– E ai Ben. – Meg veio do mar e sentou-se ao lado do garoto quando o viu, sentando na areia encarando o horizonte.

– E ai, tudo bem. – Perguntou ele sorridente.

– Tudo. – Ela respondeu.

– E ai fazendo o que da vida. – Ben perguntou a ela.

– Trabalhando, estudando, tá bom. – Meg falou rindo.

– É tá, acho que eu to na mesma. – Ben riu também.

– Normal, e a essa volta hein. – Meg indagou.

– É, completamente maluca, o mais doido é que parece que foi ontem que eu fui embora. – Ben confessou.

– Dá essa sensação às vezes não é. – Meg concordou e sorriu.

– Eu tenho vivido com ela, muito doido isso. – Disse ele.

– Mais o que, nossa, pelo visto os dois ali, amaram a conversa. – Meg viu uma sensação estranha lhe tomar quando ela viu, Anita e Marcelo conversando ainda.

– Só que o problema dele não é lá, é aqui, a não ser que ele mude de foco. – Ben achou graça.

– Ah mais, se aquele lá tá falando de mim eu mato, tinha que trazer um amigo chato junto Ben, e eu não sei porque você acha tão improvável isso acontecer, o que menos custaria para ele é dar em cima da Anita– Meg reclamou, revirando os olhos em meio a curiosidade, de saber o que tanto os dois falavam.

– Meg, não precisa disso tudo também, acho que você já entendeu o que ele anda querendo. – Afirmou Ben. – E se ele der em cima da Anita, ela é livre, ele também, eu vou dizer o que. – Ben viu um pensamento estranho lhe rondar.

– Eu vou lá só pra dar um confere. – Meg falou, levantando –se.

– E eu vou no mar, estou fora de confusão. – Ben disse, rindo do jeito da americana.

– Cansaram de falar mal de mim. – Meg falou ríspida chegando até os dois.

– Não, porque a gente não tava falando de você, você só ocupa os meus pensamentos, só isso. – Brincou ele a fitando.

– A gente não tava falando de você, relaxa tá. – Anita afirmou rindo dela. – Ó senta ai. – Anita pediu.

– Já que você tá pedindo, eu sento. – Disse ela, se sentando ao lado de Anita.

– Bom eu vou, da uma volta na praia, e já venho ai. – Anita afirmou, tirando a blusa e ajeitando o short, quando levantou.

– Vai aonde. – Meg indagou.

– Já venho. – Anita respondeu e saiu.

– Odeio quando ela faz isso. – Meg resmungou perdendo a paciência.

– Olha só, que tal a gente começar de novo. – Sugeriu ele, parando para encara-la.

– Como assim. – A loira não entendeu.

– Não sei, acho que você tem uma visão de mim, que não é exatamente verdadeira. – Justificou ele, sorrindo.

– Às vezes eu exagero, eu admito. – Entregou ela, desviando o olhar.

– É eu também, acho que eu implicou com você, porque você fica ainda mais linda quando tá brava. – Marcelo confessou, encarando Meg, que viu um sentimento confuso lhe invadir.

– Ai que isso. – Anita esbravejou, quando tropeçou em alguém no mar.

– Olha o mundo pode até não ser pequeno, mais o universo é teimoso, não é possível. – Ben riu, quando deu de cara com ela.

– O que você tá querendo dizer com isso. – Anita retrucou, nada amigável.

– Que a gente vive se esbarrando apenas, penso que fosse o que. – Ben provocou a encarando, com um sorriso audacioso.

– Nada, exatamente isso. – Anita afirmou, o encarando, ele apenas permaneceu calado, enquanto os dois se olharam de maneira confusa por alguns segundos. – Ai caramba. – Anita se assustou quando quase desequilibrou com uma onda revolta.

– Desse jeito você vai acabar, levando um tombo e tanto. – Ben respondeu sorrindo, e segurando os braços dela.

