The Killers- Interativa escrita por White Rabbit


Capítulo 25
Capítulo 24- Fim da Linha- Final


Notas iniciais do capítulo

The Last Chapter!!!



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The Last Class Trial

Joey White Hunt

Inteligente de Nível Super Colegial

“Independentemente de quantas mudanças venha a sofrer, nunca se esqueça de quem você realmente é”

Obrigado por Ler

Estar ali era realmente nostálgico, pois foi naquele lugar que diversas vezes falávamos sobre os nossos colegas assassinados, que mandávamos o culpado para a execução e que o víamos morrer de forma cruel. E estar ali de novo era como um soco na boca do estômago, pois seria a última vez que eu veria aquele lugar, pois ou iria sair da escola ou iria morrer, e agora que todos sabem meu segredo, podem ser que desconfiem de mim, e isso é o que mais temo. Vejo que o tribunal foi modificado, as paredes foram pintadas de negro com desenhos de raios vermelhos, as cortinas brancas e brilhantes se enrolavam pelas pilastras negras formando uma espécie de véu reluzente.

Um lugar a mais foi colocado e nele estava um pequeno trono vermelho, no qual Monokuma estava sentado, usando uma coroa dourada e um cetro da mesma cor, uma capa avermelhada e longa o colocava como se fosse um rei soberano. Era mesmo o fim, o último julgamento, me pergunto se estamos preparados para responder cada uma destas perguntas, minha memória se recupera aos poucos, infelizmente, graças a “ele”, lembro vagamente dos membros do conselho de classe, agora quase todos estavam mortos, disso eu tinha certeza.

– Upupu, finalmente chegaram, o grande final nos espera- ao dizer isso telões surgiram na parede mostrando a nós mesmos- e para começar cheios de desespero, gostaria de lhes dizer que, esse tempo inteiro, a sua vida colegial estava sendo transmitida a todos os duzentos países do mundo, ou pelo menos o que restou deles.

– Você só pode estar brincando- gritou Esther eufórica.

– Não, não estou, e agora vamos logo com isso, vamos finalizar esse jogo. Lembrando, que a cada pergunta certa, um é salvo, a cada pergunta errada um é executado, se todas perguntas forem respondidas corretamente, eu serei executado.

– Você vai se matar se perder? - perguntei calmamente.

– Sim, são as regras!

Em silêncio nos colocamos em nossos devidos lugares, apenas seis de nós, dez placas com os alunos mortos estavam ali, olhar para os rostos de cada um era realmente estranho, era como vê-los pessoalmente, nos encarando como se quisessem nos ajudar de alguma forma, mas suas almas já haviam sido levadas pelo desespero. E eu não queria mais que ninguém morresse, por isso eu iria responder cada uma daquelas perguntas e salvaria a todos eles:

– Por onde começamos- perguntou Kanoto confuso- podemos responder qualquer uma delas primeiro não é?

– Porque não respondemos, logo onde estamos- sugeri- seria mais fácil para desenvolver as outras.

– Tudo bem, vamos começar logo: Onde nós estamos?

– Essa com certeza é fácil de responder- disse Daniel- já sabemos que nenhum de nós aqui é aluno oficial, somos todos alunos do curso reserva, logo podemos pensar que estamos na Escola Reserva da Academia da Esperança.

Será? Era uma pergunta óbvia demais, tenho certeza de que Monokuma não iria deixar uma pergunta ser respondida assim tão facilmente. Devia ter algo mais, ter algo que nós não tivéssemos percebido, encarei meus companheiros um por um enquanto tentava me lembrar de alguma pista que nos ajudasse a responder aquelas perguntas, mas Adari quebrou o silêncio:

– Não, eu não acho que essa seja a escola reserva verdadeira- todos o olharam surpresos- eu vou explicar, na sala do diretor, havia uma espécie de mapa desenhado no vidro, era o mapa do quarteirão onde as três escolas da Topo da Esperança ficavam, mas há um problema, se no mapa as três escolas ficaram juntas, porque esta escola fica em uma ilha tão longe do Japão?

– Então está dizendo que fomos enganados? Que nós não somos alunos da Topo da Esperança? Somos apenas uns jovens bobocas que caíram numa armadilha- disse Esther desesperada.

