Give Me a Reason - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

YAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAY!

Aqui é a tia Lovett de novo com mais uma Hayffie pra vocês, meu amorecos!

Então, como eu disse lá no índice, essa aqui é pra matar a vontade por enquanto. To preparando uma nova long e olha... digo mais nada xD

Bom, eu escrevi essa fic ao som de Hey da banda Pixies, que faz parte da trilha sonora de Zack and Miri Make a Porno, um dos melhores filmes da Liz (ok Lovett, vamo parar com a propaganda!)

Boa leitura, amores! ;)



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Give Me a Reason

A 73ª edição dos Jogos Vorazes acabara e, para variar, o vitorioso não foi do Distrito 12. Ao meu redor, vejo os preparadores dos falecidos tributos desta edição, todos confraternizando e festejando a vitória do carreirista vencedor.

O presidente Snow sempre organiza uma festa de comemoração para os organizadores e preparadores antes da turnê da vitória. Nunca parei para imaginar como seria estar na turnê da vitória...

Acho que nunca vou saber.

Pego uma taça de champanhe com o primeiro garçom que passa e me sirvo, andando vagarosamente sem rumo, olhando para os lados, procurando algum conhecido para conversar. Vejo, então Plutarch Heavensbee conversando animadamente com a preparadora do Distrito 2. Ele adora jogar seu charme.

Continuo vagando pelo local até encontrar Seneca Crane, que sorri ao me ver.

- Mas olha só quem eu vejo por aqui - ele começa a dizer, vindo em minha direção. Ele segura minha mão livre e me gira. - Permita-me dizer que vermelho combina muito bem com você, Effie Trinket.

Sinto-me enrubescer perante o comentário de Seneca e sorrio timidamente.

- Se eu estivesse louca, diria que está me cantando - digo e pisco para ele, que me lança um sorriso misterioso.

- E se eu estiver, hm?

Seneca, apesar de ser insuportável na maioria das vezes, sempre soube usar as palavras certas na hora de lançar suas cantadas. Isso sempre deu certo charme a ele, mas só isso.

- Cuidado com a bebida, queridinha! - ouço uma voz um pouco embargada soar atrás de mim. Não preciso me virar para saber de quem se trata.

- Olha quem fala - então me viro para encará-lo com uma dose de whisky em uma das mãos. - Haymitch Abernathy.

Confesso que estava tentando evitá-lo durante essa festa. Da última vez que misturei bebida com Haymitch, bom... não deu muito certo. Mas não quer dizer que não foi bom.

Aceno com a cabeça em sua direção e volto a caminhar, esperando que ele me deixe em paz, mas parece que isso é pedir muito.

- Ei! Ei! Calma! - ele diz, vindo ao meu encalço e segura o meu braço de leve, mas seu toque me provoca um arrepio. - Eu preciso falar com você - então levanta a cabeça como quem procura por algo e depois se volta para mim novamente. - Vamos.

Sem me dar a oportunidade de questionar, Haymitch me puxa por entre as pessoas ali presentes, que parecem não nos notar enquanto passamos por elas. Chegamos, então, a um corredor por trás de uma pilastra, pouco iluminado. Sinto meu estômago congelar tentando imaginar por que ele me trouxe até aqui.

- Ai, Haymitch! - protesto quando ele me larga. - O que você tem? - pergunto enquanto tento arrumar o meu vestido.

- Eu pergunto o mesmo, queridinha - ele diz calmamente e dá um gole no seu whisky. Deposito minha taça num canto e cruzo os braços, olhando por sobre o ombro de Haymitch. - Você fica me evitando agora... nem olha mais para mim...

- Não é verdade - digo com o olhar ainda distante, até que percebo o que estou fazendo e me recomponho, tentando sustentar o meu olhar em seus olhos de cor cinza, mas parece impossível. Minha visão desce até a sua boca e eu mordo o lábio.

Haymitch dá dois passos em minha direção e eu recuo. Ele levanta uma sobrancelha.

- Está vendo o que eu disse?

Abro a boca em protesto, mas não sai som algum. Haymitch continua me fitando de onde está.

- Pelo menos não fui eu quem fez uma ceninha de ciúmes - retruquei, finalmente encontrando a minha voz.

- Eu fiz isso porque acho que você merece algo melhor do que ele.

- Melhor como quem? - pergunto. - Você?

