alguém que lhe olhava com sutileza e nenhum espanto.

– Será, que você está tendo uma alucinação. – Devolveu ela, debochando da cara de espanto do garoto, se deslocando para apanhar um balde que estava próximo a pia e jogar o esfregão dentro, com nenhuma cerimonia e delicadeza.

– É só que deus não iria fazer isso comigo não é, e ainda mais uma reprodução tão perfeita assim. – Afirmou Ben ainda confuso.

– Bom se você tem certeza disso. – Ela riu, parando para observa-lo. – E cadê todo mundo. – Anita questionou, sua curiosidade se fez maior do que toda perplexidade de Ben em vê-la.

– Espera, só explica uma coisa... – O que você faz aqui, você não devia estar... – Indagou ele, mal prestando atenção no que ela perguntava, ver Anita ali, era quase uma alucinação como ela mesma descreveu.

– No avião. – Adivinhou ela taxativa. – É, eu sei. – A garota o interrompeu sorrindo desconcertada.

– Então o que você faz aqui. – Ben continuou sem entender.

– Bom minha ideia inicial era fazer café. – Ela sorriu com audácia, fugindo de lhe dar uma resposta, queria se explicar mais não ali.

– Entendi. – Ben constatou que ela não queria se explicar, a garota era mestre em dar voltar e nunca se deixar cair em contradição e ele já sabia muito bem disso.

– Ben, qual foi, você vai mesmo continuar me olhando como se eu não tivesse aqui. – Perguntou Anita, achando graça. – Não sou um fantasma, posso te garantir. – Disse ela em um tom de zombaria. – Sério. – Anita o olhou com serenidade, enquanto lhe estendia a mão esquerda, ele ainda olhou a pequena mão da menina, que estampavam um relógio e uma pulseira, um anel discreto no dedo anelar, em contraste com as unhas pintadas de vermelho, como se achasse que estava mesmo sonhando, só podia, já que a ver ir embora no cair da tarde do dia anterior, lhe causou um sentimento com tanta estranheza. – Agora você acredita. – Ela riu debochada, enquanto Ben segurava sua mão e ela sobrepunha sua outra mão em cima da dele, os pensamentos do garoto foram confundidos em se perguntar, como tanta delicadeza, que podiam ser percebidas tão facilmente, nas mãos delicadas da garota, se confrontavam com tanta força, que ela demostrava em algumas situações, como se tivesse certeza que ela lhe bastava para ser feliz, já que Anita ignorava tanto o que os dois sentiam um pelo outro.

– Então tá né, acho que eu posso te ajudar. – Afirmou Bem a soltando devagar. – Com o café. – Acrescentou ele, constatando que Anita lhe olhava paralisada dessa vez.

– E o resto do pessoal, resolveu ir viajar também. – Anita perguntou, não entendendo onde todos poderiam estar.

– Bom Vitor e Giovana foram pra uma festa, de um amigo do colégio da Gio, não sei direito. – Exclamou ele.

– É só esqueceram de um detalhe não é, que tinham que voltar. – Anita retrucou com uma vassoura em mãos.

– E eu pra acrescentar nem fui a lugar nenhum, as pessoas não me convidam pra muita coisa nessa casa, ainda usam a mesma desculpa de antes, sou novo. – Pedro se intrometeu no papo dos irmãos quando descia a escada.

– Acredita um dia você ainda verá vantagem nisso. – Riu Anita. – Não vai dizer que tá espantado em me ver também. – Ela ficou sem entendimento diante da normalidade que o menino se encontrava.

– Não porque, escutei quando você acordou, tava quebrando tudo lá no quarto, enquanto tentava se arrumar, a tua voz continua inconfundível. – Falou ele a abraçando, Ben apenas achou graça, enquanto Anita fez cara de quem não ligava para o comentário do caçula. – Bem vinda de volta, mesmo que em um tempo recorde dessa vez. – Disse o menino.

– Ah muito obrigada. – Respondeu Anita sorridente, deixando um beijo na bochecha do pequeno. – Mais e você sabe quando o povo volta, ou ninguém informou nada. – Indagou.

