Anoitecer escrita por Letícia de Pinho da Silva


Capítulo 1
Capítulo Um - Perdida na floresta




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Estou perdida nos arredores de Forks, está tão frio que tenho medo de congelar. Eu tinha que me separar dos meus amigos numa maldita trilha? Seria mais fácil encontrar uma agulha em um palheiro, do que alguém me encontrar. Será que tudo da errado em minha vida? To no meio da droga do mato a horas! Espera, aquilo ali é uma casa? Sim! É sim! O céus, estou salva!
Corro o mais depressa que pude para a porta, toquei a campainha. Atende, atende, atende logo!
A porta abriu.

Eu sou conhecida por achar todos os caras da face da terra feios e sem graça, quando meus amigos me convidaram para passar o fim de semana em Forks, a primeira coisa que me veio a cabeça foi: “Ótimo, vou parar em um buraco no fim do mundo onde o sol nunca aparece, e onde nenhum homem bonito vive”. Mas estava enganada, completamente enganada. O homem em minha frente é Alto, magro, musculoso, seus cabelos são loiro cor de mel e os olhos parecem topázio.
— Olá, posso ajudar? – perguntou ele quebrando aquele momento olho no olho sem palavras entre nós.
— Eu me perdi na floresta, você pode me ajudar?

— Claro, será um prazer. – ele deu um sorriso tão lindo que me cegou. – Eu me chamo Edward Cullen.
— Jennifer Fanning.

— Certo Jennifer, você pode aguardar aqui enquanto eu busco a chave do carro.

Esperar ali fora? Sério? Eles tem a casa mais bonita e grande que já vi na vida, e Edward não me convida nem para uma xícara de chá? E ainda espera que eu fique parada em um frio de -200°C.

— Posso entrar? Está muito frio aqui. – não espero por uma resposta, apenas entro.

Uma garotinha de aproximadamente dez anos esbarra em mim, pulando nos braços de Edward.

— Hey, quantos anos você tem? – pergunto.

— Dez. – responde ela com um sorriso cheio de covinhas – Papai, estou pronta para nossa lição de piano.

— Quantos anos você tem? – pergunto espantada para Edward, o garoto não parecia ser tão velho, geralmente eu acertava a idade de todos logo de cara.
— Eu... Dezessete. – ele abaixou a cabeça.
Meu olhar percorreu dele para criança.
— Como? Só isso? Sua filha acabou de dizer que tem dez anos! – fiquei chocada.
— Ela é... Filha adotiva.
— Ela é muito parecida com você!
— Ela é filha do meu irmão. Ele morreu.
— Ahh. – corei – sinto muito. – apesar de ainda duvidar disso. Havia algo muito estranho naquele jovem, sua postura ficou tensa quando a garotinha o chamou de pai, e seus ombros não relaxaram até agora. Parecia que ele precisava desesperadamente que eu saísse de sua propriedade.
— Não faça isso Jenn. – ele segurou minha mão. Eu me assustei. Do que ele estava falando? Como ele sabe que meu apelido é Jenn? – Acho melhor você ir tomar um banho, comer alguma coisa e depois descansar um pouco. Alice você a leva? – seu rosto assumiu uma expressão de sofrimento. Lentamente ele soltou minha mão, e logo as mãos de Alice – uma garota saltitante que apareceu do nada - substituíram as deles e me levaram escada a cima. Agora que os bons modos aparecem? Olho para minha roupa coberta de lama e penso como seria bom um banho.  
Havia alguma coisa muito estranha aqui. Por que eles moravam no meio da floresta? Eles são ricos, por que ainda moram em Forks? A garoa era mesmo filha adotiva? Por que Edward diz coisas estranhas como se tivesse lido minha mente? E por que os quartos não tem cama? Essas são perguntas sem respostas.
Do primeiro andar venho um grito de raiva e dor de Edward.

