Fui a mais uma semana de aula. Lá encontrei com Freddie no corredor. E com a Carly, que havia chegado da viagem.

– Oi, Sam. - falou ela.

– Oi, Carly. - falei, abrindo o meu armário e retirando os livros.

Custumava não falar muito com o Freddie. Apenas trocamos olhares, mas não nos falamos abertamente, só quando necessário ou importante. Na maioria das vezes, para xingá-lo. E logo pela manhã, fiz uma cara de tédio.

– Vocês virão o Gibby por aí? - perguntei, com certa preocupação. - Liguei ontem para a casa dele e a mãe dele disse que ele não deu as caras.

Fazia algumas semanas que ele apenas se dedicava ao restaurante, e faltava algumas aulas.

– Impossível - disse Carly. - T-Bo disse ter visto ele dormindo no banheiro.

Achei estranho o sumisso do Gibby. E por pensar nisso, achei que Billy tivesse alguma coisa a ver nesse desaparecimento.

– Eu vou procura-lo no restaurante. - disse Carly, se afastando de nós.

Ela tinha me deixado sozinha no corredor ao lado do Freddie. Não tão sozinha, pois tinha os outros alunos no corredor. Mas era estranho.

Por coincidência, Billy passou por nós. E fingir ser amigável com ele, fazia parte do meu plano.

– Puckett! - disse Billy, seu braço não estava engessado.

Demos um aperto de mão, rápido. Depois Billy foi direto para a sala do Sr. Howard.

– Wow - fez Freddie, levantando a mochila e arregalando os olhos. - Você conhece esse cara?

– Sim...

Percebi que o Freddie, aparentava estar com um pouco de ciúmes do Billy.

– Ciúmes? - perguntei. Deixei escapar um sorriso.

– De você? - Ele bufou. - Claro que não...

Alguns minutos depois, Carly voltou do lugar, de onde ela havia ido e com notícias.

– O Gibby não sumiu! - Ela mostrou a carta, que segundo ela, foi escrita pelo próprio Gibby. - Ele disse que foi buscar um outro molde da sua cabeça e que enquanto isso, você - Carly apontava para mim. - terá de administrar o Gibby's.

Aquela história estava muito mal contada, o Gibby deve ter sumido sim. Mas o fato de ter a administração me deixou alegre.

Mais tarde, presenciei um mais uma grande movimentação no Gibby's. A maioria só queria carne com bastante pimenta.

Havistei Billy conversando com um grupinho, em uma das mesas. Ele parecia não ligar para o suposto sumiço do Gibby.

Ele levantou da cadeira e veio até a minha direção.

– Parabéns, Puckett!

– Não foi nada...

A notícia da administração já estava sendo repassada por todos no estabelecimento. Mesmo assim, eu não ligava muito.

Billy e eu sentamos numa mesa reservada. A minha intenção era de tirar alguma informação sobre a vingança dele.

– Então - Tentei puxar assunto. - Você viu o iCarly ontem?

– Não deu tempo. - falou ele. - Estava ocupado...

– Com o quê!? - Interrompi-o. Tentei não parecer doida. - Com o quê?

Ele demorou para falar.

– Carregando algumas caixas para os idosos da minha vizinhança.

Não acreditei em nada. Billy nunca foi legal com alguém antes, nem mesmo com os idosos.

Conversamos por horas, na tentativa de tirar provas de que ele sequestrou o Gibby, mas não consegui nada. Não foi uma perda de tempo, pelo menos comi alguns quilos da carne com pimenta.

Continuei minha conversa com o Billy e minutos depois, Freddie e Carly apareceram no restaurante.

– O Benson novamente... - Desviei o olhar para os dois.

– O que é que tem ele?

– Nada... - Tentei não deixar claro que ainda gostava dele. - Nada de mais.

Freddie acenou para mim e sentou-se numa mesa, próxima a nossa. Queria que eles não achassem que fosse um encontro, entre o Billy e eu.

Era um incomodo ver eles juntos, quase todas as horas. Billy até percebeu.

– Então o Benson é seu problema?

Coloquei o maior número de carne - que conseguia -, na minha boca. Isso para não responder a pergunta dele.

– Vamos, Sam. - disse Billy. - Você não era assim. Sentir ciúmes!?

– Não é ciumes do Freddie e da Carly - falei, com a boca cheia. - É... Eu não sei...

Um garçom anotava o pedido dos dois. E enquanto isso, Billy retirava da mochila uma caixinha.

– O que têm aí dentro?

– Veja com seus próprios olhos! - Billy abriu a caixa e pude ver um frasco de pimenta muito forte. - Colocando isso na comida dele e...

– Não sei não, Billy.

Aquela ideia dele parecia muito perigosa. Mas ele me convenceu, com muita facilidade.

Rapidamente, chamamos o garçom que atendeu os dois e Billy entregou a pimenta. E pediu para por na comida do Freddie.

A princípio fiquei com medo. Pensei, como o Billy conseguia ser pior que eu.

– Observa o resultado. - disse ele, sorridente.

O garçom se aproximava com a comida do Freddie e da Carly. Eu e Billy observávamos todo os movimentos dos dois. E, quando Freddie estava quase pondo a comida na boca, levantei da minha mesa e tomei o garfo das mãos do Freddie.

– Sam!? - Carly ficou surpresa, quando botei as mãos no prato.

Suspirei fundo e comi a comida do Freddie, de um jeito estranho. Todos olhavam para mim e o meu jeito anormal de se alimentar.

Quando terminei, joguei o prato no chão e senti a meu estômago queimar, além do calor que fazia.

– Sam! - Billy levantou da cadeira. - Você está bem!?

Balancei a cabeça, negando. E corri para um banheiro.