– Acho que eles já voltaram, o Vitor tá dormindo, mais não vi que hora ele chegou, a Gio deve estar no quarto, você deveria ter batido lá. – Ele disse.

– Ah então, ou seja, ela só levanta amanhã. – Previu Anita, que a ruivinha iria ficar até mais tarde na cama.

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– Ai Clara sinceramente, não sei onde eu estava com a cabeça quando inventei de aceitar a ideia do Guilherme e cantar naquela festinha caída, só estou morrendo de sono e nada mais gente, pagaram uma ninharia pra gente. – Giovana reclamava com a amiga, a respeito da roubada da noite anterior, que ela só contava arrependimentos e mais nada.

– Mais não é você que diz que todo cache e bem vindo. – Clara achou graça das lamentações da ruivinha.

– Nesse caso eu já não tenho certeza disso. – Giovana afirmou vendo a mesa do café da manhã posta, e Pedro já sentado em seu lugar habitual.

– Bom dia meninas. – Desejou Anita quando as viu.

– O que Anita, o que você tá fazendo aqui sua louca. – Giovana quase não acreditava quando pôs os olhos na “irmã” mais velha.

– Olha se você não gostou, eu vou embora mesmo hein. – Brincou Anita depositando a jarra com suco que segurava em mãos sobre a mesa.

– Ah meu deus, eu sabia que esse dia não poderia ser micado, mais do que já estava. – A menina afirmou indo em direção de Anita e lhe dando um forte abraço com animação.

– Ai você vai me sufocar desse jeito. – Declarou Anita as risadas.

– Gio, pega leve, você vai deixar ela sem ar desse jeito. – Argumentou Ben, achando graça, em ver a teimosia de Giovana em não soltar Anita.

– Mais você não ia embora, voltou porque. – A ruivinha indagou não conseguindo compreender a presença da “irmã” ali. – Não entendi nada agora. – Afirmou Giovana olhando Anita de forma curiosa.

– Então é... - Nem se quer Anita sabia ao certo o que ela estava fazendo ali. –Eu decidi passar um pouco mais de tempo com vocês, porque não gostaram, eu posso muito bem, voltar agora mesmo pro aeroporto. – Respondeu Anita em um tom brincalhão.

– Não, não, de jeito nenhum, você vai ficar onde você tá, aqui com a gente. – Disse Giovana empolgada, e entre sorrisos de alegria.

– Tá né. – Anita gargalhou de toda agitação da menina.

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– Acordou cedo hein dona Meg. – Anita resistiu em implicar com a garota quando a viu entrar na cozinha aos bocejos.

– Ai Anita nem vem tá, eu só dormi umas duas horinhas no máximo. – Justificou a loira apanhando uma maçã na cesta de frutas.

– Onde você foi hein, bom com quem eu já sei. – Anita murmurou risonha enquanto terminava de lavar a louça, do café da manhã.

– E você não tinha que estar em outro lugar não, o que te deu. – Meg devolveu com outra pergunta, se escorando a beira da pia para conversar com Anita.

– Não sei, preguiça de ficar trancada em um avião, e perder os dias lindos que tem feito nessa cidade. – Respondeu ela com uma ponta de ironia.

– Anita não enrola. – Meg retrucou impaciente pelo ar de mistério que a amiga demostrava.

– Onde você tava. – Anita insistiu em saber.

– Ai tá bom, a gente jantou num restaurante lá na Barra, e depois fomos andar na praia ficamos conversando, conversando, que a gente nem viu a hora passar, quando vimos o sol já estava nascendo. – Explicou a garota, com um ar de apaixonada que Anita não pode deixar de perceber.

– Ai que fofo, pra quem disse que não gostava nem um pouco do Marcelo, não tá passando muito tempo com ele, horas a fundo de conversa. – Declarou Anita achando que ela realmente podia estar gostando do garoto.

– Ai Anita sei lá, mas também até quando isso dura, quando até nós tivermos que voltar cada um pra um lado. – A loira argumentou.

