Filha de Zeus escrita por Maddie


Capítulo 2
Capítulo 2.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Um garoto chamado Peter havia acabado de mostrar o acampamento para as duas garotas, mas elas ainda estavam um pouco assustadas para absorver alguma coisa. Você é atacada por monstros, salva por um garoto extremamente bonito e uma garota extremamente arrogante, e logo depois sua mãe lhe diz que é filha de um Deus do Olimpo. Não é uma coisa fácil de se aceitar. Oque mais preocupava Madeline era a questão de seu pai. Sua mãe sabia quem ele era, e ainda assim insistia em esconder.

– Madeline? – ouviu seu nome ser chamado e despertou.

– Oque? – indagou para Anne, que estava parada à sua frente.

– Você parou de caminhar do nada, oque aconteceu? – murmurou.

– Só estava pensando. – murmurou de volta. As duas viram Peter se aproximar com dois garotos ao seu lado. Os garotos – obviamente – eram gêmeos e tinham os cabelos castanhos. Eram magros e em seus rostos, um sorriso maroto.

– Meninas, esses são Travis e Connor Stoll. – disse Peter. – Essas são Madeline e Anne, não reclamadas ainda. – sorriu.

– Espere, seu nome é Corno? – indagou Anne, fazendo todos explodirem na gargalhada, menos Connor.

– Connor. Meu nome é Connor, e não Corno. – falou, um pouco chateado.

– Eles vão ajudá-las a escolher suas armas, já que eu tenho um compromisso agora. – Peter disse e correu apressado, saindo do campo de visão dos quatro.

– Bom, vamos lá. – disse Travis, já que Connor estava muito ocupado comparando seu nome à "Corno", para ver se realmente tinha semelhança.

Os quatro chegaram à um grande depósito, como uma oficina. Várias armas perduras ou até mesmo no chão. Algumas estavam visivelmente quebradas, já outras eram tão brilhantes que pareciam de ouro. Os olhares das garotas se voltaram para duas espadas, uma do lado da outra. A que Madeline escolheu era cinza, e em seu cabo haviam brilhantes pedrinhas azuis. Já a que Anne escolheu, era totalmente dourada e repleta de letrinhas embaralhadas.

– São espadas muito bonitas. – disse Travis. – Nunca tinha as visto.

– É. São mesmo. – murmurou Madeline, agora, voltando sua atenção para um arco e flecha que estava por ali. – Posso ficar com esse também?

– Claro, fique à vontade. – disse Connor, soltando um sorriso.

– Arco e flecha? Jura, Madeline? – indagou Anne, soltando um suspiro.

– Oras, qual o problema? – indagou a outra.

– É capaz de você acertar o meu olho. – brincou, vendo a amiga começar a ficar vermelha e se virar para o outro lado. – Oque foi?

– Estou procurando uma aljava. – respondeu, dando ombros.

– Essa serve? – disse Travis, segurando uma aljava com flechas lindas. Todas eram brancas, com detalhes em vermelho e azul escuro. – Foi encantada por algum Deus. As flechas nunca acabam.

– É perfeita pra mim. – murmurou, pegando a aljava da mão do Stoll.

***

– Temos quatro novos campistas conosco. – Quíron disse e ouviram-se berros. Madeline não estava muito confortável tão perto dele. Oras, não se via aquilo todos os dias. – Precisamos de times para eles. Por favor, Percy e Annabeth.

Então, Percy e Annabeth saíram da multidão e se encararam com voracidade. Tudo aquilo já estava dando medo em Madeline, mas não era para tanto. Ou era? Todos estavam separados por cores. De um lado, os de elmos azuis, do outro, os de elmos vermelhos. Percy estava com um elmo azul, e Annabeth com um vermelho. Todos ali achavam graça, já que tinham sorrisos marotos.

– Eu fico com a Madeline. – disse Percy, e Madeline sorriu.

– Ian. – murmurou Annabeth.

– Anne. – novamente disse Percy, fazendo Anne soltar um suspiro de alívio.

– Clara. – disse Annabeth, por fim. Os quatro novatos tremiam de medo, principalmente Anne e Madeline. Havia motivo para se preocupar? A resposta era sim.

– Que a Captura à Bandeira comece. – disse Quíron, se afastando de todos os Semideuses com um sorriso. Percy entregou um elmo à Madeline e outro à Anne, e as duas os colocaram na cabeça.

– Fiquem perto de mim. – disse ele, e as duas assentiram. – Alguma de vocês chegou a treinar?

– Não, mas eu já fiz esgrima. – disse Anne, sorrindo.

– Eu já pratiquei arco e flecha. – Madeline deu ombros, sendo encarada por Anne.

