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Capítulo 59
Capítulo 59:


Notas iniciais do capítulo

Ótima leitura a todos!!



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– Oi, oi, oi... – Anita e Meg entravam pela porta do casarão animadas, trazendo as sacolas com as compras do shopping.

– Oi gente. – Disse Meg, enquanto observava a família reunida na sala.

– Meg põe ali no canto pra mim. – Pediu Anita alcançando suas sacolas para ela, para que a loira pudesse acomoda-las no canto vazio entre o sofá e a mesa, onde se localizava o telefone.

– Eu vou por esse bolo na geladeira, antes que desande de vez. – Disse Anita, indo rapidamente a cozinha e voltando.

– É né, ter vindo até aqui já foi um milagre, sem comparação. – Comentou a loira.

– Nossa Anita, o que tem aqui, chumbo. – Comentou a garota, vendo o peso se sobressair mais que sua própria força.

– Não. –Negou Anita, parando em frente ao sofá. – E cadê a mamãe? – Anita questionou, fitando o irmão caçula que assistia TV, bastante concentrado.

– Mais fica difícil de acreditar, ouviu. – Retrucou Meg.

– Mais eu posso te ajudar. – Falou Marcelo, caminhando até Meg, e acomodando as sacolas para ela.

– E se tá pensando que eu vou agradecer muito, desiste. – Pronunciou ela, fitando o sorriso brincalhão que o garoto continha nos lábios.

– Aí seria o mesmo, que eu passar a acreditar que milagres acontecessem. – Disse Marcelo de volta sem perder a pose, Ben apenas riu encarando o chão, pensando se a cara de pau do garoto tinha um fim.

– Gente, cadê minha mãe, qual foi? - Eu fiz uma pergunta tá todo mundo surdo nessa sala. – Anita repetiu a pergunta impaciente, ao perceber a falta de atenção de todos, ainda mais pela cena de Marcelo e Meg.

– Tá lá em cima. – Respondeu Pedro apenas, sem mover o olhar para visualizar a irmã mais velha.

– A Sofia, tá com ela, eu acho Anita. – Completou Ben.

– Ela não foi trabalhar não né, pros filhinhos muito bebês que ela tem, terem uma caminha bem arrumada, uma toalha no banheiro limpinha, a gaveta das meias alinhada. – Falou Anita ironizando.

– Nossa! – Mais o que tu tomou no café da manhã, tá azeda em Anita. – Vitor reclamou, não gostando das insinuações dela.

– Nada, nem tomei café hoje. – Rebateu a morena. – Mais, eu não falei nada de absurdo, dona Vera ama mimar todo mundo aqui. – Reafirmou ela sentando ao lado de Pedro. – Confesso que no meu tempo era menos. – Comentou ela. . – Mais ela não pode também começar a trabalhar como uma condenada, como antes, até porque ela acabou de voltar pra casa. – Pronunciou a garota justificando seus pensamentos.

– O que foi, tá com saudade de casa maninha, pensei que a vida de responsável tava boa. – Alfinetou Pedro.

– E quem te falou que ser responsável é bom, hein super esperto. – Falou ela, cutucando a barriga do pequeno.

– Ué é o que dizem a maioria dos pais. – Respondeu ele.

– Acho que bom mesmo, é no final do mês contar o dinheiro e ver que você não vai ser procurado por não pagar as contas, porque gasta mais do que ganha. – Anita afirmou travessa. – E na verdade o bom mesmo, e acha que a gente pode ser adulto, não sendo, pena que isso não dura muito tempo, o tempo é cruel nesse caso, afinal tem melhor coisa do que ganhar dinheiro mais ainda ser sustentada pelos pais. – Disse ela. – O Vitor faz isso, e um conselho aproveita, porque não dura a vida toda não. – Brincou a garota, arrancando uma risada de todos, menos de Vitor que amarrou a cara.

– Parece até que eu sou um encostado né Anita. – Resmungou ele.

– Não, é só um adolescente, tá se ofendendo por pouco, só estou dizendo pra vocês aproveitarem isso, porque um dia acaba, não é gente. – Ela quis se defender.

– É né mais também não precisa aterrorizar os dois, desse jeito eles vão querer parar o tempo. – Disse Marcelo aderindo o assunto. – Um choque de realidade desses, medo de ter uma irmã como você. – Riu ele.

– Você sempre tem que dar a última palavra né, que chato garoto. – Meg implicou.