– Não sei, mas pra mim aí já vai ser tarde pros dois acharem que não vão sentir falta. – Falou a menina. – Mais quer saber, vai em frente, você tá merecendo ser feliz, e também não fica bancando a toda pratica porque você não é. – Afirmou Anita sinceramente.

– É só que eu já quebrei a cara algumas vezes, não dá agora pra bancar a doida apaixonada e somente. – A loira ponderou, querendo manter seus pés no chão.

– Então você tá apaixonada. – Anita alfinetou, não conseguindo deixar passar despercebido tal pronuncia dela.

– Ai Anita, eu não disse isso, para. – Meg quis contornar, ao perceber o sorriso de deboche de Anita pela confissão.

– Disse sim, só faltou gritar em voz alta. – Anita riu sem conter.

– Não para, deixa de maluquice. – A loira disse descontente.

– Para nada ué, se tem uma coisa que eu não sou é cínica, às vezes eu falo até demais. – Anita continuou rindo.

– Ai chata você. – Meg sustentou que estava descontente.

– Gente o que vocês tanto falam aí hein, da pra ouvir as vozes e risadas das duas lá de fora. – Questionou Giovana as abordando.

– Nada, bobagem. – Meg afirmou.

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– Então quer dizer que você resolveu ficar mais um tempo. – Meg confrontava Anita mais uma vez, se virá surpresa com a mudança de planos da garota.

– Ah Meg, você quer saber, acho que eu entrei numa fase de repensar o que eu quero, acho que o sonho de todo brasileiro, que vai morar fora seja pra trabalhar, estudar, é estar aqui novamente. – Acho que valeu o que eu vivi, e ainda vou viver lá fora, mas eu nunca descartei a hipótese de estar aqui novamente. – Anita respondeu procurando se explicar um pouco, por mais que tudo fosse confuso até para ela. – Nossa que calor, vou por outra roupa, não to mais aguentando esse vestido não. – Afirmou ela.

– Riu carioca. – Meg riu, se debruçando a cama com um livro em mãos.

– Pera aí! – Tem uma coisa errada, ah não, eu não fiz isso. – Pronunciou Anita pressionando as mãos no rosto agoniada.

– Fez o que. – Meg perguntou em alerta.

– Não, não, não. – Gritou Anita, irritada consigo mesma.

– Anita foca, o que você fez. – A loira se ergueu assustada.

– Gente que isso, o tá havendo, porque tá gritando maluca. – Marcelo chegou exasperado na porta do quarto das duas.

– Uma tragédia Marcelo. – Anita falou dramática.

– Ai meu deus, viu uma barata. – Ele pensou em total confusão.

– Marcelo, olha pra mim, vê lá se eu sou mulher de ter medo de barata. – Anita rosnou enraivada.

– Sei lá, a principio não, mais como que eu vou saber. – Ele alegou apenas rindo.

– Anita o que houve, fala. – Meg ordenou insistente.

– Acho que eu deixei minha mala no aeroporto e ela foi embora sem mim gente. – Ela choramingou confusa.

– Não creio, você fez isso mesmo. – Marcelo sentou ao lado da americana.

– Gente vocês acham graça. – Anita argumentou enquanto os dois trocavam sorrisos debochados um para o outro. – Isso é sério, minhas roupas estavam todas lá, só se salvou uma muda pra dormir, que eu tinha esquecido no armário, esse vestido que tava no varal, que eu deixei pra Meg levar e a roupa que eu tava ontem a calça a blusa e a jaqueta. – Anita afirmou extremamente preocupada.

– Cara, liga pra companhia se ninguém pegou, é só eles mandarem de volta. – Opinou Marcelo.- Sério, mais como você fez essa façanha Anita. – Ele perguntou.

– Ai meu deus minha cabeça estava um turbilhão ontem, despachei a mala e me esqueci desse detalhe. – Anita nem soube o que tinha se passado com ela para tamanho esquecimento.

– Bom só tinha roupa na mala não é, menos mal. – Disse Meg.

– Claro, porque não são as tuas roupas. – Lamentou Anita.

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– Então gente o que vamos fazer hoje. – Vitor perguntou empolgado, chegando à sala onde todos estavam reunidos e sentando ao lado da namorada.

