Pingos de Sol escrita por ariiuu


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olá gente. Depois de dois meses sem escrever, ressurgi das cinzas com uma One Shot pra vocês. Eu sei que prometi uma shortfic do Ace, mas no momento estou com sérios bloqueios mentais e não tive como criar nada. Aliás, minha mente anda bem ocupada com outras coisas. Espero que me perdoem por ter demorado postar alguma coisa ;_;

Mas cá estou eu com uma One Shot e ainda não acredito que consegui escrever uma. Sério mesmo, eu estou pasma comigo mesma, por que vocês sabem que não gosto de coisas curtas, mas... Essa One com quase 2 mil caracteres não foi algo que eu imaginava. Mas enfim, espero que gostem e me perdoem por não ser algo tão legal como eu mesma estava pensando em escrever, porém, não podia deixar meus leitores órfãos.

Essa One se passa com a mini-história de capas do Ace atrás do Barba Negra. Alguém se lembra daquela menininha que o salvou de um afogamento? Então, quis fazer algo sobre isto. Espero que gostem.Divirtam-se ^/



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“Um temido pirata poderia ser um anjo enviado para realizar o seu maior desejo?”

******

Por várias semanas a nova jornada atrás do traidor e assassino Marshal D. Teach estava um tanto exaustiva. Foram mais de treze ilhas. Do Novo Mundo à Alabasta. E coincidentemente ele acabou indo parar numa ilha perto da G2 quando fazia o percurso contrário.

Tudo era nostálgico e ele sentiu como se estivesse revivendo uma aventura de um jeito diferente. Talvez porque da primeira vez ele não soubera o que lhe esperava e agora também não. Ele encontraria Barba Negra ou talvez não.

Os últimos dias se tornaram inconstantes e nem mesmo ele sabia se cumpriria seu objetivo. Talvez ainda tivesse que vagar por mais lugares. Talvez encontrasse um empecilho ainda maior que atrasasse sua viagem. Talvez tivesse que batalhar contra mais piratas, marinheiros e caçadores de recompensa no meio do caminho. Talvez pudesse até mesmo dar de cara com a morte. E se tinha algo em que estava preparado era para morrer.

Isso era o que se passava na cabeça de Portgas D. Ace quando avistou aquela ilha.

******

Moda atravessava a ponte que ligava sua casa à saída da cidade. Enquanto carregava duas leiteiras, ela atentou para o barulho que vinha do lado do riacho. Foi então que resolveu averiguar o suposto ruído.

Enquanto se aproximava da água, era possível notar que alguém estava debatendo os braços freneticamente. Essa pessoa estava se afogando.

Moda automaticamente agiu por instinto. Largou as leiteiras no gramado e rapidamente pulou para dentro da água. A garota nadou para perto da pessoa que parecia ter perdido a consciência. Ela mergulhou fundo, no intuito de puxar o braço do indivíduo que acabara de desmaiar.

Foi então que ela usou uma força descomedida para arrastá-lo até a superfície, quando finalmente conseguiu segurar as laterais da suposta ponte de madeira e puxou o braço dele com muito mais força até certa distância.

Ofegante, Moda deu uma breve visualizada na pessoa que acabara de salvar e se espantou.

Ele não estava respirando.

Instintivamente a garota levantou o queixo do rapaz, respirou fundo, se enchendo com o máximo de ar que pôde e finalmente... Ligou sua respiração com a dele. Ela soprou todo o ar que havia aspirado, afim de que chegasse aos pulmões dele. Quando por fim afastou o rosto do dele, automaticamente o mesmo tossiu toda a água que havia engolido.

Moda suspirou de tranquilidade quando constatou que agora ele estava respirando.

Em estado de devaneio e realidade, Ace abriu os olhos lentamente, e com o olhar semicerrado fitou a imensidão do horizonte entre as nuvens e o infinito do céu. O rosto de um ser extremamente radiante, cujo os olhos brilhavam intensamente entre tons de azul, o encarava num misto de curiosidade e apreensão. A pele de marfim entrava em consonância com os cabelos loiros platinados envoltos num lenço de seda. Os lábios rosados.

O que ela era? Uma princesa? Uma sereia? Uma fada?

A expressão inocente e pura. Um brilho deslumbrante que ofuscava mais do que podia avistar. Uma aura tão celestial.

Ela só podia ser...

Um anjo.

Ace se sentiu fortemente atraído pela beleza daquele ser nobre... Belo, divino, sublime.

Ela realmente era real? Se era, então...

Moda piscou várias vezes, curiosa em entender se ele havia finalmente acordado, porém, em frações de segundo foi surpreendida de modo alarmante. Os instintos de Ace gritaram e ele elevou suas mãos até a nuca feminina, puxando-a para mais perto e então...

A beijou.