– Melhor cair, do que precisar da tua ajuda. – Anita rebateu o encarando, com uma cara irônica.

– Tá bom. – Disse Ben a soltando, sorrindo debochado e com uma certa malícia.

– Ai droga, o que aconteceu com o mundo hoje, mar maldito. – Anita reclamou quando uma onda quase a atropelou novamente.

– To falando, cuidado pra não se afogar ai, eu é que não vou te salvar depois. – Ben alfinetou, não conseguindo deixar de achar graça dela.

– Realmente eu prefiro me afogar e morrer, do que ter que precisar de algum tipo de socorro teu. – Anita retrucou, tentando sair do mar, em meio à mare revoltada.

– Ótimo, muito bom você pensar assim. – Ele debochou indo atrás dela.

– Olha aqui você, seu, seu. – Murmurou ela, não encontrando palavras. – Ai meu deus, não. – Falou ela, quase caindo pela força de uma onda, e apoiando-se em Ben, sem ao menos pensar, quando ela deu se de conta, os dois estavam abraçados.

– Falei pra você, porque que você nunca me ouve hein, nem mesmo quando eu tenho razão. – Ben afirmou, sorrindo confuso com o abraço dela.

– Você, você, não acha que tá meio tarde, pra jogar isso na minha cara não. – Anita disse, perturbada com a presença dele, se afastando um pouco para encara-lo nos olhos.

– As vezes eu acho, que tá tarde pra tanta coisa Anita, mais sei lá, eu sou meio teimoso, ouço mil nãos, e continuou insistindo. – Respondeu ele meio enigmático, encarando os sorrisos e olhares dela, ali em meio ao mar revolto.

– E isso, não é qualidade, é burrice. – Anita debochou maliciosa, não impedindo que sua cabeça, materializasse o tal sonho que tanto lhe atormentou.

– Bom cada um julga as coisas de uma maneira, fato. – Ben falou com um sorriso, que em meio há um impulso foi correspondido por ela, os dois continuaram se olhando, vendo uma confusão lhes dominarem, Ben movido por uma emoção antiga, que parecia unir os dois ainda, aproximou seu rosto do dela devagar, Anita correspondeu por uns instantes também, vendo uma sensação estranha se formar em seu estômago, e seu corpo paralisar de imediato, como se a única coisa que ela sentia naquele momento era a água batendo em suas pernas, às vezes ficando mais forte, por momentos mais calmo, como seu coração que não sabia muito porque batia, de um jeito tão descompassado.

– É, eu tenho que ver a Meg, deixei ela lá com teu amigo, e a essa altura ela deve estar quase matando ele. – Anita recuou e usou como desculpa para se afastar, totalmente confusa.

– Também acho. – Bem respondeu, confuso , não entendo o que estava prestes a acontecer, Anita o olhou e saiu do mar em seguida, caminhando pela praia, plenamente descompensada.

– Tá bom, eu tenho que admitir, você não é tão chato, e só um pouco. – Meg disse, dando um voto de confiança para ele por um momento.

– Valeu, já você eu te achei incrível, desde o primeiro momento e continuo achando. – Disse ele a olhando fixamente, e aproximando uma mão do rosto dela.

– Oi gente, tudo bem ai. – Anita perguntou chegando, e pelo que ela tinha visto numa péssima hora.

– Tudo, a gente só tá conversando. – Meg foi logo se explicando.

– Exato. – Disse Marcelo.

– Onde vocês tavam. – Meg questionou, quando Ben parou ao lado de Anita.

– Eu, a gente, em lugar nenhum. – Ben negou qualquer coisa.

– É gente, eu disse que eu iria dar uma volta, e foi isso que eu fiz, agora voltei. – Anita esclareceu.

– É, eu vim te perguntar se você vai ficar o dia inteiro sentado ai. – Falou Ben como desculpa, Meg a Marcelo olhando os dois, vendo que tinha algo errado, e os dois evitaram se encarar.