Encontros, desencontros e novos encontros escrita por LoveSeries


Capítulo 64
Capítulo 64:




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– E aí que tal. – Serguei disse terminando de arrumar o cabelo de Anita.

– Você já pensou em mudar de país, porque eu iria adorar ter você por perto, pra fazer meu cabelo sempre. – Anita brincou. – E mais ainda o amigo, claro. – Disse ela, sentindo falta do companheirismo mutuo dos dois. – Tá mais que incrível, você sempre arrasa. – Elogiou sorrindo.

– A modelo ajuda também. – Afirmou Serguei.

– Ah meu amigo. – Suspirou ela. – Eu acho que eu ando com a autoestima lá no pé ultimamente, em todos os aspectos. – Anita acabou desabafando.

– Que foi, o que tá havendo. – Serguei sentou a cadeira ao lado para ouvi-la.

– Nada, eu não quero falar disso não. – Ela sorriu, tentando desanuviar seus pensamentos.

– A Julia comentou umas coisas comigo meio sem querer e... – Serguei se calou ao ver um olhar de reprovação de Anita. – É o Ben. – Disparou ele com receio da reação dela.

– Pode falar, eu sou o ser-humano mais burro da face da terra né. – Disse Anita dando a entender que ele estava certo.

– Vocês foram muito apaixonados, e eu presenciei de perto tudo que você fez em prol desse amor. – Pronunciou ele, percebendo certa tristeza no olhar da amiga, que ele sempre conhecia tão bem.

– E porque, pra que, valeu a pena, mesmo será. – Anita se questionou abalada. – Eu vive com o Ben, a relação mais entregue até hoje, depois disso eu passei a ser uma pessoa mais fincada na minha realidade. – Desabafou. – Às vezes eu fico me perguntando se existia aquilo tudo mesmo, ou era só empolgação da gente. – Pronunciou. - Serguei acabou percebendo toda angustia da garota.

– Claro que existiu, o Ben te amava Anita, mesmo com tudo que houve, mesmo com às vezes que ele enfiou os pés pelas mãos nessa história, ele te amava, assim com você sempre amou ele. – Disse ele, querendo conforta-la. – E quem sabe, não é isso, um amor que ainda vive sufocado por lembranças, magoas, e dores, feridas que ainda se mantêm um pouco abertas lá no fundo da alma e do coração de cada um. – Supôs o garoto.

– Eu não sei, eu não consigo entender. – Falou Anita, vendo seus olhos marejarem. – A gente alivia os medos e o sofrimento, mais no fundo ninguém se livra de nada, apenas ameniza, deixa pra lá em um cantinho esquecido, adormecido, pra viver novas coisas, e até arrumar novas magoas. – Afirmou ela.

– Porque seguir em frente é sempre mais importante, e você fez isso, agora talvez é isso minha amiga. – Disse Serguei, secando algumas lágrimas do rosto dela.

– O que? - Indagou Anita se vendo confusa.

– Você e o Ben, os caminhos dos dois estão cruzados e pra sempre. – Serguei explicou melhor.

– Ah Serguei, isso não, me poupe de filosofia barata de bolsa. – Anita ralhou. – Se for assim eu troco de família, de planeta, porque de país eu já troquei né. – Anita disse nervosa. – Não é possível não pode ser dessa forma. – Anita se negou a acreditar.

– Trocou, e no primeiro instante que pôs o olho no Ben de novo, pirou, vocês tem sim, uma fagulha, uma ligação muito forte que os dois nem entendem, admite. – Serguei argumentou sem se importar com a retaliação dela.

– Parou, parou agora. – Disse ela se incomodando e levantando apressada. – Olha só, deixa eu deixar claro uma coisa, o casalzinho que pegava fogo, pegajoso, grudento aqui, eram você e a Flaviana, e não eu, e outro lá, que eu não vou nem falar o nome. – Disse a menina, tentando negar, o que realmente se passava.

– Anita. – Serguei a encarou sério, querendo uma resposta coerente.

– Eu assim, tá. – Anita voltou para a poltrona novamente, e fitou seu olhar no espelho por um momento. - É, eu, eu admito que. – Olha aqui não ri tá Serguei. – Anita cerrou entre os dentes, ao ver a cara de deboche do garoto.

– Que, não to rindo. – Disse ele, para disfarçar.

