Encontros, desencontros e novos encontros escrita por LoveSeries


Capítulo 48
Capítulo 48:


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, digam o que acharam.
Uma boa leitura!!



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Por Anita:

Eu me sentia cada vez mais confusa com o cerco que o Ben fazia a minha volta, cada olhar que ele me lançava me fazia ter a sensação de que eu iria desmanchar, derreter e virar água, como um sorvete que fica fora da geladeira em pleno Rio de Janeiro, numa temperatura de quase quarenta graus, aliás, era exatamente isso que eu sentia meu autocontrole escorrendo entre meus dedos sem que eu pudesse impedir, ficar próxima dele era torturante, ele mexia com uma parte de mim, onde eu sou uma Anita, calejada pelas armadilhas que a vida impôs, mas que ao mesmo tempo não tinha medo de abraçar a vida, caso quisesse, eu não sabia se eu o amava ainda, talvez “amor”, fosse uma palavra muito forte para designar a relação de duas pessoas que ficaram três anos sem colocar os olhos uma na outra, mais que ao mesmo tempo tinham uma relação de cumplicidade que chegava a soar estupido, de dar este nome, de tão intensa que era, nós dois éramos parte um do outro, aquilo que eu não era, o Ben completava, talvez se todas as pedras que o destino pôs em nosso caminho e as pessoas maledicentes que tentaram destruir nosso relacionamento não existissem, nós estaríamos juntos, com uma relação solida, casados, não sei. O Ben era meu ponto fraco, algo que trazia a Anita dos meus tempos de adolescência a tona, a garota insegura que não teve tempo de aprender como era ser forte e saltar os obstáculos, eu aprendi na própria pele que se levantar e seguir em frente era preciso, pra se ter amor por si mesmo, dignidade e o mínimo de orgulho possível, ele trazia aquela menina inocente, esperançosa, otimista e sonhadora de volta, e me trazia a melancólica de uma Anita, que abraçava o mundo sem medo, porque talvez não tinha a consciência de toda a maldade que um ser humano era capaz de fazer com seu semelhante, uma Anita que eu me orgulhava de ser, pura e ingênua talvez, mais que amava o mundo a sua volta muito mais que a si mesma, que era capaz de abrir mão de qualquer coisa pela felicidade da família, eu vivia feliz pra ver eles felizes, a felicidade deles era a minha, e que era incapaz de um ato de egoísmo, o Ben me ensinou muita coisa no pouco tempo que a gente esteve junto, era tantos problemas impostos que os meses, foram construídos de momentos, momentos extremamente felizes, e apesar de tudo de ruim que houve, por conta da minha predestinação em estar com ele, eu jamais me arrependi, eu joguei isso na cara dele hoje, e lá atrás se eu for parar pra pensar, mas tudo que nós vivemos no fundo apagava qualquer cinza ruim que poderia existir em meu coração, quanto as escolhas que eu fiz, em nome do amor que nós tínhamos, ele era meu porto seguro, minha salvação, um olhar dele me devolvia a paz de imediato, me fazia ter certeza que valia a pena enfrentar o mundo, semear a desgraça e decepção dentro da família para estar do lado dele, eu o amava demais, mais do que qualquer coisa que eu já amei até aqui, nada superava o sentimento que um dia me uniu ao Ben, eu podia esconder isso dos outros, mais de mim mesma era impossível, e eu nunca me permiti sentir aquilo de novo, eu não senti, eu não consegui sentir, eu não consegui apagar as marcas que o Ben deixou em mim, em meus pensamentos e no meu coração. Eu sou feliz apesar de tudo, poucas pessoa passariam pelo que eu passei e diriam, eu sou realizada, sai ilesa, não tem como sair ilesa de uma situação como aquela, ver o mundo te julgando, te apontando o dedo, perder e magoar o cara que você sonhou