Forever escrita por Sacarrolha


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, a história é meio tristinha, boa pra quem gosta de drama. Recomendo que façam a leitura ouvindo a música "Through Glass" do Stone Sour. Sem muito o que falar. Boa leitura...



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“Eu sempre me lembrei daquele sorriso travesso e daquele olhar puro que tanto me aquecia o peito. Ela não saiu dos meus pensamentos em instante algum... Muito menos do meu coração.”

–Senju Tsunade.

X-

A manhã estava tranquila como o de costume; céu limpo e muito azul, sol vibrante e forte, e uma brisa agradável. Minha menina ainda não havia despertado, era muito cedo. Abri as cortinas, arrumei meu quartinho e fui preparar o café da manhã para meu sopro de alegria. Fiz o que ela mais gosta e aprontei a mesa. Estava dando os retoques para ir acordá-la quando sinto mãozinhas me envolvendo a cintura em um abraço apertado.

– Tsu-chan, ohayo! – disse abraçada em mim.

– Ohayo, Mei-chan. Caiu da cama? – perguntei em um sorriso, semi-virando meu tronco para vê-la.

– Não. Acho que não. Espera. – levou sua mãozinha ao bumbum como se tentasse aliviar algo. – Dói aqui. – disse com um sorriso travesso.

– Deixe-me ver. – me abaixei, ficando de sua altura. Fiz carinho com minha mão e a abracei. – Passou?

– Haaaai! – gritou com os bracinhos pra cima, pulando em meu pescoço. A beijei no rosto, e toquei seu narizinho com o meu.

– Vamos comer!

Era incrível como ela era pura, ingênua e intensamente alegre. Seus lindos olhos verdes sempre brilhavam. Um brilho único. Era a doçura em pessoa.

Quando comecei a trabalhar para a família Terumi, estava em um momento de desespero. Tinha acabado de perder meus pais e meu irmão, foi quando a senhora Terumi me acolheu, desde meus dezesseis anos. Faz três anos que estou com eles. Nesse período, a mãe de Mei veio a falecer, eu já era encantada por aquele pinguinho de gente cheio de luz, mas nessa época foi quando nos apegamos mais. Sinto um carinho e um amor muito especial por ela, minha pequena Mei.

Após o falecimento da senhora Terumi, o pai de Mei mudou muito; olhava-me de forma estranha. Parecia me desejar. Eu evitava ficar próxima a ele, mesmo não tendo certeza de nada. Dava-me calafrios.

#

O sábado estava tranquilo, Mei brincava no balanço enquanto eu lia um livro qualquer sentada em um banquinho. Avistei o Senhor Terumi chegando em seu carro. Finji não vê-lo. Voltei meu olhar para minha pequena ruivinha e a vi chorando, sentada ao chão. Corri até minha pequena para socorrê-la. Partia-me o coração vê-la sofrendo.

Aproximei-me e me agachei, notando rapidamente o motivo do choro. Um pequeno corte em seu joelho.

– Tsu... – Ela chorava. – Tá doendo. – Ain, meu coração se apertou tanto.

– Vai passar, meu amor. Vem no colinho da Tsu que ela vai te dar um banho e fazer um curativo.

– Hai. – Saltou em meus braços, ainda choramingando. Era tão boa a sensação de tê-la tão próxima a mim.

Subi as escadas com minha pequena grudada em mim, feito uma macaquinha, com sua cabeça recostada em meu ombro. Dei um banho nela, fiz o curativo e me deitei com ela em sua cama, olhando para o teto; onde havia um mar, cheio de ondas em pintura. Fazia carinho em seus cabelos, em um momento de carinho, em pleno silêncio... Até Mei começar com suas perguntinhas.

– Tsu?! – Perguntou, com seu olhar ainda direcionado ao teto.

– Oi. – Respondi também olhando para o teto.

– Você tem algo com meu pai? – Perguntou novamente.

– Como é que é? – Me virei para ela no ímpeto da pergunta. – De onde tirou isso?

– Eu escuto, às vezes, meu pai é... Falando de você. E eu reparei que ele te olha diferente. – Ai céus! Até uma garotinha percebera. Não era coisa da minha cabeça. Se ela soubesse que seu pai me enojava.

– Meu amor, a Tsu não tem nada com seu papai. A Tsu vai viver o resto da vida sozinha. – Disse voltando meu olhar para o teto.

– Não vai, não.

