Must be love escrita por Isha Dur


Capítulo 6
Talk to strangers


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas por demorar á postar, no final de semana eu estava sem internet e desde domingo estou passando mal. Mas enfim, espero que gostem do capitulo, não ficou lá essas coisas, mas dá pro gasto. E ah, me desculpem também pelo capítulo passado, reli de novo e percebi como ele estava uma bosta, estou até com vergonha por ter postado aquilo. Enjoy :)



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Rick Springfield - Don't talk to strangers

Capítulo 6 – Talk to strangers

Tris [POV]

O despertador tira-me dos sonhos e me obriga á levantar. Olho para o relógio ao lado da minha cama e vejo que ainda são 06h30. O configurei para despertar meia hora antes dos meus pais para eu ter tempo de pegar um ônibus para o colégio; ainda me recuso á ir com Tobias.

Meus olhos ardem, mas dessa vez, são de sono.

Enfio-me no chuveiro e molho meu rosto na água gelada para livrar-me do sono – mesmo a sensação de água fria fazendo contato com a minha pele quente não me deixa muito satisfeita.

Enrolo-me na toalha e visto uma calça jeans preta, uma blusa amarela com flores de mangas curtas e um cardigan acinzentado. Calço uma sapatilha vermelha descansando na porta e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo deixando alguns fios de cabelo solto.

Olho no relógio e ainda são 06h50.

Escrevo uma carta para minha mãe:

"Fui para o colégio de ônibus já que hoje eu tenho que chegar mais cedo, Christina disse que passaria as matérias de ontem para mim hoje antes da aula.

T."

E deixo-a em cima da cama.

Desço para a cozinha e pego uma maça e um suco de laranja de caixinha e como enquanto ando até a parada de ônibus.

Quando passo na frente da casa de Tobias, percebo que seu carro não está do lado de fora, provavelmente está na garagem.

Saio do condomínio cumprimentando o porteiro que dormia no seu turno.

A parada mais próxima da minha casa é á três quarteirões dali, aproximadamente quinze minutos de caminhada.

Chicago, á essa hora, está calma. Sem pessoas correndo pela rua, sem xingamentos de trânsito, e sem trânsito. O que me deixa aliviada, pois odeio o movimento intenso da cidade.

Á medida que vou chegando perto do centro, alguns resquícios de vida humana se propagam. Buzinas ao longe se misturavam ao barulho de pássaros que voam no céu alaranjado, com o sol, ao longe, nascendo.

Dou minha última mordida na maça e jogo-a fora no lixo ao meu lado. Abro a caixinha de suco e começo á beber, mesmo que eu pareça mais infantil bebendo suco de caixinha. Quando termino também a jogo fora.

Olho as horas no meu relógio de pulso simples: sete e dez. Meus pais e Caleb já acordaram, minha mãe já viu meu bilhete e com certeza já avisou meu pai e meu irmão – que ficou receoso, certeza absoluta.

Chego ao ponto de ônibus em cinco minutos, que – graças á Deus – está vazio, apenas com um garoto dormindo com fones de ouvido.

Sento-me na ponta oposta á do garoto e retiro meus fones de ouvido da bolsa. Coloco na minha estação favorita, está passando alguma música desconhecida, porém muito boa. Faço uma anotação mental de procurar essa música quando chegar em casa.

Agradeço pelos ônibus demorarem á passar, se não chegaria ao colégio uma hora antes.

Meu ônibus passa, mas eu o deixo ir, já que não quero chegar cedo à escola.

E então o segundo ônibus só passa ás 07h50. Fico satisfeita com o horário, provavelmente chegarei á escola quando o sinal bater e todos irem para as salas – inclusive Tobias.

Sento-me no banco da frente e um bando de alunos atrasados entra correndo no ônibus. Todos vestem preto e alguns usam brincos, alargadores maiores que as orelhas, piercings e muitos contém tatuagens nos braços, nos decotes destacados das meninas e até mesmo no rosto. Algumas garotas tinham a metade da cabeça raspada.

Fico impressionada.

Sempre quis ter uma tatuagem, mas com os pais que eu tenho, é difícil realizar esse sonho.

Eles entram no ônibus com um barulho audível e sentam-se ocupando o ônibus inteiro, um deles se senta ao meu lado.