Os olhos azuis arregalaram de surpresa e embaraço. O suposto homem que acabara de salvar, estava agora lhe beijando. E de uma forma que jamais poderia imaginar.

Um contato ardente e sedento. Misterioso e envolvente.

Ele parecia estar disposto a roubar tudo de mais celestial que houvesse nela, apenas para sentir o prazer de tocar um anjo de verdade, afinal, essa era sua função como um pirata. Se aventurar. Roubar, lutar, caçar coisas que tivesse um alto valor.

Ela não sabia como reagir. Apenas permaneceu imóvel e assustada. Havia lhe salvado, mas agora se encontrava perseguida pelo prazer ardente dos lábios de um desconhecido.

Mas segundos depois Ace finalmente recobrou os sentidos por completo, e quando abriu os olhos novamente, percebeu o que estava acontecendo.

O toque entre os dois foi suspenso.

Eles se encaram por alguns segundos e então...

Ace trocou a posição rapidamente, ficando por cima da garota e ainda sonolento...

– Você não é um anjo...? É...?

Os olhos semicerrados dele eram um tanto penetrantes.

As maçãs do rosto dela arderam de vergonha. Seus olhos estavam mais abertos que o comum. Seu coração ainda disparava violentamente. Suas mãos tremiam. Sua respiração estava desacertada.

– E-eu... Eu... - Gaguejou, numa tentativa frustrada de explicar que ela apenas havia lhe salvado.

Mas ela foi interrompida por uma brisa impetuosa que soprou, fazendo com que as flores do local voassem e se espalhassem pelo ambiente. A atmosfera repentinamente havia se transformado em algo semelhante à um conto de fadas.

Luz e sombra refletiram em conjunto uma paisagem surreal daquela manhã.

As linhas de sol ecoadas em formas ornamentais através do delicado ondular das águas do riacho. O barulho suave do vento. As folhas das árvores balançando harmoniosamente. O perfume de flores no ar.

A luz do sol era delicadamente refletida através dos olhos dela. O azul de suas orbes se tornaram institivamente verdes.

Ele podia se ver refletido através de espelhos por aquele olhar angelical. E ele ainda sentia um gosto doce... Que provinham dos lábios rosados e semiabertos.

Tudo era tão fascinante que podia ser apreciado em câmera lenta.

Os dois se encontravam encharcados e o clima não estava tão quente. Mas ela sentia que a fonte de todo aquele calor se encontrava nele.

Um ardor congelante que lhe tremia até à espinha. Abrasador e extremamente candente. Um vulcão prestes a entrar em erupção. Os mais de milhões de graus provenientes de um corpo celeste. A estação mais quente. O verão encarnado em um ser humano. A luz mais clara que existia. A estrela central de toda uma constelação. Uma arma nuclear. Carbono e ferro. Talvez um incêndio, um disparo, energia, excitação, vigor, radiação, combustão, brasas e chamas.

Ele era como o sol, ou talvez pingos dele, já que cada gota que percorria o abdome definido fazia questão de cair e fazê-la ter a estranha sensação de derreter cada milímetro de sua pele enquanto se encontravam em pleno contato.

Penetrantemente quente.

Eles ainda se olhavam impetuosamente, envolvidos pelo arredor. Envolvidos por linhas imaginárias que pareciam conduzir a algo misterioso. O tempo não parecia lhes causar efeito.

O raciocínio lento devido ao contato com a água fez com que Ace, aos poucos se lembrasse do que havia acontecido.

Olhando para a garota que ainda se encontrava com uma expressão assustada, ele deduziu tudo em seguida.

– Você me salvou!?

Um tanto desconcertada, ela respondeu.

– Sim...

Segundos silenciosos não foram capaz de quebrar a ousadia do pirata de continuar observando o rosto da garota que a essa altura já se encontrava na mesma tonalidade de um pimentão.

– Ooh, perdoe minha indiscrição. Essa é a hora em que eu deveria lhe agradecer por um ato heroico!

A feição dele foi surpreendente.

Um sorriso perfeito. O charme viril, o olhar infantil, uma sinceridade ousada. Honestamente ousado.

– Muito obrigado. – Ele se levantou rapidamente em pose de agradecimento.

– Aah, não precisa agradecer, eu apenas...

Antes que Moda terminasse de se erguer na direção dele, efemeramente o rapaz pareceu ter perdido a consciência e seu corpo estava prestes a tombar no chão.

Moda rapidamente o amparou em seus braços, e embora o mesmo fosse um tanto pesado, ela não entendeu o motivo de desfalecer sendo que acabara de recobrar a consciência, porém... Algo fez com que tomasse um susto.

A tatuagem nas costas.

Um símbolo extremamente familiar.

O significado daquilo.

De onde ele pertencia.

