4° Desafio Sherlolly - Chuva de Sonhos escrita por Leticiaps


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Talvez algumas coisas não façam muito sentido com o episódio do jeito que eu tentei, mas faz tempo que assisti o 02x03, então me perdoem.A fofura não quis aparecer essa semana.Enfim, tentei. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491350/chapter/1

O céu estava tão lindo - pelo menos tão lindo quanto podia ser em Londres - que Molly achou que levar o guarda-chuva para o trabalho seria carregar peso atoa. Obviamente ela estava enganada.

Lá pelas três da tarde começou a chover tanto que ela achou que o mundo iria cair. E simplesmente não parava.

Quando terminou o último relatório - tinha tanto trabalho que até esqueceu do mau tempo - foi que reparou que ainda estava chovendo. O barulho de fortes gotas caindo na janela era tão alto que só mesmo um trabalho pesado daquele (e um certo detetive) poderiam deixá-la alheia a tudo isso.

Lentamente foi se arrumar para voltar pra casa. Não havia porque ter pressa. Não sairia tão cedo. Em horas como essa ela se xingava por não ter tirado carteira de motorista. "Ótimo, não preciso voltar pra casa mesmo" pensava com amargura, enquanto via os poucos funcionários que ainda estavam lá correrem para seus carros, sem nem perceber que Molly Hooper estava parada na entrada do hospital, esperando.

Ela sempre gostou da noite. Talvez aquela noite não fosse das mais agradáveis, mas adorava olhar o céu escuro e ficar admirando aquelas estrelas que um dia já soube o nome. Gostava principalmente da cidade a noite. As vezes saia para caminhar depois que o sol já havia se posto a muito, só para admirar tudo isso: o movimento que nunca parava, as luzes que nunca se apagavam, pessoas apresadas de um lado para o outro em contraste com as pessoas sentadas nos vários cafés espalhados pela cidade. Tinha uma sensação boa em passar todos os dias por dezenas de vida e imaginar qual seria a história de cada um. O que preocupava tantas mentes que as pessoas passavam cabisbaixa umas pelas outras, enquanto haviam aquelas "loucas" que acordavam em um bom dia e saiam distribuindo "olá" e "como vai?" para qualquer estranho que passasse ao seu lado. "É, é por isso que você nunca tirou carteira. Isso e o trânsito".

Depois de meia hora esperando sem que a chuva desse qualquer indício de que iria parar, decidiu que não tinha porque esperar parar. Verificou se os papeis em sua bolsa estavam a salvo e seguiu em direção a sua casa. Normalmente levaria trinta minutos ate lá. Talvez pegasse um taxi, não sairia caro. Mas depois de três passos já estava encharcada, então decidiu que o máximo que poderia acontecer era pegar uma gripe. Deu de ombros e seguiu seu caminho.

Depois de cinco minutos de difícil caminhada - ao menos seus sapatos eram preparados para chuva - ouviu uma voz ao seu lado:

– Posso te fazer companhia? - Olhou para o lado, meio assustada. Por que ele não estava em taxi? Ele só andava de taxi, era impressionante como não havia ido a falência.

– Ahn... Claro. - respondeu, desviando o olhar.

Seguiram durante alguns minutos em completo silêncio. Por algum motivo ele parecia bem tranquilo. Foi então que ela reparou no cabelo dele. Com a chuva, os cachos estavam desfeitos. Começou a rir. Aquilo não era nem um pouco sexy.

Sherlock olhou para ela sem entender.

– É que hahahaha seu cabelo - ela tentava controlar a risada, mas não estava dando muito certo - desculpe - falou, limpando as lágrimas, como se fizesse diferença. Depois começou a se sentir um tanto idiota, aquilo começava a parecer infantil.

Ele parou. Mexia no próprio cabelo. Pegava uma mexa e a esticava para tentar ver. Ela não aguentou e começou a rir novamente. E ele a seguiu. Ria também, apesar de parecer perdido. Deixou o cabelo para lá e seguiram andando.

– Não conseguiu nenhum táxi?

– Não. - respondeu simplesmente. Ela esperou que falasse mais alguma coisa, mas ele só continuou andando, como se fosse a coisa mais normal andar - quase nadar - no meio de um dilúvio. Começou a se perguntar, como sempre fazia quando estava perto dele, o que se passava na mente de Sherlock Holmes. Isso a deixava ainda mais fascinada - apaixonada - por ele. Tinha certeza que jamais o entenderia, não importa quanto tempo passasse com ele.

Então ele pegou sua mão e a fez parar de andar. Ela ficou confusa, principalmente com a aquela mão grande e macia (e bem gelada) segurando na dela.

– É isso! - ele gritou - Molly, você é brilhante! - a confusão dela aumentou.

– Sherlock, do que você está falando? - ele não pareceu ouvi-la. Sabia que não iria conseguir uma resposta. Ele estava com aquela cara meio maníaca de quando descobria uma peça importante do quebra cabeça que tentava montar. Aquele era dos grandes, ela sabia. Ultimamente ele andava obcecado com um caso, sempre que pedia um favor a ela tinha alguma coisa relacionada com um tal de Moriarty. Molly até chegou a comentar disso com o Jim, e ele pareceu interessado demais. Achou meio estranho e nunca mais falou daquilo. Agora parecia meio... Burro da parte dela de ter comentado sobre aquele assunto.

"Mas por que estou pensando nisso justo agora e..." seus pensamentos foram interrompidos pelo beijo de Sherlock. Ele a havia puxado para perto dele, entrelaçou suas mãos nos cabelos molhados e cheios de nós dela e lhe beijou os lábios. Um beijo bem molhado e gelado e macio e quase romântico. "Perfeito", pensou. "Deve ter sido uma bela de uma descoberta." Antes mesmo de ter tempo de reagir àquilo, Sherlock interrompeu o beijo e saiu correndo. Molly ficou lá, parada no lugar com um sorriso bobo nos lábios.

No dia seguinte - aliás, dias - quando pensava nisso, sempre imaginava como uma cena de filme. Aos poucos sua imaginação foi preenchendo os minutos de silêncio com detalhes de um Sherlock apaixonado. Imaginava ele voltando correndo, a beijando novamente, um beijo de verdade, cheio de paixão e intensidade. Durante o trabalho se pegava sorrindo à toa, e as pessoas perguntavam o que se passava, ela parecia mais feliz que o normal.

– Ah, minha noite foi boa. - respondia e isso era o suficiente para evitar mais perguntas, já que todos sabiam de Jim.

Até o dia em que recebeu uma mensagem de Sherlock. "Preciso te ver. -SH" dizia a mensagem. Seu coração explodia de felicidade. Mal sabia ela que Sherlock só queria sua ajuda em um plano para fingir a própria morte. Mas naquele momento aquela fagulha de esperança era o suficiente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Criticas? Xingamentos? Elogios?