Quando acabei de tomar banho, Alice me emprestou uma roupa dela, uma saia jeans, uma regata branca, um casaco listrado roxo e branco, e um tênis da Nike.
— Eu não uso mais. – afirmou-me ela.
E então descemos.
A sala estava deserta. Alice me levou até a cozinha, Edward estava me esperando. Ele sorriu ao me ver, apresentando-me para o resto de sua família estranha com seus relacionamentos estranhos. Até para sua ex-mulher, Bella, onde encontrei mais semelhanças com a criança.
— Eu preparei o jantar para você.
— Obrigada. Você não vai jantar?
— Não. Eu já jantei.
Eu comi os ovos fritos sem reclamar. A cada segundo meus olhos procuravam ele, e eu encontrava seu olhar sobre mim.
— Me conte mais sobre você. – pedi.
— Eu... Minha historia é difícil. O que você quer saber?
— Como conheceu Bella?
— No colégio. Ela veio de Phoenix. Nos apaixonamos e nos casamos, ela teve Renesmee, e então se apaixonou por Jacob. – seus olhos ficaram repletos de dor. – E me afoguei em tristezas. – seu rosto voltou a ter aquele lindo sorriso.
Será que ele notara que ele acabara de dizer que Bella deu a luz a Renesmee? Deus! O que esta acontecendo aqui?
— Jenn, não é isso, você... esta errada. – eu me levantei de um salto, eu não disse nada! Parece que ele estava lendo minha mente.
— O que esta acontecendo aqui?
Não esperei respostas, parti em direção a porta, eu sabia que ele me seguiria.
— Jennifer espere! Por favor não vá!
Eu abri a porta, teria corrido o mais longe possível dali, se um lobo enorme não tivesse surgido na minha frente. Ele partiu para um arbusto próximo, e em cinco segundos no lugar do lobo apareceu um humano.
— Edward! O que esta acontecendo?! Quem são vocês? E não me venha com o papo que são normais, esse cara é um lobisomem! – minha lista de literatura sobrenatural era bem atualizada para mim reconhecer um lobisomem quando vejo um.
— Jennifer... Nós... Não somos humanos.

— Como não são humanos? – perguntei.

— Jenn, é... Difícil explicar. – respondeu Edward.

O homem saiu da mata, apenas vestindo uma calça. Assim que me viu assumiu uma expressão assustada.

— O que foi que eu fiz? – perguntou ele.

Rápido e silenciosamente, Alice do nada apareceu do meu lado:

— Jenn, fique calma. Não faça uma besteira.

Fazer uma besteira? Eu nem tive tempo de pensar! Eu estava paralisada no lugar, não conseguia me mexer, quem dirá processar o que acabara de acontecer. Jacob – o lobisomem - estava parado, aterrorizado. Alice olhava para mim, mas parecia distante, Edward não desviava seus olhos dos meus, ele estava com a mão estendida em minha direção, seu rosto era uma confusão de sentimentos, ele disse:

— Jenn, me deixe explicar tudo. – estendi minha mão em direção a sua, a dois centímetros de distancia do seu toque frio, percebi a loucura que estava cometendo. Tudo aconteceu muito rápido, Alice gritou o nome de Edward enquanto eu saia correndo.

De volta para floresta, novamente perdida e sozinha. Edward gritou meu nome, pediu para voltar, mas estava desorientada, não sabia o que fazer, precisava ficar sozinha. Quando a noite veio, me abraçando com seu vento frio, eu parei de correr. Não conseguia enxergar nada, não sabia se estava pisando no chão ou em um buraco profundo.

Minhas mãos tatearam no escuro até encontrarem uma árvore, me apoiei nela, sentei e fiquei ouvindo os barulhos que vinham com a solidão. Eu fiquei com tanto medo que fechei os olhos com força, abracei meus joelhos e acabei adormecendo ali, abraçada em meus medos.


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Notas finais do capítulo

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