The Killers- Interativa escrita por White Rabbit


Capítulo 2
Capítulo 1- O Início do Desespero


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, juro que tentei de tudo para que o capítulo não ficasse cansativo, mas se ficou confuso ou chato por favor me avisem.



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Esther Spinnelle

Cantora de Nível Super Colegial

“A vida é uma peça de teatro, onde as cortinas se fecham apenas uma vez e para todo o sempre.”

Never Say Never

Estava de frente ao gigantesco prédio onde funcionava o colégio Topo da Esperança. Uma construção faraônica de seis andares, que ficava em uma ilha a poucos quilômetros do estado da Filadélfia nos Estados Unidos. O único modo de chegar até ele é por meio de um barco ou de um helicóptero, o mesmo que me trouxe até aqui. Esse colégio tem áreas de arte, jogos, natação e tudo o que se possa imaginar. Muitos anseiam um dia fazer parte do corpo estudantil deste tão renomado colégio.

Mas o único modo de um dia concluir este sonho, é ser o melhor de todos em uma determinada área. Meu nome é Esther Spinnelle, tenho dezesseis anos e sou cantora, desde cedo fui considerada a “estrela dos palcos”, ganhei diversos shows de talento e consegui há poucos meses um contrato com uma gravadora, comecei a realizar pequenos eventos e minha carreira está sem dúvida decolando, e a cerca de duas semanas atrás recebi a carta que me convidava a fazer parte do Colégio, meu pai um médico renomado me aconselhou a aceitar e foi o que fiz.

Agora estou aqui, diante do portão de ferro cinzento junto com minha bagagem, os pensamentos passando em uma velocidade gigantesca, vou ter saudades de casa é claro, mas com toda certeza este será o primeiro passo para o meu futuro. O portão abriu-se com a minha aproximação, respirei fundo e comecei a andar na direção do prédio, ao redor do mesmo havia uma pequena reserva florestal, dei adeus ao cais da praia que eu só veria novamente ao final do ano.

Limpei a poeira das minhas roupas, e comecei a andar nervosa, o prédio era mesmo imenso, a passos tímidos me aproximei do portão de vidro que me separava do meu futuro, com a documentação e o coração nas mãos abri a porta, depois disso não vi mais nada, apenas o negrume que embaçou minha visão. Senti como se tivesse morrido naquele mesmo momento.

° ° °

Abri os olhos vagarosamente, senti minha cabeça dar voltas, todo o meu corpo doía e eu não conseguia me lembrar de nada. Minha vista estava embaçada, mas aos poucos fui recuperando-a e ao ter total nitidez levei um susto. Estava em uma sala de aula, sentada em uma cadeira acolchoada. A sala era pintada de um azul marinho muito vívido, as cadeiras estavam milimetricamente enfileiradas em relação ao birô que estava à direita do quadro negro.

Uma luz amarela iluminava o local, e só então percebi que as janelas estavam fechadas com placas de ferro. Levantei-me rapidamente e corri desesperada em direção as janelas, tentei retirar as placas, mas parecia que elas estavam fundidas a parede. Comecei a gritar por socorro, mas lembrei de que estava numa ilha e que ninguém nunca me escutaria daqui. Um silêncio absorto reinava no local, onde estariam os outros estudantes? Comecei a olhar em volta e percebi que havia algo escrito no quadro negro, aproximei-me e li o pequeno aviso que parecia ter sido escrito por uma criança de cinco anos, todo colorido e enfeitado com desenhos de todos os tipos:

“Bem-vindo calouro ao Colégio Topo da Esperança, iniciaremos a reunião de abertura as 08h00min horas que acontecerá no ginásio, basta sair da sala onde se encontrar e andar em linha reta ao portão azul do final do corredor, não se atrase.”

Olhei para o relógio que estava acima do quadro, ele marcava 07h40min, então faltavam vinte minutos para a reunião de abertura. Sai da sala e olhei para o fim do corredor, lá estava um portão azul, caminhei calmamente em direção a ele. O corredor tinha exatas dezesseis portas, ele era pintado de vermelho sangue e decorado com diversas pinturas abstratas e iluminado por lustres de cristal. Estava com medo de algo ruim fosse acontecer comigo, afinal não é todo dia que acordamos em uma sala de aula deserta onde toda informação que temos é um aviso no quadro negro que provavelmente foi escrito por uma criança.

