A Nova Geração - Hogwarts ano I escrita por Nah


Capítulo 10
Los emboscadores


Notas iniciais do capítulo

penúltimo capítulo



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– Se Tiago está ajudando podíamos falar com ele... – sugeriu Rose.

– Não. – Deixa de ser teimoso Alvo.

– Quero eu mesmo falar com Hagrid! – disse Alvo acelerando o passo.

Mas Hagrid não estava e a cabana estava fechada; não podiam entrar na floresta a procura dele. Tiveram que voltar para o castelo com Alvo reclamando o caminho todo. Durante a aula de Herbologia Rose respondia um bilhete que Escórpio acabara de lhe mandar.

– Vou pedir a Kassin para me levar até Grope! É o único jeito... Será que dá pra você prestar atenção?

– Você vai pedir pra Kassin te levar até Grope! Satisfeito?

Ao final da aula de Transfiguração os garotos insistiram com o professor, mas Kassin disse que não podiam e pronto.

– Não temos certeza do que ele tem e até sabermos mais as visitas estão proibidas.

– Mas meu irmão vai vê-lo!

– Só para deixar Grope mais calmo, eles não têm contato direto. Grope o vê de longe para distraí-lo. Vendo a preocupação sincera das crianças Kassin tentou acalmá-los. – Olhem, acredito que Grope vai se recuperar. Ele está sob cuidados de bruxos experientes e, graças à diretora McGonagall, tem todos os recursos de Hogwarts à disposição. Eu os manterei informados. As palavras de Kassin não tiveram efeito em Alvo. Sem outra saída ele procurou o irmão na hora do almoço. Rodeado de amigos e, sentado ao lado de Camile, Tiago custou a aceitar conversar com o irmão em particular.

– Preciso de um favor – disse Alvo.

– Se for dinheiro pode esquecer. Gastei todo meu dinheiro na primeira semana.

– Não é isso. Você tem ido ver Grope. Tiago confirmou com um gesto de cabeça; não parecia disposto a conservar sobre o assunto. – Preciso que diga a Hagrid para não deixar Grope tomar nenhuma poção que tenha sido preparada por Slughorn.

Tiago encarou o irmão e começou a rir.

– Claro! Uma poção preparada pelo mestre de poções de Hogwarts! Quem pensaria em permitir isso?

– Sei que parece estranho...

– Não parece estranho vindo de você. Fique tranquilo.

– É sério, por favor, diga a Hagrid para não dar nenhuma poção a Grope pelo menos por enquanto.

– E deixá-lo piorar? Ele tem espasmos e parece que está pirando! Não consegue pronunciar nenhuma palavra e...

– Você não ouviu nenhum comentário dos professores sobre o que ele possa ter?

– Kassin achou que ele pudesse ter comido alguma coisa envenenada na floresta, mas ele já teria melhorado a essa altura.

– Alguma coisa incomoda Grope há meses. Lembra que ele atacou o Neffasto? E parecia não me reconhecer nem ou Rose.

– Seja o que for piorou muito. Por isso vê-lo é complicado; ele pira de um momento... Da última vez Kassin e Hagrid mal conseguiram segurá-lo e ele está sofrendo.

– Você sabe o que Slughorn deu a ele?

– Não... Ele é o mestre de poções! Alvo, aproveite seu tempo com coisas mais construtivas. Como tentar sair daquela lista!

– Não mude de assunto!

– Está bem! Continue a ser um idiota, mas não diga que não lhe avisei quando papai pegá-lo de jeito.

– O que ele pode fazer? Não me dar uma vassoura nova no meu aniversário? Não ligo pra isso!

– Você realmente não entende o que significamos para Grifinória não é?

– É você e não a Grifinória.

Tiago voltou ao grupo de amigos. Na saída para o pátio Alvo o viu cochichar alguma coisa no ouvido de Camile. A garota deixou Tiago falando sozinho.

No corujal. Escórpio despachava sua coruja semanal para casa. – Tiago vai dar o recado a Hagrid?

