Minha Querida Trolha escrita por Paloma Tsui


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Não foi minha intenção demorar, juro, é que estudando o dia inteiro eu nem vejo o tempo passar XD Enjoy ^_^



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Elas desceram ainda de mãos dadas. Era óbvio que todo mundo estava infinitamente aterrorizado, atos de carinho eram necessários. Mas as surpresas naquele lugar pareciam conseguir ficar cada vez mais surpreendentes. Quando Marie e Teresa chegaram lá em baixo Newt estava sentado no chão encostado na parede, com os joelhos dobrados, apoiando o cotovelo nas pernas e com o rosto enterrado nas mãos. Thomas estava sentado do lado direito dele, com uma mão no ombro do garoto como em tentativa de dar qualquer apoio. Minho estava sentado do lado esquerdo de Newt com o braço ao redor dos ombros dele, murmurando qualquer coisa baixo demais para qualquer pessoa além de Newt ouvir.

_ As coisas estão tão confusas – Teresa indagou para ninguém em especial. Marie não disse nada, só observou Newt levantar e se recompor e depois sair porta afora. Minho foi atrás dele, mas antes acenou para elas irem também. Marie soltou a mão de Teresa e correu atrás de Minho, se pondo ao seu lado.

_ O que aconteceu com ele? – Marie perguntou.

_ Ele só esta cansado. Tem muita responsabilidade em cima dele. Ele esta desabando. – A tristeza na voz dele era muito evidente. Marie pensou consigo mesmo que não importava como, ela iria fazer tudo funcionar. As coisas teriam que dar certo. Eles iriam sair dali.

Marie olhou a redor, todo o lugar tomado por uma escuridão estranha. O céu cinza era como se fosse um eterno dia nublado. Mesmo sendo um labirinto maligno, Marie imaginou que o lugar nos seus dias bons poderia ter sido qualquer coisa para se chamar de lar.

_ Queria ter visto esse lugar nos seus dias de glória. Se é que esse lugar teve dias de glória – Marie disse e Minho riu.

_ Estou com tanto medo do que pode ter acontecido lá fora que eu acho que também queria ver esse lugar nos seus dias bons de novo.

_ O que acha que aconteceu?

_ Não sei, mas o mundo lá fora não esta como nas minhas meras lembranças vagas. Eu sei disso. – Ele fez uma longa pausa olhando pro nada com um olhar vazio. Depois de um tempo ele saiu do transe e se virou para Marie. – Você nunca viu, não é?

_ Vi o que? – Marie ficou duvidosa sobre a pergunta. Ela pensou em várias coisas que ela não tinha visto, mas pensou também que Minho não se referia a nenhuma delas.

_ Um Verdugo – Minho respondeu.

_ Ah. Isso. – Marie pensou sobre o tal bicho, e na cabeça dela, havia uma memória da coisa, mas ela sabia que nunca tinha visto verdadeiramente um. – Não, nunca vi. Eu sei o que é, sei como é, mas nunca vi. Isso é muito estranho.

_ Acho que precisa, antes de irmos pro labirinto, hoje à noite.

Marie pensou sobre a proposta. De tudo não era má, mas como supostamente Minho mostraria um Verdugo pra ela? Ele a levaria no labirinto e apontaria para o bicho quando ele aparece? Parecia improvável para Marie. Mas mesmo assim ela foi tomada de curiosidade, queria ver a coisa, e sabia o quanto era perigoso. Isso a fez ter uma pontada de esperança que Minho a mostraria de uma maneira totalmente segura a coisa a ela. Ela só acenou em concordância.

Minho segurou na mão de Marie e começou a andar devagar, como se estivesse aproveitando o momento. Eles foram chegando cada vez mais perto de lugar nenhum. Só estavam se aproximando do muro Oeste. Quando eles estavam próximos o bastante do muro, Minho soltou a mão de Marie e começou e olhar as brechas da hera.

_ Normalmente é o Newt que faz essas coisas – Minho indagou espiando através dos ramos de hera.

_ O loiro dos olhos azuis. Sei. – Marie tentou formar a imagem de Newt na cabeça, não se lembrava de ter falado muito com ele, mas de algum modo parecia que ele lhe era um amigo distante, do qual ela havia tido muitas conversas no passado.

_ Sim, o loiro dos olhos azuis, mas ele deixou você por minha conta, então acho que tenho que te mostrar isso. – Ele fez uma expressão de estranheza sobre como Marie se referiu a Newt. Parecia que ali a aparência era a ultima coisa que eles notavam uns nos outros.

Finalmente Minho achou o que queria. Ele segurou um pouco da hera e á afastou um pouco como se fosse uma cortina. Ele acenou para que ela olhasse para o que quer que tenha lá. Marie chegou mais perto do muro e percebeu que havia alguma coisa diferente. Um retângulo escuro semelhante a vidro colocado como uma janela no muro, mas não era possível abrir. Marie apertou os olhos para tentar ver o que tinha atrás do vidro, mas não estava sendo fácil. Ela se aproximou mais e de subido alguma coisa veio em direção ao vidro se jogando contra ele num baque surdo. Marie só viu um vulto cintilante com mais braços do que olhos com uma forma indefinida, antes de se jogar pra trás com uma violência exagerada, não precisa olhar duas vezes para saber o que era. Ela teria caído de bunda no chão, mas Minho a segurou e colocou de volta em pé. Ela puxou a hera de novo e espreitou mais uma vez a coisa. Era como se o bicho-papão e o monstro do armário tivessem tido um filho, e a coisa era grande, feia e muito amedrontadora.