– Eu, o Ben meche comigo, alguma coisa dentro de mim, quando encontra com ele, não sei direito, ai Serguei eu tenho um problema sério em resistir ao Ben, também isso não quer dizer que eu não consiga né. – Anita confidenciou. – Também agora, eu acho que eu não preciso mais me preocupar com isso. – Anita pressentiu, ao lembrar a briga dela com Ben mais cedo.

– Eu que não vou conseguir te fazer entender isso, eu acho que você tem que se ouvir dizendo isso, presta atenção no que você acabou de dizer. – Serguei aconselhou.

– Eu tenho que ouvir, aquela vozinha dentro de mim que diz assim, ‘Anita não banca a burra porque você já viu esse filme antes, e se deu mal no fim’. – Se condenou ela.

– Olha só chega de sofrer, vai lá no banheiro passa uma água nesse rosto, que eu vou fazer uma maquiagem nesse rostinho, digna do cabelo, porque você não vai ficar com um cabelo lindo desses, e com essa carinha que voltou de um velório. – Disse ele empolgado para anima-la.

– Maquiagem, não você já tá exagerando, não precisa, to bem assim. – Anita disse não muito convencida.

– E isso não foi um pedido carinhoso, foi uma ordem, pode ir lá. – Afirmou Serguei as risadas, puxando Anita da cadeira.

– Ai meu deus! – Tá eu vou. – Anita acabou cedendo os pedidos do amigo.

– Bom eu vou dar uma saída, você pretende contar como pra tua família o motivo de você ir embora. – Marcelo ainda tentava argumentar com o Ben. – Porque falar da Anita, não vai dar, não é. – Afirmou ele.

– Eu não sei, eu vou ver ainda. – Disse Ben, relutante em ouvir o amigo.

– Tá bom, to indo nesse. – Falou ele, vendo que não adiantaria.

– Nossa arrasou hein, pra quem saiu daqui na lama, você voltou com tudo. – Meg caçoou ao ver Anita entrar pela porta.

– Não brinca tá, tudo coisa do Serguei. – Disse Anita, se atirando no sofá, e soltando os óculos sobre a mesa em sua frente.

– A não teu cabelo tá muito lindo, vamos troca. – Disse Meg travessa.

– Como se você precisasse, tá e muito comprido isso sim, eu vou acabar cortando, é só eu entrar numa de trabalhar demais, vou ficar sem tempo pra cuidar, e vou acabar me estressando. – Anita justificou.

– E aí como você tá. – Questionou a loira.

– Médio, mais eu vou ficar bem, obrigada pela preocupação. – Agradeceu ela, sorridente.

– É oi gente. – Marcelo desceu as escadas e foi até as duas com uma cara meio preocupada.

– Oi. – Anita respondeu estranhado um pouco o jeito do garoto.

– É Anita será que a gente pode falar. – Perguntou ele.

– Pode, até pode, mais tem certeza que você na tá errando de pessoa não. – Disse a garota desconfiada.

– Não. – Falou Marcelo encarando Meg que desviou o olhar. – Eu preciso falar com você. – Pronunciou ele de forma taxativa.

– Tá vamos. – Concordou Anita, levantando.

– Eu vou sair por uma questão de educação ouviu. – Meg falou, séria indo em direção a cozinha.

– Fala Marcelo. – Anita levantou. - O que você quer, e óh pensa duas vezes antes de vir torrar o resto da minha paciência. – Afirmou Anita, não se vendo com paciência para mais problemas.

– Então na verdade. - Disse ele tentando saber como começaria. - Eu acho que você não vai gostar do que eu tenho pra falar. – Já previu ele. – Mais não me bate não, por favor, eu não tenho culpa. – Marcelo proferiu de forma tensa.

– Ai, vai fala, o que houve. – Pediu ela, se preocupando.

– Então, eu disse pro Ben que iria passar uns dias na casa da minha mãe, até volta pra Nova York, porque bem ou mal eu to quase roendo meu cotovelo já, se é que você me entende. – Marcelo tentou se explicar com calma.

– Tá e daí. – Anita perguntou já ficando aflita.

– Daí que, o Ben, ele disse que vai junto. – Soltou Marcelo.

– Ele não pode fazer isso, que droga. –Disse Anita subindo as escadas apressada. – Marcelo valeu. – Gritou ela agradecendo.

– O que você fez hein. – Meg indagou voltando para a sala. - O que você disse pra ela. – Meg perguntou após ver a garota sair rapidamente.

