Distance escrita por Lia, Janie


Capítulo 4
Silena, Ártemis.


Notas iniciais do capítulo

Bom, como o título já diz, Ártemis dá a luz da sua DESGRAÇA nesse capítulo.
Sério gente, eu sou ou não sou uma autora muito boa? Olha quantos capítulos eu já postei em um mês?
Não sou que nem a Queen que posta uma vez por século ( brincadeira Karol, ao menos você posta)
Espero reviews e quê todos vocês apareçam nesse cap.



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Luke

Olhei pra campainha novamente. Soltei outro suspiro, abafado. Eu estava na área mais rica da cidade, na porta da enorme casa de cinco andares de Silena, que por acaso, é minha namorada.

– Lena! – Ouvi uma irritante voz gritar. – Leninha! O lukito está ai embaixo! Olha, se você não quiser ele na sua cama, pode deixar que tem quem queira!

– Cala a boca Drew! – Uma voz retrucou. Segundos depois, eu ouvi barulho de passos na escada e finalmente o trinco da porta se abriu.

Olhos azuis bem maquiados surgiram na porta.

– LUKE! – exclamou Silena, abrindo a porta com força, e pulando no meu colo. – Não fazia a menor ideia de quê era você!

– Hm... – Mordi o lábio. – acho que Drew já tinha te informado isso, não?

Ela pareceu chateada.

– Me desculpe Lukito... – Disse, quase chorando. – Eu só queria ser uma namorada legal e...

Revirei os olhos e puxei sua fina cintura para perto de mim. Beije-a rapidamente e senti suas pernas enlaçando a minha cintura. Não posso negar que Silena é bonita. Altura mediana, cabelos castanhos pouco escuros e olhos azuis tão claros que facilmente se confundem com transparentes. Confesso que quando eu comecei a namorá-la, era uma pessoa menos melosa e extremamente chata.

– Sil – Falei me separando dela. – Eu fui expulso de casa.

–Meu santo Apolo do brilho, Lukito! – Ela parecia realmente espantada. Me segurei para não revirar os olhos diante daquela expressão ridícula. – Que catástrofe! Parece que você vai ter que dormir comigo – Sorriu maliciosamente.

– Agora você está falando minha língua – Afirmei, mesmo não sendo. Não que eu seja gay, mais maliciar cada frase que uma pessoa fala não é comigo.

Silena me empurrou pra dentro da casa com um sorriso quase assassino. Sorri amarelo e me sentei na escada, já que eu tinha vindo da casa da Thalia até ali á pé, que por sinal estavam cheios de bolhas.

Uma garota passou ao meu lado, provavelmente vinda da cozinha. Era alta, e loira com cachos perfeitos. Quando passou, pude ver que havia algo errado em seus olhos verdes.

– Você usa lentes? – Perguntei.

–Ah, não. – Ela respondeu com um sorriso. – É só que meu médico me recomendou usar lentes em vez de óculos. É mais seguro e... – Ela pareceu só então reparar de verdade em mim. – Você me é familiar! Luke... Luke Castellan, não? Meu nome é Amber . Amber Young. Mas você pode me chamar de Ber ou Berry.

Fiquei alguns segundos pensando. Então realmente me lembrei dela.

–Espera... Você não é a Amber , melhor amiga da Aly, ou é?

Ela assentiu.

– Sou prima da Silena – Disse com simplicidade. Silena passou para a cozinha com um ar de superioridade, como se ter pessoas bonitas na família fosse algum tipo de honra. – Vim morar alguns tempos aqui. Estudar no colégio de Aly. Aliais, o quê ouve com ela?

–Ah... Bem... – Como explicar pra ex melhor amiga da sua irmã, que ela pode estar desaparecida? – Você vai estudar na mesma escola que eu? Que ótimo! E bem... Acho que não posso te explicar agora. Que tal amanhã, no colégio?

Isso por que eu ainda confiava que Thalia pudesse me dizer alguma coisa.

Amber assentiu, no mesmo minuto em que Silena voltava da cozinha.

– Do quê estão falando, amorzinhos?

