Sakura conseguia ouvir os passos que eram dados no andar de cima. A comida estava posta na mesinha ao lado da sua cama como da ultima vez. Sakura deixou o orgulho de lado e comeu.

Depois de alguns minutos a garotinha de antes veio pegar o prato.

- megumi! Você está bem? – sakura correu para examinar os hematomas que tinha no corpo. Dois no braço e um no pescoço. – o que aconteceu com você?

- eu cai... – a menina respondeu sem jeito com o rosto virado para o chão – na... não se preocupe.

- quem bateu em você?

- ni... ninguém.

- foi àquele cara não é? Por que ele fez isso? – sakura percebeu que a menina tinha lagrimas nos olhos. A garota passou a mão no vestido velho que usava e voltou a a olhar para sakura.

- eu deixei um copo cai e...

- que horror, ele bateu em você só por causa de um copo? Que lugar é esse?

- o senhor kazuma é dono desse lugar, uma casa de damas de companhia. – sakura teve que se controlar para não falar nenhuma besteira para aquela pobre criança. – você está no subsolo. Aqui também ficam os quartos onde as mulheres fazem...

- não precisa continuar e...

- a minha mãe veio trabalhar aqui quando era adolescente, ela disse que eu sou filha de um dos muitos clientes dela. - a menina enxugou uma lagrima que caiu do seu olho – a minha mãe disse que ele foi muito piedoso em nos deixar ficar aqui, ele vive dizendo que logo eu estarei na idade de trabalhar também e...

- que horror. – sakura abraçou a menina – eu juro que quando eu sair daqui, eu vou levá-la comigo. Você e a sua mãe e ai você poderá estudar e tudo mais.

- sair? Como?

- quero que me ajude a avisar uma pessoa de que estou aqui. – a menina tremeu, mas fez que sim com a cabeça. – pode fazer isso?

- eu...

- eu juro que vou tirar você e sua mãe daqui.

- quem é essa pessoa?

- uchiha sasuke. – a menina se sentou na cama e voltou a fitar a rosada.

- eu já ouvi esse nome, é um moço bonito que aparece no jornal.

- exatamente. – sakura retirou a aliança que recebeu de sasuke e deu para a menina. – peque essa aliança e encontre sasuke, quando encontrá-lo quero que dê isso a ele e diga onde estou.

- tudo bem, mas e se eu não encontrar ele?

- Takahashi tomoyo, conhece?

- sim.

- pode entregar a ela – sakura abraçou novamente a menina – pode sair daqui?

- kazuma ás vezes me manda fazer as compras, mas ele manda eu ir comprar em um supermercado no centro. É de um amigo dele. – ótimo. Pensou sakura.

- quando você for leve isso a ele. – sakura pegou uma caneta que tinha, jogada no canto do quarto e pegou um papel rascado que também estava jogado.

Sakura anotou dois endereços e deu para a menina.

- o primeiro endereço é a casa de sasuke e o segundo é a empresa da minha amiga tomoyo.

- tudo bem sakura, eu vou ajudar você.

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- eu ajudei você, agora é a sua vez de retribuir.

- calma udon, eu já sei o que fazer. – sai olhou para os dois lados. A lanchonete estava vazia e já era fim de tarde. Logo aquilo iria ficar cheio. – faça o que eu disse da ultima vez.

- certo. – o garoto se levantou e se dirigiu para a porta, mas foi impedido por sai.

- não faça nada hoje. – menino encarou friamente sai - você é muito apressado.

- eu não tenho a vida inteira.

- udon, logo você terá o que deseja. – e eu também, concluiu ele em pensamento.

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- o que eu estou fazendo aqui mesmo? – tenten ainda se perguntava como deixou Ino lhe arrastar para aquele lugar. Era realmente deplorável.

Ficar escondida espiando o jovem sabaku. Tudo bem que não era uma visão de se jogar fora, gaara é muito bonito e seu corpo... Calma tenten, o neji e a Ino te matam se sonharem que você está pensando isso.

- viu.

- viu o que? – tenten olhou para onde a yamanaka apontava. Uma mulher que praticamente se jogava encima do sabaku. – ele só está ajudando ela.

- meu gaara é muito inocente para ver maldade nas pessoas. – Ino suspirou, mas não deixou de ficar alerta. Gaara saiu de perto da mulher e foi ajudar outra. – viu! Ele é um anjo que não vê maldade e nem malicia nessas mulheres taradas.