passar o resto da vida, ver tanta inveja em volta, inveja de algo que se quer podia ser tocado, algo abstrato, o amor que única nós dois, mais cicatrizes ficaram em mim, não poderia ser diferente, mais eu guardei cada uma delas lá no fundo da minha alma, pra me permitir viver, sorrir, continuar amando minha família, guardar os momentos com o Ben com carinho apesar de tudo, com alegria por eles terem feito parte da minha vida um dia, continuar tentando confiar nas pessoas, acreditando nelas, acreditando que no mundo existem pessoa de bem, de caráter, apesar de ainda terem pessoas como o Antônio por aí, continuar amando meus amigos, não tendo medo de fazer novos encontros em minha vida, encontros que dariam frutos bons, amando alguém pra estar do meu lado, pra partilhar minha vida com ele um dia, sabendo perdoar, ter compaixão, ter consciência que magoa não leva a lugar nenhum, rancor só trás desgraças e eu sabia disso, por isso tentava ao máximo afastar meus pensamentos disso, e acima de tudo não deixar de acreditar em meus sonhos, não ter medo de sonhar, porque eu sei que pra tudo virar decepção basta um tijolo em falso, e tudo desaba, nunca deixar de acreditar na vida, e sempre em primeiro lugar me sentir feliz, me permitir ser feliz indo a luta dos meus desejos, superando meus anseios e medos. Mas eu não podia negar que olhar para o Ben, fazia com que eu tremesse na base, cada vez mais estava me batendo uma vontade absurda de jogar tudo pro alto, minha vida perfeita estava me consumindo, meu trabalho era minha paixão, bom pelo menos com isso eu nunca levei um balde de água fria, morava numa cidade incrível, ganhava bem pra uma garota recém saída da adolescência, o Gustavo, era o genro dos sonhos da mamãe, não que eu pensasse em casar com ele agora, pra já, aliás, eu acho que a mamãe teria que começar a pensar seriamente em realizar este sonho com a Giovana ou a Sofia, porque pensar em subir em um altar me dava arrepios, eu era pratica demais pra achar que um casamento com todas as formalidades, não me cansaria, ou a Meg tinha razão eu não amava o Gustavo , mesmo gostando de estar com ele, ou pior eu não amava ninguém, porque eu sentia, que o que me unia ao Ben era uma atração louca, eu me perdia naqueles belos olhos verdes, sem nem pensar, meu corpo ficava sem reação, sem saber o que pensar, a confusão me dominava, ou isso era uma tremenda consequência do que eu sentia por ele, mesmo eu não sabendo o que era, eu estava cada vez mais me enredando na teia que eu mesma estava criando com essa insistência de pensar no Ben, e mais pelo fato de ter trocado uns beijos com o Ben e ter gostado, mesmo que eu morresse dizendo que não, eu não queria fazer o Gustavo de idiota, mas talvez eu já tivesse feito, eu estava traindo ele, e pensando bem desde que cheguei aqui, e agora com atitudes, eu sempre fui justa e honesta comigo mesma, e principalmente com os outros, e definitivamente o Gustavo não merecia, que eu o traísse, com um namorado de infância, e que por incrível não sairia das nossas vidas já que ele era filho do Ronaldo, meu padrasto, que era um pai pra mim e continuava sendo, e o Ben eu também não quero enganar ele, se bem que ele pedi pra ser enganado, meu deus, o que ele quer correndo atrás de mim, complicar a minha vida, terminar de me jogar no nada, só pode, a verdade é que eu posso estar sendo desonesta com os dois, e minha cabeça só pensava nisso, e com tudo que eu houve com a mamãe, eu estava com uma dificuldade enorme até de me concentrar para um trabalho importante, as letras na tela do computador se embaralhavam demais, com o eco dos meus pensamentos, que caminhavam em círculos na minha mente, me fazendo a não chegar em conclusão alguma.