Depois de alguns segundos que me pareceram horas estava diante da porta, respirei fundo e a empurrei. Estava diante de um ginásio imenso, as paredes brancas e impecavelmente limpas, uma gigantesca arquibancada se erguia nas laterais do local, o piso de mármore ecoava com meus passos e um grupo de pessoas estava diante de mim. Todos me olharam surpresos, deviam ser os outros estudantes. Aproximei-me deles, tentando encontrar algum rosto conhecido, mas foi inútil, eles apenas me olhavam incógnitos:

– Por acaso algum de vocês sabe o que está acontecendo?- tentei dialogar com eles.

– Ainda não- respondeu um dos garotos- estamos tão surpresos quanto você.

– Espere eu conheço você- exclamou uma das garotas animada- você é aquela cantora em ascensão, já ouvi as suas músicas, você canta muito bem!

– O-Obrigada!- gaguejei.

O grupo me olhava, todos eram para mim desconhecidos, mas, no entanto era como se eu já tivesse visto eles, aqueles rostos, aquelas feições, me eram familiares. Mas quando tentava lembrar via apenas uma escuridão sem fim, não me lembrava de nada a não ser o momento em que cheguei ao cais da escola e entrei no prédio. Espere! Onde estavam as minhas coisas?

– Algum de vocês acordou numa sala de aula?- perguntei novamente.

– Todos nós, eu acho!- uma das garotas do fundo respondeu- e também levaram nossas coisas para algum lugar.

Olhei para o grupo, dezesseis pessoas ao todo contando comigo mesma. Eu adoraria fazer amizade com eles se não fossem as circunstâncias estranhas em que me colocara. Estava em uma escola onde no lugar de janelas havia enormes placas de aço e nenhum ser vivo exceto dezesseis alunos do ensino médio que vieram para cá na esperança de se tornarem alunos do melhor colégio do mundo.

– Qual o seu nome?- perguntou uma das garotas, a mesma que me respondeu sobre as coisas terem desaparecido.

– Sou Esther!- respondi meigamente.

– Muito prazer Esther, sou Sea Daliver- a garota tinha cabelos castanho claro, presos em um rabo de cavalo, seus olhos eram azuis e sua pele clara dava um belo contraste a cor de suas pupilas. Ela usava uma camiseta branca, escondida por um casaco de tecido impermeável azul, geralmente usado por nadadores. Ela parecia ser muito simpática.

Sea Daliver- Nadadora de Nível Super Colegial.

– O prazer é todo meu!- respondi, ela sorriu para mim, me perguntei se ela era uma pessoa de confiança.

– Então, como é ser uma cantora famosa?

– Ainda não sou famosa, estou apenas começando a sair do anonimato.

– Isso é bom, quem sabe um dia você pode até ganhar um Grammy!

– Sinceramente eu acho que estou muito longe disso- ri- e você, quais seus sonhos pro futuro?

– Quero ser uma nadadora olímpica, a melhor e a mais rápida de todas!

– Então vai ter que treinar muito pra isso.

– E por que acha que eu vim pra cá? Se essa for mesmo a melhor escola do mundo, vai ter o poder de abrir todas as portar que eu preciso- pude notar o brilho em seus olhos, com toda certeza ela deve ser bem sonhadora, gosto de pessoas assim.

– Com licença- uma das garotas do fundo se aproximou de nós duas, fora a mesma que disse que tinha o meu CD- desculpe interromper a conversa de vocês, mas é que, eu não pude deixar de vir conversar com a mais nova estrela dos palcos.

– Eu estrela?- ri- ainda não posso ser considerada uma estrela.

– Por enquanto não- ela sorriu meigamente- mas talvez um dia, a propósito sou Miranda Taylor.

– Prazer!

– Não, o prazer é todo meu- ela apertou a minha mão com uma força incomum para uma garota da estatura dela, na verdade era não era muito alta, tinha cabelos pretos escorridos e olhos puxados, eles tinham um tom castanho e diferente, ela costumava abrir um largo sorriso e por isso deduzi que fosse bem alegre.

Miranda Taylor- Enfermeira de Nível Super Colegial.

Ficamos conversando por uns minutos e resolvi que já era a hora de eu conhecer os outros, até por que se eu teria que conviver com eles precisava saber os seus gênios e as suas intenções, não pretendia ser a melhor amiga de todos, mas sim ter pelo menos um bom relacionamento com eles. Então fiz um pequeno interrogatório a cada um, conseguindo adquirir as informações necessárias.