– Não- falei em tom grave, retirando uma fotografia do meu bolso e mostrando-a aos outros- essa foto foi tirada com algumas turmas do curso reserva, e se olharem para os círculos vermelhos veremos que nós mesmos estamos nessa foto.

– Mas eu não me lembro de ter tirado essa foto- disse Carlos- não seria uma montagem.

– Upupu- Monokuma riu-se em seu lugar- só porque não lembra dela Carlos não quer dizer que você não tenha tirado, sabe, a mente humana é uma caixinha de segredos!

– Está dizendo que nós...

– Isso mesmo! Vocês perderam a memória, ou melhor, elas foram arrancadas de vocês, memórias de um período escolar mesclado entre esperança e desespero. Esse tempo inteiro, vocês eram amigos matando uns aos outros.

Todos nos entreolhamos desesperados, então era verdade, alguém havia tirado nossas memórias e se aproveitado disso para nos colocar para matarmos uns aos outros, nos encher de desespero. Isso tudo era muito cruel, muito cruel... Mas ainda não respondia a nossa pergunta, sabíamos que esta não era a verdadeira escola reserva, então o que era?

– E então, onde realmente nós estamos? – disse Kanoto- em alguma ilha remota do pacífico? Em um lugar qualquer? Como viemos parar aqui.

– Esperem, eu me lembro de algumas coisas graças a “ele”, eu lembro de um pouco de nossa vida colegial. Como vocês devem saber, nós pagávamos para estudar e nosso dinheiro era investido em pesquisas, mas um dia, o conselho escolar foi sequestrado e colocado num jogo como esse. Eu fazia parte dos membros do conselho, mas eu consegui fugir, graças a vocês.

– A nós? – disse Carlos.

– Sim, quer dizer, alguns de vocês. Como alguns alunos da nossa turma entraram para o Desespero, os outros tentaram resgatá-los e salvá-los, talvez, tivessem pedido ajuda a alguém para fazer isso.

– Isso está tudo muito confuso- disse Daniel – muito confuso.

– Pensem bem- eu disse calmamente- numa tentativa de salvar seus colegas de classe, pedimos ajuda a alguma organização ou instituição que nos trouxe para essa ilha e se, as memórias que temos de chegar até essa ilha, forem na verdade memórias distorcidas? E se nós estivéssemos sendo resgatados e trazidos para cá? Para longe do Japão?

– É plausível- disse Adari com a mão direita no queixo como se pensasse em algo- mas para onde exatamente nos trouxeram?

– Eu acho que já sei- disse Kanoto temerosa- e se nossos corpos estiverem no Japão, mas nossas mentes estejam presas aqui para se recuperarem do desespero?

– O que você quer dizer com isso?

– E se para sermos salvos, nós fossemos colocados em uma realidade alternativa? Sei que parece estranho, mas hoje mais cedo, no Hall dos Alunos, eu mexi em um dos quadros e automaticamente, todos os outros se mexeram também, para o mesmo lado e da mesma forma, isso não é natural é.

– Teoria estranha- eu disse pensativo- mas faz sentido, isso explicaria o porquê do Monokuma conseguir aparecer e desaparecer tão rapidamente, e como de repente apareceu aquela bigorna que quase esmagou a Aya.

– Upupu, vocês me matam de rir, essas baboseiras de vocês são dignas de um livro de ficção científica- disse Monokuma rindo com as mãos na barriga- mas sabem, vocês ainda não responderam a pergunta. Onde nós estamos?

– Vamos tentar pessoal- disse Kanoto- se errarmos eu serei a executada, não se preocupe. Nós estamos em uma simulação virtual.

– Yahoo! Resposta número um correta, um de vocês já pode ser liberto.

– Agora? – perguntei.

– Se preferirem, podem decidir isso no final do jogo, quem morre e quem vive, mas por hora é melhor irem para a próxima pergunta.

– Mas onde será que estão nossos corpos de verdade? – perguntei.

– Creio que em alguma câmara criogênica, ou em uma maca, algo assim- disse Adari- isso não importa agora.

Olhei meu Cartão Eletrônico, a pergunta que respondemos riscada em vermelho, restavam cinco, um de nós já estava salvo. Precisávamos salvar o resto, estava analisando as perguntas quando Esther falou em alto e bom som:

– Porque não descobrimos logo quem é o manda-chuva? – ela sugeriu- Monokuma, se descobrirmos sua identidade, se mostrará para nós?

