Tomorrow 7 escrita por Small Boat


Capítulo 3
Bárbara




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Dia 18, Segunda-feira

Eram 6h da manhã. Acordei com o choro de Valentina no berço. Fabian havia viajado para o Reino Unido, para o próximo GP. Levantei e fui dar mamadeira pra Valentina. Lorenzo ainda dormia.

Depois acordei Lorenzo e o arrumei para a escola, e fui deixá-lo na escola e Valentina na creche. Quando fui para o trabalho, todas as ruas estavam engarrafadas, então resolvi ir pela ponte que estava quase vazia.

Já estava atrasada, então resolvi ir mais rápido. Não podia chegar atrasada, eu tinha que acabar a coluna para o jornal e mandar o mais cedo possível. Peguei o celular para tentar ligar pra Sara, minha amiga de trabalho, para ver se ela poderia ir adiantando.

Chamou, mas ninguém atendeu.

Nesse momento um caminhão de carga que vinha correndo na outra faixa, derrapou e começou a virar. Ele conseguiu parar o caminhão, mas o container caiu, arrastando o caminhão por alguns metros. Tentei desviar, mas o caminhão virou e o container que ele estava carregando, bateu no meu carro jogando ele a quilômetros de distância.

Não sei quantas vezes meu carro capotou, foi tão rápido que não consegui contar, o que eu sabia era que o carro estava no limite da ponte, mais um movimento e ele poderia cair.

Eu estava de cabeça para baixo, me sentia tonta, não sabia em qual direção eu estava, por onde ou como poderia sair. Tentei me segurar em alguma coisa, mas cada vez me sentia mais fraca, então apaguei.

Dia 19, Terça-feira

Acordei em uma cama. Um quarto branco, as únicas coisas que eu ouvia eram barulhos de macas sendo arrastadas. Eu estava em um hospital. Não me lembrava do que havia acontecido, ou como havia parado ali.

– Bárbara! – gritou alguém entrando no quarto. No momento não pude identificar, tudo estava embaçado, mas depois vi que era Bia. – Finalmente você acordou!

– Jake! – era Mariana.

– O que aconteceu? – falei tentando respirar um pouco.

– Seu carro bateu, e capotou. – explicou Mari. – E desde ontem você está desacordada. – disse ela sentando na cadeira.

– Como eu estou? – perguntei. Tentei mexer a mão, talvez só tivesse me dado conta agora de que eu podia me mexer. Tudo estava tão lendo. – Espere... Valentina e Lorenzo... Meu Deus. – fiz força pra me levantar.

– Está tudo bem. – disse Bia sentada do lado da minha cama. – Mari ficou com eles.

– Parece que Rich gostou mesmo de Valentina. – falou Mari sorrindo. – Mas não precisa se preocupar, Lorenzo está na escola com meus filhos, e Valentina está na sala de espera com o marido de Bia.

– Ai, obrigada, gente. – disse aliviada. – Eu não me lembro de muita coisa. A última coisa que me lembro, foi de eu ter levado Valentina para a creche, Lorenzo para a escola... Depois eu estava indo para o trabalho... E depois eu estava de cabeça para baixo no carro...

– É, um container de um caminhão bateu no seu carro, e ele capotou cinco vezes, até quase cair da ponte. – falou Mari.

– Mariana! – falou Bia repreendendo ela.

– O que?! Ela só perguntou o que tinha acontecido! – retrucou Mariana.

– O importante é que está tudo bem. – falou Bia segurando minha mão. – Sua irmã esteve aqui e te deixou essas flores... E esse cartão. – ela me entregou o cartão. “Fique melhor, minhoca suja! Eu te amo!”.

Nós conversamos por um bom tempo, até que Mari teve que sair para uma gravação, e eu fiquei com Bia.

– Quando vou poder sair? – perguntei.

– Bem, não sei... Isso depende do estado do seu bebê e...

– Bebê?! – perguntei assustada.

– Ai meu Deus, você não sabia? – disse Bia.

– Não... Como... – suspirei e dei um tempo. – Ele está bem?

– Sim, incrivelmente, ele está bem! – falou Bia colocando a mão na minha barriga. – Você teve um ferimento grave na perna, porque suas pernas ficaram presas pelo eixo do carro. Mas, com um tempo você já vai poder sair de cadeira de rodas.

– Não... Cadeira de rodas? Como eles acham que eu vou cuidar das crianças de cadeira de rodas?! Mari não pode cuidar de cinco crianças e ainda gravar o dia inteiro... E o marido dela também não pode cuidar do restaurante assim... – protestei.

– Nós vamos cuidar disso, ok? Não se preocupe. – falou Bia.

Dia 20, Quarta-feira

Já era tarde, quando Mari me levou para casa. Ela me ajudou a arrumar as coisas, e levou as crianças para me verem. E levou Rich, Jimmy e Naomi, os filhos dela para brincarem com as crianças.