– Não – Alvo respondeu secamente – tenho que dar um jeito de falar com Hagrid! A coruja marrom de Alvo despertou de seu cochilo; seu nome era Ventania; foi Lily que batizou porque ela batia as asas uma cem vezes ante de voar. Fazia tempo que não mandava nenhuma carta para casa e mesmo não dando atenção a coruja nos últimos dias ela saltou para o seu braço piando contente. Mas mandá-la até a floresta atrás de Hagrid era arriscado, era uma coruja muito nova e se alguma coisa a atacasse no caminho seria mais uma coisa a explicar aos pais. – Desculpe, mas nenhuma carta hoje. Talvez amanhã

– Logo as cartas para nossos pais chegarão. Kassin disse que só precisa de Cinthia essa semana; ele vai começar a elaborar os exames. Ainda temos tempo para por os deveres em dia.

– Temos que começar a praticar – disse Escórpio.

– Não estou interessado em nenhuma matéria idiota! Herbologia, História da Magia e, principalmente, Poções.

– Eu também não Alvo, mas se formos expulsos só vamos piorar tudo – disse Escórpio.

O prof. Kassin cumpriu a palavra e manteve os garotos informados sobre Grope; embora o estado fosse estável ainda estavam tendo dificuldades em descobrir a doença que o gigante tinha. Hagrid não saia do lado do irmão para nada. Os garotos passavam pela cabana pela manha e no final da tarde e tudo permanecia fechado. Sem muita opção começaram as revisões e tentavam colocar os deveres em dia. O que não era muito fácil já que a cada aula tinham um acréscimo razoável de novos feitiços, poções e datas para memorizarem. A Sala Particular nunca fora tão útil para praticarem longe dos olhos dos colegas. Rose tinha impressão que muitas pessoas estavam torcendo para que se dessem mal. Uma era certeza: Cinthia. A garota acabou causando um inconveniente a mais para os garotos. Escórpio notou que estava sendo seguidos por ela.

– Ela não tem mais anda o que fazer? – perguntou Alvo dando uma rápida olhada por cima do ombro.

– Talvez ela esteja entediada; não basta me perturbar no dormitório.

– Acho melhor não irmos para a Sala Particular agora; ela pode ficar nos esperando do lado de fora e acabar nos ver saindo depois da biblioteca fechada. – disse Escórpio parando.

– Então vamos levá-la por um tour grátis pela escola! – disse Alvo mudando de direção. Os três continuaram andar passando por grupos de alunos.

– Duvido que ela nos siga por muito tempo, os corredores de Hogwarts são assustadores na primeira vez que se passa por eles.

– Eu nunca tive medo de andar pela escola. – disse Escórpio.

– Nem um pouquinho? – perguntou Rose. – Você está me confundindo com seu amigo Marc... Ele foi o primeiro a sair da sala da profª Duggan aquele dia. – Ela disse que quem quisesse podia sair. Podia ser qualquer um!

– Por acaso foi ele – disse Alvo.

Conforme os corredores iam ficando desertos Cinthia tinha dificuldades em disfarçar suas intenções. Passou a se esconder atrás de armaduras e estátuas.

– Ah, essa garota é maluca! – riu Rose.

De repente Escórpio parou. – Estão ouvindo alguma coisa?

– Não – respondeu Alvo, mas logo começou a ouvir também

– Já ouvi isso na Ala Hospitalar!

Depois de circularem pela escola o corredor parecia mais escuro que o normal, mesmo sob a luz dos archotes.

– É impressão ou a escuridão está mexendo? – perguntou Rose segurando Escórpio pelo braço.

– Não só se mexendo, mas vindo em nossa direção! – respondeu Alvo.

Os três ficaram imóveis e pareceu que uma onda de escuridão quebrou sobre eles. Durou um segundo, mas parecia uma eternidade. Quando a luz voltou estavam assustados, mas nada mais grave acontecera.

– Ai estão vocês! Os garotos apontaram a varinha para Cinthia que surgia atrás deles.

– Você! Que idéia é essa de nós seguir? – perguntou Rose zangada.

– Sério que você vai querer discutir isso agora? Uma coisa acabou de nos atacar! – disse Alvo indo até Cinthia. – Você estava ai todo o tempo? Não viu a coisa passar?

