O anel de prata escrita por PrincessM


Capítulo 3
Capítulo 3




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Uma semana sem carona com o Edgar, uma semana sem falar com Edgar, uma semana o vendo na escola mas sem trocar palavras... Apenas olhares vazios.

O sinal tocou indicando o horário de saída. Desci as escadarias e entrei na biblioteca. Sentei num poltrona longe de todos. Naquele momento, a última coisa que eu queria era voltar pra casa e por isso apelei para escola. Comecei a ler um livro, um livro do qual já li várias vezes e mesmo assim continuava nessa "punhetação" de ler a mesma história só pra preencher o vazio e passar o tempo.

Horas se passaram e a biblioteca foi esvaziando, o turno da tarde estava prestes a sair e eu nem vi a hora passar.
— Bom, eu já vou fechar aqui Clarice. - Falou gentilmente lá do fundo a bibliotecária Silvana, com sua voz doce e cansada.
— Tudo bem Silvana vou guardar as coisas e já estou saindo. - Respondi. Ela fez um gesto que sim com a cabeça e foi levar a louça de seu almoço pra fora.
Comecei a guardar as coisas até que vi uma caixinha de camurça azul-escuro no chão próxima à estante de livros juvenis. Franzi a testa e peguei. Era idêntica à caixa que eu dei para Edgar com o anel de prata. Abri e não havia nada dentro. Coloquei no bolso, peguei a mochila e saí da biblioteca.

No trânsito da estrada parada comecei a olhar para a caixinha e pensar porque ela estaria no chão. Edgar odeia ler, e jamais chegaria perto da biblioteca, não sei como parou ali. Era a mesma caixinha, tenho certeza. Guardei no porta-luvas e uma lágrima escorreu no meu rosto. Eu sentia falta de Edgar, minha reação naquele beijo era para preservar a amizade que também nem existe mais.
Resolvi parar na casa dele, nossa amizade não podia terminar desse jeito.
— Ah é você... O que você quer? - Resmungou com cara de tédio. Ele estava de cueca box branca.
Abracei-o forte com lágrimas nos olhos mas não fui correspondida. Ele segurou meus ombros me afastando dele.
— Você não sente minha falta? - Choraminguei.
— Clarice... Eu realmente... - E foi interrompido por uma voz aveludada e sensual. Uma loira bonita com um roupão branco caído aparecendo discretamente seu sutiã de seda rosa, chegou na porta e pôs a mão em seu ombro.
— Você não vem amor? Quem é essa aí?
— É só uma colega de classe. - Resmungou ele.
— Ah tá não demora... - Falou se afastando.
Assim que a loira saiu ele disse:
— Clarice... Eu...
— Tá Edgar, eu já entendi tudo. - Virei as costas e fui correndo pro carro.

Enquanto dirigia minha visão embaçava.
Agora tudo faz sentido, para Edgar era indiferente a mulher que possuía.
E pensar que quase me entreguei pra ele apostando que era de mim que ele gostava, mas ele só tava me usando pra ganhar o seu "troféuzinho". Como eu fui burra. As palavras podem ser duras mas os fatos comprovam a verdade. Já to ligada no lance de que nada na vida acontece por acaso e "há males que vem para o bem" como dizia minha querida vovó, que Deus a tenha.

Estacionei o carro numa praia longe da estrada. Quando meu pai era vivo ele não gostava que eu fosse nela sozinha, porque é muito deserta e haviam muitas árvores, o que era um mal sinal segundo mamãe que dizia: "ladrão se esconde atrás dos arbustos e ninguém vê, já era." dramática.

Me dirigi ao porta malas e tirei minha regata, ficando só com a parte de cima de biquíni (cidade pequena de litoral é assim mesmo, até pra escola vamos de roupa de banho por baixo.) deixei o short e decidi tirá-lo só com os pés na areia. Tranquei o carro e caminhei em direção ao pôr-do-sol.


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