– Você falou com Fabian? – perguntou ela.

– Sim, ele me ligou ontem. Quase que ele voltava pra me ver, mas insisti que ele ficasse, quero assistir a corrida dele, ele não pode perder nenhuma! – falei.

– Ah, claro. – ela riu.

– E você não vai gravar nenhuma cena hoje?

– Vou sim, mas eu só vou gravar a noite. – ela revirou os olhos. – Vou ter que ficar de 23h até 5h da manhã ou mais! Mas, é assim mesmo. – falou ela pegando a salada do jantar.

Ela trouxe as crianças para a mesa e tentou fazer a papinha de Valentina, mas ela acabou errando e eu tive que fazer.

Jantamos e depois coloquei Valentina para dormir.

Quando estávamos conversando, Thaís ligou. Então, botei no viva-voz.

– Bárbara! Eu soube agora, você está bem? – perguntou ela.

– Estou sim, não se preocupe, Bia e Mari têm cuidado de mim. O que houve? Pensei que estivesse na Argentina ainda.

– Ah, não. Peter teve que voltar, e eu também. Problemas na empresa. – falou ela. Depois ela começou a explicar tudo o que havia acontecido, e disse que iria levar café da manhã pra mim no outro dia, e que Katarina queria ir também, mas ela estava resolvendo as coisas do evento de segunda-feira.

– Você vai sábado para a reunião, Thai? – perguntou Mari.

– Vou sim, e vocês? – perguntou.

– Sim. – respondi. – Karyne vai?

– Acho que sim, Myka me contou que ela está perto de ter sua filha! Mas ela disse que não faltava por nada.

– Ah, eu duvido que seja por causa da gente, provavelmente ela espera encontrar Marconi lá! – falou Mari rindo.

Mais tarde, Mari levou seus filhos para casa, e me deixou com Thaís que havia chegado há pouco tempo. Ela me ajudou a trocar os curativos da perna, e a subir na cama. Depois ela colocou Lorenzo e Valentina pra dormir e fomos dormir.

Dia 21, Quinta-feira

Havia me acordado melhor naquele dia. Thaís saíra mais cedo pra ir à delegacia, por conta do que havia acontecido na empresa dela. Mari estava em casa dormindo. Então resolvi fazer as coisas por minha conta.

Dei o mingau pra Valentina no cadeirão e fiz panquecas em formato de carrinho para Lorenzo. Antes que eu pudesse dar a primeira colherada a Valentina, ela enfiou a mão no mingau, sujando tudo inclusive Lorenzo. Demorei bastante pra limpar eles e toda aquela bagunça. Eu ainda sentia dor, mas eu tinha que cuidar deles.

Então, a campainha tocou.

– Babi! – falou Katarina quando eu abri a porta. – O que você está fazendo em pé? Eu vim para ajudar você, mas ai... encontrei ele no caminho. – Naquele momento, Fabian apareceu na porta e me abraçou.

– Você deveria estar aqui! – ele me pegou no colo, me pôs na cadeira de rodas de novo e me deu um beijo.

– Como você voltou? – perguntei a ele. – Você deveria estar treinando...

– Eu sei, mas eu não podia ficar longe de você, sabendo que você mal consegue andar! Eu fiquei preocupado. – disse ele indo para o quarto falar com as crianças. Depois, ele preparou um chá para nós três e ficamos na sala.

– Ah, Babi, comprei isso aqui pra você! – disse Katarina me dando uma caixa enorme. – É pra o meu evento. Você disse que gostaria de comprar um vestido, mas como você não pode... Eu comprei pra você.

– Uh, foi da coleção de Bia? – perguntei.

– Foi sim! Ela disse que forneceria vestidos lindo pra a gente ir pra o evento! – disse ela rindo. – Abre!

– Ah, obrigada! – pus a xícara na mesinha de centro e abri. Era um dos vestidos mais lindos que eu já vi. Bia sempre desenhou roupas maravilhosas, mas pra falar a verdade, os vestidos de festa dela, eram os melhores! Ele era branco em cima e descia formando um azul celeste, lindo.

Depois de um tempo, Katarina foi embora, disse que encontraria Thomas na cafeteria. Ela não falava muito dele esses dias. Mas eu já sabia que estava acontecendo algo.

Então Lorenzo veio do quarto com seu carrinho de brinquedo, vestido com sua roupa de piloto.

– Lorenzo, pela casa não! – falei. – Ai meu Deus! – ele havia batido na mesinha de centro com o carrinho e derrubado o meu chá.

– Tudo bem, garotão, pode guardar esse carrinho sem motor... Amanhã vou te levar para o kart! – disse Fabian levantando Lorenzo no braço.

– Ai que lindo! – falei. – É uma pena que eu não vou poder ir.

– Mais é claro que vai! Vou arranjar um lugar perfeito pra nós dois! – disse ele colocando Lorenzo nos ombros.


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo: Karyne. Dia 26/04/14



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