Tinha cabelos negros, lisos e curtos na altura do queixo, olhos castanhos, lábios finos, pele branca, um sorriso divino e meu coração.

Era quem passava o dia inteiro rodando os confins da minha mente, me tirando o sono. Agradava-me a ideia de um amanhã cheio de um romancezinho que livros nunca descreveram, com apegos exacerbados, e todo aquele amor dependente.

– Sonhando acordada, mais uma vez, tolinha... – Eu falava para mim mesma, num pensamento alto, que transbordava dos meus lábios, por não conseguir mais ficar preso somente na minha mente, que já se mostrava num perfil de alucinações, chegando a confundir fantasia e realidade, porque, nos meus devaneios, eu lhe possuía.

Sentia-me em êxtase ao ver seu sorriso, se destacando mais que seus lábios finos, com seus brackets azuis claro, sabendo que esse pequeno ato deixar-me-ia mais uma noite em claro, apenas para refletir sobre a perfeição que nele se encontrava. O que mais eu poderia querer, além de sonhar acordada com um amor exagerado?

Quanto aos seus cabelos negros, era só mais uma parte da sua perfeição. Negros, curtos, e em contraste com sua pele branca. Era mais um dos tantos detalhes que me atraia, externamente, em ti. Sua proteção para com ele, tão exacerbada que chega a ser fofo.

Dissertarei também sobre seus olhos castanhos – esses que tendem a se tornar mais belos quando tem o sol refletido neles. Não que sejam menos bonitos quando um pouco escondido pelos óculos que ajudam na correção da sua miopia.

Seu corpo extremamente magro também me cativava, seus ossos se destacando em meio à suas curvas, prevalecendo no meio de toda sua pele branca.

Seu intelecto me fascinava também, junto com seu bom humor. Tentava ter uma resposta inteligente para tudo, roubando-me o riso (que nunca seria tão perfeito quanto o teu).

Se hoje me roubas o sono, o motivo é que tudo em você me fascina, porque não há um só detalhe seu que não seja plena perfeição.