Pilares de Areia escrita por Grimes Winchester


Capítulo 1
Capítulo 1 - Pilares de Areia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem galera :3
Beijos e Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491921/chapter/1


- Eu avisei que acabariam assim! – a voz suave, mas firme de Helga fora ouvida acima de toda a balbúrdia. Ela não mais agüentava de tanto rir. – Avisei que esse duelo não era boa idéia.

- Minha cara Helga, o que há de errado em um singelo duelo de espadas? – indagou Salazar, os olhos verde vivo fixos na espada que acabara de cravar ao lado de uma surpresa cabeça de Godric.

- Nada, Sir Salazar. – respondera, os olhos mel alagadiços com lágrimas de riso. – Apenas nunca vi um duelo de espadas com tantas palavras e trejeitos.

- O fato é que ambos nos fazem rir mais que nos desesperar para presentear o vencedor. – dissera uma voz tão suave quanto água escorrendo no orvalho. Era Rowena.

- Oh, doce Rowena. É isso que pensas de nós? – levantando-se, Godric levara uma mão ao peito em um gesto digno depalcos.

- Penso que são dois Lordes com educação e mentesavançadasdemais para dignarem-se a uma brincadeira tão infantil quanto esta. – concluíra com ar de superioridade.

- Ora, Godric, Rowena nos chamou de crianças. Veja do que é capaz essa mente sem limites. – sendo cercada por ambos, Rowena apenas riu. – Eu certamente seria capaz de protagonizarcenasnada infantis com sua permissão, Lady Ravenclaw.

- Deixe de tolices, Salazar. Todos sabem do que és capaz. Certo, Helga? – com um floreio da sofisticada varinha, Rowena afastou os dois de si.

- Absolutamente. – respondera a dos olhos de mel.

- Um motim! – reclamara Slytherin, trazendo a espada junto ao peito. – Sir Gryffindor, não te unas a estas mulheres que apenas sabem proferir impropérios contra a minha figura!

- Certamente não, Sir Slytherin.Certamente não.

Rindo, os quatro entraram no Castelo que construíram juntos. Comemoravam o início da Escola de Magia com alegria e espontaneidade. Havia sido um trabalho árduo, mas erguido com a força bruta da mente brilhante de Rowena, a determinação de Salazar, a coragem de Godric e a honestidade de Helga. Quatro almas distintas, mas capazes de criar um conceito único deconfiança. Quatro corações unidos por laços de amizade singular e propósitos comuns. Quatro personalidades convivendo pacificamente. Quatro mentes trabalhando por algo maior.

Um Castelo firmado sob pilares consistentes de confiança e amizade. Uma Fraternidade entre aquelas quatro pessoas, que pretendiam expandir para todos os lugares do mundo. Um sentimento como aquele não deveria ser esquecido jamais.

__________________________________________________________________________________

- Jamais será assim, Salazar! – a voz esganiçada de Helga sobrepôs-se as outras três.

Godric estava a ponto de pegar a espada. Rowena encontrava-se confusa. Helga sentia dor pelo que viria. Salazar estava frustrado.

- Jamais, Helga?Jamais?– explodiu o homem, com tanta fúria que a sala pareceu tremer. – Vocês querem estender o Estudo de Magia àqueles que não tem esse poder inserido no contexto familiar! É absurdo!

- Absurdo é querer impor barreiras ao ensino de Magia! – retrucou Rowena com a mesma fúria.

- Não são barreiras de preconceito, mas de proteção! – ele andava a esmo pela sala, querendo mais que tudo colocar aquela verdade na mente dos outros.

- Proteção? Nós nos protegemos ao impedir jovens nascidos trouxas que, por direito, podem estudar o que têm em sua essência?

- Direito, Godric? – virou-se rapidamente pro outro. – A família deles não é bruxa, Santo Merlin!

- Mas eles têm o dom da Magia, Salazar. Desse modo, estão automaticamente incluídos no corpo de alunos de Hogwarts. – disse Helga.

- Vocês não lêem? – indagou. – Nós vivemos isolados dos trouxas por um motivo! Existe uma razão lógica para os trouxas não saberem da nossa existência. Quando coexistíamos pacificamente, houve uma Guerra. Guerra, Helga!

- Não acontecerá outra vez. Não haverá outra Guerra, Salazar. – disse Godric, num tom persuasivo.

- Sim, haverá! Os nascidos trouxas não serão capazes de manter o segredo, o mundo deles logo saberá de nós. Pode demorar, mas existirá outra Guerra em conseqüência.

