Vermelho sangue escrita por Azaroseuquerida


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, algum inspiração.



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Seus pulmões sangravam. Sua tosse lhe mostrava o quanto estava frágil, tanto sangue que havia saído do seu corpo, manchando teus lábios num tom de vermelho que não era atraente.

Logo iria morrer.

Encarou suas mãos diversas vezes... O mesmo tom presente nos seus lábios se mostrava, enquanto o ar se mostrava ausente das suas narinas discretas.

Ela riu.

Gostava de se ver morrendo e de imaginar o quão trágico seria seu fim. Acreditava merecer todos os infortúnios com os quais convivia, pois se sentia uma pessoa infame. Pensava, inclusive, que todas as pessoas são dignas de todos os males que as cercam. Se algo ruim acontece com determinada pessoa, significa que ela é completamente merecedora disso.

Consequência de saber que teria uma vida curta, tentava se punir o máximo que podia. Iria para o seu fim com a sensação de ter acabado com a vida da pessoa mais odiada por si enquanto existia nesse plano.

Novamente tossia com um esguicho de sangue saindo pelos seus lábios, prevalecendo ainda mais o vermelho, ofuscando ainda mais a cor dos seus lábios rosa pastel, que se mostravam roxo, graças à escassez de oxigênio.

Algo que não pretendia era chamar atenção, de ninguém, nunca. Por isso, durante tudo isso, evitava lugares públicos, ou parentes. Isso era algo que devia machuca-la, acabar com ela, no entanto ela não queria que ninguém se afetasse graças à suas dores (elas eram suas e também merecidas, no entanto outras pessoas não tinham o menor potencial para compreender isso).

Após o fim de mais uma de suas crises, voltaria a se mostrar para o público. Com os lábios já limpos, voltando ao tom de rosa pastel que eram naturalmente como também suas mãos já não estavam mais vermelhas pintadas, voltavam ao seu tom branco meio amarelado que era a cor natural da pele da garota.

Aquilo era tão normal em sua existência.

Um dia após o outro, nunca tinha certeza quando seu sangue a surpreenderia, indo para o exterior do seu corpo, e marcando-o. Apesar de parecer uma experiência assustadora para quem observasse, ela se sentia purificada.


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Notas finais do capítulo

E, é só isso mesmo.



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