- um anjo inocente? Com aquele corpo... – tenten parou de falar quando se deu conta do que havia dito. Ela era fuzilada pela loira. – quer dizer, ele é bem grandinho, duvido que seja inocente.

- bem... Ele é. – Ino esqueceu o que a amiga disse e tenten suspirou aliviada. – oh, olha aquela velha tarada.

- nossa, ela deu um tapão na bunda dele. – tenten estava abismada. A velhinha parecia ser tão... Quietinha.

- nem na terceira idade podemos mais confiar. – tenten riu com a amiga. Ela já estava ficando cansada de ficar atrás de uma pilastra observando o ruivo. – por que ele vai tirar a blusa?

- ele está suado. – ele tirou a blusa e tenten quase teve um ataque. – desculpa Ino, mas seu namorado é muito gostoso.

- eu sei disso, mas olha que o neji vai ficar com ciúmes. – as duas riram e depois voltaram a observa gaara. Varias mulheres suspiravam ao olhar para ele. – eu vou lá.

- calma Ino, alem da velhinha ninguém tocou nele. – tenten pensou novamente na sua situação deplorável. De peruca ruiva e unhas vermelhas enquanto Ino estava com uma peruca preta. – essas perucas eram realmente necessárias?

- claro. – Ino anotava tudo o que gaara fazia em um pequeno bloquinho rosa. – como eu posso viajar para lançar a minha coleção sabendo que o meu anjinho está em perigo?

- meu deus. – gaara pegou uma pequena garrafa de água e jogou no corpo. – que visão.

- por que você não vai atrás do neji? – Ino já estava ficando irritada. Até a sua amiga estava desvirtuando seu anjinho mesmo que em pensamento. – o que foi?

- minha querida, eu e o neji estamos o zero a zero. – Ino arregalou os olhos com aquela noticia. – ele está trabalhando muito.

- meu deus, que horror, por que não sai para jantar com ele ou... – tenten fechou a cara ao pensar no ultimo jantar que ambos tiveram. Neji recebeu uma ligação da empresa e teve que voltar correndo.

- ele ta sem muita disposição.

- mas o meu garinha sempre está com disposição... – Ino começou a rir relembrando dos jantares que faziam. – quem sabe se você não comprar uma daquelas poções que fazem o homem animado?

- isso é para mulher desesperada.

- e você não está desesperada? – Ino perguntou rindo.

- o pior é que eu estou.

As duas voltaram a olhar o sabaku. Ele havia colocado a camisa e agora uma recepcionista dava descaradamente encima dele.

- é bom aquele urubu sair de cima do meu anjinho puro.

- puro?

- sim puro. – Ino sorriu maliciosamente – um anjinho puro bem quente.

- quem dera o neji estivesse com essa disposição. – as duas foram surpreendidas por uma voz grossa atrás delas.

- então eu não tenho mais disposição. – tenten e Ino gritaram ganhando assim a atenção da academia. – quer dizer que eu não dou conta?

- na... não é isso neji é que... você, bem... você anda sem muita disposição ultimamente. – neji estava vermelho e fervendo. Ele tinha trabalhado o dobro nesses dias e era normal ficar cansado.

- Ino? – gaara ficou surpreso ao ver a sua namorada e ainda mais de peruca.

- como me reconheceu neji?

- reconheço a sua bunda em qualquer lugar. – tenten corou violentamente. – mas voltando ao assunto...

- Ino por que você está com essa peruca? O que o neji e a tenten estão fazendo aqui?

- amorzinho, eu queria... Fazer uma surpresa. – a loira pulou encima do namorado e tascou um beijo nele. – gostou.

- muito, mas por que você está com uma peruca? – gaara olhou para neji que estava vermelho e para tenten que também estava vermelha.

Mas neji estava vermelho de irritação e tenten de vergonha.

- por que tenten ta com peruca ruiva? Ela também veio me fazer uma surpresa. – gaara falou rindo, mas claro que para um homem que acabou de ouvir uma confissão nada boa da sua namorada, aquilo não parecia uma brincadeira. – neji?! O que foi cara?

- você... – gaara deu um passo para trás com medo da cara de neji –...está... – neji se aproximou de gaara-... Morto.

Neji deu um soco em gaara que caiu no chão sem saber o que aconteceu. Tenten e Ino seguraram neji que falava coisas nada bonitas para gaara.

