Caretrisse escrita por Millena


Capítulo 3
Eu sou Tris


Notas iniciais do capítulo

Oi, ia adorar saber o que vocês vão achar desse capítulo. Então se puderem, por favor, comentem alguma coisa. Obrigada de novo a quem está acompanhando, e desculpa caso não gostem. Bjos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491536/chapter/3

3

Chego em casa e meu pai vem da cozinha carregando sacos de lixo, ele abre um sorriso quando me vê e começa a cantar, eu rio. Ele me dá um beijo na bochecha e continua caminhando. Entro no meu quarto, jogo a bolsa em cima da cama e tento tirar meu tênis ainda em pé, acabo desistindo e caio na cama. Solto o meu cabelo, depois pego uma roupa, uma calça preta e uma blusa branca manga longa, no guarda roupa e visto. Sinto um cheiro bom e vou até a cozinha, minha mãe está lavando a louça e fico observando-a por um tempo.

Minha mãe é altruísta, ela é sempre boa e generosa com todas as pessoas, meu pai também é como ela, só que mais preocupado. Eu queria ser igual a eles, no entanto sinto que sou diferente, ás vezes sou muito atrevida, mais do que eu gostaria.

Lembro de Jeanine na biblioteca, percebo que agi como minha mãe agiria e fico feliz. Contudo, sei que sou um pouco, como eu posso dizer, destemida.

Quando ela percebe que estou ali, sorri pra mim e mostra o pano com um movimento de cabeça, faço uma careta. Enquanto seco os pratos pergunto porque o papai não está trabalhando.

“Hoje é o aniversário do Sr. Alexandre, ele simplesmente resolveu que não ia abrir.”, ela responde.

Meu pai trabalha em uma farmácia, foi o seu primeiro emprego e ele nunca falou sobre sair dele. Sobre a minha mãe, ela dá aulas em uma escola de ensino fundamental I e II que fica mais próxima da nossa casa do que a que eu estudo. Nas terças ela dá reforço a alguns alunos que moram na nossa rua, eles não precisam pagar nada.

Sentamos a mesa e comemos o almoço que a minha mãe preparou, depois o meu pai tira a mesa e mãe sai para trabalhar, ela dá um beijo no meu pai e me abraça antes de sair. Estou “jogada” em uma das poltronas da sala quando meu celular toca e eu atendo.

“Oi!”, reconheço a voz de Cristina.

“Diga.”, falo fingindo indiferença.

“Aqui é o namorado de Jeanine.”, escuto ela gargalhar do outro lado.

“Oi, namorado de Jeanine.”

“Só liguei para dizer isso mesmo, você está muito bonita hoje. Está de parabéns, nota dez!”, ela debocha e solta uma risada, e não consigo não rir também.

“Você acha que ele bateu com a cabeça, ou alguma coisa assim?”, pergunto.

“Provavelmente.”, ela continua. “Vem aqui em casa para gente fofocar.”

“Estou indo.”, respondo e desligo.

No começo do ano passado, Jeanine passou quase três meses dando em cima de Will, que é o namorado de Cristina, e isso deixava Cris muito irritada apesar de eles só terem começado a namorar no meio do ano passado, porque eles sempre gostaram um do outro, então acho que ela está se divertindo muito mais com essa história do que eu.

Grito para o meu pai que vou na casa de Cristina.

“Tudo bem.”, ele grita de volta.

Fecho a porta de casa e saio, enquanto caminho até a esquina, escuto uma voz conhecida conversando com outra pessoa.

“Eu acho ele muito bonito.”, a outra pessoa diz.

“Preciso ficar com ele. Preciso.”, agora é a voz que conheço.

Paro um pouco pra pensar, então sei que é Isabela. Ela sempre anda falando alto nos corredores e se metendo em discussões que todo mundo corre para ouvir.

“Mas você sabe que tem a Tris, né?.”, a pessoa pergunta.

Fico bastante confusa, primeiro porque ouço meu nome e não entendo porque me incluíram na conversa, segundo porque não sei quem está falando, pode ser qualquer uma daquelas meninas que andam na cola de Isabela, só que sinto que é outra pessoa.

“Você acha que eles ficam?”, Isabela fala.

Ando mais um pouco e viro para olha-las, vejo uma garota que usa óculos de grau e tem os cabelos ruivos e cacheados, e Isabela, as duas sentadas na calçada, elas ficam me olhando. Analiso a garota, ela é da minha turma. Parece que ficou com medo quando me viu. Isabela abre um sorriso. Cínica, penso.

“Oi.”, a garota ruiva diz.

“Oi. Eu sou Tris.”, por dentro estou rindo, e imagino que Cristina ia adorar estar aqui agora.

“Você é da minha turma.”, ela responde.

“È? Não lembro de você.”, falo.

Isabela levanta e começa a bater as mãos na parte de trás do short, limpando.

“Vamos, Carol.”, então a menina levanta também.

“Com quem você acha que estou ficando, Isabela?”, pergunto olhando pra ela.

“Com o Miguel, vocês estão ficando ou não?”, ela responde bem rápido.

“Acho que você é maluca.”, faço uma pausa. “Ou se faz.”, termino.

Nesse momento ela parte para cima de mim e tenta segurar os meus cabelos, antes que ela consiga eu a empurro com muita força e ela cai no chão. Não faço mais nada, do que me arrependo quando ela levanta rápido e revida chutando as minhas pernas, sinto uma dor que me faz dá um gritinho e colocar a mão em uma perna, ela dá outro chute fazendo com que eu caia.

“Desgraçada!”, grito para ela, o que parece ter sido um pedido para que ela começasse a me chutar na barriga. Viro tentando me proteger e ela começa a chutar minhas costas. São chutes fracos e percebo que ela está se esforçando muito, por dentro estou rindo porque percebo que Isabela não é forte, ela só é violenta. Então deixo ela continuar.

A garota ruiva grita sem parar e seus olhos começam a lacrimejar. Várias pessoas se aproximam, eu puxo as pernas de Isabela, fazendo-a se desequilibrar e cair, fico de joelhos o mais rápido que consigo e coloco a mão na barriga, Isabela está deitada do meu lado e começa a rir da minha cara enquanto olha para as pessoas e depois para mim de novo.

Sinto vontade de bater nela, sei que não vale a pena, contudo começo a socar a cara dela com toda força que consigo.

“Para! Para agora!”, é o que ela grita várias vezes, observo que tem sangue nos meus punhos mas não paro, até que uma das pessoas que estavam observando vem e me puxa, segurando meus braços e me levando para trás.

Viro o rosto e vejo que é meu pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caretrisse" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.