Amber fez uma careta com o apelido. Dei uma risada discreta, mais respondi:

– só estávamos falando sobre como você está bonita hoje, amor – respondi, no mesmo tom. Amber concordou fervorosamente, um pouco enojada.

Silena deu um sorrisinho de satisfação e sentou no meu colo. Começou a me beijar, e eu simplesmente só correspondia.

No dia seguinte, acordei cedo pra ir pra escola. Graças a deus, Amber tinha um carro, o quê facilitou muito. Assim que cheguei à classe, joguei a mochila no meu novo lugar. Olhei pra trás. Thalia já estava lá, olhando vidrada para a tela do seu celular, com uma touca sobre o rosto.

– Ei, Lia.

– Não me chame mais de Lia. – Resmungou ela, tirando a touca. Seus cabelos caíram sobre os ombros. – Por que você não deixa a Alyssa em paz em?

– Dá pra parar de me esconder o quê você acha que tá rolando? Ela é a minha irmã!

– O quê tem a Alyssa? – Indagou uma voz.

Amber olhava fixamente de mim para Thalia.

– Quem é a Barbie? – Thalia perguntou, erguendo a sobrancelha.

– Meu nome é Berry – Respondeu a própria. - Barbie não é do meu departamento.

Aparentemente Thalia não estava acostumada a ouvir uma garota com aparência de patricinha dizer que não é patricinha tão calmamente, já que deu um sorrisinho de satisfação e decidiu:

– Vem cá, Castellan. Você também, Barbie.

A professora Héstia não havia chegado então Thalia nos levou para o laboratório, que sempre ficava vazio nas primeiras aulas. Lia certificou-se que a porta estava bem trancada e disse, apoiando o corpo na porta:

–Você já deve ter ouvido boatos de garotos que mexeram com as caçadoras e se deram mal. Como o garoto que flagrou uma das caçadoras mexendo em alguns papéis. E acabou dopado, cheio de hematomas e em coma. Entendem onde eu quero chegar?

– Talvez – admiti, recebendo um aceno confirmativo de Amber.

– Eu vim para essa sala, por que Ártemis selecionou seis caçadoras para ficar com ela. As outras dispensou pra essa sala. E sua irmã, Luke, estava entre elas. Estão entendendo?

– Estou começando a pegar seu ponto de vista! – afirmou Young, suspirando.

–Já notou que embora tenha muitos boatos, ninguém desconfiou de nada? Nenhum dos boatos chegou aos ouvidos da diretora. NENHUM!

– Thalia, você acha que alguém pode estar encobrindo algo?

Thalia deu de ombros.

– É extremamente provável. Aliais, Luke, eu tenho uma proposta.

– Fale – pedi.

– Se você, que é um nerd em todas as matérias, me ensinasse, poderia passar um tempo na minha casa e eu ainda posso te ajudar a investigar tudo isso.

Suspirei.

– Ok, ok. Podemos tentar.

As aulas teriam ocorrido normalmente se ela não tivesse que aparecer. A professora Héstia fez o favor de colocar Amber na minha frente, então podíamos conversar a vontade. Lia e ela pareciam estar se dando bem, o quê por algum motivo me deixou razoavelmente feliz.

Enquanto a professora Atena, de matemática, enchia a lousa de exercícios matematicamente feitos para pessoas com a inteligência acima da média, alguém bateu na porta.

– Entre – falou Atena, fazendo seus cachos loiros voarem na cara de um aluno que ia a sua direção.

Uma mulher entrou séria e rígida. Parecia ter menos de 28 anos. Ruiva, usava calça jeans justa e malha prateada. Era extremamente bonita, e jovem, o quê fez Chris olhar maliciosamente para si mesmo, arrancando olhares raivosos de Clarisse.

– É Ártemis – murmurou Thalia perto do meu ouvido. Assenti num movimento de cabeça microscópico.

– Bom dia – a voz era rígida, seca, mais agradável. – Atena, você com certeza não se importaria de me dar à honra de me deixar falar com algumas das tão estimadas caçadoras aqui presentes?