– Coisa? Que coisa? E abaixem essas varinhas!

– Para onde foi? Mudou de direção depois que passou por nos! – disse Escórpio.

– Do que vocês estão falando seus doidos?

– Por que está nos seguindo!

– Queria descobrir aonde vocês vão já que não ficam no Salão Comunal. Só isso.

– Rose! Isso não é importante agora! – disse Alvo agitado.

– Ela me perturba desde o inicio do ano letivo! Me fez passar o maior vexame na aula de poções! Está armando alguma coisa. Fale! – disse Rose apontando a varinha para Cinthia com um olhar muito ameaçador.

– Ok... Lembra que comentei sobre você ficar mais tempo no Salão Comunal pra saber o que andam comentando?

– Não.

– Idiota Weasley... Conhece Saffron?

– Quem? – perguntou Escórpio.

– É uma garota da Grifinória; ela sempre me convidava para sentar com ela. Vivia atrás de Victorie. E daí? Faz muito tempo que não a vejo e nem lembrava mais dela.

– Aquela repórter que não gosta da sua mãe a contratou para descobrir alguma coisa sobre vocês aqui em Hogwarts. Ela tentou se aproximar de você, mas não conseguiu então ofereceu dinheiro para as alunas do primeiro ano. Como vocês não se misturam e não são muito populares ninguém conseguiu nada... pra falar a verdade ninguém se interessou.

– Só você.

– Eu não tive escolha. Eu prefiro fazer qualquer outra coisa a ter que seguir vocês três. Vocês são entediantes.

– O que disse a ela?

– Nada além do que tudo mundo já sabe! Vocês traírem Grifinória andando com Malfoy.

– Você aceitou esse serviço sujo! – disse Rose com mais raiva.

– Ótimo... – suspirou Alvo – mais essa agora!

– Estão só esperando o final do ano letivo; depois que vocês levarem bomba. Matéria de capa.

– Diga a essa Saffron que já sabemos o que ela pretende e vamos contar a McGonagall e vocês duas é que serão expulsas!

– Você me ouviu Weasley? Eu disse: não tive escolha! Não estou ganhando um sicle pra fazer isso!

– Ajudaremos você a se livrar dela – disse Alvo.

– O que? Por quê? – perguntou Rose surpresa.

– Odeio gente que ameaça as pessoas! Essa tal Saffron não me parece melhor do que o Neffasto.

– Espere! Vocês vão me ajudar a me livrar de Saffron?

– Mas você vai ter que nos ajudar também!

– O que vocês querem? Não tenho dinheiro ou coisas legais – disse Cinthia desconfiada.

– Alvo... não! Dessa vez temos provas! Ela confessou! Finalmente alguém que nos fez mal pode ser punido!

– Você tem anotações desde o do início do ano letivo de todas as matérias?

– Sim, tenho. Sou a melhor da turma – disse Cinthia rindo para Rose.

– Ótimo. Encontre-nos na biblioteca em quinze minutos para podermos copiá-las. E não fale com ninguém pelo caminho. Ajudaremos você se nos ajudar. Tem minha palavra.

Enquanto os garotos copiavam suas anotações Cinthia observava Escórpio.

– Você tem uma bela letra para um menino.

– Obrigado.

Rose largou um pesado livro bem na frente dos dois.

– Posso falar com vocês um minuto? – disse Alvo puxando a prima e fazendo sinal para Escórpio acompanhá-los. Os três se reuniram não muito longe da garota.

– Por que está sendo legal com ela Escórpio? – sussurrou Rose zangada.

– Troquei duas palavras com ela até agora!

– Não fale com ela!

– Rose seja mais compreensiva... – disse Alvo.

– Compreensiva?

– É claro que a tal Saffron ameaçou Cinthia de alguma forma. Ela não passa de uma garota sem graça e infeliz em Hogwarts.

– Pelo menos temos um ao outro; ela não tem ninguém que se importe com ela – disse Escórpio. – Sem contar que ela pode mesmo nos ajudar nos exames.

– Como poderemos ajudá-la? Com a tal Saffron? – perguntou Rose impaciente para o primo.