– A é? Por que não?

– Eu vou me casar com você! Espera eu crescer. – Deu-me um beijinho no rosto, sorriu e me abraçou, apoiando sua cabeça sobre meu peito. Eu sabia que aquilo era coisa de criança. Ela só tinha nove anos. Pura ingenuidade, mas isso me aqueceu o peito, e me fez sorrir compulsivamente. – Eu te amo, Tsu. – Terminou fechando seus olhinhos.

– Eu também te amo, Mei. – Ela não ouviu. Dormira. E pela primeira vez, fui sincera comigo mesma, apesar de ser uma imensa loucura eu estar amando uma menina dez anos mais nova que eu.

–X-

Segunda-feira, quase cinco horas da tarde. Horário em que Mei chegava do colégio. A esperava, como sempre, no banquinho em frente ao portão de mansão Terumi quando avistei o carro preto do pai de Mei. Não dei muita importância, virando meu olhar para o horizonte diante a mim. Vi de relance seu carro passando, o que não vi foi que ele o parou dentro do quintal e surgiu atrás de mim, tapando minha boca para que não gritasse. Mas o quê ele estava fazendo? O que queria comigo? Minhas pupilas contraíram em meus olhos esbugalhados. Sua mãos ásperas me sufocando. Tinha medo do que tentaria fazer comigo. Levou para dentro do quintal e me jogou contra o muro coberto de trepadeiras. Olhava para mim como um maníaco sedento por carne. Eu o desprezava mais ainda.

– Sabe loirinha... – Começou a falar ofegante, beijando meu pescoço. –... Eu sempre... Sempre desejei seu corpo. Todos os dias. Desde o dia em que minha falecida te acolheu. Naquele dia disse a mim mesmo que você iria ser minha, mas a pena é que você nunca me deu brecha para te seduzir, então será a força mesmo. Será minha de qualquer jeito.

Mordi sua mão e cuspi em seu rosto.

– Porco nojento. Não! Um porco é mais limpo que você! Você nunca, nunca tocará em mim, entendeu? – Vociferei entre dentes.

– Isso é o que você pensa docinho.

Tentou rasgar minha blusa, mas não conseguiu. Aproveitei que minhas pernas estavam livres e acertei-lhe uma joelhada em seu ponto fraco, fazendo-o cair no chão de dor, possibilitando minha fuga.

– VOCÊ NUNCA TOCARÁ EM MIM! – Gritei já com os olhos marejados.

Dei alguns passos para trás para me afastar o mais rápido possível dele. Tinha nojo dele. Nojo de mim. Meu corpo e alma eram partes de um amor impossível, não seriam entregues a pessoas como esse lixo que se denominava homem. O repudiava.

Ele se levantou, ainda cambaleando devido à dor, berrando aos quatro cantos que era para que eu sumisse, ou me mataria. Meu coração ficou muito apertado por perdê-la. Por não vê-la crescer e muito pior, não ouvi-la me chamar carinhosamente pelo apelido que me dera. A única palavra que passavam em minha mente era...

– Mei! – Sussurrei com lágrimas nos olhos, mas era o que tinha que ser feito. Não ficaria ao lado daquele monstro. O tempo parou para mim neste instante, despertando com pequenas mãozinhas em meu ombro.

– Tsu-chan sua malvada. Não estava me esperando no portão. Eu fiquei muito triste, sabia? Agora terá que... – A interrompi com um abraço apertado, com lágrimas já deslizando em face. – Tsu? Por que você tá chorando? – Não conseguia parar. – Tsu, desculpa. Eu... Eu só estava brincando. Eu não estou mais chateada.

Mei sentia que algo iria acontecer, que isso não era normal. A apertei em meus braços há afastando um pouco em seguida. Somente o mínimo espaço para que nossos olhos se cruzassem e eu pudesse falar.

– Minha pipoquinha, tenho uma coisa muito importante para te dizer. – Busquei fôlego para conseguir e voltei a olhá-la. – Eu... Eu vou ter de partir.

– Como assim, partir? – Parecia confusa, mas na verdade se fazia de confusa. Ela era muito esperta.

– Mei, me escute... – Malditas lágrimas. – Eu vou ir embora!

– Por quê? – Finalmente vi a tristeza em seus olhos, coisa que só vi quando sua mãe falecera.

– Porque tenho que viver minha vida minha querida. Eu já não posso mais ficar aqui. Esse nunca foi meu lar.