– Sim, sim, com certeza! Eu sou um urso de palavra.

– Então vamos logo- disse Adari- temos três alternativas. O culpado é um de nós, o culpado é um dos alunos mortos, ou o culpado é alguém de fora.

– Ei, lembram-se dos freezers no necrotério? Os dez estavam sendo usados, o que significa que dez corpos estavam ali, então todos os alunos mortos estão lá de alguma forma. Então nos restam apenas duas alternativas- disse Carlos- mas se lembrarmos bem, haviam dezessete Freezers lá, o que significa que aqui existem dezessete pessoas.

– Mas, mesmo sabendo que isso é uma realidade virtual, preferem acreditar que é uma pessoa de fora? – disse Daniel- e se for um de nós?

– Não, não é nenhum de nós- disse Esther em tom determinado mostrando-nos um disco - Kanoto pode comprovar isso, este vídeo mostra dos jogos de assassinato semelhantes a este, onde os alunos da First e Second Class estavam.

– E que pista existe aí? - perguntei.

– Simples, no segundo vídeo, um dos alunos não estava presente. Ao invés dele, havia uma garota chamada Chiaki ou algo assim e eles estavam em uma realidade virtual como nós, e a garota era apenas um programa de computador, ou seja, o verdadeiro décimo sétimo estudante daquela classe estava desaparecido.

– E quem é ele?

– Eu posso dizer, já ouvimos esse nome centenas de vezes, mas nunca demos importância- disse Kanoto- quando olhei nos quadros eu percebi logo quem não estava no vídeo, e os arquivos dessa pessoa falam que ela fazia parte do Desespero e sumiu por um tempo, o que ela estaria fazendo? Fugindo das pessoas que estivessem nos colocando nesse tipo de realidade virtual. E se essa pessoa fugiu, mas foi capturada e colocada junto conosco? E ela esteve aqui o tempo inteiro usando o Monokuma como disfarce colocando um vírus no sistema.

– Exato- disse Esther- e essa pessoa é você, Clarabell Styvens!

O Monokuma começou a rir altamente, enquanto falava coisas incompreensíveis, ficava balançando o cetro no ar de maneira estranha enquanto nos olhava com seu brilhante olho de raio, fumaça começava a sair do local, envolvendo-se como uma neblina e após uma explosão de ar, no lugar onde deveria estar Monokuma, estava ela. Alta e loira, olhos azuis claros, um vestido de bailarina mesclado entre preto e branco junto com um broche no formato do Monokuma:

– Finalmente, vocês são tão lerdos- sua voz soava calma e infantil- achei que não perceberiam nunca que era eu, mesmo com tantas pistas que eu coloquei. Eu sou a manda-chuva linda e glamorosa, chame-me de Clarabell Styvens!

Super Highschool Level Ballet Dancer/ Despair- Clarabell Styvens

Todos a encaramos surpresos, então era mesmo ela o tempo inteiro, a décima sexta estudante da classe 79, desaparecida a um bom tempo, o que ela fez nesse meio tempo:

– Sabem- ela continuou- quando tudo isso começou, eu sabia que em breve a Fundação Futuro viria atrás de nós, essa fundação está sempre tentando resgatar o mundo do desespero, o que com certeza é impossível, mas quando eu soube que eles estavam atrás de nós, eu fugi e me escondi, sei que muitos dos meus colegas de classe estão mortos, mas quem se importa? Minha rainha Junko iria querer que eu continuasse o seu trabalho, então eu me permiti ser pega para levar vocês ao desespero.

– Você é louca- gritou Kanoto- por sua culpa pessoas morreram.

– Tanto faz, mas, vocês ainda têm quatro perguntas a responder não é mesmo? – ela riu alto- dois de vocês estão salvos, mas não é o suficiente.

Nos olhamos temerosos, qual seria a próxima que devíamos responder. Olhei meu Cartão Eletrônico, talvez responder o que era a Tragédia fosse mais prudente, já que tínhamos muitos detalhes sobre ela:

– Porque não dissemos o que foi a Tragédia? – sugeri- já temos informação suficiente sobre ela.

– Tudo bem- disse Esther- vamos começar com uma espécie de cronograma, ficaria mais fácil, não é mesmo?