O garoto que está ao meu lado tem piercings pelo rosto todo, inclusive nos lábios e nas sobrancelhas, tem tatuagens no pescoço e nos braços á mostra pela sua jaqueta rasgada nos ombros, seus cabelos chegam aos ombros e quando ele sorri, seus piercings nos lábios se esticam de uma forma horripilante.

Encolho-me no banco me apertando mais contra á janela e ele percebe. Ele gargalha e diz:

– Qual é, careta?

Olho para o outro lado não conseguindo mais olhar para seu rosto e ele gargalha mais ainda.

– Eric! – alguém no fundo do ônibus grita e ele se senta com eles rindo.

Um alívio percorre meu corpo quando ele sai do meu lado e meu corpo relaxa. Eu nem mesmo percebi que ele estava enrijecido.

Quatro quadras depois o mesmo grupo se levanta e aperta o botão para a porta do fundo se abrir, eles começam á gritar e a pular do ônibus – em movimento. Ouço buzinas e gritos enquanto eles descem. Quando o motorista percebe o que está acontecendo para bruscamente, mas todos os membros audaciosos já pularam e estão correndo para o outro lado da rua. Para o meu colégio.

Desço apenas quando o ônibus para na parada no fim da rua. E talvez eu tenha ficado fascinada demais com aquele grupo, porque começo á correr para ainda os ver entrando no colégio.

Meus pulmões doem, os músculos da minha perna reclamam e cada vez que respiro, meus pulmões além de doerem, ardem.

Mas é bom.

É uma sensação que eu nunca havia sentido na vida.

A ardência, a dor, a queimação. Tudo me faz sorrir, porque é a primeira vez que eu me sinto realmente viva.

Chego ao portão da escola á tempo de os ver correndo na entrada e dois monitores tentando acalmá-los, o que parece ser uma tarefa impossível.

Paro de supetão e respiro dificilmente enquanto apoio minhas mãos nos meus joelhos e tento recobrar o fôlego.

O porteiro me olha como se eu fosse eu fosse louca, ou como se eu quisesse ser. Ignoro-o e entro no colégio com uma sede inexplicável.

Depois de beber quase um litro d’água no bebedouro olho para o meu horário: educação física.

Na minha última aula de educação física torci meu tornozelo, mas não o sinto mais.

Confiro as horas no meu relógio e estou atrasada dez minutos para a aula, então vou correndo para a quadra, e aquela sensação de vida nova me preenche novamente.

Alguns membros do grupo me olham e sorriem gritando incentivos e correm junto á mim para a quadra. Fico feliz. Como nunca estive á tempos.

[...]

A quadra está repleta de preto e barulhenta. Vou para perto do grupo e sorrio ao perceber que dois deles estão vindo na minha direção – mesmo eu não sabendo se isso é um sinal bom ou ruim.

– Uma típica Careta destinada ao nosso grupo. – um garoto com tapa-olho, alto e forte diz, mas eu me sinto bem, porque ele diz rindo de uma forma muito agradável.

– É, vimos você correr e UAU! – outra garota, sem tatuagem, sem brinco, sem nada de estranho diz também rindo.

Sorrio e sinto meu rosto esquentar.

– Aliás, eu sou Edward, e essa é...

– Marlene.

Eles dizem sorrindo mais ainda e apertando minha mão.

– Tris. – digo sorrindo mais abertamente.

Edward sorri mais e grita:

– Audácia, essa é Tris, a primeira careta corredora!

O grupo intitulado “Audácia” grita e esbravejam jogando seus punhos no ar.

– Seja bem-vinda á Audácia. – Edward diz e me puxa pelo ombro ao lado de seu grupo.

[...]

Retiro minha cardigan cinza e fico com vergonha da blusa que escolhi para vir ao colégio, a maldita blusa amarela de manga curta enfeitada com flores multicoloridas.

Não faço educação física, e ao invés, interajo com todos, inclusive Eric, que no começo me pareceu estranho, mas agora percebo que ele é um cara legal, engraçado, mas totalmente irônico.

O segundo sinal bate e eu corro para a aula de história.

Esbarro em alguém e caio com tudo no chão.

Praguejo e olho para cima. Congelo.

Tobias está na minha frente visivelmente desconfortável, com uma mão estendida para mim, mas seus olhos vagueiam por todo lugar, menos para mim.

Aceito sua ajuda e me levanto. Algumas pessoas no corredor olhavam para nós, mas logo passavam.

Limpo minha calça e olho para um ponto atrás da sua cabeça, ele finalmente olha para mim.