– Eu dei em cima dela, ela não gostou e foi reclamar com o Ben. – Ironizou ele. – O que você acha. – Disse ele, impaciente.

– Poxa, também precisa ser groso, estupido. – Meg disse se irritando.

– Meg que você tenha um pé atrás comigo porque não conhece, isso eu até entendo, agora não me acusa de ser groso, quando é você que me dá uma patada por minuto quanto tá perto de mim. – Pronunciou Marcelo chateada pelas atitudes da loira.

– Foi mal, eu to nervosa com tudo que tem acontecido. – Meg esclareceu, se sentindo um pouco mal.

– Eu também, e por isso que eu estou indo embora daqui, com licença, eu vou passar no banco pra sacar um dinheiro. – Comunicou ele. – Da uma olhada nos dois cabeças duras lá, por favor. – Disse o garoto sem prolongar mais o assunto, e se retirando no segundo que seguia.

– Embora, como assim gente. – Meg se lamentou consigo mesma, surpresa com a revelação.

– Eu posso entrar. – Perguntou Anita, batendo a porta do quarto e a abrindo em seguida.

– Já tá entrando mesmo. – Ben respondeu seco.

– Ben é uh, é o Marcelo me disse. – Anita pronunciou afoita ao perceber que ele arrumava a mala.

– Disse por que, ele tem uma boca enorme, maior língua de trapo. – Retrucou ele, sem nem olhar para a garota.

– Ben para com isso, você tá agindo como um moleque bobo, não é assim que a gente vai chegar a conclusão alguma. – Anita quis argumentar.

– Não, eu estou agindo como uma pessoa normal, que não quer prologar a própria desgraça. – Disse ele. – Eu to mesmo precisando de um tempo pra mim, não tem nada com você, não to fazendo isso pra manipular você não, se trata de mim. – Ben esclareceu, já prevendo o que ela diria.

– Pode até ser, mais você tá fazendo isso também, pra me deixar culpada, mal, me sentindo responsável, e a festa dos nossos pais, você veio pra cá pra isso, não faz isso com a mamãe com o Ronaldo, com a molecada que não tem nada a ver com isso. – Ele falou, para ver o convencia do contrario.

– Você vai se sentir culpada porque quer. – Retrucou Ben. - Tá com medo que eles desconfiem de alguma coisa. – Provocou ele.

– Deixa de ser patético Ben, você não pode fazer isso. – Disse Anita, não se deixando intimidar. – E você é assim, não é, incapaz de assumir a tua parcela de culpa das coisas, tem sempre que jogar pra cima dos outros mesmo, achando sempre que você é o mais prejudicado. – Anita rebateu já irada com ele. – Fica me acusando de ter sido dura com você no passado, de ser agora fria, orgulhosa, de ter ido embora por orgulho, ter desistido da gente pra não dar o braço a torcer, só isso nada mais que você pensa. – Falou ela, o encarando.

– E o meu lado, de quando eu descobri que você era a noiva do Antônio, quando eu vi vocês aos beijos por aí, enquanto você me acusava, a de agora quando eu descubro, que você só tem um namorado, e que você nunca pensou em me falar. – Ben devolveu na mesma moeda.

– Vamos deixar essa história fora disso, eu já tentei te explicar você não quis entender. – Anita contrapôs, aos suspiros para manter a calma.

– Eu vou embora, e eu não sei mesmo se eu vou voltar pra festa, mais pode ter certeza que vou resolver da forma mais sincera possível, pra não magoar ninguém mais, aqui nessa casa. – Ben informou irredutível. – E Anita, se coloca no meu lugar uma vez na vida, já que você sempre me cobrou tanto isso. – Disse ele.

– E você já pensou em se colocar no meu, quer dizer eu esqueci, antes de ser a tonta que teve a vida exposta, eu também fui o mostro que te julgou tão mal né. – Disse ela ressentida.

– E eu continuo sendo o palhaço da história né, você se diverte com a minha cara por enquanto, e depois você volta pra tua vida, pro teu namorado, que com certeza é uma pessoa muito mais merecedora de você do que eu sou, ele não deve ter feito as loucuras que eu fiz mesmo não é, cometido os erros que eu cometi. – Ben respondeu uma total sarcasmo.

– Você pelo menos vai vir se despedir deles. – Questionou Anita, preferindo ignorar parte das palavras do garoto.