– Já fez? Como nunca me contou? – indagou Anne, e Percy soltou um longo suspiro.

– Atividade extra curricular do antigo colégio. – falou, querendo acabar com o assunto.

– Tudo bem, tudo bem. Madeline, suba em uma árvore perto da bandeira e atire em quem chegar perto. Anne, venha comigo. – as duas assentiram e foram para seus devidos lugares.

Madeline achou um local perfeito, de onde conseguia ver tudo. Subiu na árvore – com um pouco de dificuldade – e permaneceu ali, com uma flecha à postos. O único barulho que ela ouvia era o do rio que por ali passava, e toda a vez que via algum Semideus, atirava uma flecha. Foi assim até que sentiu algo segurar seu pulso, e, quando olhou, era uma corda. Mas que diabos aquilo significava? Só soube quando sentiu o impulso e caiu com tudo no chão. Madeline soltou um profundo gemido ao sentir suas costas latejando.

– Mas que diabos? – murmurou, e abriu os olhos, se deparando com um garoto.

– John, filho de Ares. – Madeline pensou um “Oh, Droga!”. Ares, o Deus da Guerra. Seus filhos eram conhecidos por habilidades com espada e uma forte personalidade. – Madeline, não é?

– Qual a necessidade de me derrubar da árvore? – berrou a garota.

– Já acabei com dois novos campistas. Só faltam você e a sua amiguinha. – o garoto riu, irônico. Madeline estava sentindo medo, mas não ia demonstrar. – Vamos acabar com isso. – disse e derrubou a garota no chão, fazendo um corte no rosto da mesma logo depois.

Madeline arfou de dor e tentou se levantar, mas John a derrubou novamente, dessa vez, fazendo um corte profundo na perna. A garota gritou de dor, vendo vários campistas se aproximarem para ver a cena. Madeline avistou uma espada ao longe, e num golpe, jogou areia nos olhos de John, oque deu um tempo para a garota correr e pegar a arma. O garoto riu, e Madeline tremia de medo. Foi então que começaram a duelar, e Madeline até durou bastante para quem nunca havia pegado numa espada. Quando John cansou, acertou o braço de Madeline e logo depois a perna dela. A garota caiu no chão, sem forças e cuspindo um pouco se sangue, graças ao baque que deu no chão. Anne e Percy viam a cena de longe horrorizados, tentando interver, mas Quíron os impedia.

– Deixe-a. – ele ria, observando a cena. De onde ele via graça?

Madeline já estava caída no chão por alguns segundos, quando o time vermelho começou a comemorar. Annabeth vinha cumprimentar John, mas tinha uma certa preocupação com Madeline, apesar de tudo.

“Levante-se.”

Madeline ouviu uma voz ao fundo, e se concentrou para escutá-la.

“Não consigo.”

Respondeu, sem forças para se levantar e continuar a batalha.

“Sou eu, seu pai. Levante-se e eu lhe darei poder.”

Pai. Aquela palavra não muito usada por Madeline de repente se tornou tão boa. A garota tomou um impulso e se levantou, arrancando olhares curiosos. John soltou uma gargalhada, e a menina cuspiu sangue novamente. O garoto ia se aproximando com a espada em mãos, pronto para acabar com tudo aquilo, quando um raio riscou o céu. Nuvens negras se aproximavam, e os olhos de Madeline ficaram negros. Logo um vento forte começou a passar por ela, curando todos os ferimentos. Todos olhavam a cena chocados, cochichando entre si. Madeline empunhou a espada e com um baque, tirou a espada de John, lhe dando uma rasteira logo depois. Ela se sentia forte, como nunca antes. Quando o garoto caiu no chão, com a espada longe, Madeline empunhou sua arma no pescoço de John, ouvindo os gritos de vitória do time azul.

– Meus Deuses. – Quíron murmurou, ao ver o símbolo que refletia em cima da cabeça de Madeline.

– Oque houve? – ela perguntou, sorrindo. Olhou para cima e viu aquilo, e começou a gritar.

– Não grite. Está sendo reclamada como filha de...

– Zeus. – Percy completou, abismado.

– Como? – indagou.

***

Todas as coisas de Madeline já haviam sido levadas para o Chalé 1. Ela tinha acabado de se despedir de Anne, e começou a andar rumo a sua nova casa. Sentiu alguém parar ao seu lado e quando se virou, se deparou com Percy.

– Olá. – sorriu.

– Hey. – sorriu. – Filha de Zeus. Quem diria? Não existe ninguém além de mim que é filho de um dos três grandes. Ou existia, já que está aqui.

– Você é filho de Poseidon, não é? – Madeline indagou e Percy deu ombros.

– É. Somos primos agora. – aquela frase acabou com todas as esperanças de Madeline sobre ter algo a mais com o garoto dos olhos verdes.