Havia uma garota ruiva de olhos escarlates, ela parecia um tanto tímida e mal respondeu as minhas perguntas, algo me diz que ela deve ter medo de se socializar, seu nome é Rachel Summer, só então me lembrei de que eu já li um livro que ela escreveu, chama-se “A Rosa Escarlate”, fala sobre uma camponesa do tempo medieval que largou tudo por que sonhou com uma rosa vermelha e saiu viajando pelo mundo atrás da mesma, apenas para descobrir que ela na verdade era a filha do rei e herdeira do trono, o enredo é um tanto louco, mas é interessante, e posso afirmar com segurança que a personagem não se parece nada com a escritora.

Rachel Summer- Escritora de Nível Super Colegial.

A segunda ruiva do local era um pouco tímida também, mas me pareceu ser uma boa pessoa, ela era animada e devia ser uma pessoa muito alegre, já vi o seu nome e sua foto em diversas capas de revistas de moda e confesso que ela é bem mais bonita pessoalmente, ela tem um visual moderno e chamativo, mas que ao mesmo tempo é modesto e simples, ela consegue misturar as coisas sem ser vulgar. Seu nome é Kanoto Kimuzi, e acho que vou me dar bem com ela.

Kanoto Kimuzi- Garota da Moda de Nível Super Colegial.

Confesso que conversar com Aya Nakamura não foi a melhor experiência da minha vida, apesar de seus cabelos loiros, seus olhos azuis e suas feições angelicais, ela é curta e grossa, nada do que eu esperava para uma famosa bailarina, sei que algumas são arrogantes, mas fiquei surpresa ao ver que ela fazia parte desse “algumas”. Não sei se vou me dar bem com ela, por isso acho melhor manter certa distância até que eu a conheça melhor.

Aya Nakamura- Bailarina de Nível Super Colegial.

Nina Baudelaire, no entanto foi a que mais me chamou a atenção, não são apenas suas feições que são doces, mas sua personalidade também, adorei ter conversado com ela e pude ver que adquiri uma nova amizade aqui dentro, para compensar a timidez ou a ignorância de alguns:

– Então, o que você sente ao saber que em pouco tempo milhares de fás vão se aglomerar a sua volta?

– Não penso muito longe.

– Esse é o seu problema- ela riu passando os dedos entre os cabelos- se você quiser ser alguém na vida meu amor, tem de pensar longe, foi assim que eu cheguei onde estou e não preciso de ninguém para sobreviver, apenas de mim mesma, um baralho de cartas e alguém com quem apostar.

– E você tem medo desse mundo dos cassinos?

– No início sim, mas aos poucos você percebe que apesar das caras sábias dos que jogam esse tipo de coisa, dentro deles esconde-se alguém desesperado em arrancar dinheiro dos trouxas, mas se você não cair na armadilha deles pode vencer facilmente.

– Acho que não tenho coragem de apostar tudo o que tenho num jogo de cartas- ri da minha própria resposta, Nina puxou-me mais para perto e sussurrou em meu ouvido:

– Aí é que está o segredo, nunca aposte tudo!

Nina Baudelaire- Apostadora de Nível Super Colegial.

– Acho que não entendi- ri novamente.

– Um dia você entenderá não se preocupe- nos assustamos com um estrondo gigantesco, um dos garotos havia socado a placa de aço que substituía o que devia ser uma das janelas do ginásio, era um garoto assustador mesmo, muito mais alto e mais forte do que outros que eu já vi.

– Não se assuste, aquele é Carlos Lins, já ganhou muitos torneios de luta livre e pretende ser o maior de todos, é brasileiro e não é tão perigoso quanto parece.

Carlos Lins- Lutador de Nível Super Colegial.

Sabe, muitas vezes olhamos tanto pra aparência das pessoas que nem vemos o que elas realmente são- disse olhando para outro garoto, este com cara de poucos amigos e um olhar ameaçador, usava as mesmas roupas que uma gangue dos Estados Unidos, e pelo aspecto ele parecia ter algum prestígio dentro dela- e aquele ali?

– Ah! Aquele é o garoto mais repulsivo que já conheci em toda minha vida, é Crucius Seamakker, líder de uma gangue de jovens que anda tocando o terror pelos lados da Flórida, uma tal de “Dominadora”. Melhor ficar longe dele, nem sei por que foi aceito no colégio.

– Bom, vai ver por que ele é um líder de gangue?- ri.

– Pode ser isso mesmo.

Crucius Seamakker- Líder de Gangue de Nível Super Colegial.