– Ainda não sei, mas pensarei em alguma coisa. Daqui a pouco Madame Pince vai nos expulsar daqui e não poderemos usar nossa sala hoje. Não podemos perder tempo com essas briguinhas!

– Precisamos descobrir alguma coisa sobre o que nos atacou no corredor, não parecia ser um feitiço de proteção aquele corredor é um corredor comum – disse Rose mudando de assunto. Estava farta de falar de Cinthia. Queria conversar com Alvo e Escórpio e sabia que eles dariam atenção aquele assunto. – Não é um feitiço. Não passou por Cinthia e ela estava a poucos metros de nós; aquilo simplesmente mudou de direção. Não é estranho?

– E ainda tem o som que ouvimos isso deve dar uma pista, não? – comentou Escórpio – e o sinal que aquelas coisas estão se aproximando.

– Ei vocês! – chamou Cinthia da mesa – Vou levar minhas coisas embora!

– Desculpe prima, mas por algum tempo Cinthia será nossa melhor amiga.

– Estou quase preferindo um encontro com Neffasto.

– Por favor, Rose é por pouco tempo...– pediu Escórpio.

Alvo sabia que Rose acabaria cedendo ao pedido de Escórpio. Então valia o esforço de ficar ali com os dois trocando sorrisos bobos. Cinthia não parou de puxar conversa com Escórpio. Rose queria poder transformá-la num parasita qualquer, mas Alvo a puxou para longe. Escórpio resolveu terminar os deveres no Salão Comunal da Sonserina antes que alguma coisa acontecesse entre as duas.

A presença de Cinthia causou muitos atritos a ponto de Rose não conversar com Alvo e Escórpio com ela presente. Pelo menos estavam finalmente alcançando a turma e melhorando o desempenho principalmente nas aulas de Feitiços e Herbologia. O prof. Flitwick chamou Alvo para dizer que estava contente com a melhora.

– Finalmente demonstrou um pouco de interesse nas aulas Sr. Potter! E, tenho uma boa noticia para o senhor e seus amigos; poderão visitar Grope hoje à noite! Estejam no Salão Principal às sete horas. Eu e Neville os levaremos.

– Sim senhor! Estaremos lá!

Antes mesmo do horário marcado os garotos estavam no Salão Principal; Alvo e Escórpio iniciaram uma partida de xadrez para matar o tempo. A maioria dos alunos comentavam que Escórpio Malfoy estava sentado na mesa da Grifinória. Nenhum dos dois se incomodou com isso. Rose estava bem animada com a idéia de rever Grope, mas logo seu humor mudou. Cinthia se juntou a eles reclamando que Saffron a estava pressionado de novo.

– Não quero ser chata, mas temos um trato.

– Sim, claro! Você nos ajuda e não contamos a McGonagall sobre você nos espionar! – disse Rose.

– Então devolvam minhas anotações e corram para diretoria!

– Tome pode ficar e...

– O que você quer? – perguntou Alvo gentilmente.

– Saffron está no Salão Comunal e eu não posso ficar lá sozinha.

– Rose ficará com você!

– O que? Não!

– Fique com ela no seu dormitório! Eu e Escórpio não podemos entrar lá; então você vai e faz companhia para Cinthia.

– Não!

– Com licença! – disse Alvo para Cinthia e ele e Escórpio puxaram Rose para longe mais uma vez. Cinthia riu por trás dos meninos. Gostava das reações de Rose à suas provocações.

– Por favor, Rose! Estamos quase no fim das revisões! Você só precisa passar algumas horas com ela!

– Quero ver Grope!

– Diremos que você manda lembranças! E depois – Alvo acrescentou depressa – pensaremos num jeito de livrá-la da tal garota e ela nos deixará em paz!

– Por que simplesmente não contamos a McGonagall o que elas tem feito?

– Porque se forem elas forem expulsas ai sim poderão contar a todo mundo o que estamos passando nessa droga de escola! Não vê? Ai sim estaremos encrencados!

– Não se preocupe logo daremos um jeito! – disse Escórpio.

Os três voltaram para a mesa.

– Está bem. Eu fico com você no dormitório. – disse Rose como se estivesse concordando em acompanhar Cinthia a um funeral.

