Ninguém nunca viu tantos jovens se deslocando para um mesmo local de uma só vez. Aproximadamente 50 alunos estavam andando, rindo e conversando alto, levando consigo refrigerantes, comida e, mais afastado do grupo todo, um grupinho de três garotos levava um pouco de cerveja. Eles não podiam arriscar que fossem descobertos. As garotas da sala eram bem estritas a bebidas alcoólicas. Erik seguia com Sam, Ash e Liz mais atrás do grupo. Liz estava super animada já que ela havia preparado todas as decorações do cais. Ela queria ser decoradora de interiores quando se formasse.

Eles chegaram e foram entrando no armazém do cais 5. Ele pertencia ao pai de Mark. Todos ficavam maravilhados quando iam entrando. Liz, com a ajuda de 3 garotos, conseguiu montar uma verdadeira casa de festas ali dentro. Ela fez uma sala, com 4 sofás onde as pessoas poderiam se sentar e relaxar, bem no centro estava a pista de dança, o único lugar com alguma iluminação decente. Mais afastado ao canto, rodeado de cortinas semitransparentes, estavam localizados alguns pufes, grandes o suficiente para um casal bem agarrado se sentar. Tinha também uma mesa onde os garotos poderiam jogar jogos de carta como gostavam, além de uma tv com karaokê. “Caramba, essa Liz tem jeito mesmo pra coisa.” Erik olhou tudo muito surpreso e Sam riu da sua expressão.

– Q-que foi? – Ele começou a corar enquanto ela olhava. Ela riu mais.

– Nada não, sua expressão foi muito engraçada, só isso. – Ela continuava a rir dele e ele fingiu estar mal humorado com ela. – Ah, desculpa. – Ela ficou cabisbaixa e parou de rir. Ele se desesperou.

– To brincando! Serio, não fica triste comigo. – Ele ficou tentando chamar a atenção dela, mas ela ergueu a cabeça rindo.

– Te peguei. – Ele ficou encarando e resolveu dar um peteleco na testa dela. – Ai.

– É pra não me deixar preocupado de novo.

Logo os dois, junto de Ash e Liz, estavam na pista dançando os fenômenos da baladinha canadense. Eles ficaram exaustos logo e foram pros sofás. La, Erik e Sam ficaram conversando sobre tudo que tinham perdido do ano passado por causa da historia da escada. Ash e Liz logo tiveram uma ideia e saíram para discuti-la. Elas concordaram uma com a outra e foram coloca-lo em pratica.

Ash puxou Erik para uma partida de cartas e ele nada pode fazer para impedir. Enquanto isso, Liz puxou Sam para dançarem mais um pouco. Ash logo descobriu que havia um problema na sua parte. Erik era péssimo em jogar truco. Eles perderam quase todas as rodadas facilmente por erros de Erik. Quando acabou a partida, Ash o pegou e levou para fora do armazém.

– Ei, ta vendo isso aqui? – Ela balançou umas chaves na frente dele. – São as chaves do barco do meu pai, peguei emprestado caso eu precisasse. – Ela deu um sorriso e Erik logo começou a falar.

– Olha Ash, não é que você não seja legal, mas eu não to interess... – Ela corou violentamente e deu um soco no braço dele.

– Não é nada disso seu babaca! – Ela estava bem nervosa. – Olha, pega essas chaves, um refri e alguns salgados e leva a Sam para um passeio.

– Ah ta, podia ter explicado antes de dar esse sorriso pra mim né. – Ele massageava o braço, ela era meio forte pra uma garota.

– Agora vamos lá pegar as coisas e deixar no barco enquanto a segunda parte se desenvolve. – Ela o puxou dando outro sorriso. Erik não entendia nada.

Depois de dançarem muito, Sam e Liz se sentaram novamente exaustas. Liz a olhava com uma cara de sonsa. Sam ficou envergonhada.

– Que foi Liz? Tem algo no meu rosto por acaso. – Liz deu um sorrisinho.

– Tem sim, acho que é um pouco de amor. – Sam corou novamente e mesmo a luz fraca mostrava que ela estava bem vermelha.

– Nada ver Liz! Você deve ta sonhando. – Ela tentou se fazer de desentendida. Liz sorriu ainda mais.

– Então é verdade! Você gosta mesmo do Erik não é? – Sam ficou desesperada.

– Para de gritar isso sua bocó! – Ela tentou calar a garota, mas ela escapou.

– Não se preocupe Sammy, não contarei pra ninguém. – Ela sorriu, mas Sam não estava muito tranquila com a ideia dela estar sabendo aquilo. – Mas sabe, eu fiquei sabendo que ele tava planejando te levar de barco pra passear daqui a pouco. – Exatamente como previsto, Sam ficou meio em choque, sem saber o que fazer ou falar.