– Sim- disse Adari- ao que sabemos a Super Highschool Level Fashion Girl, Junko Enoshima, criou um pequeno grupo de vandalismo, que começou depredando os prédios da escola, mas aos olhos da academia era algo pequeno, mas Junko queria espalhar desespero pelo mundo e seus servos a ajudariam. E em um dia, eles sequestraram os dezesseis membros do conselho escolar que representavam os alunos, quer dizer, quinze, pois Joey foi resgatado por seus colegas de classe, e depois do assassinato televisionado, muitos alunos se juntaram a Junko formando um grupo bem maior.

– E como alguns desses alunos eram pessoas influentes na sociedade, logo o mundo começou a se juntar ao desespero de Junko, fazendo as pessoas enlouquecerem e se jogarem umas contra as outras- eu falei- provavelmente o mundo real está dizimado.

– E assim, os alunos da escola começaram a fugir pelo mundo, uns espalhando desespero, outros apenas fugindo da confusão e outros ainda semeando esperança para as pessoas. E foi aí que Junko decidiu fazer o jogo de vida ou morte com sua turma, e seus servos começaram a realiza-lo com suas turmas.

– Logo, a Grande Tragédia, foi um evento onde a humanidade se encheu de desespero e começou a praticar loucura pois Junko, com sua persuasão incrível, os convenceu a se renderem ao desespero.

– Correto, correto! Nossa vocês são tão bons, tão bons que eu chego a me excitar com essa situação, três de vocês podem se salvar, mas antes de responderem a próxima, não gostaria de saber algo?

– O quê?

– Porque Junko fez isso tudo? – ela ria altamente enquanto olhava nossas caras cheias de desespero, porque aquilo tinha acontecido mesmo? - Eu vou lhes dizer, lembram do segredo de Crucius Seamakker?

Ela saiu de seu lugar indo até a foto de Crucius, acariciando-a com olhar de desdém. Vi Kanoto fechar os olhos enquanto lágrimas desciam, eles eram amigos e descobrir coisas do seu passado era algo terrível, tão terrível quanto a situação onde estávamos:

– Ele amava Junko de forma doentia, e ela era uma modelo acostumada a receber cantadas, mas ela não o queria, ela era uma adolescente normal como qualquer uma, mas ser violentada por Crucius- ela fez uma expressão triste- aquele a enlouqueceu, ela sentiu o desespero e o desespero a tomou, logo ela quis que o mundo todo se desesperasse com ela.

– Então está dizendo que a culpa disso tudo foi do Crucius? – gritou Kanoto.

– Não querida, ele a amava, ele foi levado pelo impulso de um amor louco, não o culpe pelo que fez, mas eu tenho que agradecer a ele, se não fosse por ele, este divertido jogo não existiria!

– Você é louca.

– Todos somos um pouco loucos meu querido Adari, que tal agora passarmos para a próxima?

Engoli em seco, era verdade, todos nós somos um tanto loucos, nossas vontades, nossas manias, tudo isso nos domina de forma desesperadora, eu tinha pena de Junko, tinha pena de Clarabell, tinha pena de mim mesmo por ser quem eu era, porque em muitas das vezes, nós éramos apenas animais, animais que se vestiam, moravam em casas, criavam máquinas, mas eram apenas animais que agiam por seus impulsos.

– E agora, qual pergunta vamos responder? Três já foram não é mesmo?

– Que tal dizer, quem somos nós? Essa é uma pergunta intrigante não? - disse Adari- porque essa pergunta estaria aqui?

– Mas não é fácil de responder? – disse Carlos- nós somos alunos do curso reserva, existem provas comprovando essa tese.

– Acho que a pergunta vai mais além disso Carlos, acho que ela quer que nos especifiquemos, quem cada um de nós é, se é que me entende.

– As pastas que Carlos ganhou, elas diziam isso não? Alguns de nós faziam parte do Desespero- disse Esther- incluindo eu mesma.

– Mas e os outros? O que eles faziam? O que eles eram?

– Acho que já sei como responder essa pergunta- Esther ajeitou os cabelos nos olhando com frieza- nós somos alunos do Curso Reserva da Topo da Esperança, Sea, Miranda, Esther, Alyna, Joey, Ryan, Rachel, Natsuri e Aya são membros do desespero.

– Mas e os outros?

– Lembra o que ela falou? Que alguns saíram para espalhar esperança pelo mundo? Então talvez, Adari, Kanoto, Daniel, Crucius, Klev e Tyler, sejam esses alunos.

