POV Cristina

Eu comecei a revirar as coisas da minha mãe procurando por alguma pista sobre o pai de Catharina.Christiano José Castro era o pai de Fernando José, eu desconfio disso!Li perfeitamente uamá carta dele destinada a minha mãe.Quando os dois eram namorados, e que o motivo da separação foi uma suposta gravidez que minha mãe teve.Catharina não poderia se casar com Fernando José!O mais estranho era que minha mãe não fazia Ana para impedir que os dois namorasse, e que chegassem ao ponto de serem noivos.

Fernando Luiz faria com que os demais ficassem longe da minha casa para que eu procurasse por mais alguma coisa que comprovasse que Fernando José não é filho do meu pai.Mais minha mãe deve ter sido mais esperta, as cartas que estavam sendo guardadas dentro das suas coisas foram tiradas de lá.Certamente ela tirou para que quando alguém falasse sobre isso não tivesse nenhuma prova.Ela queria seguir enganando o meu pai...

—Ela tirou tudo!—Falo e me espanto ao ver que as joias da família esta com ela.Claro, me lembro como elas veio parar aqui.

—Eu não sabia que a senhora fazia torta de pêssego.—Escuto Maria Fernanda falar e logo saio de fininho do quarto.—E que ela era tão famosa.

—Eu nunca gostei de torta pêssego, até comer a da sua mãe.—Maria fala para Maria Fernanda.Elas três riem estupidamente e eu sorrio de canto vendo a cena.

—Tome cuidado para não se viciar.—Minha mãe fala e eu resolvo me esconder por mais uns tempos.

—Desse jeito vou começar a ficar gorda.—Maria Fernanda brinca e as duas a abraça.

A partir daquele momento eu começo a ficar com ciúmes.Eu estava acostumada a ver minha mãe e Maria Fernanda como afilhada e madrinha, não como mãe e filha.Era estranho,repugnante e inaceitável.Maria Fernanda nunca ligou para os sentimentos da minha mãe, porque agora ela fazia isso?Eu merecia isso!Eu cresci sem uma mãe, quando ela cresceu com todos a amando sem nenhuma restrição.Maria Fernanda não merecia essa vida de rainha, não merecia ser minha irmã.

—Que nojo.—Falo ao ver as três se abraçando novamente.—Até parece que Maria Fernanda se arrependeu de verdade.—Falo e elas vão para a cozinha.—E ela esconde que Fernando José é filho do meu pai.—Falo me referindo a minha mãe.—A única que não errou nessa família fui eu.

—Cristina.—Catharina fala e eu me viro assustada.Ela parecia estar estranha e eu espero ela mudar.—Vamos conversar.

—Sobre?—Pergunto me afastando dela.Logo sinto sua mão apertar meu braço com força.Ela me puxa até o escritório do meu pai.—Me solta, Catharina!—Exclamo e ela fecha a porta com a chave.

—De onde tirou que Fernando José e eu somos irmãos?—Pergunta brava.—Sua mãe e meu pai namoraram antes de se casarem, sim, ela engravidou, sim!—Exclama com raiva e eu fico com medo.—Mais ela perdeu o bebê!—Exclama entre os dentes.—Por isso ela teve medo de perder Maria Fernanda para sempre, Cristina!

—Mais eu achei que...—Tento me justificar mais ela não permite.

—Você quase colocou a minha vida e a minha felicidade em risco, Cristina!—Exclama extremamente brava.—Você é apenas uma criança mimada.—Fala e eu fico parada e incrédula.—Maria Fernanda não merece ser sua irmã, ela pode ter erros graves...Mais você é muito pior.

—Dane-se!—Exclamo com raiva e começo a rir.—Dane-se sua felicidade, sua vida, dane-se Maria Fernanda!—Exclamo e ela me olha incrédula.—Ninguém liga para mim porque sou ‘’ uma criança mimada’’!—Exclamo novamente com raiva.—Eu fiz uma pergunta para Fernando Luiz...Perguntei como seria nossa vida sem Maria Fernanda.

—Seria da mesma forma!—Catharina exclama sem argumentos.

—Não me importa!—Exclamo arregalando os olhos.—Mas...Mas se EU não tivesse nascido, Catharina?—Pergunto seria.—Eu apenas nasci para minha mãe ter com o que se interter...—Falo entre os dentes.—Porque se Maria Fernanda tivesse crescido com ela eu nunca nasceria.

—Cristina...

—Seja o que houvesse, quem nascesse ou não, quem morresse ou continuasse viva até hoje, eu não teria nascido.—Falo sentindo o peso das palavras que falei.Logo saio do escritório e percebo que Maria Fernanda estava escutando tudo.Eu suspiro pesadamente ao ver seu rosto cheio de lagrimas.—Escutou tudo?

—Peguei essa mania de você.—Fala ainda chorando.—Vem, vamos bater um papo de irmãs.

(...)

—Sabe...—Ela começa a falar.—Nem todas as historias tem finais felizes.—Fala e eu fico sem entender.—O bebê que a mamãe perdeu...—Fala e eu entendo.—Hoje seria nossa irmã mais velha.

—Era uma menina?—Pergunto e nós duas nós sentamos no na grama do jardim.Logo somos iluminadas pela luz do luar com o céu cheio de estrelas.

—Era sim.—Responde me olhando estranhamente.—Sabe qual seria o nome dela?—Pergunta engolindo um seco.—Fernanda Cristina.—Fala e eu fico gelada.—Por isso a mamãe colocou ‘’Fernando’’ no Fernando José e ‘’Maria Fernanda’’ em mim.—Fala sorrindo.—Mais ai ela me disse hoje que precisava ter a Cristina dela...—Fala me olhando com orgulho.—Daí ela disse um dia para nosso pai que o Cristal da família estava prestes a chegar.—Fala e eu começo a chorar.—Se você não nascesse...

—Ela não teria a sua felicidade completa.—Falo e ela chora.

—Olhe.—Fala apontando para duas estrelas.

—Maria fez isso quando estava grávida de Estrella?—Pergunto sem entender e ela ri.

—Aquelas estrelas somos nós duas.—Fala e eu a olho.—Para onde você for, sempre olhe para o norte e nós veja no céu.—Fala sorrindo.

—Céu,anjos,vida...—Falo assimilando a ironia de tudo isso.—Somos tão unidos e as vezes tão distantes.

—Não seremos mais.—Fala me abraçando.—Nossa primeira conversa seria entre irmãs.

—Que quer...—Fernando José fala e para ao nos vermos abraçadas.—Nossa.

—Quer o que?—Maria Fernanda pergunta curiosa.—Café?—Pergunta e rimos.—Sabe que sou viciada em café.

—Era torta de pêssego...—Fernando José fala e rimos da cara dele.—Mamãe tá fazendo a tia Maria engordar. —Fala e logo vamos para dentro de casa.Eu em viro e olho as duas estrelas e sorrio.Sempre juntas, sempre fortes.