– A gente podia ir pra praia, que tal. – Sugeriu Clara.

– Ai eu não quero desanimar vocês gente, mas há está hora a praia já está cheia e bom com esse calor, vamos torrar no sol e nada mais. – Meg opinou abortando os planos da menina.

– Ai verdade gente. – Clara se convenceu.

– E que tal então irmos pra piscina do colégio. – Giovana sugeriu se animando.

– Hãm pra piscina do Destaque, e a Raissa vai gostar disso Gio, de você levar a cambada inteira pra lá. – Anita indagou de forma dispersa de onde estava.

– A Raissa ainda abre o colégio aos domingos e sábados pros pais, alunos, e ex -alunos também. – Clara explicou a ideia da amiga.

– Ah vamos gente, confesso que estou com uma saudade de jogar um vôlei na quadra do colégio, faz tanto tempo que não vou lá. – Vitor deu apoio.

– Ah por mim tudo certo, bom se a Meg me emprestar um biquíni, uma blusa e um short eu vou. – Afirmou Anita.

– Só porque eu sou muito boa, eu te ajudo nessa tá. – A loira fingiu desdém.

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– Óh esse short e essa blusa tá bom. – Meg perguntou, entregando um short jeans azul claro e uma regata branca a Anita. – Ai Anita pega você, qualquer coisa, eu não sei escolher roupa pro outros. – Afirmou à loira, amarrando seu cabelo.

– Nem quando são as tuas. – Implicou Anita. – Eu só não sei se eu vou entrar nisso aqui não é, ai meu deus corre o risco deu descobrir que eu sou mais gorda do que eu penso. – Disse Anita às risadas enquanto segurava a bermuda da loira em mãos.

– Ah uma baleia. – Meg ironizou os exageros dela a respeito de seu corpo. – Você gosta de ouvir que tá magra né, por isso que fica falando essas coisas. – Ela alfinetou. – Pior é se eu descobrir que sou gorda a ponto de você não conseguir parar aí dentro. – A americana afirmou rindo.

– Tá vendo o que implica você nunca me falar mal quando eu faço uma panela de brigadeiro, dá nisso. – Rebateu Anita.

– Ai para Anita. – Meg pediu, vendo certo sentimento de culpa lhe rondar.

– Oi gente. – Julia disse dando leve batidas a porta do quarto.

– Julia! – Entra. – Respondeu Anita feliz por ver a garota.

– Fiquei surpresa quando você me ligou, você não iria embora ontem sua doida. – A morena disse um pouco confusa, depois que recebeu a ligação da amiga.

– Ou realmente. – Pena que a Anita não conta pra gente Ju. – Meg afirmou também não conseguindo segurar sua curiosidade.

– Ai gente como vocês são curiosas, deus. – Anita sorriu impaciente com todas as perguntas delas.

– Nó nada, você é que não conta nada pra gente. – Julia afirmou, recebendo apoio de Meg.

– Olha só vamos. –Anita interrompeu quando escutou, alguém a chamando no notebook que estava ligado sob a cama.

– Gente desçam, vão indo se vocês quiserem, eu vou resolver uma coisa aqui. – Anunciou Anita, quando viu que era Gustavo que a ligava.

– Ah tá, então a gente vai indo com o pessoal, te esperamos lá. – Meg alegou, percebendo uma tensão no olhar de Anita.

– Tá, tá pode ser. – Ela sorriu para disfarçar que estava bastante apreensiva.

– Caramba Anita que susto, ainda bem que eu te achei. – Gustavo disse a menina de forma nervosa quando viu sua imagem refletir na tela do computador.

– Susto por que. – Anita sorriu como se não entendesse.

– Ué você me disse que chegaria ainda hoje, eu vou no aeroporto e nem sinal de você. – Ele esclareceu. – O que houve. – O menino indagou percebendo que Anita parecia tranquila demais depois de tais mudanças de planos.

– Houve que eu decidi não voltar Gustavo. – Afirmou Anita tentando ser objetiva.

– O que, como assim? – Gustavo rebateu boquiaberto.