– C-Como? – indagou.

– Oras, meu pai e seu pai são irmãos. Nós somos primos. – suspirou fundo. – Tenho que ir, já está ficando tarde. Boa noite. – o garoto começou a caminhar, mas Madeline puxou seu braço.

– Você não se sente sozinho? Digo, sei que temos o chalé exato de cada Deus, e que os três grandes não tem muitos filhos. – Madeline deu ombros.

– Bom, ás vezes é solitário demais. – Percy riu. – Você também vai se sentir assim.

– Muito animador, obrigada. – Madeline riu, cínica.

***

A noite fora tranquila para Madeline, a não ser pela voz constante que ecoava em sua cabeça. A voz dizia nomes e logo depois se ouvia um estrondo. Foi assim a noite inteira, a menina escutava as vozes e acordava. Quando ia dormir, escutava as vozes e acordava. A menina deu graças quando o dia amanheceu, e resolveu procurar Quíron, para esclarecer. Vestiu uma calça jeans qualquer e a camiseta do acampamento. Prendeu os cabelos numa trança de lado e um Vans preto. Saiu à procura de Quíron, e quando o encontrou, correu até ele.

– Madeline. Que surpresa. – sorriu. – Precisava mesmo falar com você.

– Tive um sonho. Na verdade, não foi bem um sonho. – disparou, sem respirar. – Eu ouvia vozes, e logo depois um estrondo.

– Me conte direito, por favor. – disse Quíron, interessado.

– Hum, a voz dizia nomes. De Semideuses que eu conheço. – suspirou fundo. – “Percy, Anne, Annabeth e John”. Ouvia um estrondo, como uma explosão e logo depois eu acordava.

– Agora faz todo sentido. – Quíron murmurou, mas a menina ouviu.

– Como? – indagou ela.

– Você vai falar com o Oráculo. – ele disse, sorrindo.

***

– Vamos. – Percy disse, parando ao lado de Madeline em frente à Casa Grande.

Os dois entraram sorrateiros, toda a poeira do lugar provocava crises de tosse em Madeline. Tudo estava muito empoeirado e escuro, coisas amontoadas em cima das outras. Percy disse que esperaria fora, já que a Profecia era para Madeline. O garoto sequer sabia que ele também estava envolvido.

– Aproxime-se, filha de Zeus. – Madeline quase soltou um grito ao ver ali, um tipo de múmia com uma luz azul saindo pelos olhos. Por sua boca, uma névoa aparecia, oque dava calafrios na menina. – Aproxime-se para ouvir a Profecia. – disse o Oráculo, percebendo que Madeline ainda não havia se mexido. A garota se aproximou devagar, e então, o Oráculo começou a falar.

“Ao sul, cinco vão procurar.

A filha dos Raios e o Filho do Mar vão resgatar.

A filha da Sabedoria e o filho da Guerra vão ajudar.

E a não reclamada vai se sacrificar,

para a espada sagrada de Ares encontrar.”

A caveira disse isso e mandou a garota ir embora. Nem um pouco educado. Agora, tudo estava em seus eixos. Os pesadelos com nomes que ela estava tendo, na verdade, era uma ajuda para encontrar os integrantes da missão. O filho de Mar, Percy. A filha de Sabedoria, Annabeth. O filho da Guerra, John. A não reclamada e a filha dos Raios, Anne e Madeline. Mas as duas estavam no Acampamento há dois dias, e já iam sair em uma missão? Madeline saiu da Casa Grande correndo, atrás do Centauro novamente. Precisava tirar tudo isso à limpo.

– Quíron! Quíron! – berrou, ao ver o Centauro.

– Como vai? Já falou com o Oráculo? – indagou, sorrindo.

– Sim, e eu não estou nada, nada feliz. – emburrou-se.

– Por que? – indagou.

– Simplesmente por que eu estou aqui há dois dias, e já querem me mandar Anne e eu em uma missão. Não sei manusear uma espada direito, e aposto que quando vier a pressão, eu vou errar o alvo. Eu tenho medo dos monstros! – berrou.

– Não foi assim que derrotou o filho de Ares. Estava em pressão e conseguiu.

– Por causa do meu pai. – ela disse, e viu Quíron erguer as sobrancelhas. – Sim. Eu estava na fossa, quase morrendo, e ele falou comigo. Ele me deu forças. Não fui eu.

– Sinto muito, mas se está na Profecia, você tem que ir. – Quíron disse, se retirando. Madeline bufou, irada de raiva. – Vou reunir todos os que estão envolvidos nesta missão amanhã à noite, tem algo que precisam saber.

Agora era oficial. Madeline odiava os Centauros.


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