– Minha família esta acima disso Anita, e até de você, mais eu não gosto de despedidas, e eu não to afim de me despedir de você, se é isso que você quer saber. – Disse Ben, não escondendo a irritação com a garota.

– Ok, eu já entendi, também acho que vai ser melhor assim. – Afirmou ela, virando-se para se retirar.

– Só me responde uma coisa antes. – Ben proferiu a segurando pelo braço. - Eu quero ouvir da tua boca. – Falou ele ao respirar profundo.

– O que. – Anita ficou sem entender o que ele ainda podia querer, depois das palavras duras e curtas lançadas a ela.

– Você ama esse cara, de verdade mesmo, a ponto de fazer qualquer coisa pra ficar com ele, como você um dia já foi capaz de fazer pela gente, ele te faz sentir a mesma coisa que um dia eu te fiz sentir. –Perguntou Ben, enquanto Anita o fitava com o olhar perdido como se não acreditasse nas palavras proferida por rele.

– Que diferença isso faz, tá querendo que eu te coloque em um pedestal, como o único e inabalável. – Disse ela, vendo seus reflexos diminuírem, e se negando a responder.

– Não sei, eu realmente não sei. – Ben respondeu sem tirar os olhos de cima dela. – Eu só quero entender, porque se você tem tanta ligação assim com ele, porque se envolver com o cara torto de novo, que segundo você mesma disse, só te trouxe sofrimento. – Afirmou Ben insistindo para que ela respondesse.

– Também isso não é verdade. – Anita pronunciou, temendo os rumos da situação.

– Vai Anita, se eu não sou nada, porque não responder. – Disse ele, enquanto a garota parecia viajar em seus pensamentos apenas.

– É isso não é, a garota idiota, e o cara incrível. – Esbravejou ela, quase rindo. - Pois eu cansei de desempenhar esse papel, a pobre garota boazinha que só sofre. – Disse Anita apenas, enquanto Ben fitou o chão, apertando os lábios em um sorriso irônico.

– E tem medo dela te levar pra um caminho que você não quer, não é. – Ben quase riu da afirmação da garota, sua capacidade de virar o jogo a seu favor realmente era inegável.

– Foi você que me achincalhou por causa do meu namoro. –Anita disse sentindo que precisava se defender.

– Quer saber, eu não sei o que eu faço com você, e nem comigo, mais eu vou dar um tempo disso aqui. – Afirmou ele, se vendo confuso com o que via nos olhos garota, e das palavras que ela contrapunha com tanto louvor.

– Ah e enquanto isso, eu espero sentada, pode esquecer eu tenho mais o que fazer. – Disparou ela, não gostando se se sentir manipulada.

– Não precisa, vai lá continua enganando teu namorado, quer dizer ele, ou eu, não é, porque as vezes você disfarça tão bem, que nem da pra saber quando você mente ou diz a verdade. – Falou ele audacioso.

– Mentirosa e a tua mãe tá. – Anita devolveu se enfurecendo.

– Tá bom, eu já entendi, eu sou nada pra você, você fica descompensada assim por nada mesmo. – Falou Ben, apoiando as pontas dos dedos no rosto dela.

– E tá falando de que agora, eu to ótima, aliás, você não vai embora, pode ir. – Falou ela tentando soltar seu braço. - Tá esperando o que. – Anita ralhou. – Um beijo de despedidas, pode esquecer. – Resmungou ela raivosa.

– Você, tua mão suando frio, por exemplo. – Disse ele provocando sorridente, e entrelaçando a mão dele com a de Anita.

– Rio de Janeiro, faz muito calor nessa terra. – Afirmou ela se afastando um pouco. –Minha pressão sempre foi baixa, e demais. – Justificou ela.

– Entendi, entendi tudo mesmo. – Falou Ben dando um paço a frente os aproximando novamente, Anita se vi com a sensação de que controle não era algo que pairava sobre os dois naquele momento.

– Ah mais ia ficar bem legal né mina. – Falou Luciana entrando ao quarto com Giovana e Pedro atrás, Ben e Anita se afastaram com rapidez, disfarçando qualquer coisa.

– Ah gente, eu acho que é melhor a gente voltar outro dia, não é. – Luciana disse, no mesmo instante que percebeu o clima caloroso que unia a sobrinha a Ben, de alguma forma ela conseguia entender que, o que sempre uniu os dois, agora tinha se tornado algo quase proibido, que ambos podiam até negar, mas ela não conseguia deixar de pensar.