- Lave a boca, Slytherin. Pensamentos negativos não trarão prosperidade. – Rowena tentava convencer a si mais que aos outros.

- Rowena, você, de mente sem limites, veja além! Ouça a voz da razão! – pediu Salazar, os olhos verdes implorando por bom senso. – Haverá preconceito. O preconceito traz discórdia, que logo gera conflitos. Merlin, eu posso ver diante de meus olhos uma nova Guerra entre bruxos e não-bruxos.

- Chega, Salazar. Nós vamos permitir que os nascidos trouxas estudem e desfrutem da Magia que é inerente a eles.

Sentença.Não era um pedido, era apenas uma informação.

- Anos atrás, me prometeu que não se juntaria em um motim contra mim, Godric. – a voz dura, os olhos verdes escurecendo-se.

- Não é o caso, Salazar! – gritou o moreno.

- Se não é um motim, não sei como devo denominar! – Salazar poderia ser esperto e persuasivo, mas era tão cabeça dura quanto Godric.

Calmo como um lago. Explosivo como um vulcão. Esse era Salazar Slytherin.

- Lordes. – a voz de Rowena se fez ouvir. – Sempre convivemos pacificamente. Sempre tivemos uma democracia inerente a nossa convivência. – virou-se para Salazar. – Sinto, Salazar, mas estamos em maioria.

A revolta do outro era tão grande que não se podia expressar em palavras. Era um grito mudo, um apelo silencioso, mas nem por isso de intensidade menor.

- Este é meu último aviso. Estou tentando alertá-los para a insanidade que estão a cometer. Permitam apenas os de sangue puro. – falava baixo, nada além de um sussurro. – Haverá discórdia, haverá Guerra se não decidirem assim.É só um dos muitos avisos que já dei. Mas será o último.

As palavras flutuaram sobre a tensão do momento. O ar pareceu mais gelado e o vento, mais cortante. O silêncio desceu sobre eles, querendo sufocá-los.

- O que decidem? – a voz rouca de Salazar parecia uma adaga cortando a seco a tensão do momento.

Os três se entreolharam. Havia apenas uma decisão.

- Hogwarts será para todos, Salazar.

Houve o som de algo se rompendo dentro de cada um deles. Ninguém além dos quatro pôde escutar a ruptura daquela amizade que prometeram ser eterna.

- Que assim seja.

Salazar saiu, levando consigo o pouco de paz que ainda perdurava.

A Fraternidade havia quebrado. Não existia mais quatro – só três. E, de alguma forma, três não era um bom número. Não para eles, que sempre conviveram em quatro; que sempre encontravam soluções e idéias juntos; que se conheciam tão bem como ninguém mais. Eram tão unidos, tão interligados, que chegava ao ponto de o outro conhecê-lo melhor que a si mesmo.

E doía saber que havia acabado. Queimava ter o conhecimento que aquela não havia sido uma decisão conjunta. E eles podiam ver além.

A Escola de Magia construída sobre a base da amizade antes sólida e inquebrantável agora se encontrava sobre pilares de areia.

__________________________________________________________________________________

Anos mais tarde, eles passaram a crer em Salazar. Não que ele estivesse certo ao querer restringir o ensino da Magia, mas ele tivera a sensibilidade de enxergar algo que os outros não puderam ver.

A inteligência de Rowena a deixara tacanha. A bondade de Helga a deixara cega. A coragem de Godric o fez covarde.E Salazar avisara.

Houve discórdia e, em conseqüência, conflitos. Entre bruxos e não bruxos. Houve exclusão, preconceito. Eles entenderam que Salazar queria apenas preservar a integridade do mundo que aprendera e amar e, respeitando tardiamente esta decisão, decidiram preservar sua Câmara tal e qual ele a deixara ao partir.

Eles gostariam de poder pedir que voltasse. Pedir que compartilhasse daquela amizade novamente. Mas Salazar nunca voltou. Coube aos outros três continuar o legado que ele ajudara a formar.

Coube aos outros três assistir, todos os dias, a lógica errante do companheiro de olhos verdes tornar-se real. E tentar impedir, mesmo que seus intentos se mostrassem falíveis.

E eles podiam sentir, à noite, o verde dos olhos de Salazar sobre eles. Sua voz calma e poderosa sussurrando em seus ouvidos. Eram apenas duas palavras, mas que faziam toda a diferença.

__________________________________________________________________________________

Eu avisei.
__________________________________________________________________________________


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai galera? Reviews? Mereço? Boa ? Ruim? Péssima? Comentem !!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pilares de Areia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.