– Vamos então! Tenho muita coisa para fazer!

Antes de sair Rose apontou a varinha para as peças de Escórpio.

– Bispo em D4; mais dois lances e xeque – disse dando as costas para os dois. As peças obedeceram deixando Alvo sem saída no jogo.

– Ela não deveria ficar brava com você também? – perguntou desanimado. Escórpio venceu o jogo facilmente.

O Salão Comunal da Grifinória estava lotado àquela hora. Rose se achou totalmente estranha naquele ambiente. As garotas a encararam; alguns rostos eram conhecidos; algumas amigas da prima, das camas ao seu lado, mas era só. Se pudesse sairia correndo para se refugiar na Sala Particular. Cinthia apontou para Rose.

– Ali! Poltrona perto da lareira. Aquela é Saffron e aquele e o lugar dela. A tal Saffron era muito magra e pálida. Rose a achou muito feia; com os braços cheios de pulseiras; o cabelo loiro cacheado preso de um jeito que parecia que a garota tinha um cacho de bananas colado na cabeça.

– Parece bem desagradável.

– Ela é pior do que desagradável. Por causa do contato com Skeeter ela sempre sabe alguma coisa horrível sobre alguém. Ela trouxe exemplares antigos do Profeta Diário com matérias sobre sua mãe. Rita Skeeter sempre pegou no pé da sua mãe.

– Não fale da minha mãe.

Saffron encarou as duas e cochichou com as colegas ao seu redor. Sorrindo ainda era mais feia.

– Ela nos viu! Agora sabe que estou me empenhando em arrancar alguma coisa de vocês.

– Bom, se era só pra isso...

– Não Weasley você não vai sair agora!

– O que você quer?

– Vamos conversar. Me fale do Malfoy. Aqueles olhos verdes são estranhos no início...

– Cinza, são cinza esverdeados. Escute, se você já se exibiu pra essa garota eu vou embora. Rose estava quase saindo do Salão Comunal quando encontrou Victorie.

– Que surpresa você por aqui.

– Já estou de saída.

– Você viu Camile? Ela costuma estar aqui essa hora estudando.

– Não, eu não a vi. Tenho que ir!

Alvo e Escórpio tinham acabado de chegar ao Salão Principal e trouxeram boas noticias: Grope já os reconhecia. Não foi só essa boa noticia que tiveram durante a semana. Os fantasmas estavam de volta. Mencionaram parcialmente o resultado da viagem que fizeram; os garotos até queriam saber mais, mas também tinham preocupações mais urgentes. Victorie tornou a perguntar sobre Camile a Rose. Disse que a poltrona que ela costumava ocupar estava rodeada de livros abertos, mas segundo Victorie, nenhum sobre matéria dos exames. Rose reconheceu o livro Criaturas da América do Sul que Camile carregava no dia que Tiago foi atacado pelas ratazanas voadoras; não havia marca da biblioteca de Hogwarts na capa.

– Talvez seja um dos novos – sugeriu Victorie.

– Nós catalogamos todos durante nossa detenção. Não vi esse livro.

– Achei Camile meio estranha hoje. Imaginei que fosse por causa dos exames, Tiago ou com vocês três. Ela vive perdendo vocês no mapa...

– Você sabia que Tiago deu o mapa a ela?

– Tio Harry o enfeitiçou ja prevendo que Tiago o pegaria cedo ou tarde. O mapa não funciona com ele e provavelmente nem com a gente. Também está perdendo a força. Todos que o criaram já morreram faz muito tempo. Alguns feitiços não duram pra sempre.

– Por isso Tiago o deu a Camile? Rose imaginou que a sombra que os engoliu no corredor apareceria no mapa. A idéia de Camile sair para investigar se a visse de novo não era absurda.

– Acha que Camile se importaria se dermos uma olhada em suas anotações?

– Não sei – disse Victorie apanhando pergaminhos soltos – mas é por uma boa causa, não?

Quando começou a foliar o livro e papéis de Camile; Rose não percebeu que Cinthia se afastou discretamente.

– Ninguém entende o esquema que Camile usa para estudar; por isso ninguém pede a ela para copiar suas anotações – disse Victorie.