– Ma-mas...mas...eu...- Ela não conseguia raciocinar direito.

– É só falar sim, vai dar tudo certo Sammy. – Ela sorriu incentivando e então, como se fosse combinado, Erik apareceu bem na hora e chamou Sam para ir com ele até o cais.

– Vamos ver se esses dois se resolvem agora. – Ash sorria vitoriosa para Liz que retribuía o sorriso.

Os dois caminharam e chegaram perto do barco do pai de Ash. Erik tomou coragem e se virou para a garota.

– Ei, ta afim de ir passear de barco? Eu peguei um pouco de comida e um refri para caso tenhamos fome. – Ele disse tudo com a mão na nuca, quase enfartando. Ela ficou encabulada.

– Tu-tudo bem, vamos lá. Acho que será divertido. – Ela deu um sorriso que mais era um jeito pra ela ter coragem. O sorriso funcionou nele, pois ele também ficou mais corajoso sobre o que iria fazer. “Espero que a Liz tenha razão sobre isso.”

Ele ajudou ela a subir no barco, deu a partida e logo saiu do cais, mas não foi longe, não queria problemas com a guarda costeira. Ela andou pelo barco e viu que era um lugarzinho até que bom para se estar. O convés de baixo tinha um banheiro, uma pequena sala com uma tvzinha e um quarto, que ela observou durante um tempo até corar e se afastar dele. A proa era grande e também excelente para um encontro romântico. Ela corou novamente. “Droga, se controla Sam, não pode ficar corando por nada desse jeito!”

Erik chegou até ela e sorriu. O coração dela pulou uma batida.

– Ei, ta afim de comer algo?

– Claro, não jantei antes de vir para cá. – Ela reparou que estava com um pouco de fome. Ele desceu e pegou uma cesta.

Ele foi até a ponta da proa e depositou a cesta. De dentro ele tirou uma toalha de picnic (Cortesia de Ash), pegou um refrigerante de limão, dois copos e uma bandeja com alguns salgados.

Eles comeram e beberam. Erik ficou surpreso com o quanto de refrigerante ela conseguia beber sem problemas. Quando terminaram, eles ficaram satisfeitos e começaram a conversar.

– Ei, ontem você me disse que achava me chamar de Angel mais bonito que Sam. – Ela olhou para ele.

– Acho sim. Mas Samantha também é muito bonito viu! – Ele se apressou em dizer. Ela deu um sorrisinho.

– Sabe, sempre achei que Angel era um insulto ao meu cabelo, por isso não gostava. Mas agora vejo que não é bem assim.

– Insulto? Nunca. Como eu poderia insultar um cabelo tão lindo assim? – Ele passou a mão direita no cabelo dela. Ela fechou os olhos e apreciou o toque, mas ele parou e tirou a mão envergonhado. – Isso quer dizer que posso usa-lo?

– Sim, pode sim Erik. – Ela sorriu para ele. Ele sorriu de volta. Sem que percebessem, eles se sentaram mais perto.

– Ei, não sabia que era tão boa no vôlei, foi incrível assistir o seu jogo. Fiquei maravilhado. – Ela corou um pouco.

– Obrigado. Você também não é nada mal. Aquele salto foi incrível, um pouco para se exibir devo admitir, mas se não fosse por ele, talvez essa festa nem ocorresse. – Ela deu risada enquanto ele ficava meio envergonhado.

– Na verdade, dei aquele salto para te impressionar sabia? – Ele disse olhando de esgoela e passando a mão na nuca. Ela corou um pouco e ele ficou feliz. De novo se aproximaram mais um pouco. Eles se olharam e dessa vez estavam próximos o bastante para que ela sentisse a respiração dele em seu rosto. – Sam... Digo, Angel, me desculpe mesmo por tudo o que eu fiz pra você desde aquele dia. Se eu soubesse que você era assim, nunca teria pensado em fazer aquilo.

– Assim como? – Ela queria ouvir as palavras dele.

– Bem, inteligente, decidida, engraçada, simplesmente incrível. – Ele viu que ela havia corado um pouco, mas ela não tentou disfarçar.

– Não precisa pedir desculpas, eu também preciso me desculpar por tudo que ocorreu, nunca tentei entender o porquê de você fazer aquilo, e tudo por causa... – Ela não conseguia dizer o nome de Seth direito ainda. Erik reparou.

– Olha, ta tudo bem. Aquele dia em que dormiu no meu peito, eu não havia mentido. Eu vou mesmo te proteger de tudo Angel, prometo pra você. – Ela sorriu e ele viu a felicidade passar pelos olhos dela. Os dois se aproximaram mais um pouco, até fecharem os olhos.

Dez minutos depois, eles estacionaram o barco, trancaram tudo e voltaram para aproveitar o fim da festa. Eles estavam de mãos dadas a todo o momento.