Nessa hora um garoto chegou perto de nós resmungando algo, ele tinha cabelos loiros de um tom bronze e olhos verdes brilhantes, uma postura de soldado do exército e com toda certeza devia ser um aluno exemplar, pelo modo como se vestia e como andava, usava uma farda de monitor de classe, com toda certeza era um daqueles que não tolerava um erro sequer:

– A reunião já devia ter começado há dez minutos- ele resmungou- se a própria escola se atrasa o que dizer dos alunos!

– Fique calmo- disse Nina- vai ver tiveram algum imprevisto, aliás, tudo nessa escola é um tanto estranho.

– Pode ser, mas que isso não deve ser aceito não deve, a propósito sou Tyler.

– Eu sou Nina e esta é Esther!

– Você é monitor de classe não é?- perguntei.

– Desde que me entendo por aluno, manter a ordem e a disciplina é o meu dever na sociedade.

Tyler Beackforth- Monitor de Nível Super Colegial.

Então ele devia ser mesmo um aluno exemplar, olhei para os estudantes que eu ainda não conhecia, havia uma garota sentada em um canto longínquo a estudar os outros apenas com o olhar, ela usava óculos em formato de elipses que davam uma estranha luminosidade aos seus olhos de tom castanho, seus cabelos eram de um loiro quase branco e ela parecia não querer fazer amizade com ninguém.

Parecia um leão a examinar a presa antes de ataca-la, mas acho que foi só impressão, afinal eu sequer conheço a garota e já estou julgando-a, espero poder conhecê-la pelo tempo que vamos passar aqui que eu não sei mais definir qual será.

– Qual o nome daquela garota ali?- apontei discretamente para ela.

– Não lembro- disse Nina- não troquei nem duas palavras com ela.

– Se eu não estou enganado é Natsuri, ela é programadora de computadores.

Natsuri Kurama- Tecnológica de Nível Super Colegial.

Então agora eu já conhecia todas as garotas e três garotos, restavam apenas um garoto de cabelos castanhos que parecia examinar minunciosamente o ginásio inteiro, provavelmente procurando por alguma saída inexistente, ele olhou para mim de súbito e eu mudei o meu olhar de direção, com toda certeza ele era um garoto estranho.

– Tem um garoto olhando pra cá- disse Nina- ele é bonitinho.

– O que está dizendo? Nem o conhece- respondi.

– E daí? Estava apenas fazendo uma análise externa, acho que o nome dele é Adari, ele é italiano pelo que posso ver, e guarda uma lupa no bolso.

– Você fez uma ótima análise- ri- porque alguém guardaria uma lupa no bolso.

– Vai ver ele é detetive!

Adari Addolarata- Detetive de Nível Super Colegial.

Restavam agora apenas quatro que eu desconhecia, um garoto que lia atenciosamente um mangá e que usava uma camisa onde estava estampado a foto de uma garota de anime, ele tinha os cabelos pretos e espessos, seus olhos pequenos e espremidos guardavam duas pupilas negras e muito curiosas que pareciam examinar o mundo por cima dos óculos que ele usava, em seu pescoço estava um colar de prata com o nome: Klev. Ele devia ser algum fã de animes eu acho, pude perceber pela camisa.

Klev Bisharp- Otaku de Nível Super Colegial.

– Espere, aquele cara ali não me é estranho- ela apontou para um garoto de cabelos dourados, alto e forte que também me era muito familiar, ele olhava para tudo com antipatia e parecer querer sumir daquele local, ele olhou na nossa direção e foi então que eu o reconheci.

– É aquele garoto esportista, que pratica diversos esportes durante a semana e que agora é o jogador de basquete mais jovem dos EUA, ele é bem menor pessoalmente- ri- a mídia muda tudo.

– É mesmo é o Daniel Fray- disse o Tyler animado- esperem aqui eu preciso conversar com ele.

Daniel Fray- Atleta de Nível Super Colegial.

Quando Tyler correu, notei os outros dois últimos que eu não conhecia, um deles usava roupas de grife, das mais caras que eu já vi em toda minha vida, tinha os cabelos pretos e traços finos, sua pele é clara e faz um belo contraste com os seus cabelos, naquele momento ele estava conversando com Miranda que parecia admirada, provavelmente ele devia estar falando o quanto sua família possuía em patrimônio e toda aquela conversinha de garotos ricos.

– Aquele ali é Ryan Queen- disse Nina percebendo que eu estava observando-o- a família dele é uma das mais ricas do mundo, já joguei com um primo dele, e se o primo tinha toda aquela fortuna imagina ele.