Percebo que consegui desarmá-lo quando Haymitch não encontra palavras para rebater. Pego minha taça e tomo o resto do champanhe que contém nela.

- Acho que deveríamos falar sobre o que aconteceu naquela noite - volto-me para Haymitch, concentrando-me em não desviar o meu olhar. - Você sentiu alguma coisa quando nós...?

- Haymitch! - soa uma voz feminina por trás dele. Estico-me para ver por cima do ombro dele e vejo uma mulher que nunca vi na vida acenando freneticamente.

Haymitch se vira e acena de volta, até finalmente perceber que eu ainda estou aqui.

- Hm... Depois nós falamos sobre isso - ele diz e segue em direção a tal mulher. Fecho minhas mãos em punho e bufo, marchando de volta para o salão.

A festa prossegue da forma menos animada possível. Sento-me ao bar, não querendo acreditar no que estou fazendo, e peço vodca. O barman imediatamente atende ao meu pedido e assim que começo a ingerir o líquido, a tal mulher que andava de um lado para o outro com Haymitch, se exibindo, senta-se ao meu lado, animadamente.

- Então - ela começa, tocando meu braço com seu ombro. Lanço-me um olhar de reprovação, porém ela não parece se importar. - Eu vou ser bem direta - então baixa o seu tom de voz. - Você e o Haymitch... tem alguma coisa entre vocês?

Percebo-a olhar para trás e acompanho seu olhar, até que encontro Haymitch, parado no salão, fingindo que não nos vê.

- Não - respondo, sem saber como esta palavra saiu da minha boca. - Não tenho nada com ele, somos apenas... colegas.

Tento forçar um sorriso, mas não sei se foi convincente. De qualquer forma, a tal mulher parece não se importar e abre um sorriso de orelha a orelha, então desce do seu banco e volta em direção a Haymitch. Seguro minha dose de vodca e a acompanho com o olhar até encontrá-la dizendo

algo no ouvido de Haymitch, que parece um pouco confuso. Ele encontra o meu olhar e parece me questionar sobre o que ela pode estar dizendo. Levanto minha dose num aceno, deixando que ele decida e como resposta, vejo-o deixando o salão com aquela mulher, como em câmera lenta, perdendo o contato visual comigo apenas quando se viram de costas para mim. Acompanho-os até sumirem de vista, na esperança de ver Haymitch desistir, mas ele não o faz.

De alguma forma, estou me sentindo traída.

~♦~

A festa terminou há alguns momentos. Seneca tentara novamente puxar uma conversa comigo, chamando-me para sair, após notar meu mal humor. Acabei deixando-o sozinho após dizer que pensaria no assunto.

Vou imediatamente até a varanda enquanto os convidados vão embora aos poucos. Respiro fundo enquanto admiro as luzes de Panem à minha frente. Conto até dez e decido voltar. Espero ter passado tempo suficiente para não dar de cara com uma cena constrangedora quando chegar ao décimo segundo andar.

Enquanto ando pelo salão, percebo o movimento escasso de pessoas indo e vindo, e as que ainda encontram-se aqui, andam num ritmo devagar, sob o efeito do álcool que consumiram a noite inteira. Imagino como irão acordar amanhã.

Mas antes de chegar à porta para sair, percebo algo conhecido no meu lado esquerdo. Viro, então, minha cabeça para ver de quem se trata e fico confusa ao perceber que é Haymitch. Ele, assim como eu, para onde esta e me fita com o olhar vago. Ele pode estar querendo dizer algo, mas minha raiva me impede que querer entendê-lo.

Haymitch dá um passo em minha direção e eu balanço a cabeça negativamente, saindo logo em seguida, porém a passos rápidos, pois o conheço suficientemente bem para saber que ele pode estar vindo atrás de mim. Corro, então, até chegar ao elevador, pressionando o botão de fechar as portas sem parar, até que ele me obedeça e, quando ele está há três centímetros de fechar, Haymitch aparece na minha frente, em milésimos de segundo. Ele correu.

Entro no apartamento a passos largos, mesmo sabendo que ainda tenho um bom tempo até que Haymitch apareça. Mas minha raiva é grande suficiente para evitá-lo.

Vou até a varanda e, assim como eu já esperava, me desfaço em lágrimas, fazendo minha visão das luzes de Panem, que a esta altura são minúsculas, embaçarem. Cruzo os meus braços no parapeito e começo a soluçar. Preciso me controlar antes que ele chegue.