– E Carlos? – perguntei.

– Ele não faz parte de nenhum.

– Upupu! Mais uma resposta correta, nossa vocês são melhore do que eu imaginava, muito bons, restam duas pessoas para serem salvar, acho que já sabem qual a próxima pergunta deve ser não é mesmo?

– Qual a minha importância em tudo isso- disse Carlos temeroso- droga, justo eu.

– Espere Esther- eu falei- você disse que ele não fazia parte nem do desespero e nem da esperança, não é mesmo?

– Sim. Ele é neutro.

– Talvez essa seja a importância dele não é mesmo? Carlos foi o único que não se mandou para nenhum dos lados, ele ficou neutro em relação a tudo, sem saber a qual dos dois se juntar.

– Mas não entendo porque isso é importante- disse Kanoto.

– Simples, Carlos é como se fosse o ponto zero, que separava os positivos dos negativos, era como se o Desespero e a Esperança lutassem por ele, porque ganhariam um membro a mais.

– Agora me lembro, Monokuma disse que eu estava aqui para equilibrar o jogo, logo nos primeiros dias, então quer dizer que minha neutralidade, fez com que vocês viessem até mim.

– E se foi assim que a tal Fundação Futuro nos resgatou? Usando Carlos como isca?

– Então essa deve ser a importância de Carlos- eu falei com um sorriso no rosto – ele foi o motivo pelo qual entramos na reabilitação, ele é o ponto neutro dessa história.

Clarabell nos encarava com um sorriso desesperado, ela rodopiava em seu lugar nos olhando com seus cintilantes olhos azuis, como uma criança curiosa. Restava apenas uma pergunta e ela sabia que sua morte estava próxima. Pois ela seria executada se respondêssemos todas, logo que ela parou gritou que a resposta estava correta:

– Resta apenas uma agora, qual nossa relação com Enoshima Junko?

– O que ela quer dizer com isso? – perguntou Kanoto.

– Essa pergunta é quase que individual- Clarabell disse- quero saber a relação que cada estudante tinha com ela, será que isso é demais.

Droga, eu sabia que estava fácil demais, fechei os olhos tentando pensar, em como responder, muitas coisas passavam por minha cabeça, o que meus colegas teriam a ver com ela, o que cada um sentia por Junko, amor ou ódio? Era realmente uma loucura pensar no que os dez estudantes mortos sabiam sobre a modelo e o que sentiam por ela, sem contar que a falta de memórias, não ajudava muito. E como em um piscar de olhos, toda a nossa vida colegial passou como um flash, trazendo informações preciosas.

– Se for assim está respondido- falei calmamente, todos me olharam assustado, apenas Adari sorria eu tinha informações das pastas de Carlos, da convivência, de tudo, poderia deduzir a resposta- Sea Daliver, havia se desesperado pois seu pai a impedia de competir, logo ela armou para que ele fosse preso e ela pudesse continuar, e quando entrou na escola Junko a aceitava mesmo sabendo a coisa horrível que ela fazia. Miranda era lésbica, tinha medo que as pessoas descobrissem sua sexualidade, medo de que a julgassem, mas Junko foi sua amiga apesar de tudo. Crucius sentia por ela um amor doentio a ponto de violenta-la, Klev provavelmente sentia repulsa por ela, pois em nenhum momento ele quis se aproximar da modelo. Rachel e Aya, eram amigas de Junko graças a convivência escolar, e por isso elas se juntaram a Junko. Tyler era monitor escolar, ele repreendia atos de vandalismo e com certeza odiava Junko. Alyna era uma apostadora, e uma assassina, além de trocar de nomes diversas vezes, com certeza Junko sabia de seu segredo, não dando alternativa a ela. Ryan, um herdeiro entediado a procura de algo para fazer e Natsuri, a garota desesperada que descobriu que foi adotada se juntaram a ela. Esther, a cantora que matou seu próprio namorado, deveria ser amiga de Junko. Kanoto e Junko eram rivais, ambas modelos que não se davam muito bem dentro da escola. Carlos, o lutador neutro que não dava a mínima para ninguém, Daniel, o sociopata que não se juntou a Junko pois havia mudado seu caráter. Adari, o detetive que investigava Junko e eu, o Rei Negro, que a entendia pois psicopatas sempre se entendem.