– Tinha?

– Não se preocupe, não fali ele, pelo menos não ainda.

– Você é louca.

Ryan Queen- Herdeiro de Nível Super Colegial.

Só restava agora um garoto de cabelos pretos espetados e olhos brilhantes, ele estava vestido formalmente e lia um livro de capa grossa e sem nenhuma inscrição, devia ser algum livro de teorias e logo deduzi que ele deveria ser um estudioso assumido. Parecia ser arrogante, mas quando ele olhou para mim deu um sorriso que tirou de mim esses pensamentos sobre todo sábio ser ignorante.

Pude notar que ele usava uma pulseira com seu nome, Joey White, me lembrei na hora do caso onde um casal fora assassinado pelo Rei Negro, um assassino em série que sempre deixava uma peça de xadrez no local do crime, coitado, havia perdido os pais, mas ele parecia ter superado essa fase, pelo menos parecia.

Joey White Hunt- Inteligente de Nível Super Colegial.

Foi então que o microfone foi ligado com um ruído agudo, chamando nossa atenção, todos nos reunimos rapidamente no centro do ginásio tentando procurar quem havia ligado os aparelhos de som:

– Pupupu... Sejam bem-vindos ao Colégio Topo da Esperança!

– Mas quem é que está falando?- perguntou a bailarina.

E foi então que aconteceu a coisa mais estranha de toda minha vida, de trás de um pequeno púlpito saltou um urso de pelúcia. Seu lado esquerdo era branco e exibia um sorrisinho meigo típico de um brinquedo, o lado direito, no entanto era negro, o olho era vermelho e tinha um sorriso sadomasoquista:

– Um urso de pélucia?- todos exclamaram ao mesmo tempo, como se tudo tivesse sido ensaiado.

– Não sou um urso de pelúcia, sou o Monokuma!- sua voz era como a de uma criança de cinco anos, o que será que estava acontecendo?

– Um urso de pelúcia que fala!- exclamou Klev.

– Já disse que não sou um urso de pelúcia, sou Monokuma, o diretor dessa escola- ele pigarreou- desde cedo vocês devem estar se perguntando por que placas de ferro nas janelas e porque vocês dezesseis são as únicas criaturas vivas desta escola. Sabem, estudantes como vocês são a esperança da humanidade. E para protegê-los decidimos que vocês têm de passar o resto da vida no colégio!

Todos gritaram assustados, não era possível que aquilo estivesse acontecendo? Passar a vida inteira presos na escola? Quem seria o maníaco por trás de tudo aquilo? As dúvidas passavam em minha cabeça como um foguete, e eu pensando que tudo iria mudar para melhor quando viesse para cá.

– Mas fiquem calmos, aqui tem tudo o que vocês precisam, mas se querem tanto assim sair tem um jeito- ele deu uma risadinha nada amigável- vocês tem que matar alguém!

Matar? Então devia ser tudo obra de um maníaco mesmo, meu coração batia forte e eu sentia como se fosse morrer naquele momento. Queria desaparecer dali, queria voltar no tempo e nunca ter aceitado aquele maldito convite, é incrível como o destino nos prega peças.

– Mas não é tão simples assim queridinhos, você tem que matar sem que ninguém descubra que foi você o assassino, então depois de cada assassinato teremos um julgamento para decidir quem é o assassino, se acertarem, apenas o assassino será punido, mas se errarem, todos menos o assassino serão punidos.

A garota que estava distante de todos levantou a mão:

– O que foi Natsuri?

– O que seria essa punição?

– Nada mais do que uma execução. Envenenamento, esquartejamento, atropelamento, inúmeras probabilidades. Aconselho vocês a se entenderem e aceitarem a viver para sempre aqui dentro, é claro que seria muito divertido se vocês começassem a se matar, um jogo onde as esperanças da humanidade lutarão pela própria vida- ele riu- bem-vindos a academia do desespero!


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Notas finais do capítulo

Não vou matar ninguém logo de cara, vou deixar com que vocês conheçam a fundo os personagens, porque serão vocês que escolherão assassinos e assassinados por meio de votação, então fiquem tranquilos, pelo menos por enquanto, os capítulos serão um tanto longos, por que vou tentar apresentar dois ou três personagens por capítulo. No próximo vou postar uma pequena ficha de cada um, caso vocês não tenham descoberto quem é quem ainda. Beijos!!!