- o que eu fiz?

- você pegou a minha mulher. – tenten e gaara arregalaram os olhos. As pessoas da academia estavam prestando atenção na briga.

- você ta maluco?

- neji, para de paranóia, eu não fiquei com o gaara. – tenten falou irritada. – mas em uma coisa você acertou, eu aposto que ele tem muito mais disposição que você.

Gaara e Ino arregalaram os olhos.

- como é mitsashi tenten?

- isso mesmo hyuuga neji. Você anda muito caído ultimamente. – tenten sorriu discretamente quando viu a cara de neji mudar do vermelho para o roxo. – o que foi? É mentira minha por um acaso?

- como.... como... – neji pegou o braço de tenten e começou a puxá-la para fora da academia. – vou mostrar quem é que não tem disposição aqui.

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Pela primeira vez sakura pode sair do quarto. Megumi a guiou até a cozinha do estabelecimento. Algumas mulheres cozinhavam e preparavam bebidas. Todas tinham olheiras e suas expressões eram de cansaço.

- boa noite. – sakura se assustou em saber que era noite. Havia perdido a noção do tempo naquele lugar. Já não sabia se era noite ou dia. – aqui está o seu jantar.

- essa daqui é a maya. – sakura respondeu ao sorriso triste da moça. – ela cozinha muito bem.

- obrigada megumi. – sakura começou a comer. Realmente a menina cozinhava muito bem. – esse é um dos únicos motivos que me mantêm aqui na cozinha. – ela falou baixo, para ela mesma, mas sakura ouviu.

E entendeu o que ela quis dizer.

- por que fica aqui? Por que não vai embora?

- eu não posso, kazuma tem muita gente que trabalha para ele. – a mulher olhou para os dois lados e se sentou – eu só de outro país e eu queria muito vir pro Japão estudar. Um dia um dos homens do kazuma me encontrou e me falou que eu havia ganhado uma bolsa de estudos em uma faculdade famosa daqui.

Uma lagrima solitária desceu pela sua face.

- ele me disse que haviam visto as minhas notas e que eu havia sido selecionada. Eu como uma boba acreditei, não me informei nem nada, vim para o Japão, quando cheguei me colocaram aqui dentro. – a mulher enxugou outra lagrima que ameaçava descer e continuou – eu não falo com os meus parentes a dois anos. Sinto tanta falta.

- eu sinto muito.

- primeiro eu ficava lá fora, com os clientes, como eu cozinho muito bem eu fui mandada para cá. – maya se levantou e voltou ao fogão. – chorar não vai mudar a burrada que eu fiz. Eu sou um caso perdido.

- um dia vocês serão salvas, esse kazuma irá para a cadeia.

- ele é rico e poderoso. – outra mulher falou – isso é apenas ilusão.

- vocês... – a conversa foi interrompida por ninguém menos que kazuma que acabará de entrar para verificar o serviço.

- parem de conversa. Não amolem a minha convidada. – kazuma foi em direção de sakura e pegou seu braço. – vamos, alguém quer falar com você.

Sakura foi puxada para outro cômodo. Parecia uma sala de interrogatório, sakura sentou-se em uma cadeira e então percebeu o homem que estava no canto da sala. Ele é pálido e tinha os olhos negros.

- como vai sakura.

- quem é você?

- eu me chamo sai, sou amigo do seu namoradinho, sasuke. – sakura arregalou os olhos ao se lembrar onde ouvirá aquele nome.

É o cara que ficou com a antiga namorada do sasuke.

- parece que você sabe quem eu sou. – sai se aproximou de sakura que havia tido suas mãos amarradas. – você é tão linda como a antiga namorada do sasuke.

- não me toca – sai ignorou a ordem da haruno e continuou passando o dedo pelo rosto da rosada.

- o sasuke deve estar louco procurando por você.

- seu... – sai se afastou de sakura e pegou um copo que havia na mesa, bebeu tudo e olhou para kazuma.

- acho que precisa fazer umas comprinhas.

- amanhã eu vou mandar a megumi comprar as coisas – o rosto de sakura se iluminou. Amanhã, amanhã a megumi vai fazer compras, é a minha chance.

Kazuma levou sakura para o seu quarto. A rosada ficou deitada esperando a visita de megumi que vinha todas as noites antes dela dormi.

Finalmente vou poder avisar alguém.