– É eu vou ficar mais uns dias por aqui, eu também não estou descartando a hipótese de me mudar novamente. – Ela revelou. – Só peço que você me entenda, e antes que você ache que eu estou agindo como uma desajustada, eu tenho consciência do que eu to fazendo. – Explicou Anita, ao constatar a cara de espanto do garoto.

– Não, não me desculpa, mais não dá, você só pode não estar pensando direito. Como assim?- nem sabe se volta Anita. – Pelo amor de deus você vai largar tua vida, tudo que você conquistou, e pra que, pra ficar com essas pessoas que... – Gustavo falou agitado mal sabendo como reagir depois de ouvir o que ele julgou que só podiam passar de devaneios da cabeça namorada.

– Essas pessoas Gustavo, que você se refere com tanto desdém, são minha família. – Anita espalmou a ponta dos dedos a mesa bruscamente ficando sem paciência. – E é isso sabe, meus irmãos estão crescendo, e eu não to participando da vida deles, o Pedro está virando um adolescente, a Giovana quase uma adulta e eu nos os vejo, não participo da vida deles, e o Ronaldo e minha mãe, que parecem que virarão estranhos pra mim, sem falar no meu pai, no filhinho dele com a esposa, que eu mal vi, e a Sofia que é minha irmã de sangue e nós nos tratamos como estranhas. – Alegou ela, sua vinda até o Brasil realmente tinha lhe feito refletir e perceber o tamanho da distância que havia se criado entre ela e todos.

– Olha só Gustavo minha família é importante pra mim tá, não me adianta nada ter o resto se eu simplesmente continuar sumindo da vida deles, como eu tenho feito, eu sei que é difícil pra você entender isso, mas eu sou assim, tua família está aí com você, toda junta, mas a minha, é meio diferente. – Esclareceu Anita da forma mais calma que encontrou, sentindo certa agonia tomar conta de si.

– Ah só por isso você vai se enterrar no Brasil, que oportunidades esse lugar pode te dar, me fala, você tem tudo aqui Anita, acho que você tá surtando não é possível. – O garoto retrucou perplexo.

– Eu não sei que oportunidades, eu não as procurei nunca. – Anita foi sincero e não o deixou de lhe dar razão. - Mais se você quer saber vontade pra correr atrás nunca me faltou. – E você sabe disso, eu sou assim, se me der na telha, eu mudo, eu desfaço, faço de novo, eu não tenho paciência pra cultivar frustração Gustavo, eu já tive tempo suficiente pra perceber que sofrer não levar a gente a lugar nenhum. – Afirmou Anita decidida ciente do que falava, escorando sua cabeça para trás na cadeira, e fechando os olhos por algum segundos querendo amenizar sua tensão.

– Você tá bancando a irresponsável, eu sei que você vai pensar melhor e vai mudar de ideia Anita, isso é loucura. – Gustavo alegou, tentando coagi-la a se ater a realidade novamente.

– Você sempre soube que eu nunca liguei pra poder status, isso não me move, e quer saber você não conhece meu mundo, você só conhece parte de mim, você não consegue ver com clareza, que a gente não é igual, que no fundo eu continuo sendo aquela mesma menininha de subúrbio, teus pais me detestam Gustavo, você ignora o fato de que eu não quero essas vida requintada para mim, e nem nunca vou querer, morar fora pra sempre não é meu objetivo, nunca foi, há coisas que nós nunca vamos ver com os mesmo olhos. – Anita sustentou, impaciente com toda intransigência dele.

– Eu até entendo Anita, o que eu não entendo, é você querer continuar apegada com uma coisa que nem mais faz parte da tua vida, teu lugar é aqui, você não vai conseguir viver aí levando essa vida com tua família, você vai fazer o que Anita, virar boleira como tua mãe pra se sustentar, você sabe que o salário de um estagiário no Brasil, não daria pra você se quer pagar uma faculdade. – Ele rebateu.