– Não, não que eu ache. – Respondeu ele. – Mais pra você, eu posso abrir uma exceção com maior prazer. – Jogou Marcelo. – Se quiser pode dar todas as últimas palavras. – Disse ele, encarando a garota parada ao seu lado, que se afastou de cara fechada.

– Não vou nem me dar o trabalho de responder. – Meg disse sentando ao lado de Anita.

– Oi filha, você sumiu. – Falou Vera descendo as escadas indo até o grupo, assim como Sofia.

– Sumi nada, até porque eu sabia que você tava em ótimas mãos. – Anita respondeu com um sorriso.

– Aconteceu alguma coisa, onde você foi tão cedo. – Indagou Vera curiosa.

– Fui. – Balbuciou ela, encarando Ben escorado a parede a sua frente. – Fui, paga umas contas, resolver umas coisas, mais eu deixei a Meg lá, eu não sumi, até pra você não ficar preocupada. – Anita foi se justificando, fitou Ben, que parecia arredio com a desculpa, como se esperasse algo a mais como resposta, e não tal desculpa esfarrapada e que não tinha nada a ver com o que a garota foi resolver naquela manhã, os olhos verdes do garoto fixos em cima dela, demostravam uma ponta de frustação e incomodo pela situação, a menina voltou a encarar a mãe e foi soltando o ar dos pulmões devagar para tentar manter-se serena, ao ser ver tensa que alguém percebesse alguma coisa. – E você tudo bem. – Explorou ela, querendo fugir o mais rápido possível do assunto anterior.

– Ótimo to na minha casa de novo, não poderia estar melhor. – Vera respondeu com sorriso contente, enquanto os amigos do casal, Marcelo e Meg, observam discretos as reações de ambos.

– Eu comprei um bolo pra gente, afinal tem que comemorar a tua volta. – Anita levantou do sofá e caminhou até a mãe. – Não é como os teus, mas da pra gasto eu acho, comprei com a dona Norma, nem sabia que ela ainda trabalhava. – Falou Anita.

– Faz sim, a filha ajuda ela, e a Norma que me deu todas as dicas, ou você não lembra que eu trabalhava com ela. – Afirmou Vera.

– Ela não me conheceu vê se pode, disse que não sabia de onde, tinha visto meu rosto. – Falou Anita. – E lembro também que eu adorava ir junto com você, porque ela sempre me dava um pedaço de bolo. – Anita pronunciou relembrando.

– Bom dia gente. – Giovana entrou saltitante pela porta.

– Bom dia, achei que você tinha esquecido o caminho de casa também. – Vitor ironizou.

– Ah que engraçado, do que vocês tanto falavam. – Perguntou à ruiva.

– Que a Anita roubava bolo quando criança. – Pedro respondeu.

– Oi o que. –Giovana não entendeu nada.

– Roubava não, ela e dava sem eu pedir. – Anita explicou.

– E claro que você convencia ela, com a carinha de boneca que você sempre teve, desde criança, eu mesma nunca consegui te negar nada. – Vera disse deslumbrada em lembrar dos momentos da infância da filha, que lhe davam tanta saudades, já que ambas eram duas moças feitas hoje em dia.

– Tá aí, Anita chantagista. – Afirmou Giovana brincalhona.

– É quem diria. – Ben retrucou.

– Impressionante eu sempre sai de ruim da história. – Disse Anita, sorrindo sarcástica, especialmente para Ben. – Corrigindo gente, ela é uma pessoal legal, que gostava de criança e não me negava um pedaço de bolo, ela fazia isso até com a Sofia, não tem nada a ver essa teoria de vocês aí. – Anita tentou se defender.

– É mais como sempre, você cativa as pessoas, muito mais, e com mais força, né Anita. – Sofia se pronunciou, sentindo certo exclusão dela mesma, ali naquele ambiente, nas palavras que a mãe lançava a irmã mais velha.

– O que também não faz o menor sentido, não é, afinal manipulação nunca foi algo que eu dominasse e gostasse. – Anita respondeu, racionando se teria entendido certo, o que realmente se manifestava junto com as palavras da loira.

– Gente vocês foram no shopping e nem me convidaram. – Giovana encerrou o assunto, ao avistar as sacolas.

– Fomos, você não tava aqui, tava na praia, se não a gente tinha te chamado. – Meg esclareceu. – Mais a gente trouxe isso aqui pra você. – Disse Meg, indo apanhar a sacola com um presente para a ruivinha.