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– Meg oi. – Disse Marcelo chegando a porta do quarto da garota.

– Ai o que você quer agora, o encosto. – Meg rebateu impaciente levantando a cabeça para encara-lo ao ouvir a voz dele.

– Afff, precisa ser grossa, tá bom to indo. – Marcelo falou, fazendo uma cara chateada e virando para ir embora.

– Não, não, espera, desculpa, eu to estressada, sou eu que estou errada. – Meg correu até ele. – É as vezes você me irrita tanto e fala tanta bobagem, que depois eu fico te cobrando conta antiga. – Meg se justificou, fitando Marcelo com um olhar como se pedisse sua compreensão, estampando um sorriso logo depois.

– Tá eu sou chato mesmo, as vezes. - Admitiu ele sorrindo tímido. - Você só não fica tão linda brava quanto é quando sorri. – Jogou charme ele.

– Ok, o que você quer. – Perguntou Meg, ignorando o jeito galanteador dele, mesmo gostando.

– Eu na verdade queria te fazer um convite, mais deixa pra lá, você não vai aceitar, esquece. – Marcelo recuou, perdendo o otimismo.

– Ué como você sabe, faz primeiro. – Meg pediu. – Quem sabe, você não dá sorte. –Disse ela sorrindo.

– Tá então eu vou ser direto. – Suspirou ele para tomar coragem. - Quer ir no cinema comigo agora. – Marcelo disparou nervoso, pela resposta dela.

– Tá aí, quer saber eu vou, se você deixar eu escolher o filme claro, a noite tá tão linda porque não, a casa vazia, Anita concentrada naqueles trabalhos dela lá, porque não. – Meg acabou aceitando o convite do garoto.

– Sério? – Ele perguntou novamente explodindo de felicidade, mas um pouco incrédulo. – Se não tá me trolhando não, ou tá. – Desconfiou Marcelo.

– Não, fica tranquilo. – Meg garantiu.

– Nossa então vamos, pode escolher o filme que você quiser eu assisto até desenho animado com você do meu lado. – Marcelo afirmou todo sorridente.

– Certo, mais é pra ver o filme. – Deixou claro ela.

– Pra ver o filme, entendido. – Marcelo concordou alegre.

– Você ainda esta aí, já é tarde. – Ben proferiu ao ver Anita, sentada a mesa de jantar. – Depois de todo trabalho de hoje, achei que você iria cair na cama, literalmente. - Disse ele se aproximando.

– É eu to cansada, mas é que isso aqui é importante. – Anita afirmou com os olhos fixos no papel.

– Aconteceu alguma coisa. – Ben questionou. – Pra você ainda estar acordada. – Especulou ele se aproximando dela.

– Coisa minha, é o café, só assim pra mim não cair morta aqui de tanto sono. – Anita falou, apontando para a xícara em cima da mesa. - Ai droga, aí não dá mais. – Anita resmungou soltando a caneta sobre a mesa.

– Que foi, tá doendo a mão tanto assim. – Ele perguntou receoso.

– Ai sem fazer nada, não, mais eu mexi o tempo todo hoje, carregando coisa pra cima e pra baixo, e pra ajudar cortei a direita, não é. – Explicou ela, não querendo preocupa-lo.

– Eu falei pra você que era melhor, você ter ido em um médico. – Ben advertiu. – E não fica forçando. – Disse ele, sentando ao lado dela.

– Só que eu não posso tenho que terminar isso aqui, esse projeto ou estou encrencada, e até amanhã pra ajudar. – Afirmou Anita, - Minha mão dói, e droga eu não consigo escrever com a outra. – Disse ela tentando novamente. – Ai que droga, isso não podia ter acontecido agora. – Anita resmungou, batendo com a outra mão sobre a mesa.

– Ué pede um prazo maior, explica que ouve um acidente. – Ben sugeriu. – Essas coisas aí tem que ser tudo muito detalhado e minucioso, cada detalhe, você infelizmente não vai conseguir assim, e depois é a tua integridade primeiro, certo. – Afirmou ele se preocupando.

– Pior é que eu não posso, o prazo era esse, eles me explicaram muito bem, assinei até contrato de multa, ah ótimo fali antes de ser rica, e também desempregada eu vou ficar, porque foi meu chefe de Londres que me indicou pro trabalho na filial daqui, aí não, me ferrei. – Anita preocupou-se com a situação sem saber o que fazer.

– Bom eu posso te ajudar, se você quiser. – Falou ele prestativo.

– Você? - Anita ficou paralisada com a atitude dele, apenas parou para encara-lo de maneira confusa.

Continua...


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