– Tsu... – Ela chorava ainda mais..

– Querida... Peço que se cuide direitinho, coma bem e não apronte mais na escola. Você é muito mais forte que os meninos. Então não se aproveite do kedô.

– Me leva com você!

– Não posso, meu anjo. Realmente não posso. – Ah! Como queria gritar: “Venha minha pequena. Venha comigo!”, mas infelizmente não podia.

– Por quê?

– Você tem seu pai. – Ela chorava tanto que meu coração palpitava de tal forma, que parecia querer gritar em agonia. Voltei a apertá-la em meus braços. – Um dia nos encontraremos novamente. Eu vou voltar para te buscar.

– Se... Se você não voltar, eu vou atrás de você! Se quando eu fizer vinte anos você não tiver aparecido, eu vou atrás de você.

– Eu te amo, minha pequena.

– Eu também te amo, Tsu-chan. – Nos confortamos uma nos braços da outra entre lágrimas. A afastei um pouco e dei meu melhor sorriso.

– Agora já chega dessa palhaçada! – O senhor Terumi puxou minha pequena pelo braço nos separando.

– PAI!

– Calada, Mei! Agora vá embora Tsunade!

– Vou só pegar minhas coisas e ir.

– Você não leva nada dessa casa!

– PAI!

– Cale a boca, Mei! – Vociferou contra minha garotinha.

– Tudo bem! Não vou levar nada que me deram, mas minhas lembranças de família, ah, isso vou levar, mesmo que me mate!

– Petulante! Tem dez minutos para pegar suas coisas! – Foi em direção à casa praticamente arrastando Mei pelo braço.

– TSUNADEE! NÃO ME DEIXA! – Mei gritava chorando.

Arrumei meus pertences. Não era muita coisa. Coubera tudo em uma pequena mochila. Peguei minhas economias, as joias da minha família e minha foto com Nawaki. Olhei para tudo, e uma sensação de nostalgia tomou meu ser. Lembrei-me de quando a Senhora Terumi me acolheu, da primeira vez que vi Mei, e em como fui feliz com minha pequena. Direcionei-me para a saída da casa, ainda na esperança de encontrar Mei para uma última despedida, mas ela não estava lá. Desci as escadas da varanda sem olhar para trás, e quando estava no meio do caminho para chegar ao portão, senti um forte aperto no peito, e quando me virei, lá estava ela. Na janela de seu quarto me olhando enquanto chorava. Apenas sorri e parti sem nem mesmo saber se a veria novamente. Confiando apenas no destino.

[...]

~ P.D.V Autora ~

Mei acabara de completar seus vinte anos. Durante anos juntou sua mesada, sem gastar nenhum centavo isso simplesmente para ir atrás dela. Fez uma mala, pegou seu dinheiro e disse adeus a seu pai, ele a permitindo ou não, ela se foi. Mas... Para onde? Onde Tsunade estaria. O jeito era fazer uma busca nos lugares que elas costumavam falar que queriam visitar juntas. E era isso que a jovem faria.

Vocês devem estar se perguntando por que ela ainda está pensando em Tsunade, certo? Simples. Ela nunca a esqueceu, pelo contrário, sentia cada vez mais a necessidade de encontrar Tsunade. E o amor que sentia? Descobriu que era muito mais que um amorzinho de infância.

Partiu sem nem mesmo olhar para trás, e com um enorme sorriso nos lábios.

– Vou te encontrar!

Determinada partiu.

Começou pelos locais mais próximos, depois fora para os mais distantes. Nada! Mei passou praticamente um ano a procura de Tsunade. Já perdia suas esperanças quando um dia, sentada em uma praça, viu um garotinho brincando com sua irmã, e lembrou-se que Tsunade dizia que sempre queria voltar a sua terra natal, comprar um pedacinho de chão e lá fazer sua vida. Mas havia um problema, a cidade de Tsunade ficava do outro lado do mapa. Mei praticamente dera uma volta ao mundo atrás da loira, gastando quase todo seu dinheiro. Como faria para voltar para o Japão? O dinheiro que tinha não era suficiente. Não tinha outra solução: tinha que trabalhar.

