Anita caminhava pelos corredores da escola do irmão já após a reunião se dirigindo para ir embora, quando ao dobrar no corredor encontrou uma pessoa conhecida mais inesperada.

– Eu não acredito. – Proferiu ela surpresa com um sorriso no rosto.

– Anita. – Disse Fred contente por vê-la a abraçando.

– Ai caramba, juro que eu não esperava de ver por aqui. – Anita afirmou sorridente.

– O que você por aqui menina, quanto tempo. – Questionou ele alegre por encontrar a garota.

– Ah eu vim numa reunião da turma do Pedro, a mamãe teve uns problemas, se tá trabalhando aqui, aliás, quando foi que você e a Julia voltaram de viagem, poxa nem me avisaram. – Anita fez uma cara séria.

– Ontem, ela ficou chateada em não estar para te ver também, mais não, na verdade eu vim ver uma proposta de emprego aqui. – Explicou ele. – É eu soube da Vera, cruzei com o Vitor mais cedo, que fique tudo bem. – Fred falou otimista.

– Eu vou passar lá na casa dela pra ver ela, também to morrendo de saudades. – Afirmou Anita. – Mais muito bom te ver também, você não sabe como é bom cruzar com alguém das antigas, sem pensar em algum trauma teu ou da outra pessoa, minha vida se resume há isso ultimamente Fred. – Anita suspirou.

– Pelo visto, o Ben anda na área também. – Disse ele, não evitando em achar graça dela.

– Claro que não. – Negou. – Ah tá bom, o Ben é digamos o símbolo real, evidente e eminente dos fantasmas do meu passado, sabe aquele que a gente vê mesmo, descaradamente. – Anita confessou. – Mais não comenta com ele isso, aliás, quer comentar comenta, acho que até ele já sabe disso. – Anita não mais se importou.

– Ah menina, uma hora as coisas voltam pra serem então resolvidas. – Fred proferiu, com um sorriso.

– É, te juro que eu não sei, se é por aí, pra mim é só pra piorar tudo de vez. – Anita resmungou, descrente.

– Ok, bom é muito bom te ver, mas eu realmente tenho que ir tenho uma reunião agora, não posso me atrasar. – Disse ele, se despedindo com um abraço.

– Vai lá, eu também tenho que ir, e boa sorte. – Respondeu Anita.

– Tchau, e vamos nos falar mais. – Falou Fred.

– Com certeza. – Anita gostou da ideia, com os dois seguindo para seus compromissos em seguida.

Anita chegou ao hospital, deu um beijo na mãe, e depois resolveu sair para comer algo, na cantina do hospital mesmo, já que Ronaldo tinha aproveitado a hora do almoço para fazer uma visita à esposa, quando ela vinha de volta já quase entrando ao quarto parou a porta quando escutou uma conversa cheia de tensão entre Vera e Ronaldo, que aparentemente envolvia ela e Ben.

– Ah Ronaldo eu me preocupo sim, você não também não percebe, o jeito que os dois andam se tratando sempre alfinetando o tempo todo, os dois isso tudo não foi uma boa ideia, eles nunca mais se viram depois que aconteceu tudo aquilo, você sabe. – Vera afirmava ao marido, preocupada.

– Vera eu sei que parece que há algo estranho, entre os dois, mas também não cabe a nós nos preocuparmos tanto com isso, é problema deles, que um dia os dois irão ter que superar. – Respondeu ele, sentado aos pés da cama de Vera.

– Eu não sei, isso me angustia demais, a Anita, o jeito dela, eu nunca consegui perguntar pra Anita o que se passou de verdade com ela e o Ben naquela época, da confusão com a Sofia, e me dá um aperto aqui dentro em saber que depois da festa tudo volta a ser como antes, ela vai embora, assim como a Sofia, o Ben, a Sofia vem até mais seguido me ver, mas ela tem um oceano me separando da minha filha Ronaldo, em todos os sentidos. – Disse Vera sentida, ao escutar aquelas palavras da mãe, Anita viu seus olhos se encherem de lágrimas no mesmo instante.

– Eu sei, o Ben provavelmente também se manda, logo em seguida, é muito ruim ficar longe dele. – Disse Ronaldo a compreendendo perfeitamente. – Aliás, de todos eles. – Completou ele.

– Ai Ronaldo, os dois eram filhos tão bons, responsáveis, batalhadores, sempre nos ajudavam em tudo, nos apoiavam, cuidavam dos irmãos, talvez nós dois fomos muito duros com os dois, como eles sempre nos disseram, e conseguimos afastar os dois, e pior, nem se acertar os dois conseguiram. – Vera se culpou.

– Vera nó sabemos disso tudo, mas lamentar o passado, não nos adiantar, não pense nisso agora. – Afirmou Ronaldo, querendo conforta-la.

– Talvez. – Ela respondeu apenas não muito convencida, Anita viu-se sem estruturas para entrar naquela sala, depois de tudo que ouviu, então resolveu sair um pouco, ela andou pelos corredores do lugar em choque, remoendo as palavras da mãe misturadas com alguns acontecimentos do passado e presente.

– Ai droga, me desculpa. – Anita se desculpou ao chocar-se em alguém.

– De novo. – Ben uma risada sem graça, quando colocou os olhos nela.

– Vem cá, qual teu problema, se tá me seguindo, não é possível. – Anita esbravejou.

– Não, pelo simples fato de que eu também vim ver a Vera, assim como você. – Disse ele, Anita sentiu sua cabeça rodar, mal prestando a atenção nele. – Hey, que foi. – Perguntou ele, ao vê-la com uma cara estranha.

– Nada, hospital, não é, deixa a gente mio estranha, você vai ficar por aí. – Disfarçou qualquer coisa ela.

– É vou, mais se vai onde. – Questionou o garoto.

– Vou dar uma volta, mas não demoro, ah e o Ronaldo tá com a mamãe, então melhor não atrapalhar. – Disse Anita, meio que tentando evitar que Ben ouvisse algo, que o chocasse assim como ela.

– Tá, eu vou esperar um pouco, vai tranquila. – Afirmou ele.

– ótimo, eu não demoro. – Anita exclamou.

– É Anita, se tá bem mesmo, se tá pálida. – Disse ele, um tanto preocupado.

– É, você meio enxerido não é, tá tudo ok. – Ela afirmou, o tranquilizando. – Bom eu vou indo, tchau. – Anita falou.

– Tchau. – Respondeu Ben, com ela indo embora em seguida.