4° Desafio Sherlolly escrita por Beatriz Ramos


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Finalmente tomei vergonha na cara e postei xD
espero que gostem.



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— Por mais que eu não admita, meus melhores momentos foram ao lado dela, aquela que todos diziam ser frágil – até mesmo eu – mas que se mostrou tão forte em vários sentidos, ela é Molly Hooper, aquela que mesmo não sabendo o que falar me deixa mais encantado... e só agora percebo isso, agora que não a tenho ao meu lado aqui na sala de estar, para conversar coisas banais para as quais eu não ligo, mas que aprendi a ouvir e admirar o jeito de como ela falava sobre esses assuntos, de como ela me contou tudo sobre si mesma, sobre sua família, sua infância, informações para as quais, em meu estado normal, eu não daria a menor importância, mas que permitiu que nós ficássemos mais próximos. Essa aproximação de fez ficar com medo, medo dos novos sentimentos, medo de magoa-la, medo de mostrar para elas o que sentia, e ela acabar por achar engraçado e rir da minha cara. Tudo se baseava e se formava em volta do meu medo. E com isso fomos nos afastando, não era o que eu queria, mas era o necessário e o mais certo a se fazer. Eu nunca demonstrei meu verdadeiros sentimentos, e isso foi o maior motivo para nos afastarmos, não queria magoa-la, e não queria faze-la conviver com uma pessoa tão insuportável quanto eu, mas não espera pelo fato de como seria difícil voltar para Baker Street, e não vê-la, não escutar ela contar como foi seu dia de trabalho. Estava tudo mudando, especialmente a mim mesmo, tudo o que mudou nas minhas atitudes foi por causa dela, não por causa de John, ou qualquer outro, mas sim por ela, aquela que conseguiu mostrar um lado mais alegre e mais colorido da vida, aquela que me fez descobrir o que seria amar. Mas isso tudo acabou a partir do momento em que era hora de eu ‘’voltar a vida’’, voltar a ser quem eu realmente era, voltar para uma vida solitária e escura, apenas para os casos que precisam ser resolvidos, voltar a conviver comigo mesmo, o único que poderia realmente me aturar, ainda com minha vida ‘’voltando ao normal’’ nunca deixei de ver Molly, eu ainda a via, não mais com tanta frequência e a mesma felicidade, a mesma alegria. Mas eu sabia que ela estava bem, assim que descobri que ela estava com o ... Tom – creio que esse era o nome daquele que faria Molly feliz de um jeito que eu nunca conseguiria – Ela parecia estar bem ao lado de Tom, apesar de ainda haver certa desconfiança de que ela apenas ficou com ele para me substituir, com a única coisa diferenciando eu de Tom é que ele poderia fazer Molly feliz, algo que talvez nunca pudesse ser feito por mim. Ainda assim não queria que ela me substituísse, mesmo sabendo que nunca poderia dar o amor que ela tanto demonstrava ter, mas um dia essas minha pequena ‘’prece’’ foi ouvida, ela não estava mais com Tom. O que me surpreendeu um pouco, já que eles estavam ‘’tendo bastante sexo’’, e tudo o que deduzi foi a partir dessa frase, que eles estavam bem, muito bem para o meu gosto, não consegui deduzir mais nada sobre ela, tudo o que descobri depois desse episodio é que ela não estava mais com ele, eu ainda estava um pouco chapado, mas pude perceber que o anel de noivado não estava mais em seu dedo, me deixando feliz, sem demonstrar, como sempre. Mas voltado ao assunto do ‘’estamos tendo bastante sexo’’, essa realmente foi uma informação desnecessário, sabia disso, Molly Hooper¿

Terminei minha pequena narrativa, que ate esse momento só tinha guardado para mim. Estava de frente para ela, perto de St.Bart's, com a chuva nos molhando, mas assim que meus olhos encontraram os de Molly, nada mais parecia ter importância, a chuva não me incomodava mais, porque agora é como se fossemos apenas eu e ela contra o mundo, um mundo cheio de possibilidades que no qual eu faria acontecer. Mas algo estava me incomodando, o fato dela estar em silencio, me fazendo sentir como o Erik, do livro O Fantasma da Opera, eu a queria, eu a desejava, mas não sabia como te-la sem magoa-la, e afinal de contas eu não sei cantar para poder conquista-la dessa forma. Eu estava com medo, mas não aquele medo de antes, de mostrar meus sentimentos e me sentir fraco, mas sim o medo de finalmente mostra-los e ela acabar por achar que é uma brincadeira, ou rir da minha cara.

Vejo ela se aproximar mais do meu corpo, e apenas então reparo em suas lagrimas se misturando as gotas da chuva, não consegui deduzir se as lagrimas eram de alegria ou tristeza, ou ate mesmo raiva. Parei de deduzir coisas sobre Molly a muito tempo atrás, e então ela me abraça, retribuo quase que imediatamente, a apertei forte contra o meu corpo, sentindo o quão quente ela estava, mesmo ainda estando na chuva. Nunca mais queria desfazer aquele abraço.

— Eu sempre esperei escutar de você essas palavras... e agora que as escuto... não sei o que dizer. – Molly sussurra contra o meu corpo.

Por um momento me sinto culpado por ter feito ela sofrer tanto com as minhas atitudes. À afasto, quebrando o abraço.

— Molly... devo me desculpar, por tudo que já fiz você passar, pela magoa que te causei, espero que você me perdoe... – Assim que termino de falar, abaixo minha cabeça, não tenho coragem de continuar olhando nos olhos dela.

Sinto suas mãos em cada lado do meu rosto, fazendo com que eu retorne o meu olhar para ela.

— Eu não aceito as suas desculpas – A encaro, me conformo com o fato dela não me desculpar, ela não mere... – Porque para mim, você nunca fez nada de errado. Eu sei que era apenas você... sendo você, me magoava, devo admitir, mas eu nunca culpei você por ser você mesmo.

Ela não poderia ter me interrompido de uma maneira tão boa, essa tinha sido a prova definitiva de que eu não merecia Molly Hooper. Ela era, é, sem duvida a pessoa mais perfeita e a mais importante na minha vida.

Com todos os olhares e falas não pronunciadas, nem pude perceber que a chuva já havia ficado mais fraca, quase parando. Não podia esperar por mais tempo, me aproximei novamente do corpo de Molly e encostei meus lábios aos dela, em um beijo casto. Tudo finalmente pareceu se encaixar, de um mundo solitário e escuro, para um mundo colorido e com alegria novamente, Hooper com certeza foi a minha melhor escolha.

E pensar que esse desfecho poderia ter acabado como a historia de Erik, mas com uma pequena diferença, a que eu morreria de amor com a pessoa mãos valiosa do mundo ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

Se você conseguiu chegar ate aqui, parabéns, você é uma guerreira :V