Aparentemente, Atena se importava sim, mais não teve tempo de negar. Ártemis aproximou-se da fileira do meio e sorriu. Um sorriso que gelou minhas entranhas.

– Zoe – Disse ela.

Zoe doce amargurada levantou-se extremamente quieta. Não olhou na cara de Ártemis, simplesmente ao passar por ela fez uma pequena reverência e saiu batendo a porta.

– Bianca – Ártemis voltou-se para a Di Ângelo na segunda fileira. A garota tremeu e baixou a cabeça. – Nos vemos mais tarde, sim querida?

Não houve resposta. Então eu ouvi uma movimentação estranha. De repente todos olhavam para trás de mim.

Thalia havia se levantado. Dei um suspiro.

– Isso vai dar merda – cochichou Amber discretamente para mim.

–Thalia sente-se caralho! – mandei, revirando os olhos.

Thalia ignorou e olhou firmemente para Ártemis. Mordendo o lábio disse:

– senhora, eu gostaria de deixar as caçadoras.

A ruiva deu uma risada sarcástica.

– Hahahaha. Há; Minha querida, não acredito que você tenha CORAGEM de me dizer isso. Nenhuma garota jamais se atreveu a isso. Traiu a caçada não foi? Deixou de ser virgem, não é mesmo? Deve ter sido com aquele seu namoradinho não?

– Antes fosse – comentei baixinho. – Melhor ainda se fosse comigo e...

– Cala a boca, caralho – reclamou Berry, dando um sorrisinho de apreciadora. – Acho que agora a briga vai ferver.

– Eu não fiz nada dessas coisas – afirmou Thalia, calmamente. Calmamente até DEMAIS.

– Muito bem – Ártemis ajeitou suas mechas ruivas. Fiquei me perguntando quantos anos ela teria, por que aparentava ter, tranquilo, uns 26 anos. - É uma pena eu não acreditar em uma palavra do quê você disse.

Bianca ergueu os olhos da carteira e olhou para Thalia. Por um motivo desconhecido, seus olhos brilhavam de tristeza.

– TÁ. – Falou Lia, quase gritando, e tentando não demonstrar um pingo de raiva. – EU NÃO LIGO PRA SUA FALTA DE INTERESSE! SE VOCÊ NÃO ACREDITA, EU TENHO AMIGOS QUE ACREDITAM. Certo Luke? Amber?

Por alguns segundos me senti ligeiramente lisonjeado. Ela tinha mesmo me chamado de amigo ou era impressão? Mais aí o olhar faiscante de Ártemis se fixou em mim, e eu só consegui pensar em quanto estava perdido.

–É – consegui dizer, em meio a alguns engasgos, já que a sala inteira me encarava. – É mais ou menos evidente que ela está falando a verdade.

– Com todo respeito S.r. Castellan – Ártemis era quem falava. De uma hora pra outra comecei a me sentir meio enjoado, como se a voz dela estivesse me encorajando a vomitar. – “mais ou menos” e “evidente” NUNCA devem estar na mesma frase.

Dei um suspiro e olhei desesperadamente para Amber. A loira piscou pra mim e pra alguém que eu não reconheci. Talvez tenha sido Thalia. Young se levantou e olhou fixamente para os olhos feitos de gelo de Ártemis e fez a coisa mais improvável e que provavelmente a deixaria com uma suspensão, do mundo: Desafiou Ártemis.

– Não vejo por que a senhora está sendo tão rígida – Disse, cruzando os braços. E olhou furiosamente pelo canto do olho pra mim, como se estivesse mandando que eu levantasse. – Devia parar de ser tão impetuosa com as suas alunas. Não tem que fazê-las virarem tias solteironas só por que você é mal amada.

Senti o ar a minha volta congelar. Vi, pelo canto do olho, Thalia recuar lentamente para o seu lugar. Ouvi-a cochichar uma palavra que descrevia bem a situação: Fudeu.

– Senhorita Young... Receio que os diretores ficaram felizes em vê-la. No primeiro dia de aula, não concorda?