– Pois se fosse o caso eu faria com muito amor de dedicação, como eu faço tudo na minha vida, eu já fiz muito bolo pra ajudar a mamãe sim, eu não me envergonho disso, ela é uma pessoa digna, que me ensinou a ter cabeça erguida. – Taxou Anita. – E tá vendo, quando eu falo que a gente é diferente, você só conceitua, ainda mais essa diferença não é, pra mim não dá mais. – Disparou ela exasperada.

– Você se nega a mudar Anita, a viver as oportunidades que a vida te deu aqui, convidei você diversas vezes pra trabalhar com meu pai, ele ofereceu um emprego pra gente, pra começar nossa vida. – Gustavo disse com indignação.

– Gustavo eu não quero começar uma vida assim dependendo dos outros, e por enquanto eu quero viver essa que eu tenho, eu to muito focada no que eu quero pra mim, antes de pensar nos outros. – Declarou ela, não conseguindo encontrar uma forma de o fazer entender, o que se passava em sua cabeça. – Gustavo casamento pra mim não é um parquinho de diversões, um dia eu já cheguei a pensar que dava pra casar e ser feliz pra sempre, hoje eu vejo que isso tá muito longe de ser real, não dá pra tomar uma decisão dessas assim do nada, eu não quero dinheiro dos teus pais, na primeira oportunidade eles jogariam isso na minha cara e eu não iria aguentar Gustavo, eu iria virar a mesa e todo o resto. – Disse Anita.

– Você é orgulhosa, e eu fico feliz que você já pensou em si casar com alguém, se esse cara ainda estivesse perto de você, eu diria que se ele fizesse essa proposta pra você hoje ele quebraria a cara. – Esbravejou ele impaciente.

– Pois é chegamos ao ponto principal, eu gosto muito de você, mesmo, mais essas cobranças, essa vida fácil que você quer me dar, não é o que eu quero, a vida não é um passeio, você não consegue respeitar o que eu penso, minhas convicções, são bobas, são piegas mas são minhas, você não pode querer fazer tudo do teu jeito é achar que eu tenho que aceitar. – Anita ficou completamente irritada.

– O que você quer dizer com isso. – Ele questionou ficando paralisado.

– Que eu quero um tempo, um tempo pra mim pra minha vida. – Anita comunicou direta.

– Você tá terminando comigo é isso. – Gustavo parecia não acreditar.

– Eu não podia ter feito isso dessa forma, não assim. – Anita se lamentou. - Mais acredita se você esperar eu voltar pra Londres, você vai se machucar ainda mais, você sabia que eu fiz uma tentativa quando aceitei esse namoro, eu te falei que podia não dar certo, e sim Gustavo acho melhor cada um seguir sua vida, sem cobranças, sem compromisso nenhum, e seu um dia a gente voltar a se falar se for pra dar certo, vai dar, de verdade acho que você mereça uma garota que te entenda e essa garota não sou eu, eu gosto muito de você, mas isso no tem sido o suficiente pra mim aceitar tuas opinião e as coisas que você propõe. – Ela expos sincera.

– Você ainda vai ver que você tava errada, e que no fundo a intransigente que não consegue se esforçar, que não quer construir nada com alguém é você Anita. – O menino afirmou ressentido. – Anita será que um dia você se entregou de verdade a um relacionamento, você acabou de dizer que foi pedida em casamento, onde que tá esse cara agora, porque com certeza ele também não te aturou não é. – Ele a acusou. – Acredito que você á fazendo isso om a gente Anita. – Falou Gustavo em total desapontamento com ela.

– Eu não vou discutir isso, você tem todo direito de me odiar. – Suspirou ela, também com seu coração apertado.

– Eu amo você, não acredito que você tá sendo tão egoísta. – Insistiu ele.

– Acho melhor a gente parar por aqui não é, me desculpa, e você tem razão talvez o problema maior também seja comigo, só que eu não consigo fazer diferente. - Anita ressaltou verdadeira. – Espero que você seja feliz, e que você encontre alguém que divida tudo isso com você, de verdade. – Desejou ela.

– Eu também, eu tenho que ir. – O garoto respondeu secamente, antes de desligar a chamada, Anita não soube ao certo porque, mas viu algumas lágrimas involuntárias escorrerem por seu rosto.


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