– Sério? Ela usa sinais para apontar sua conclusões... Acho que apenas escreve o que precisa e o resto só pensa eu acho...

– Como pode entender isso?

De fato era tão fácil que Rose não precisou de mais de alguns minutos para as coisas começam a clarear em sua mente. O comportamento de Grope, o sumiço de objetos no castelo e a sombra que passou por ela, Alvo e Escórpio no corredor.

– Tenho que falar com os meninos!

– Rose aonde vai com as coisas de Camile? O que vai fazer?

– Eu explico outra hora! – disse a garota saindo correndo entre os estudantes.

Quase sem fôlego Rose leu em voz alta o trecho grifado no livro: – “Los Emboscadores, as sombras recortadas. Animais de grande porte têm medo deles, pois fazem um som infernal. As vilas do Peru se protegem colocando cinzas de animais mortos para espantá-los. Saqueavam vilas inteiras...”. Resumindo: roubam coisas! Entenderam?

– Essas coisas roubaram tudo no castelo todo esse tempo? Mas isso não explica como a taça, a estátua e seu broche reaparecerem! – disse Alvo franzindo a testa.

– Camile deve ter visto essas coisas no mapa hoje de novo! – disse Escórpio.

– Mas como essas coisas chegaram aqui!

– Aposto que como todo o resto! Atraídas pelas flores do prof. Neville! – respondeu Rose.

Encontraram Victorie e Tiago no Salão Principal; nervoso Tiago tirou do bolso o Mapa do Maroto.

– Encontrei no corredor em um lugar que costumávamos nos encontrar; ela sabia que eu a procuraria lá. Ela deixou o mapa para que a encontrássemos!

– O mapa não funciona com a gente. Rapidamente Rose explicou aos primos com o que estavam lidando e entregou o mapa para Escórpio.

– Tente você!

– Não ele não! – protestou Tiago.

– Deixe de ser idiota Tiago! Camile pode estar em perigo! – disse Victorie angustiada. – Tente você Malfoy. Repita: Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom! Escórpio repetiu as palavras e os aposentos e pessoas que estava em Hogwarts naquele momento apareceram parcialmente.

– Está perdendo a força – lamentou Tiago.

– Mesmo assim olhem! – apontou Victorie.

– É a Cam! É Camile!

– Ela está numa das escadas do outro lado do castelo! Vamos! – disse Alvo. – Rose?! Rose não se mexeu observava Escórpio atenta. Já conhecia algumas expressões do garoto e sabia que ele estava pensando em alguma coisa interessante e ela precisava saber o que era.

– Vou ficar com Escórpio.

– O que? – perguntou Tiago. – Agora?

– Deixe os dois! – disse Alvo ao irmão e a prima.

Os três saíram correndo. Escórpio explicou a Rose sua idéia: – Vamos chamar pelos fantasmas eles podem chegar mais rápido até ela!

Na biblioteca chamaram por Guily, que acompanhado de Goliad, seguiram para a ala do castelo onde Camile estava. Tiago, Alvo e Victorie acompanhavam a formação de uma mancha negra no mapa muito perto de Camile. A garota continuava parada.

– Acho que ela está machucada! Ela não se mexe! – disse Tiago.

Goliad e Guily surgiram à frente deles. Alvo teve certeza que Escórpio os tinha avisado.

– Ela está bem! Nós a vimos! – disse Guily.

– Quem são vocês? – perguntou Tiago confuso.

– São nossos amigos também. Guily você viu alguma coisa por perto dela? – Não, ela está sozinha, mas alguma coisa se aproxima de vocês! – Guily apontou para o corredor.

– Isso já passou por nós e não nos fez nada!

– Provavelmente tinham outros planos. Não vamos ficar no caminho deles. – disse Tiago puxando a prima e o irmão.

– Vão! Fujam! – disse Goliad. Tiago e Victorie correram para um lado, mas Alvo passou pelos fantasmas e foi direto para a sombra negra que vinha pelas paredes.

