Hinny - Don't Cry escrita por Madame Lestrange


Capítulo 1
Capítulo Único




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A ruiva seguia em passos firmes e seguros pelo corredor, sentindo os cabelos voando atrás de si. Apesar da certeza, o coração da menina estava pesado e os olhos castanhos, sem vida.

~Flashback ON

-Eu exijo que você me conte tudo agora mesmo, Ronald Weasley! – ela empurrou o irmão mais velho contra a parede, a varinha em punho e um olhar amedrontador.

-Gina, e... Eu... Eu não posso! – o ruivo gaguejou em resposta, visivelmente desesperado.

-Ele vai embora, não vai? Ele vai embora! – ela gritou. Sabia que essa era a verdade, por mais que ninguém dissesse.

~Flashback OFF

-Sua senha, por favor. – disse a Mulher Gorda.

-Diabretes da Cornuália. – respondeu, sentindo o coração falhar umas batidas ao dar o próximo passo. Gina entrou no Salão e automaticamente olhou para a janela: a noite estava apinhada de estrelas e a lua cheia... E o lugar vazio. Exceto por ele: Harry Potter.

“Respira fundo, Gina. Esclarece as coisas! Você tem todo o direito.”, disse para sim mesma, avançando até o sofá.

-‘noite. – murmurou, sentando-se ao lado do moreno.

-‘noite. – Potter respondeu olhando-a de esguelha, vendo os olhos castanhos perdidos nas chamas da lareira. Harry a viu fechar os olho e respirar fundo. Como se pressentisse o que iria acontecer, o que ela desejava criar coragem, ele perguntou: - Gina, tá tudo bem?

Ela abriu os olhos melancólicos, encarando os verdes a sua frente.

-Você vai embora, não vai?

Harry sentiu um frio na espinha, levemente desconfortável.

-Gina, eu...

-Eu sabia! – ela alterou a voz, deixando uma lágrima escapar. O moreno a olhou, vendo a gota escorrer por cima das sardas.

-Eu... Eu sinto muito. – ele gaguejou. – Eu, quer dizer...

A menina abaixou a cabeça, tentando reprimir a angústia que teimava em sair pelos olhos. - Não queria que você fosse, Harry.. – ela sussurrou, sem coragem de encará-lo.

-E você acha que eu queria ir? – nesse ponto Potter se sentia extremamente mal por ter de ver isso. Ou seria porque ele sabia que a causa dos seus problemas era ele? Quantas vezes ela não havia chorado por ele, por todos esses anos? Parecia que ele tinha o dom de causar problemas onde quer que fosse, sempre magoando alguém...

-Eu sei que é egoísmo, mas poxa... – ela enxugou o rosto com a manga da blusa – A gente demorou tanto pra se acertar; quer dizer... – ela corou, levantando os olhos. – Depois... Depois de todo esse tempo, droga! – a ruiva voltou a se descontrolar, sendo desta vez amparada pelo rapaz.

-Hey, Gina... – ele a abraçou, enquanto ela molhava sua camiseta com lágrimas. Harry ergueu o queixo alvo da menina, fazendo-a encará-lo. – Você tem que ser forte agora... – ele baixou o tom de voz, recebendo um suspiro em troca. – Só não chore, por favor, eu...

-Eu.. Eu sei que você tem que ir, e sei o por que: é mais um ato nobre, não é? Mas por quê? Porque, Harry, não podemos ser um casal normal uma única vez? Porque não posso ter uma vida normal, como as outras?

-Porque você é especial demais pra ter só isso. – o moreno respondeu, fazendo-a sorrir. Com um aceno de varinha, o rapaz conjurou uma coberta para ambos, aconchegando-a ainda mais em seus braços, sentido o perfume dos seus cabelos e tentando ligar as sardas da ponta do seu nariz.

-Eu te amo, Harry. – Gina disse, ainda encarando a lareira.

-O... O que? – o moreno sentiu uma pontada na costela e borboletas no estômago. Os olhos castanhos novamente encararam os verdes.

-Eu te amo. E o fato de ter amar me dói, Harry. – seu tom era angustiante e triste.. – O fato de te amar e deixar você ir está me matando. Saber que você pode nunca mais voltar... Ma mata!

Ele não se segurou, estendeu a mão até seu maxilar e a beijou com uma lentidão desesperadora. Ele precisava dela, ele a queria, e não podia tê-la. Era como a areia escapando por entre seus dedos: podia senti-la, mas aos poucos, ela se ia.

-Sabe que não tenho escolha... – ele sussurrou, juntando ambas as testas.

-Não quero que escolha... Não mais. – a ruiva respondeu. O relógio de Hogwarts deu meia noite.

-Gina, eu não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas sei que não é seguro levarmos isso adiante. – Harry, relutou em dizer, as palavras pesaram em sua garganta. Gina já esperava por isso e achava que estaria pronta, mas ainda sim não sabia que o chão sumiria embaixo dos seus pés.

-Você sabe que eu vou te esperar...

-E você sabe que eu vou morrer te amando. – ele disse, sem pensar. As palavras lhe saíram livremente pela boca, com a mais pura sinceridade. A ruiva arregalou os olhos, sentindo a velha sensação de leveza se apoderar dela. – Sim, eu ainda te amo Gina.

A menina se jogou em seus braços, beijando-o com sofreguidão por longos minutos, até ambos perderem o ar. Harry se deitou no sofá e a fez deitar sem seu colo, jogando a coberta por cima dos seus corpos, aninhando-a ali.

-Boa noite, Gina. – ele beijou sua testa, vendo a confusão nos olhos dela, fazendo-o sorrir. O menino passou a mão pelos cabelos cor de fogo lentamente, enquanto a moça fechava os olhos. Tinha que gravar cada detalhe: cada sarda, cada expressão, cada movimento dos lábios... Sabia que não teria outra chance. Tudo que ele podia fazer era observar Gina Weasley dormir em seus braços.

Harry sentiu a respiração compassada de ambos; enquanto observava os olhos dela se moverem rapidamente por debaixo das pálpebras.

-E, por favor, se lembre que eu nunca menti.... – ele cantarolou distraído, alisando seus cabelos e ajeitando os óculos. – E, por favor, se lembre como eu me senti agora, querida... – ele continuou, mais sussurrando do que cantando, como se fizesse uma prece aos céus pelos sentimentos dela. – Você tem que fazer seu próprio caminho, mas se sentirá bem, doçura. Você vai se sentir melhor amanhã... – talvez depois que eu parta tudo se torne mais fácil pra ela. – Venha para a luz da manhã agora, querida.

Gina se mexeu e o abraçou, como se fazem com os ursinhos, e sorriu. Harry jurou a si mesmo nunca mais fazê-la chorar.

-Só não chore nunca mais... – o moreno bocejou, ajeitando os óculos. Será que ela sabia do suposto paraíso sob suas cabeças? Não importa. Aquela foi a primeira e ultima noite antes do fim.


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