- O que há com você? - surge a voz dele vindo de dentro do apartamento.

- Vai embora, Haymitch! - digo ainda de costas. Não quero ter que fitá-lo desta forma. Eu só queria ficar sozinha, mas ao mesmo tempo não.

- Não, eu não vou - retruca. Ouço seus passos em minha direção e tento enxugar as minhas lágrimas passando meu braço pelo rosto. Não me importo se a maquiagem borrou. - Desde que a Hannah saiu da festa comigo que você está assim... e eu quero saber o por quê.

Mantenho o meu olhar num ponto distante, mas sinto o de Haymitch em cima de mim.

- Então o nome dela é Hannah - ouço minha voz soar com desprezo.

- Você está agindo de uma forma estranha, Effie.

- Eu estou agindo de uma forma estranha? - explodo, agora encarando Haymitch. - Eu não posso sequer conversar com qualquer homem que seja, mas você pode transar com a primeira que aparece na sua frente?

- Eu estava pensando nos seus sentimentos - sua voz dessa vez sai fraca, como se estivesse tentando me acalmar.

- Você pensou nos meus sentimentos quando estava transando com a Hannah? Porque isso seria muito ruim para ela...

Haymitch dá um suspiro e põe as mãos na cintura.

- Ela me disse que você disse a ela que nós não tínhamos nada.

- Então é isso o que você pensa? - indago. Haymitch leva alguns segundos em silêncio, pensando no que me responder. - Ótimo - continuo. - Porque eu não sou sua namorada. E você não é meu namorado. Então por que estamos tendo esta conversa?

Meu celular toca antes que Haymitch diga alguma coisa. Olho na tela que é Seneca Crane, provavelmente me convidando para sair novamente.

- Não acredito que você está saindo com este cara - protesta Haymitch, vendo a foto de Seneca na tela do meu celular.

- Por que você não vai atrás da Hannah? Me deixa em paz, Haymitch!

Passo por ele sem ao menos olhar em seus olhos e sigo marchando em direção a porta de entrada do apartamento.

- E se eu disser que não aconteceu nada? - Haymitch grita quando estou próxima a porta de entrada. Paro de imediato e me viro para fitá-lo.

- O que? - pergunto, não acreditando no que acabei de ouvir. Mesmo ao longe, consigo notar uma ponta de desespero em seu olhar. Me pergunto o que ele quer com tudo isso.

- Quer saber? - ele começa, vindo em minha direção. Olho um pouco apreensiva, recuando, imaginando o que ele pode fazer. Seus olhos trazem uma fúria que nunca vi antes. - Se quiser sair com este idiota, pode ir. Mas se está fazendo isso para me atingir...

- Não estou querendo atingir você - interrompo-o.

Haymitch continua vindo em minha direção.

- Então não vá - ele pede. Seu rosto agora a centímetros do meu. - Fica aqui.

De uns tempos para cá eu o tenho evitado justamente por conta disso. Desde a noite que passamos juntos, estar no mesmo lugar que Haymitch tem sido desconfortável. Prometemos que nada mudaria entre nós, mas muita coisa mudou.

- Me dê um bom motivo para não ir - murmuro, ainda com a mão na maçaneta.

Em resposta, Haymitch não hesita em prensar seus lábios contra os meus, retirando minha mão da maçaneta para encostar-me na porta. Ele me puxa pelas pernas, encaixando-as a redor da sua cintura e me empurra contra a porta com força. Solto um gemido com o impacto e mordo seu lábio,

pondo as minhas mãos em seu rosto. Ele me carrega até o sofá, deitando-se sobre mim. Percebo minha respiração pesada e a sua da mesma forma.

- Foi um bom motivo? - pergunta, e seus olhos encontram os meus.

- Um ótimo motivo, é - respondo ainda ofegando. Me adianto e volto a beijá-lo. Tudo está se repetindo. Nada mudaria entre nós, mas sabemos que agora está mudando.

FIM


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Notas finais do capítulo

Entãããããããão????

Conseguiram imaginar a carinha de cachorro sem dono que a Effie fez quando o Hayhay saiu com aquela vadia? Vontade de socar aqueles dois, né? Ai socorro!

Bom, espero que tenham gostado... deixem a opinião de vocês para a Lovett ficar felizona :D