– A gente interrompeu vocês. – Giovana desconfiou das palavras da tia postiça.

– Não, o que seria. – Anita falou firme. – E pode ficar onde você tá tia, mamãe tá louca trás de você, você sumiu esses dias, tava aonde. – Anita quis mudar o rumo do assunto.

– Tava desenvolvendo umas paradas e dando uns role nas quebradas, a mana se preocupou atoa. – Luciana afirmou, não muito convencida.

– Que confusão você se meteu dessa vez hein. – Anita permitiu rir por um momento, até esquecendo a tensão de ter sido quase pega entre beijos com Ben, na presença dos irmãos.

– Coisa minha, já disse. – Luciana respondeu, sorrindo com certa malicia para Anita.

– Ben eu preciso muito falar com você, pode ser. – Giovana perguntou, já arrastando irmão pela mão para fora.

– Calma que foi. – Riu Ben da empolgação da irmã.

– Que foi vai ficar parado aí. – Anita falou a Pedro que apenas observava tudo parecendo intrigado.

– Não, eu vou ajudar a Giovana com a planilha pros custos do show. – Disse ele, dando um beijo estalado na bochecha de Anita e saindo em seguida.

– Que calor hein mina, meu deus. – Luciana não resistiu em jogar uma indireta.

– Lá fora, também acho, infernal. –Anita fingiu-se de desentendida.

– Não, aqui dentro mesmo, quase saindo faísca já. – Retrucou Luciana.

– Tia deleta tá. – Pediu ela, percebendo que Luciana havia visto demais.

– Será que no fundo, você é mais parecida comigo, do que tua mãe pensa. – Luciana brincou.

– Será tia, será que ao fundo eu sou apenas, uma alma volúvel, que bagunça o coração do podre garoto certinho. – Anita riu, das próprias trapalhadas.

– Felicidade é mais importante pode ter certeza. – Disse Luciana, soando como um conselho.

– É você é que esta certa, agora deixa eu descer. – Falou Anita dando um abraço nela e saindo em seguida.

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– Você sabia que o Marcelo vai embora daqui. – Meg disse chegando à cozinha, com um semblante arrasado.

– Sim sabia, e o Ben também. – Anita respondeu enquanto colocava mais um pedaço do bolo em seu prato.

– Que isso. – Falou a loira.

– Isso se chama retaliação, tá na cara que o Ben tá querendo me castigar, porque descobriu do meu namoro com o Gustavo, ai ele não aparece na festa, não vem se despedir de ninguém, e eu fico me sentindo uma judas, porque todo mundo vai ficar triste com ele por isso. – Anita exclamou, sentindo certa vontade de esganar o garoto.

– Não, você se entupindo de bolo de chocolate, e refrigerante ainda por cima. – A loira explicou ao que se referia exatamente.

– To ansiosa, preciso comer. – Anita afirmou sem nem importar.

– E né além de rejeitada, você vai ficar uma gorda. – Disse Meg repreendendo.

– To nem aí, eu preciso fazer algo, se não vou enlouquecer. – Proferiu ela, ainda devorando o bolo ininterrupta.

– Anita largada, até vai, agora gorda e despencada também, não né. – Meg ralhou tomando o prato dela. – E depois eu te conheço, olha aí, já comeu quase meio bolo, que eu sei, ele tava inteiro na geladeira, chega né, pelo que eu bem sei, você vai acabar passando mal e botando tudo pra fora. – Argumentou a loira.

– Deixa de ser insuportável Meg, a bailarina aqui é você, eu gorda ou não, eu ainda consigo trabalhar. – Anita não se importou pegando o prato de volta. – E você tá de mau humor porque, Marcelo vai embora é isso. – Anita perguntou, vendo que a neura da loira com sua comilança tinha a ver com outra coisa, além de magreza.

– É parece que eu levei a pior nessa. – Meg confessou sua frustração.

– Porque quis, maltratou tanto o pobre que ele cansou. – Anita foi sincera.

– E você fez o que com o Ben hein. – Meg devolveu.

– A gente brigou muito, mais também o Ben não é nenhum santo. – Anita respondeu, ficando impaciente com a afirmação dela.

– É a vida não tá fácil minha cara. – Meg pronunciou cortando um pedaço do bolo.

– Hum come não, vai ficar gorda. – Anita implicou rindo.

– Cala boca. – Meg resmungou, não dando ouvidos.


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