– Kami-Sama... Ele é um pirata... – Replicou a si mesma, porém no mesmo instante ela tomou um novo susto ao constatar que ele parecia ter acordado mais uma vez.

– Me desculpe por isso, mas... Será que você poderia ignorar o fato de que eu seja um pirata e ajudar a me recuperar dos danos depois de ser jogado na água?

– Você é um usuário?

– Precisamente sim. – Ele sorriu torto.

– E você não pretende me matar? Pretende!?

– Como poderia matar o anjo que me salvou? - Ace articulou perto o suficiente de seu ouvido. E ela teve algumas impressões de como aquele calor humano apenas provara o quanto ele era... Humano.

– Tudo bem...

Moda ignorou o fato de ter salvo a vida de um pirata. E para ser mais exata, um pirata do bando de um dos quatro imperadores.

– Você é um procurado?

– Sim.

– E qual é a sua alcunha?

– Ace dos Punhos de fogo? – Respondeu em tom irônico.

O quê!? – A garota exclamou de modo desajeitado.

Quem acabara de salvar era o temido Punhos de fogo? Será que ela ouvira certo? Mas não havia erro. A fisionomia dele lembrava exatamente a foto que estava estampada nos cartazes de procurado espalhados pela ilha.

– Como veio parar aqui!? Você não sabe que a G2 é logo ao lado? E-

Um estalo veio à cabeça da garota.

Um pirata forte e destemido a ponto de se infiltrar numa ilha perto de uma das bases da Marinha estava diante dela. Ela o salvou. E o que isso significaria?

– Me desculpe, mas ainda me sinto fraco.

– Portgas-San. Não se preocupe. Você ficará seguro. – Ela afirmou convicta.

– Ficarei? – Ele contestou inocentemente.

– Minha casa é aqui perto, então vamos pra lá.

– Muito obrigado.

– Disponha. – Ela sorriu docemente.

Moda simplesmente não se encontrava mais espantada por ter ajudado um criminoso. Criminoso este que além de educado, roubara um beijo seu. E ignorando o fato de que a mesma não possuía experiência nenhuma naquilo, e de quanto tal ato lhe deixou extremamente sem jeito, ela vira a oportunidade perfeita.

A oportunidade de realizar o seu maior desejo.

Deus finalmente havia ouvido suas preces.

Com muita dificuldade ela passou a se locomover com os braços dele apoiados em seu ombro.

– Me desculpe por isso... – Ele sussurrou perto o suficiente de sentir um arrepio. Não era todos os dias que você saia carregando um pirata beijoqueiro em seus ombros.

– Não Portgas-San. Você com certeza é um anjo enviado para mim... – Moda sorriu. Um sorriso doce, meigo e tão suave como uma brisa de primavera.

– Bem... Tive a mesma impressão quando abri meus olhos e você estava diante de mim. Espero que me perdoe pelo que fiz. – A frase soara como resposta pelo ato inconsequente de tê-la agarrado e lhe beijado, confundindo-a com um anjo de verdade.

Ela corou e não disfarçou o sorriso acanhado em seus lábios. Não sabia o porquê, mas ele com toda a certeza era uma boa pessoa.

– Bem, podemos compensar isso, mas falaremos mais tarde sobre a minha recompensa por ter salvo sua vida. – Redarguiu confiante e um tanto atrevida.

– Isso é o mínimo que poderia fazer pela donzela que me salvou. – Ace correspondeu ao sorriso dela com uma frase irônica, porque, donzelas é que deveriam ser salvas por príncipes encantados e não temidos piratas serem salvos por elas.

E de fato, as aulas de etiqueta que Makino lhe dera no East Blue estavam lhe rendendo algo especial.

Eles atravessaram a estrada que ligava a casa da garota à vila.

Eles estavam encharcados, mas Moda ainda podia sentir pequenas gotas eletrizantes pingarem em seu ombro. Elas lhe faziam ter uma sensação de conforto. Um calor humano. Um sentimento veemente. Um perfume ardente. Pensamentos condescendentes. Pingos quentes.

Pingos de sol.


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Notas finais do capítulo

Continua? xD Eu juro que essa história iria render algo mais profundo, porém estou numa fase de grandes transições na minha vida e não posso prometer nada muito longo. Por isso que postei essa One. Aliás, eu estou na seca pra começar uma longfic nova de outra série e também preparei uma shortfic de um casal que todos odeiam: LawxNami, mas sobre comédia romântica. Logo aparece algo sobre isso aqui.

E pra quem não sabe, o desejo que a Moda tinha era que seus pais voltassem pra casa. Ela entrega uma carta nas mãos do Ace, que se infiltra na base da G2 para entregá-la. Nisso ele se mete em muita confusão.

Então é isso. Nos vemos nas próximas atualizações.
Beijinhos.