– Ai gente o que é. – Falou Giovana segurando a sacola curiosa.

– Ué abre. – Anita deu risada da cara da menina.

– Ah um vestido, lindo, é a minha cara. – Disse Giovana com alegria.

– É pra você usar na festa, tava ontem mesmo dizendo que não tinha roupa. – Meg justificou.

– Ai Meg e você sabe que eu te adotei né, a muito tempo atrás, você é mais que minha irmã gente. – Falou ela com um abraço. – Obrigada. – Agradeceu.

– Gio a notinha tá ai no fundo da sacola, se você por acaso quiser trocar vai lá e troca, por favor, sinta-se a vontade. – Disse Anita.

– Tá, mais nem vai precisar gente, eu adorei mesmo. – Giovana falou observando o papel. – Gente, vocês pagaram tudo isso mesmo, mais nem eu merecia tanto. – Proferiu ela um pouco espantada com o valor.

– Hahaha, o cartão de crédito da Anita que deve tá muito mal das pernas há essas horas. – Meg se divertiu com a cena.

– Ai Anita, muito, muito, mais muito obrigada mesmo, você sabe que eu ti amo muito também, que você sempre foi minha irmã, mesmo que só de coração. – Afirmou a ruivinha com um abraço forte. – E já que você ficou rica, eu vou aceitar. – Brincou Giovana.

– Rica eu? – Só em sonho, não é. – Anita riu. – E a Meg dividiu a conta do vestido comigo, eu paguei no meu cartão, mas ela vai ajudar também, e se ela se recusar a pagar, eu despejo ela de casa, quando a gente chegar. – Ela disse travessa.

– Um bom argumento, sem dúvidas. – A loira riu da situação.

– Ah, mas mesmo assim, obrigada gente. – Continuou agradecendo Giovana.

– Mais e o almoço. – Vitor questionou, já travando uma batalha com sua barriga.

– Eu vou fazer, um muito especial pra ver todo mundo aqui. – Vera disse com felicidade.

– Eu ajudo. – Falou Meg se prontificando.

– E eu ajudo a te ajudar loira. – Marcelo falou audacioso.

– Você não cansa, assim só pra saber. – Meg rebateu cansada de tanta insistência.

– De você, jamais. – Respondeu o garoto, sorrindo para ela.

– Vou ajudar a Vera. – Meg achou melhor, bater de frente com a garoto parecia algo que não detinha Marcelo nem um pouco.

– E eu vou subir, vou dar uma volta. – Sofia comunicou, sentindo um sentimento de rejeição lhe dominar que nem ela mesma sabia de onde vinha, mas ele era tão forte que ela não conseguia impedir que ele lhe invadisse como um todo, mas ela parecia sentir que mesmo depois de tanto tempo a presença de Anita, tirava qualquer tipo de atenção que ela pudesse ter da mãe ou de qualquer outra pessoa ali, a loira tinha a sensação de que todos haviam esquecido o que um dia uniu Ben a Anita verdadeiramente, mas esquecer os erros que cabiam nas costas dela, jamais tinha acontecido, a garota viu sendo a torta da família como antes, sentindo a necessidade de se afastar até mesmo para tirar aquilo de seus pensamentos, a ação dela foi exatamente essa. Sofia não queria nutrir qualquer sentimento parecido com aquele que estava rondando sua mente, até para se reestabelecer ela achou melhor se retirar, as coisas já andavam confusas demais para ela, colocar mais percalços em sua vida.

– Filha não, você não vai almoçar com a agente, fica. – Vera argumentou, um tanto sem entender.

– Eu estou com um pouco de dor de cabeça, vou sair um pouco, mais tarde eu volto. – Sofia usou como desculpa, subindo as escadas para apanhar as bolsa no quarto.

– Eu vou levar um papo com ela mãe. – Anita decido, enquanto escutava os passes da loira subindo a escada.

– Vai então. – Vera consentiu.

– Eu vou. – Anita falou se retirando, percebendo vagamente o que se passava com a irmã, incrível que alguns momentos, sendo apenas a gentil e boazinha da família, que via as situações de fora em muitos momentos, havia dado um senso de observação a garota que raramente era contraditória em relação a realidade.

– Posse entrar. – Disse ela, batendo a porta do quarto da irmã.

– Claro Anita, a casa é tua também. – Sofia respondeu, enquanto ajeitava suas coisas na bolsa.

– Você não vai almoçar com a gente, a mamãe tá tão feliz Sofia, ela acabou de sair do hospital. – Anita quis ter paciência.

