I Wanna Be Yours escrita por Julieta


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, gente. Esse capítulo é dedicado pra leitora Annabeth, MUITO OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO. Ai, meu Deus, 9 recomendações com 19 capítulos? Nem nos meus sonhos as coisas iam tão bem assim! Fico realmente MUITO feliz em saber que estão gostando. E, adivinhem? Esse capítulo tem música! Uhuuuul :D Nicotine, do Panic! At The Disco ♥ aproveitem, e leiam as notas finais :)



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Cruze meu coração e espere morrer, queime meus pulmões e amaldiçoe meus olhos. Eu perdi o controle e não quero ele de volta, eu estou anestesiado, eu fui sequestrado. É uma porra de uma droga, sim, você é pior que nicotina. — Panic! At The Disco, Nicotine

— Nico, eu estava pensando... — Lily tomou coragem. Os dois estavam sentados à mesa da cozinha, tomando os cafés que ela havia trazido de sua caminhada. Quando chegou, o garoto havia acabado de se levantar — por volta de uma hora — e então eles se sentaram para tomar o café. — Bem, eu... Eu já sou uma mulher adulta, você sabe. E não sou mais uma semideusa indefesa do Acampamento Meio-Sangue. E agora eu tenho uma vida social. E também sei me cuidar sozinha, e...

— Tudo bem, Olivia, vá direto ao ponto — Nico disse com indiferença e bebericou o café.

— Eu preciso de um celular.

Nico abaixou o copo como se o café estivesse muito quente ou tivesse amargado de repente. Ele a encarou com as sobrancelhas franzidas, como se não estivesse entendendo.

— Para quê?

— Eu já disse, Nico. Eu sou uma adulta, agora. Qualquer adolescente tem um celular hoje em dia. Eu também preciso de um. Aliás, você também tem.

— Sim, mas... Eu só uso para situações extremamente importantes...

— Como falar com Audrey — Lily o interrompeu, e ele se calou. Os dois desviaram os olhares. Aquele assunto era muito delicado e complicado.

— Olha, tudo bem. Se quiser um, vá e compre. Eu arrumo o dinheiro para você. Será que podemos almoçar fora hoje?

— Claro — Lily sorriu.

*****

Após se trocarem, resolveram visitar um restaurante de comida indiana. Nenhum dos dois nunca havia provado a culinária, então resolveram experimentar. Depois de pedirem, ficaram encarando um ao outro, até Nico resolver quebrar o silêncio.

— Eu estava pensando em comprar um carro — ele comentou, olhando para as mãos, depois para a porta, depois para qualquer ponto que não fosse Olivia. Ela ergueu uma sobrancelha, sem entender.

— Mas para quê? Você já pode viajar nas sombras, e...

— Mas agora nós vamos ter uma vida normal, não é? E eu sou um adulto. Bem, adultos normais tem carros, e...

— Você quer impressionar Audrey — Lily revirou os olhos, encostando as costas na cadeira. Nico pareceu se irritar.

— Por que toda vez que estamos conversando você encontra uma maneira de colocar Audrey no meio?

— Porque eu sei que você ainda a ama!

— E se eu amar, qual o problema? Não temos nada, não é? Você mesma insiste na ideia de que não há nada entre nós, então, sim, Olivia, eu ainda a amo.

— Tudo bem, Nico. Vá em frente. Eu não me importo que a ame. Eu só quero que saiba que é livre para fazer o que quiser.

— Então pare de ficar irritada com isso!

— Eu fico irritada com o quê eu quiser!

— Você é impossível, Olivia Smith!

— Você sempre soube disso, Nico di Angelo. Sempre. Desde o primeiro dia que nos conhecemos. Por que achou que seria diferente?

— Eu achei que nosso relacionamento melhoraria!

— Você achou que me levaria para cama!

A essa altura do campeonato, ambos já estavam de pé e falando alto o suficiente para as poucas pessoas que estavam no lugar os encarar. Olivia e Nico eram duas pessoas briguentas, e não se importavam com o que os outros achavam, tampouco com os olhares sobre eles.

— Eu achei que isso seria um bônus, claro, mas pensei que mudaria. Pensei que seria mais fácil conviver com você.

— Então talvez seja melhor eu voltar para o acampamento.