Depois da aula, Thalia e eu esperamos Amber no parque que ficava em frente à escola. Lia havia trocado de roupa, e agora usava uma regata branca com algumas manchas, que pareciam de lama, uma calça jeans comum e uma daquelas botas de couro marrom, que parece que foi feita de pele de boi. Seus cabelos estavam incrivelmente longos, batendo exatamente abaixo dos seios, que puxa, estavam realmente destacados pelo sutiã preto que transparecia.

Lia tinha os braços cruzados, e olhava para o prédio da escola, seus olhos completamente sem emoções. Percebi que ela estava esperando eu falar algo, então resolvi tomar a iniciativa:

– Ei – Chamei – você tem mesmo um namorado?

Thalia mordeu o lábio e assentiu lentamente.

– Sim. Conhece Will Solace? Então, é ele.

– Ber está ferrada – comentei. – Quer dizer, xingar a professora de mal amada logo no primeiro dia de aula não é uma estratégia muito comum pra passar de ano mais rápido.

Ela caminhou até o banco de praça mais próximo e se sentou. Fui atrás. Assim que me sentei, ela deu um sorriso relativamente tímido.

– Tem ideia do quanto você parecia idiota tentando concordar comigo?

Dei de ombros

– Não sou bom com palavras – afirmei.

– Palavras são, tipo, um passaporte pro sucesso. E pra vida completamente tediosa que todo mundo que tem um sucesso mais ou menos enorme leva.

Não respondi. Simplesmente a encarei, que olhava calmamente para os próprios pés. Então percebi que aquilo era um tipo de desabafo-resumo-da-vida que às vezes eu mesmo fazia, sem a parte do resumo.

Antes que o silêncio se tornasse constrangedor, Amber apareceu na escada do prédio escolar, com um sorriso vitorioso nos lábios. Parecia satisfeita, mais carregava um papel nas mãos.

– Eaí? – perguntei.

– Suspensão de três semanas – Disse se sentando entre mim e Thalia, sem perceber que estava impedindo qualquer clima de acontecer. – e uma advertência que tenho que entregar pros meus pais.

– isso não é ruim? – Perguntou Thalia.

– seria, se meus pais estivessem nesse país e se ao menos soubessem que você existe – comentou com uma expressão comum. Um vendedor de pipoca passou, e ela pediu três saquinhos. Aproximei-me para pegar um supondo que ela tivesse pegado pra nós três, mas ela recuou dizendo: - Não vão comprar pra vocês não?

– Então – disse Thalia, dando um gole em seu refrigerante. – você é órfã?

– Mais ou menos – admitiu Young – eu sei quem são meus pais. Quando nasci, fui sequestrada. Minha mãe não teve a oportunidade de me pegar no colo, pois a falsa da enfermeira disse que eu já estava morta.

Thalia

A verdade é que eu não estava prestando muita atenção na história de Amber. Enquanto ela falava, senti meu celular vibrar no bolso.

Número desconhecido –

Amber é legal, mais sério, estou quase dormindo aqui.

Ergui a sobrancelha e olhei para Luke, do outro lado de Amber. Havia um sorriso quase bobo em seus lábios, enquanto encarava a tela do celular. Respondi:

Ei Castellan, não é falta de educação deixar Young falando sozinha?

– Hm, talvez seja. Mais acho que roncar enquanto ela fala é pior ainda.

Dei um sorrisinho, me controlando para não olhar na direção dele.

Não seja idiota. Alias, acho que precisamos resolver aquele negócio de você... Hm, vir morar em casa.

O celular apitou cinco segundos depois.

Que tal deixar isso pra mais tarde? Amber tem que ficar na detenção daqui a meia hora e quer que eu cuide do carro. Podemos, sei lá, dar uma volta.

Mordi o lábio, e ergui os olhos do celular. Berry se levantava, parecendo ligeiramente irritada.

–Já vai? – perguntei.

– Sim – resmungou. – vou cumprir detenção com Ártemis. Desejem-me sorte, até mais!

Ela entrou na escola, suspirando.


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Notas finais do capítulo

Eu gosto da Amber. Talvez ela dure razoavelmente na história.



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