Pigarreio e olho para seus vans pretos, cobertos um pouco pela calça jeans escura. Vou subindo meus olhos e percebo a blusa vermelha de manga longa que ele está usando, tão apertada, que ressalta seus músculos e peitorais.

Olho um pouco mais para cima, para seu rosto, e meu coração acelera. Seus olhos olham nos meus, mas não há vestígio de raiva, tristeza, ou seja o que for; seu rosto está passivo como o mar sem as ondas.

Meu rosto esquenta quando nossos olhares se encontram e olho-o com pesar.

– Não precisa ficar com pena de mim, Tris. – ele cospe as palavras em cima de mim e sai andando pelo corredor.

Acompanho-o com meus olhos até ele virar para entrar no banheiro e desaparecer de vista. Minha boca está entreaberta, estou chocada por ele achar que estou com pena dele. É claro que não estou! Sei muito bem que Tobias Eaton não precisa de um beijo para sobreviver, principalmente um beijo meu.

Brava, vou para a aula de história.

Sento-me na última cadeira, abro minha edição de Dom Quixote e leio a metade do capítulo um até o professor chegar á sala.

– Bom dia, turma!

– Bom dia. – a turma, sonolenta, responde em uníssono.

O professor de história é um homem de meia idade que vive sorrindo, o que irrita, de verdade.

– Ah, ótimo! Vejo que todos estão muito animados para a aula de hoje!

Olho ao redor, para meus colegas, e percebo duas pessoas dormindo – uma em frente ao professor –, um garoto observando uma mosca voar perto do quadro negro e metade da sala conversa por papeizinhos. Rio com ironia e o professor olha para mim.

– Algum problema, senhorita Prior?

Encaro-o e respondo:

– Para ser sincera, sim.

Paro de repente e procuro de aonde a coragem de responder o professor surgiu.

Mas do mesmo jeito, continuo:

– Bem... Se você não percebeu, têm duas pessoas dormindo na sua aula, o garoto do Black Power está mais interessado em uma mosca e metade da sala está entretida em outra coisa que não seja essa aula estúpida.

Arrependo-me das minhas palavras assim que me escapam da boca, mas não volto atrás, continuo á encará-lo do mesmo modo: olhar feroz, lábios contraídos e sobrancelhas arqueadas.

Ele continua á sorrir, e isso me irrita de um modo indescritível! Esbravejei toda minha raiva em cima dele e ele continua sorrindo! Argh, como eu odeio isso.

– Ahn, Beatrice você gostaria de me acompanhar? – ele pergunta sorrindo sugestivamente.

Reviro os olhos e o sigo pela porta.

Ele vira um corredor e eu o sigo, ele desce um lance de escada e eu o sigo, ele vira para a direita e eu o sigo. Ele está me levando para a diretoria, e eu o sigo.

Mas eu estou errada.

Ele entra em uma porta dupla que eu sempre vira, mas nunca entrara. A sala está coberta por estantes e estantes de livros cobertos de poeira e com teias de aranha ligando uma a outra. É uma biblioteca, mas bastante velha, deve ser da época em que meus pais estudavam.

Meu professor se senta em uma cadeira empoeirada e me convida á se sentar na cadeira ao seu lado.

Bufo por achar idiotice ele querer conversar comigo, ele é meu professor, nunca tivemos uma relação entre professor e aluno, cheguei á ficar surpresa por ele saber meu nome, por que ele simplesmente não me mandou para a sala da diretora? Seria algo mais fácil.

Receosa, abano a cadeira para tirar o excesso de poeira e me sento.

Ele olha para uma pilha de livros rasgados em uma caixa sorrindo, não diz nada, o que me deixa furiosa.

– Hum, e então? – pergunto, impaciente.

O professor olha para mim e sorri abertamente, mostrando alguns dos seus últimos dentes, então diz:

– Então o quê?

Bufo impacientemente e me remexo na cadeira.

– O que você quer? Por que você me chamou aqui? Por que simplesmente não me levou para a diretoria e pronto? Te pouparia muito mais tempo.

– O caso é, que eu não quero poupar tempo. Tempo é algo poderoso, não?

Não sei por que o faço, mas penso nas suas palavras e então concluo:

– Tempo é algo que eu gostaria que tivesse um botão de reverter.

Ele ri pelo nariz – não seu bem se foi uma risada ou um suspiro – e diz, colocando sua mão sobre a minha:

– Sim, Beatrice, todos gostaríamos de ter um botão de reverter na nossa vida, não é verdade? Mas, e você? Você voltaria no tempo para poder retirar as palavras que disse na minha aula?