_ De jeito nenhum – Marie meio que gritou. – Não posso enfrentar aquilo, isso com certeza não acontecerá. – Marie estava definitivamente aterrorizada. Como se todo o medo que ela não tivesse sentido quando chegou, como se todo o desespero típico dos calouros que não se expressou quando ela apareceu, saiu de dentro dela de uma só vez.

_ Hei, calma, ta tudo bem. – Minho a segurou pelos ombros, mas ela se virou e começou a andar em círculos.

Marie sentiu gosto de sangue na boca, e percebeu que o nariz dela estava sangrando, não se lembrava de ter se machucado. Ela se virou pra Minho mais atônita do que desesperada agora.

_ O que esta acontecendo? Por que meu nariz esta sangrando? Eu estou doente? – Lagrimas brotaram dos olhos de Marie, o desespero voltou. – Faz parar.

_ Se você não ficar calma não vai parar. – Minho percebeu o quanto aquilo havia sido uma péssima idéia. Ele não sabia como, mas sabia que tudo aquilo tinha a ver com a calma, se ela se desesperasse nada daria certo.

_ Não posso nem chegar perto de um com um muro enorme e um vidro inquebrável entre nós, imagina sem nada impedindo essa coisa de vir pra cima de mim com todas aquelas garras e aquelas coisas. Vocês podem ir pra lá, mas eu não vou tirar os pés daqui. – Marie estava decidida.

_ O que? Esta maluca? Espera. Você não esta raciocinando direito. Marie, você veio pra cá nos trazer à certeza, lembra? A certeza de que poderíamos passar pelo buraco dos Verdugos e escapar, a certeza de que vamos conseguir e de que vamos para a casa. Não esta sozinha nessa, Marie. Terá a mim. A mim entre você e os Verdugos. – Sem pestanejar Marie saltou nos braços de Minho num grande abraço, sabia que se tivesse ele tudo ficaria bem.

_ Não se separe de mim, nem por um segundo, entendeu? – Minho não respondeu, mas ela sabia que ele tinha consentido.

Quase como em uma passeata ou uma greve. Depois que todos os Encarregados colocaram cada um dos seus “funcionários” para fazer o que supostamente deveriam fazer para a grande noite. Todos entraram em um consenso de que os Encarregados entre todos eram as pessoas que mais precisavam dormir. Então todos foram acomodados em um quarto para descansarem até a noite. Para a felicidade de Marie e Teresa, elas foram mandadas também.

Como se costume, Thomas (que mesmo não sendo encarregado tinha sido mandando também) estava deitado a o lado de Teresa e Minho ao lado de Marie. O sono não estava demorando a chegar a nenhum deles.

_ Hei, sua trolha – Newt chamou se referindo a Marie. Ela se virou para o outro lado, onde ele estava deitado e o encarou.

_ Que foi trolho? – Marie respondeu.

_ Não deveria ser tão corajosa. – Newt se virou de lado e a encarou com seus grandes olhos azuis. Eles estavam deitados do mesmo jeito. Um virado para o outro com a cabeça apoiada sobre a mão e a outra mão segurando o braço. Confrontando os olhares. Marie notou que Newt era de tudo bonito. Que se ele não tivesse que passar tudo que passou em todo o tempo que esteve aqui, ele seria um lindo garoto do colegial, com uma jaqueta do time da escola e uma garota burra ao seu lado. Era um destino feliz. Um destino feliz que ela queria que Newt tivesse. Mas sentiu uma sensação estranha ao olhar pra ele, como se de alguma maneira ele lhe fosse familiar, não era a mesma coisa que ela sentia com Minho, com Newt era como se ela realmente o conhece. A semelhança entre os dois era assustadora, quem os olhasse nunca negaria que os dois eram incrivelmente parecidos.

_ Ela não é. – Minho saiu de lugar nenhum falando. Marie olhou pra trás e o viu apoiado no cotovelo com a cabeça apoiada no próprio ombro sorrindo. Ele estava consideravelmente mais perto. Minho havia saído do que Marie tinha definido como espaço dele e invadido o dela. – Saberia se não a tivesse deixado por minha conta.

_ Se eu estivesse por conta dele, todos saberiam que eu estou aterrorizada. – Marie disse num tom brincalhão, e eles conseguiram sorrir. – Newt. – Marie chamou e ele a encarou. – Somos parecidos.

_ É, eu percebi. Durmam seus trolhos – Newt disse virou para o outro lado e dormiu. Aquilo trouxe paz a Marie. Minho se deitou de costas novamente, mas não se afastou muito. Era a deixa que Marie precisava. Ela se virou pro lado dele e se aproximou um pouco mais de cada vez. Minho a viu se aproximando, e queria a segurança dela para dormir, queria sentir que acordaria e enfrentaria o que quer que fosse, mas que antes a manteria bem por algumas horas. Ele passou o braço pelos ombros dela e ela se deitou no seu peito. Minho nunca se sentiu tão bem. Estava com pessoas que amava. Embora parecesse gay, ele amava boa parte daqueles garotos. E não sabia direito, mas amava um pouquinho Marie. Tinha aquilo guardado em um baú, que só quando ela aparecesse se abriria, e abriu, e agora queria crescer. Minho se sentiu bem. Por um momento quis que aquele momento nunca acabasse.


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Notas finais do capítulo

Esse cap. foi bem meloso, mas como eu disse a fic é bem pra compensar a falta de romance do livro XD XOXO



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