— Eu não quero que volte, Olivia! — Nico contornou a mesa e parou ao lado da garota, a segurando pelos ombros. — Eu quero você comigo! Tudo bem que você queira que sejamos só amigos, certo? Eu não vou mais insistir em nada. Mas eu também quero viver a minha vida. Se você não quer ter nada comigo, então me deixe ter algo com outra pessoa.

Olivia o encarava de olhos arregalados, atônita demais para pronunciar qualquer palavra. Nico estava certo, ela sabia disso. Mas não conseguia imaginar a hipótese de ver ele com outra. Ela não entendia o por quê. Por que se sentia assim? Por que não queria que Nico encontrasse felicidade ao lado de outra pessoa, se também não queria que ele encontrasse com ela? Por quê? Não, ela pensou, balançando a cabeça negativamente. Eu não posso exigir isso dele. Ela teria que aceitar aquilo.

— Tudo bem. Você tem razão — ela sorriu. Um sorriso falso, mas que pareceu convencê-lo. — Vá atrás de sua felicidade, Nico. Eu... Vou voltar para o apartamento. Perdi a fome.

Nico assentiu com a cabeça, não parecendo feliz com a ideia. Ela pegou a pequena bolsa azul que estava pendurada em sua cadeira e se virou, saindo pela porta do restaurante sem olhar para trás.

O vestido floral sem mangas, que ia até pouco antes de seus joelhos, se colava ao corpo enquanto ela andava a passos largos com pressa em direção ao apartamento. Sem perceber, estava quase correndo, e o calor insuportável de julho a fazia suar. Suas sapatilhas vermelhas escorregavam em seus pés, e era necessário segurar a grande alça da pequena bolsa azul no ombro, senão cairia. Não que Lily carregasse algo importante, mas gostava de andar com bolsas pequenas. Achava confortável, de uma maneira estranha.

Quando chegou ao apartamento, suas mãos se moveram com rapidez enquanto ela entrava no hall do prédio. Passou pelo porteiro, que já a conhecia bem, lançando um breve sorriso e correndo para o elevador. Depois de alguns interminaveis minutos, as portas do elevador se abriram, revelando o oitávo andar. Lily já estava com as chaves em mãos, e em questão de segundos a porta já estava destrancada. Tirou as sapatilhas enquanto fechava a porta atrás de si, soltando um suspiro de alívio ao sentir o frio chão vinílico sob seus pés. Largou a bolsa no sofá e, enquanto caminhava despreocupadamente em direção ao quarto, prendeu os cabelos em um coque. Era filha de Apolo e gostava do calor, mas achava que, em julho, seu pai exagerava. Era o mês mais quente do ano, e por mais que chovesse de vez em quando, as chuvas nunca duravam mais que duas horas e logo o calor infernal estava de volta.

Lily resolveu tomar uma ducha para refrescar. Seria a segunda, só naquele dia. Depois de sair do banheiro, vestiu um vestido de malha qualquer e resolveu procurar algo na geladeira. Havia dito que não estava mais com fome, e, de fato, no momento da discussão havia perdido completamente o apetite. Mas depois de esfriar a cabeça e ter um tempo sozinha para refletir, a fome estava de volta.

Ela encontrou dois ovos na geladeira, um pacote pela metade de chocolate em pó e mais alguns ingredientes que lhe deram uma ideia. Não eram o suficiente para fazer um bolo grande, e Lily não estava nem um pouco a fim de ir até o mercado para comprar mais, então resolveu fazer um bolo de caneca.

Depois de misturar os ingredientes numa caneca, Lily resolveu preparar uma cobertura enquanto o bolo esquentava e tomava forma no microondas. Surpreendentemente, Nico ainda tinha o necessário para uma cauda de chocolate, e Lily não teve dificuldades em prepará-la. Logo tinha um bolo de caneca que provavelmente enganaria sua fome até a noite.

Depois de assistir uma maratona de stand up e dois filmes na TV, Lily percebeu quanto tempo havia passado desde que voltara para casa. Já havia anoitecido, e ela se deu conta de que Nico não voltaria ainda naquele dia. Lily se sentia solitária ali sem ele. Entendia porquê o garoto não queria que ela fosse embora. Não tinha o que fazer, e a televisão não era um bom passa-tempo.

