POV Maria Fernanda

O casamento de Fernando José e Catharina em fim começou. Eu estava totalmente atenta aos dois até sentir que meu pai se incomodava com algo. Logo percebo que Christiano olhava para nós, ou melhor, para a minha mãe. Eu olho para meu pai e ele me olha estranhamente. Minha mãe não notava a raiva do meu pai, nem o olhar pesado de Christiano para ela. Então resolvo acalmar o meu pai.

–Esta aborrecido porque ele não para de olhar para a mamãe? –Pergunto e logo sinto os braços fortes de Fernando Luiz na minha cintura.

–Não, querida. Ele esta olhando para você. –Fernando Luiz fala e eu me surpreendo com ele. Ele estava do outro lado e só veio para perto de mim para isso?

–Você esta ficando idêntica a sua mãe quando era mais nova. –Meu pai fala e minha mãe resolve prestar atenção na conversa.

–Aquela não é a moça que esbarrou em você ontem? –Minha mãe pergunta incrédula. Logo meu pai tem uma crise de tosse mais rapidamente se recompõe.

–Gostei tanto dela que resolvi chama-la para vir ao casamento. –Falo.

–E trouxe a família também. –Fernando Luiz fala sorrindo.

–O irmão dela é apaixonado por Cristina. –Falo e meus pais me olham incrédulos. O que significava aquilo? –Ela não é linda? –Pergunto olhando para ela.

–Se parece com você quando mais nova, Nanda. –Fernando Luiz fala observando Mariana.

–Ela é apenas uma empregada. Uma a mais, uma a menos... –Meu pai fala e vejo que ele se sente mal. O que estava dando nele? E com minha mãe? Ela parecia estar ‘’controlando’’ ele.

–Vamos prestar atenção no casamento, por favor? –Minha mãe pede um pouco rude e Fernando Luiz me olha apreensivo.

–Fernando José Mendonza de Santiago, você aceita Catharina Castro como sua legitima esposa? Para ama-la e respeita-la até os últimos dias de sua vida? –O padre pergunta para Fernando José.

–Sim, aceito. –Fernando José responde com entusiasmo. Logo sinto o olhar de Christiano em mim.

–Catharina Castro, você aceita Fernando José Mendonza de Santiago como seu legitimo esposo? Para ama-lo e respeita-lo ate os últimos dias de sua vida? –O padre pergunta a Catharina que observava o pai.

–Sim, claro que aceito. –Catharina responde.

–Eu vou sair daqui. Não me sinto bem. –Falo saindo de dentro da igreja. Aquele olhar que Christiano dava em muito medo. –As vezes as pessoas me assustam com o tempo.

–Porque saiu do casamento? –Maria me pergunta e eu tento ignorar sua presença.

–Eu não me sentia muito bem. –Falo seca. Ela me olhava com esperança de que desse mais atenção para ela.

–Continua me ignorando. –Fala e eu a olho com vergonha. –Só queria que me perdoasse pela conversa que ouviu naquele dia.

–Eu já deveria ter me acostumado com as surpresas que as pessoas me fazem. –Falo seca.

–Isso é para mim? –Pergunta se sentindo ofendida.

–É para todos. –Falo. Logo sinto uma vontade absurdo de abraça-la. Mas eu tinha que me conter, eu tinha que me conter...

–Todos cometem erros, Maria Fernanda. Eu não estava em mim quando falei aquelas coisas... –Fala colocando as duas mãos no rosto. Ela estava chorando. A vontade de abraça-la era enorme, mais meu orgulho falava mais alto.

–Você falou aquilo porque tinha medo que eu ainda fosse má. –Falo e escuto seu choro. –Continue achando isso, mamãe. –Falo e percebo seu olhar pesado de tristeza sobre mim. Logo saio andando para evitar mais algum argumento.

–Será o que você quiser, Maria Fernanda. –Maria fala e eu paro de andar. –Sempre foi assim.

–Sabia que se eu pudesse mudar o passado eu não mudaria? –Pergunto e me viro para olha-la. –Porque de toda forma você seria irmã da minha mãe. De qualquer forma eu seria a mãe dos seus netos. Noiva do meu primo, do seu filho. –Falo me aproximando dela. –Eu aprendi a sobreviver com problemas sabe com quem? –Pergunto irônica e ela abaixa a cabeça. –Eu não sou o resultado que vocês queriam, apenas sou mais uma esperando o final dessa historia que nunca tem seu herói nem a sua mocinha. –Falo sentindo meus olhos arderem. Saio dali rapidamente antes que ela falasse algo.

POV Maria

Assim que ela foi embora a cerimonia havia acabado. Eu me contive para não demostrar que estava magoada, ou que eu havia falado com ela. Eu não estava magoada com ela, estava magoada comigo mesma. Eu não queria levar tudo isso para outro lado, eu apenas senti que algo me ligava á ela! Desde quando eu a vi na porta da minha casa eu de alguma forma sabia que eu e ela teríamos uma historia ou sei lá o que isso se chama!

Me mente apenas esta confusa! Eu não aguento mais viver nesse carrossel de falsas esperanças e de um mundo onde só fazem cobrar e cobrar mais de mim mesma.

–Maria, o que houve? –Estevão pergunta me assustando. –Este tão mal quanto eu.

–Agora eu que pergunto: O que houve contigo? –Pergunto sorrindo. Ele sabia como me alegrar nos momentos mais difíceis.

–Só me preocupo com o tempo. Ele esta passando muito rápido. –Fala apontando para Maria Victória nos braços de Cristina. –Parece que foi um dia desses que a mãe dela estava daquele tamanho.

–Maria Fernanda era mais gordinha. –Falo e ele cai na gargalhada.

–E tinha um sono pesado. –Ele completo e eu sorrio concordando com o que ele falou. –Você falou com ela, não foi? –Pergunta.

–Exato. –Falo com tristeza.

–Maria, não se atormente mais com ela. Todo filho a casa torna. –Fala tirando proveito da situação e me abraça.

–Você não deixa escapar uma!

–Mãe, pai! –Escuto Fernando Luiz nos chamar. Fico preocupada. –Já que você são inteligentes e etc... –Começa a enrolar. –Podem me responder porque o céu é azul? –Pergunta e eu fico sem ter o que responder. Olho incrédula para Estevão e ele me olha incrédulo também.

–Ele voltou a ter sete anos de idade. Não liguem! –Heitor fala de longe todo sorridente.