– O que ele está fazendo? – gritou Victorie nervosa. Alvo tirou a varinha; a sombra se espalhou e o garoto chegou até a escada onde Camile estava deitada; o estado da garota não era nada bom; seu rosto estava inchado e vermelho. Tentou acordá-la, mas não conseguiu.

– Você tem que sair daqui rápido! – disse Goliad ao seu lado. – Se dissiparam, mas vão voltar.

– Não vou deixá-la aqui! Goliad pode chamar alguém! Guily e Goliad trocaram olhares nervosos.

– Pegue a varinha dela! – disse Goliad.

– Não está com ela! – disse Alvo vasculhando os bolsos de Camile.

– Essas coisas devem ter pegado. Não consigo carregá-la...

– Você é um garoto bem corajoso sabia disso? – disse Guily serio puxando Goliad pela parede.

– Precisa de ajuda? – disse Escórpio ao pé da escada acompanhado de Rose.

– Uma forcinha seria legal! – disse Alvo aliviado em vê-los, mas logo ficou aflito; ouvia o som de papel sendo amassado muito próximo. Viu a mancha negra envolvê-los e o barulho aumentar. A escada começou a se mover e Escórpio e Alvo bateram no corrimão e caíram para trás. O círculo negro aumentava cada vez mais. O som e a visão do que fosse aquilo os assustava; não conseguiam pensar no que fazer; Alvo sentiu dor nos braços; não iriam se agüentar naquela posição muito tempo. Rose parou de tentar puxá-los; puxou o tapete da escada e colocou fogo.

– Só mais um pouco – disse Escórpio se esforçando para subir na escada. – Olhe! A coisa está saindo! As pequenas manchas negras sumiram pelos degraus. Com metade do corpo sobre a escada Escórpio usou de toda a força para ajudar Alvo até que pudessem estar a salvo.

– Ainda bem que Rose é... Rose!

– Por sorte li o que fazer.

– Dez minutos atrás! Não é sorte!

– Ah, parem! Temos que nos concentrar em Camile.

– Vocês ainda não estão a salvo! – disse Goliad ao lado deles.

– Certo, mas pra onde vamos? Pra cima ou para baixo?

– Para cima! – disse Rose apontando as sombras deslizando de volta. Escórpio colocou fogo no que restou do tapete e os três conseguiram erguer Camile.

– Devíamos saber mais feitiços para uma situação dessas – disse Alvo.

Vendo de perto as pequenas tiras negras; Rose chegou à conclusão que elas podiam se dividir em pedaços minúsculos o que os deixava em desvantagem. De repente seus olhos se encheram de lágrimas e ela não conseguia respirar; o fogo que Alvo e Escórpio colocaram no resto do tapete estava se espalhando. Camile começou a recuperar a consciência.

– O que está acontecendo?

– Fique calma estamos salvando você! – explicou Alvo.

O fogo se alastrou sem controle. As sombras não podiam alcançá-los, mas eles também não podiam sair. Goliad e Guily se atiraram nas chamas para as crianças puderam descer as escadas.

– Fantasmas são gelados o bastante para diminuir o fogo! – disse Rose animada. Desceram devagar os degraus. Os fantasmas se juntaram aos garotos; os dois estavam cinza.

– Não se preocupem! – disse Guily. – Um professor cuidará para controlar essas sombras nojentas! Estão vindo buscá-los.

Alvo olhou para Camile; ela abriu levemente os olhos e sorriu. Mesmo naquele estado continuava a ser a garota mais bonita de Hogwarts.

Os professores Longbottom e Flitwick a levaram à Ala Hospitalar.

– Por que tenho que ficar aqui? – gritou Alvo quando Madame Pomfrey lhe passou um pijama.

– Todos já se desintoxicarem da fumaça, mas o senhor, além da tosse, tem alguns cortes nas mãos! – respondeu a enfermeira. – Rápido tenho mais o que fazer!

– Os fantasmas avisaram os professores?

– Sim! – respondeu a enfermeira fechando a cortina para Alvo se trocar.

– Como está Camile?

Sendo examinada; sua prima contou que ela tem alergia a insetos, então a diretora mandou que Slughorn preparasse uma série de poções para...

Alvo abriu a cortina.

– Onde eles estão?