– Não, eu realmente não posso. – Sofia disfarçou.

– Nem por um sacrifício, por ela. – Anita argumentou.

– Anita eu não posso, eu não to legal, eu quero ficar sozinha, vou dar uma volta, respirar um ar. – Ela continuou com sua ideia inicial.

– Sofia, é isso mesmo que eu to entendendo. – Anita foi direta.

– Isso o que Anita. – A loira se fez de desentendida, torcendo para a irmã não estar certa quanto a suas percepções.

– Isso, exatamente isso. – Anita repetiu cruzando os braços. – Você ficou com ciúmes, não sei mais o que, ou se foi isso, porque eu dei de presente um vestido pra Giovana e ela me elogiou. - Anita soltou. – Sofia, eu não to acreditando. – Disse ela perplexa.

– Quer saber, eu não sei se foi isso tá legal, mais eu me senti um nada, uma coisa sem importância, vendo que não existe uma pessoa se quer nessa casa, que não me olhe com desdém por eu não ser perfeita como você. – Sofia acabou admitindo.

– E você tá enganada, eu não sou perfeita, e nem nunca fui, eu erro e muito, e feio às vezes, mais quase sempre eu assumo o que eu faço, pago caro por isso, e até escondo a minha culpa e a minha dor por isso. – Anita rebateu.

– Só que você não é taxada como o mostro da situação desde sempre, ninguém gosta de verdade de mim nessa casa Anita, na verdade ninguém gosta de mim nunca, eu acho, eu vou passar o resto da minha vida pagando pelo que eu fiz, já você pode comemorar ninguém mais lembra, você e o Ben afinal sempre tiverem índoles incomparáveis com a minha. – Ela desabafou, vendo seus olhos marejarem. – Foi mal eu não vou ficar pro almoço, vou dizer qualquer coisa pra mamãe. – Sofia acrescentou, segurando a bolsa.

– A gente fez muita besteira sim, mas nenhuma de caso pensado pra prejudicar ninguém, isso eu posso te garantir, eu sempre percebi que pra nossa mãe aceitar a gente, ia trazer um sofrimento enorme pra ela, e lutava por mim, não pra destruir ninguém. – Anita afirmou. –E mais eu não tenho culpa do que você fez, muitas vezes eu achei que eu tinha, não ou negar, mais isso é uma consequência que é tua, só tua infelizmente, em momento nenhum eu influenciei ninguém aqui a te condenar pra sempre, alias eu não tava perto pra fazer isso mesmo que eu quisesse, eu moro do outro lado do planeta se você ainda lembra, e de verdade eu não tenho raiva tua, não to querendo ser a santa, que tudo entende não, mais eu não vou ficar guardando algo que jamais vai me trazer coisas boas, muitas vezes eu tenho a sensação que, eu posso ter muito mais magoa do Ben do que tua, acho que foi, porque foi ele que me jurou amor eterno, não você. – Pronunciou Anita, percebendo os olhos cabisbaixos da irmã trazerem certa surpresa.

– Você é diferente, não é Anita, especial, não iria perder teu tempo comigo. – Disse ela, magoada.

– Ao contrário eu to perdendo, não, vim aqui falar com você. – Anita alegou com sorriso.

– Você veio aqui não por mim, mais sim pela nossa mãe, apenas isso. – Sofia acusou, não achando que Anita iria pensar nela, depois de tudo.

– Eu vim também pela gente, você é minha irmã, vamos pelo menos fingir que a gente não esqueceu disso, e eu não quero ver a mamãe triste, você tem razão. – Anita foi sincera com suas palavras. – Mais se ao contrário, do caminho pra frente, você ainda quiser voltar a ser a menina mimada do jardim, que vira a casa quando não gosta de algo, vai em frente, não sou eu que vou te impedir a essa altura do campeonato, mais ao invés disso Sofia, você pode continuar mostrando que você mudou, e tirou alguma lição saudável de toda trapalhada que você fez no passado. – Anita propôs. - Se você quiser tentar pra valer, sem medo dessa vez, eu ainda estou no quarto ao lado por pelos menos mais uns dias, depois vai ser mais difícil, você vai ter que pegar um avião pra isso. – Anita disse brincalhona, tentando fazer que a irmã desmanchasse a cara cabisbaixa. – Tchau. – Ela se despediu, Sofia permaneceu imóvel no mesmo lugar, enquanto Anita saía pela porta.


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