Questiono-me sobre isso e já sei a resposta.

– Não.

Ele sorri sinceramente e aperta nossas mãos. Sua mão é quente e macia, o que me faz relaxar um pouco.

– Você quer saber de uma coisa? Eu sempre quis que essa Beatrice se revelasse. A Beatrice perigosa, desafiadora... A Beatrice verdadeira.

Rio um pouco nervosa e digo defensivamente:

– Eu não sou assim de verdade, o senhor sabe quem eu sou, e eu não sou assim!

Ele sorri afetuosamente e pergunta voltando para o assunto do tempo:

– Se você pudesse voltar no tempo apenas uma vez, para reescrever ou dizer apenas uma palavra, qual seria?

Não preciso pensar, porque já sei a resposta.

Sim.

Era tudo o que eu iria dizer. Apenas uma palavra simples e puf!, minha vida se transformaria. Provavelmente eu e Tobias estaríamos namorando, felizes, e não brigados, mal olhando na cara um do outro.

– Sim. – respondo com lágrimas nos olhos. Digo isso para ele porque meu professor de história conquistou minha confiança, e quando eu era pequena, minha mãe costumava dizer: “Conte seus problemas ás pessoas que você desconhece, Beatrice, e oculte de quem você conhece. Muitas vezes, Deus manda anjos na nossa vida, mas eles não se comunicam, não mostram afeto, mas nos protegem. E sempre há uma hora na vida em que vocês há de se falar, e resolverem seus problemas, juntos.”

Meu professor de história, seria na estória, meu anjo. E Christina, Cara, Al, Will, Zeke e Uriah seriam as pessoas conhecidas. Conte tudo ao seu professor, nada aos seus amigos.

Ele me encara com seus pequenos olhos esverdeados e pergunta com um quê de curiosidade por que eu diria Sim, por que essa palavra mudaria minha vida.

Repenso nas palavras de minha mãe e concluo:

– Porque minha vida estaria completa.

E é verdade.

Ele continua á me encarar, e sinto como se ele conseguisse ver através de mim.

Meu rosto esquenta com seu olhar, nunca fui acostumada á ser tão bem visionada. Desvio nossos olhares e encaro nossas mãos, ainda juntas.

Aos poucos, ele separa nossas mãos e se levanta, continuo sentada até ele sair da sala.

Lentamente, me levanto também e observo os livros nas estantes; estão todos desgastados e empoeirados. Minhas mãos coçam para encostar na versão de capa aveludada de Os Miseráveis que eu sempre aclamei. Ninguém sentiria falta de um livro, não é? Principalmente de um livro em uma biblioteca nesse estado.

Retiro o livro da estante no momento em que a porta se abre de supetão, com um barulho estrondoso acompanhado do meu grito ele cai no chão liberando uma nuvenzinha de poeira.

Olho para a porta assustada e vejo uma mulher ranzinza com um espanador na mão, a faxineira.

Meio irônico a faxineira aparecer logo aqui, acho que a escala de limpeza dessa biblioteca deve ser uma limpeza por geração.

– O que você está fazendo aqui menina?! - ela guincha com sua voz aguda balançando seu espanador como se fosse uma arma mortal.

– Ahn... eu estava... - tendo um bate papo sobre minha vida com meu professor de história, aliás, acho que ele tem uma queda por você.

– Ahn, ahn, ahn... Isso é coisa de aluno baderneiro! Xô! Pega seu livro e cai fora!

Então ela pensa que o livro é meu? 1x0 para Tris.

Recolho o livro do chão rapidamente e saio da sala poeirenta. Ao passar pela faxineira percebo que ela é tão baixa que eu chego á ser mais alta que ela, não muito, mas sou.

Sento-me na escada em frente aos banheiros e estudo o livro. Ele tem alguns rasgadinhos nas quinas das folhas, há um risco no meio da capa e cada vez que eu viro uma página, eu espirro. Está perfeito para mim.

Guardo-o na mochila e espero o segundo sinal bater, indicando meu primeiro ensaio anual com a banda, que e sempre a mesma chatice de sempre: Fernando, o líder da banda, nos faz tocar o hino nacional para saber se estamos afinados o bastante, depois ele dá o seu famoso sermão sobre como os trompetes estão estridentes demais, o triângulo está baixo demais, o violino está desafinado demais -nisso eu tenho que concordar - e os tambores estão vibrantes demais. É um saco.