Conseguiu um trabalho de garçonete, e ali trabalhou por mais seis meses, até conseguir o dinheiro suficiente. Aguentou todo tipo de abuso verbal dos clientes e de seu chefe para com ela. Ela aguentou tudo, simplesmente para poder vê-la novamente. Assim que conseguiu o dinheiro, pediu demissão e voltou para o Japão. Três dias depois estava na cidade natal de Tsunade. Agora seria fácil encontrá-la.

Perguntava pessoa por pessoa para saber se alguém conhecia a tal Senju Tsunade. Quando estava no fim de sua esperança, uma senhora foi sua luz.

–Sim, conheço. A senhorita Senju mora em um sítio à uns três quilômetros daqui. Hmm... Nessa direção. – Indicou-lhe o caminho.

– Obrigada! A senhora salvou minha vida! – Agradeceu a pobre velhinha com um beijo no rosto. – Adeus!

Correu...

Correu o mais rápido que podia, pois tamanha era a saudade. No entardecer chegara finalmente ao tal sítio. Era um lugar tranquilo, repleto de árvores com um laguinho. A cara de Tsunade. Apressou seu passo até a porta, apertando desesperadamente a campainha. Minutos depois uma senhora abriu a porta, para o espanto de Mei.

– O que deseja?

– Bom... Eu estava à procura de outra pessoa, mas vejo que me engan...

– Quem é Chyo? – Uma voz melódica soara de dentro da casa.

– Tsunade?! – A jovem sussurrou em um misto de espanto, alegria e surpresa.

– Uma jovem, senhorita. Mas ainda não disse o que queria.

A jovem pediu licença a senhora e passou, adentrando a casa sem se importar com as reclamações da mais velha. Ao passar pela porta a viu, sentada no sofá. Estava mais magra, mas não menos linda. Finalmente a encontrara. Jogou suas coisas no chão atraindo o olhar de Tsunade. Correu até ela e se jogou em seus braços.

– Mei! – Surpreendeu-se coma aparição inesperada de sua pipoquinha em plena sala.

– Tsu-chan! – Abraçaram-se desesperadas como se quisessem suprir o tempo que ficaram separadas. Esquecendo a distância e o tempo que as mantiveram sofrendo caladas, sem nenhum contato.

– Há quanto tempo, minha pipoquinha. – Fazia carinhos nos cabelos de Mei, ainda em um abraço aconchegante. – Desculpe-me não ter ido atrás de você como prometi, mas aconteceu um problem...

– Não tem problema!Eu vim! Estou aqui, não é mesmo? – Sorriram. Ajeitaram-se no sofá. Mei iria sentar ao lado de Tsunade, mas a mesma a puxou para seu colo.

– Como nos velhos tempos. – Ah! Como era reconfortante para a jovem Mei.

– Mocinha, cuidado com a senhorita Tsunade. Sua saúde está frágil e debilitada. – A senhora, com sua preocupação com o bem estar de sua patroa, acabou por preocupar a garota.

– Como assim?

– Eu já ia te contar, meu amorzinho.

– Minha senhora, está na hora de se deitar.

– Já?

– Sim. Vamos.

– Tsunade, me explica o que está acontecendo. – A preocupação era visível nos olhos da jovem Mei.

– Venha comigo, mina querida. Vou te contar tudo.

O silêncio se fez da sala até o quarto, a saída de Chyo só o intensificou. Tantas palavras a serem ditas, tantas explicações a serem dadas, mas como falar?

– Sabe Mei, a vida nos surpreende de diversas formas, e nem sempre agradáveis. Pensei que nem conseguiria te ver novamente.

– Por que, Tsunade?

– Sabe, não te procurei por que descobri que estava doente, mas mesmo assim iria viajar, foi quando caí no meio da cidade, desmaiada. Levaram-me para o hospital e foi aí que descobri.

– O que você tem?

– Um tumor inoperável.

– Mas você vai ficar bem, não é? – A jovem continha lágrimas. Não queria admitir que a perderia após tê-la encontrado.

– Era o que gostaria de lhe dizer, mas a verdade Mei... – Respirou fundo, buscando a coragem que lhe faltara. –... A verdade é que eu estou morrendo. Só tenho mais alguns dias de vida.

– Eu não aceito! Eu esperei onze anos para te encontrar. Passei um ano e meio te procurando e agora você me diz que vou te perder. Não é justo, não quando eu percebi que meu amor por você é muito mais que uma lembrança de infância. Eu quero uma vida ao seu lado, pra sempre.