Todas as luzes da casa estavam apagadas, e a sala estava iluminada apenas pela televisão e pelo brilho cálido da lua, que entrava pela porta de vidro da varanda. A atenção de Olivia foi desviada para a pequena mesa de madeira trançada que estava disposta ao lado de fora da varanda. Não exatamente para a mesa, mas para o pequeno objeto retangular que estava sobre ela. Ela franziu o cenho, se levantando e caminhando sobre o pequeno tapete branco que cobria o chão da sala. Abriu a porta da varanda e sentiu a brisa quente bater em seus cabelos. A noite estava incrível, perfeita para sair; mas para onde Olivia poderia ir sozinha?

Suspirou e pegou a caixinha branca de cima da mesa. Ao aproximá-la de seu rosto para ver o que era, o título Memphis brilhou sob a luz da lua, incrívelmente convidativo. Ela abriu a caixinha e observou o conteúdo, que estava pela metade. Pegou um dos cigarros entre os dedos médio e indicador e o observou por alguns segundos, colocando a caixinha de volta sobre a mesa. Ela olhou em volta, procurando algo para acendê-lo, mas teve que procurar dentro da casa, frustrada. Quando achou um isqueiro dentro de uma gaveta — uma caixinha retangular e prateada de metal —, desligou a televisão e voltou para a varanda, fechando a porta de vidro e se sentando na cadeira. Ligou seu iPod e, para ironizar o momento, colocou Nicotine para tocar. Enquanto a introdução da música tocava em seus fones de ouvido, observou o cigarro em suas mãos. Tomou coragem para acendê-lo e colocou-o na boca.

A primeira tragada foi desastrosa: em vez de segurar a fumaça por alguns segundos, Lily sugou-a e teve uma crise de tosse. Quando terminou, gemeu, frustrada, mas não desistiu. Voltou a colocar a ponta do tubinho na boca e, desta vez, sugou a fumaça com mais cuidado. Deu certo. Segurou por alguns segundos, encarando os prédios iluminados de Manhattan através da grade de proteção da varanda, e então soltou lentamente a fumaça pelos lábios entreabertos.

Um breve sorriso escapou de seus lábios. A sensação era prazerosa; tanto que logo seu cigarro estava pequeno demais para outra tragada. Ela o apagou e pegou outro. As músicas tocavam uma por uma enquanto Lily fumava. Era sua primeira vez, mas não sabia se gostaria de fazer isso sempre daquele dia em diante. Era uma sensação boa, mas compensava a provável aceleração da morte? Lily não sabia. Mas ela sabia de uma coisa: enquanto fumava, com a brisa quente e confortável da noite batendo contra sua pele e bagunçando seus cabelos, a música soando distante em seus ouvidos, nada mais importava. Seus problemas estavam longe de sua mente. Nico estava longe de sua mente. Aquilo era bom.

Em seu quarto cigarro, por volta da décima segunda música, Lily começou a fechar os olhos. Sem perceber, adormeceu com o cigarro pela metade entre os dedos.

Quando acordou, estava deitada na cama de casal do quarto. Levou um tempo para seus olhos se acostumarem com a claridade do sol que entrava pela janela aberta. Ela se espreguiçou, franzindo ao cenho enquanto tentava se lembrar quando havia voltado para a cama. A última coisa da qual se lembrava era de estar fumando e então...

Seus pensamentos se dissiparam quando seus olhos encontraram a cômoda que ficava disposta ao lado da cama. O abajur estava desligado e, sob ele, uma caixa branca com um copo de café ao lado estavam dispostos. Lily sentou e se arrastou com pressa para a beirada da cama.

Seus olhos se arregalaram quando ela tomou a caixinha branca em mãos. Ela a abriu, e então viu o pequeno retangulo delicado, igual ao de Nico, entretanto, branco. Ela pegou o celular e, com um sorriso no rosto, viu o pequeno pedaço de papel que estava escondido debaixo dele. Deixou a caixinha em cima da mesa e abriu o bilhete.

Me desculpe por ontem. Trouxe o café. Com canela, como você gosta. Volto em trinta minutos.

xx Nico


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Notas finais do capítulo

Gente, eu comecei a betar a fic Jornada De Ouro, escrita pela linda da Lady Meow (é muito gratificante betar sua fic perfeita, Gih!) então eu realmente gostaria que vocês lessem, aqui: http://fanfiction.com.br/historia/437767/Praticamente_Olimpianas_A_Jornada_De_Ouro/
Enfim, espero os reviews ♥



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