– Na ultima cama, mas o que está fazendo garoto? Você nem acabou de se vestir! Volte aqui! Descalço e apenas com a calça do pijama Alvo pulou da cama e se meteu entre os professores em volta da cama de Camile; Slughorn tentava que a garota inconsciente bebesse um cálice cheio de um liquido púrpura fumegante.

– Pare! – gritou Alvo e todos se assustaram.

– O que está tentando fazer Sr. Potter? Matar sua colega! – exclamou a diretora McGonagall.

– Não! Ele está! – respondeu Alvo apontando Slughorn.

– O que está dizendo moleque!

– Não me chame de moleque! O senhor usa ingredientes falsos nas poções! Se Camile tomar poderá piorar!

– Se Camile não tomar essa poção morrerá!

– Diretora, estou dizendo a verdade. –

Baseado em que diz isso Sr. Potter?

– Loucura! Não a tempo para o teatrinho desse moleque!

– Meu irmão diz a verdade! – disse Tiago surgindo entre os professores. – Ele descobriu que o senhor usa ingredientes falsos nas poções que faz. Alvo me contou e eu não deixei Grope tomar mais nenhuma poção preparada pelo senhor e ele melhorou.

– Ajude-me com a garota Neville! – mandou Slughorn.

– O senhor está mesmo disposto a arriscar a vida de uma aluna por vaidade? – perguntou Alvo. – Pode ser tarde demais quando perceberem que o quadro dela não mudou!

– Neville! – ordenou a Slughorn. Neville segurou o rosto de Camile e a profª Duggan delicadamente a fez abrir a boca. Slughorn observou Camile.

– Por favor, professor! – disse Alvo quando Camile tomou o primeiro gole.

– Tire os dois daqui. – ordenou para Neville.

Neville puxou Alvo que lutava para se safar. Tiago segurou o braço do professor com força.

– Ela parou de respirar! – disse a profª Duggan. – A alergia está piorando!

– O que? – perguntou Neville soltando Alvo.

– Façam alguma coisa!

– Dê mais um gole a ela!

–Não! Me escute professor, por favor!

– Já volto! Não toquem em nada! – disse Neville. Tão logo se virou voltou com alguma coisa nas mãos. Madame Pomfrey os empurrou para fora. Ouviam os professores falando todos ao mesmo tempo. O primeiro a sair foi Slughorn enxugando o suor do rosto com um lenço. Logo em seguida a diretora McGonagall saiu com uma expressão assustada.

– Eu quero vê-la! – disse Alvo passando a força. O rosto de Camile estava pálido, mas normal; não havia mais manchas e nem estava mais inchado. Ela abriu os olhos.

Estou pelo menos usando calças? – o garoto pensou envergonhado.

– Alvo...

– Tenho que ir. Sair... Durma bem!

Antes de tornarem a fechar a cortina em volta de Camile; os garotos viram em cima do criado mudo pétalas vermelhas.

– Flores Astrais – disse Madame Pomfrey novamente empurrando Alvo para cama – ela estará bem pela manhã. Agora pode relaxar Sr. Potter.

– Pelo jeito não só alunos desrespeitam regras em Hogwarts – comentou Tiago. – Longbottom não jogou as flores fora. Desobedeceu McGonagall.

– Obrigado. Por acreditar em mim. O que fez para Grope não beber as poções?

– Me ofereci para dar a ele e no ultima instante eu mesmo bebi – respondeu Tiago displicente encolhendo os ombros.

– Você é doido?

– Ok... Você que me pergunta isso.

– São ingredientes falsos!

– Só não fazem efeito seu burro. Não iam matar Grope como não iam matar Camile. Talvez uma dor de estômago ou uma vontade incontrolável de ir ao banheiro.

– Então por que não disse?

– Dizer isso não impediria Slughorn. Ele tinha que achar que poderia mesmo fazer um estrago para confessar o que fez seu burro! E agora Camile deve ter se livrado de sua alergia de insetos – disse Tiago rindo – nada mais de dispensa das aulas de Herbologia. Ela via ficar uma fera quando souber! Graças a você! Boa noite.

Alvo se jogou na cama.

– Não acredito nesse cara...


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