Com pesar, junto-me á multidão de alunos que se dirigem á suas devidas aulas e sigo em direção á sala 18.

– Tris! Beatrice! - ouço alguém gritar meu nome e paro olhando para trás, até conseguir ver a figura de Christina correndo entre os estudantes, arrancando alguns olhares zangados.

– Christina? Mas o quê...

Christina para de correr apoiando suas mãos nos joelhos e arfando.

– Você... você... - ela diz, ou pelo menos tenta, entre uma respiração e outra.

– Eu...?

– Não se atreva á fazer brincadeiras! - ela aponta seu dedo indicador para mim ameaçadoramente, lembro-me da faxineira na biblioteca e rio. - Você está rindo de mim, Beatrice?

Fecho rapidamente o sorriso e a encaro.

– O.k, pode me dizer o que você tem pra dizer?

Ela se levanta se senta na escada em que momentos antes eu estava sentada. Continuo em pé, porque quero mesmo chegar no ensaio da banda cedo, já que Fernando odeia quando algum dos seus se atrasa.

– Fiquei sabendo que você está andando com o Audácia. Real or not real?

Real or not real. Era a frase que usávamos quando criança para saber se uma ou outra estava mentindo, se alguém te perguntasse isso, você era proibidamente proibida de mentir.

– Real.

Ela se levanta de um pulo e grita:

– Há!

– Há!, o que Christina?

– Eu sabia, é claro. O Edward me disse.

– Você conhece eles?

– É claro! Agora você conhece, finalmente.

– É... olha, eu odeio estragar a sua comemoração, mas tenho ensaio da banda agora, então se você não se incomoda, eu vou indo.

Ela faz um barulho entre um espirro e uma tosse e afirma com a cabeça.

– Vai lá.

Despeço-me de Christina e ando três passos até sentir um tapa na minha nádega esquerda. Viro-me com o rosto quente e vejo Christina rindo no final do corredor. Balanço a cabeça sorrindo e vou para o ensaio. Graças á Deus não havia ninguém no corredor.

[...]

– Por que todo primeiro ensaio anual vocês são um desastre? Simon, esse violino está uma merda!

E como o previsto, Fernando está dando seu primeiro sermão do ano, reclamando do violino, triângulo, enfim, de tudo.

– Madison, esse triângulo está parecendo uma formiga gritando. Não dá pra ouvir! E faça-me o favor Marius, isso é um tambor ou uma caixa de som automotivo? Vamos lá, de novo!

Pego minha clarineta novamente e começo na minha mente as primeiras linhas do hino nacional tentando acompanhar os sons dos outros instrumentos.

O resto do ensaio é uma grande bosta. Fernando faz Madison chorar ao dizer algo tão ruim que eu me sinto mal por repetir, por isso não vou, e uma linha do violino de Simon se arrebenta depois dele tentar fazer uma nota alta com o mesmo.

Saio da sala 18 aliviada, pelo menos tento sair.

Fernando me puxa pelo braço e com um tropeço, paro na sua frente. Ele sorri amigavelmente - ou pelo menos tenta - e diz:

– Tris.

E só isso. Sério, ele quase arrancou meu braço apenas para dizer meu nome?

– Eu.

Ele abre seu sorriso um pouco mais, fazendo suas bochechas encostarem na ponta do óculos.

– Então... eu gostaria de saber, sabe? Se... se você não gostaria de... sair comigo?

BAM! O.k, ele não me chamou aqui apenas para dizer meu nome.

– Por favor!

A minha primeira resposta seria um grande não, mas meu consciente gritava: Vamos, Tris, talvez ele não seja chato lá fora igual ele aparenta ser aqui.

– Claro, por que não?

Ele sorri mais um pouco - algo que eu achava impossível - e seus óculos sobem da ponte do nariz.

– Ótimo, me encontra na pizzaria La Bourboine no sábado ás oito. Eles tem a melhor pizza de toda Chicago!

Lembro-me da lanchonete mexicana que tinha o nome francês e sorrio.

– Eu espero que sim.

Saio da sala deixando o Fernando mais sorridente que eu já havia visto. Só espero que esse jantar não me cause tantos problemas.


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Notas finais do capítulo

Antes que eu me esqueça, obrigada á todos que me desejaram bom show, foi o melhor diz da minha vida



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