Clarabell me olhava de forma estranha, seus olhos tinham um brilho intenso e nebuloso, seu sorriso arqueado cheio de desespero, ele abraçava o próprio corpo enquanto sentava-se no seu trono, ela me olhava como uma criança prestes a fazer travessura:

– Está correto, vocês venceram! Nossa, foi tão excitante, tão excitante, tudo isso foi ótimo. Está vendo Junko, eu estou me desesperando! – e ela rodopiava com seu martelinho em mãos, feliz por saber que morreria- todas as perguntas respondidas corretamente, todas elas, eu me sinto feliz, vou aproveitar cada segundo desse desespero maravilhoso.

– Espere- disse Carlos- você ainda pode mudar, pode se reabilitar e...

– Cale-se seu porco, eu não quero isso, eu quero na verdade aproveitar o que me resta deste desespero maravilhoso. Chegou a grande hora, eu não achava que ia perder, mas já que perdi vamos com tudo. Hora da Punição.

° ° °

Game Over

Clarabell Styvens

Agradeço por jogar, vamos começar a punição.

° ° °

The Great Entertainment of Despair

Clarabell estava em um palco gigantesco, o palco tinha o cenário de uma ilha a qual atrás dela havia a escola, gigantesca e imponente. Uma plateia de Monokumas a assistia e aplaudiam, ela rodopiava pelo palco como uma criança enlouquecida. Monokumas assobiavam e gritavam por seu nome, foi quando nós vimos. Cópias robóticas dos alunos mortos apareceram e começar a rodopiar em voltar dela como em uma dança desesperante. Logo o lugar se encheu de água, e Clarabell ficara em cima de uma roxa, tubarões a rodeavam enquanto ela ria desesperada, os robôs montados nos tubarões a circulavam tentando derruba-la da rocha, mas ela apenas saltitava sem cair na água, toda a água esvaziou-se, os robôs sacaram armas de fogo e começaram a atirar contra ela.

Clarabell apenas fugia e se desviava de forma graciosa, parecia uma pluma no ar, logo o local começou a pegar fogo, mas ela dançava entre as chamas, os cabelos loiros soltos ao vento. Os robôs então começaram a persegui-la pelo palco que tomou forma de um tabuleiro de jogo, mas a garota pulava de plataforma em plataforma, sem se importar com as armadilhas, desviando de todas elas, os Monokumas da plateia saltaram e a perseguiram, mas magicamente a garota se desviava. Logo, todo o cenário estava destruído e os robôs esgotados, apenas ela no meio da destruição. E com um sorriso desesperado, ela agarrou o boneco do Monokuma, e sacou uma pistola, atirando contra a própria cabeça.

° ° °

– Ela se matou? – gritou Esther- isso foi horrível.

– Acho que ela já estava morta a muito tempo- eu falei- mas e agora, como vamos sair daqui?

– Eu sei como- disse Esther retirando Beep da sua blusa, o robô nos olhava em tom de felicidade- eu consegui achar a saída, e agora que o vírus se foi, tudo ficará mais fácil!

De súbito, um clarão apareceu, não havia mais escola, nem mortos, nada, apenas uma praia cheia de ar fresco, nós seis estávamos lá encarando o horizonte, ouvíamos uma voz que dizia Desligando em 15 segundos.

– Finalmente isso chegou ao fim- disse Kanoto- vamos voltar para casa, vamos viver por nós e pelos que morreram.

– Tem razão- falou Adari- vamos construir a esperança nesse mundo tão cheio de desespero.

– Sabe- disse Esther- depois de tudo isso, acho que eu não tenho mais medo de nada.

E rindo todos nós saímos daquele mundo, voltamos a tão sonhada e esperançosa realidade, onde iríamos reconstruir nossas vidas, reconstruir o mundo e salvar as pessoas do desespero, nós éramos os semeadores da esperança.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos que leram e me acompanharam até o final, agradeço de coração, as recomendações, comentários e tudo, muito, mas muito obrigado. Abaixo o link da segunda temporada:

http://fanfiction.com.br/historia/604425/The_Killers_II-_Interativa/

E as fotos da Clarabell e do Beep que eu tinha esquecido de mostrar:

Clarabell: http://s5.favim.com/orig/54/anime-girl-ballerina-Favim.com-516644.jpg

Beep: http://forums.parallax.com/attachment.php?attachmentid=110711&d=1409364498



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