– Mei eu nunca te esqueci, pelo contrário, te amei cada dia mais. E agora amo mais que nunca. Minha vida se resumia a você. Trabalhei duro e comprei esse lugar para te buscar e você ficar comigo.

– E eu estou aqui. Pra ficar com você pra sempre! – Tsunade soltou um sorriso triste, sem mais esperanças.

– Então fique comigo... Até quando nos for permitido.

Tomou a face da jovem em suas mãos trazendo-a de encontro ao seu. Suas testas se tocaram carinhosamente, enquanto as mãos de ambas conheciam os pequenos detalhes de cada uma. Encostaram seus narizes e delicadamente seus lábios se chocaram, selando um momento tão esperado, tão amado e tão intenso.

[...]

Mei ficou exatamente uma semana ao lado de Tsunade...

Aproveitaram até o fim juntas uma ao lado da outra, como se cada dia fosse o último, bom, talvez fosse, mas o amor que uma sentia pela outra era imensurável, e não passava um minuto sem uma das duas pensarem ou dizerem: Eu te amo. Cada vez que seus olhos se encontravam, havia um sorriso sincero nos lábios delas.

– Mei, vamos lá para o jardim comigo? Quero balançar um pouco... – Tsunade a olhava, sorrindo um pouco.

– Tem certeza que você quer ir? Está anoitecendo e querendo chover... – A morena lançou um olhar preocupado, mas a carinha que a loira fazia rapidamente a convenceu.

As duas caminharam de mãos dadas até a parte de fora da casa, observando o balanço duplo sendo movido suavemente pelo vento. Sentaram-se no mesmo, uma ao lado da outra. Mei deslizava seus dedos pelos fios loiros de Tsunade, que fechava os olhos e suspirava ao sentir a forma tão terna de carinho. E ficaram ali por alguns instantes, em silêncio, somente aproveitando a presença uma da outra, como se a vida de ambas dependesse disso.

– Eu amo você, nunca se esqueça disso. – Tsunade depositou um beijo nos lábios de sua amada.

– Seria impossível esquecer... – Respondeu a outra, ainda acariciando seus cabelos.

O silêncio tornou a tomar o lugar, uma brisa fria começava a assolar o local, porém as duas não entraram. Tsunade aconchegou sua cabeça em um dos ombros de Mei, abraçando-lhe pela cintura enquanto o fazia. Seus olhos ainda encarando os de sua amada pareciam cansados, e ela aparentemente queria dormir.

– Por que não entramos e vamos dormir um pouco? O que acha? – Sugeriu a morena, preocupada com o tempo que estava mudando, se as duas ficassem ali, poderiam pegar uma gripe.

– Não, eu quero ficar aqui. Por favor, vamos ficar aqui... – Os olhos de Tsunade agora estavam baixos, mas ela não soltava a cintura de Mei de forma alguma.

– Sim... – Mesmo contrariada, preferiu aceitar o pedido dela.

– Eu te amo, não se esqueça disso... – Tornou a dizer Tsunade fechou seus olhos, ainda aconchegada no ombro de seu amor, e permaneceram ali naquela posição por alguns instantes.

Mei sorriu um pouco, fitando-a adormecer. E ela adormeceu, por alguns instantes prosseguia numa respiração lenta e calma, porém simplesmente seu peito parou de subir e descer. Uma gota de chuva caiu entre as duas, e a morena tentou acordá-la para irem para dentro, mas a outra não acordava, não havia mais pulso. Mei percebeu que Tsunade havia morrido ali, em seus braços. A chuva aumentou, mas a morena não conseguia se mexer, simplesmente não conseguia acreditar. Conforme a pele de sua amada ficava fria, ela a abraçava cada vez mais forte, e tentava trazê-la de volta com alguns beijos em seus lábios.

Ambas estavam completamente encharcadas pela chuva, os lábios de Mei tremiam de frio, mas ela não conseguia se soltar dela, mesmo se quisesse, seu coração doía tanto que mesmo que ela morresse de hipotermia, não ia conseguir sair dali. Porque ela sabia que quando saísse dali, teria de dar adeus a ela para sempre, e não era isso que ela queria. Ela pediu para que Deus a levasse junto, porque simplesmente não aguentaria viver num mundo onde Tsunade não existia mais. Mas a morte não veio lhe buscar.

Morte: Causa de ruína, imobilidade, extinção. Ausência de vida!


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Notas finais do capítulo

É isso! Digam-me o que acharam. Até mais!