aNormal escrita por ParisMcCurdy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Por favor, leiam aqui! Essa oneshot ficou super horrível, mas paciência. Eu realmente amo escrever seddie e tive que postar porque estou num ápice de emoções pós-decepção-kca. Enfim, terão dois links na fanfic, um é da roupa da Sam e outro é de uma música que eu ouvi e imaginei a cena dos dois - que fique bem claro que vocês podem imaginar a roupa do jeito que quiserem e ouvir a música que quiser, é só uma sugestão para que vocês vejam como eu vi.O motivo da fanfic: não sei se todos vocês sabem, mas iGoodbye iria ser seddie caso não existisse Sam&Cat. Existiu um roteiro alternativo aonde o Freddie levava a Sam ao baile e eles ficavam juntos, mas, esse roteiro foi eliminado quando viram que não teria sentido a Sam deixar Seattle se estava namorando com o Freddie (para quem tem dúvidas, depois eu mando uma foto que foi tirada da Jennette caracterizada com Sam e com um vestido verde). E como eu detesto quando o nosso querido Dan dá uma de troll, resolvi escrever como talvez teria sido o baile. Enfim, obrigada e boa leitura! O COMEÇO DESSE CAPÍTULO EM NEGRITO SÃO MENSAGENS DE TEXTO, PFVR OBRIGADA :)



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“Você sente a minha falta?”
“Que pergunta é essa, nerd?”
“Você sente a minha falta, sim ou não?”
“(...) Talvez. E você?”
“Talvez eu tenha certeza de que eu sinta muita saudade de você”
“E
por que você tá falando isso só agora?”

“Porque acho que eu ainda gosto de você”
“Acha?”
“Não, eu não acho. Eu tenho certeza. Nós precisamos conversar, eu posso ir na sua casa?”
“Eu to num mecânico pegando umas peças pra moto do Spencer. Acho que não vai dar para conversar agora.”
“Você quer ir ao baile comigo, hoje a noite?”
“Eu não curto bailes”
“Uma vez na vida não vai te matar”
“Não é você que vai ter que usar salto mesmo...”
“Só uma vez, Sam!”
“Eu não uso vestidos! Eu não uso saltos! E eu acho que é melhor não ficar revirando essas coisas de passado, sei lá, acho que você e eu não tem mais jeito.”
“Não temos mais jeito?! É sério, Sam? Tudo o que dissemos no elevador simplesmente já era pra você?”
“Exatamente por lembrar do que dissemos no elevador eu prefiro deixar assim. Hoje quando você me perguntou se eu queria voltar com você e quando eu te perguntei a mesma coisa, o que você fez? Simplesmente mudou de assunto. Não quero estragar tudo o que construímos, não quero acabar com esse lance nosso de amizade. Já quase não deu certo uma vez, por que daria agora?”
“(...) Só vai hoje ao baile, tá? Eu vou esperar você às 20h, não precisa usar vestido ou salto.”
“Talvez eu apareça às 21h, talvez eu passe a noite comendo frango frito e assistindo Friends. Não me espere, nerd, você me conhece.”
“Se você realmente gosta de mim, não pode deixar que tudo acabe por um comentário que nem foi para nós. Por favor, apareça, só isso que eu te peço ou eu nunca mais vou falar com você sobre nós. Se você não for, eu desisto de nós, Sam, e dessa vez eu não vou voltar atrás.”

– Ela não vem, Freddie – Carly disse ao meu lado com uma voz um pouco mais triste que o normal, enquanto eu permanecia olhando para a porta do grande salão. É a quarta ou quinta vez que eu ouço eles falando que ela não vem, mas eu sei que ela vem. Ela tem que vir – Eu e o meu pai estamos indo embora, você quer carona?

– Não, tudo bem, vou ficar mais um pouco – Olhei para ela e tentei lançar um sorriso, não sei bem se funcionou. Eu senti vontade de sair correndo quando notei que a expressão em seu rosto era de dó.

– Mas, Freddie, todos já estão indo embora, até mesmo o DJ e-

– Tudo bem, Carly, eu vou ficar mais um pouco – Repeti e apertei meus lábios, esperando que ela entendesse que eu não poderia simplesmente dar meu braço a torcer e sair dali como se eu tivesse ficado plantado por horas só esperando que ela aparecesse, mesmo que tenha sido exatamente isso que aconteceu.

Ela concordou com a cabeça e lambeu os lábios, provavelmente iria dizer mais alguma coisa, porém, ela apenas concordou novamente e pegou sua bolsa em cima da mesa. O Coronel Shay acenou para mim com a cabeça e eu fiz o mesmo, minutos depois eu estava sozinho naquela mesa.

Carly tinha conseguido mais alguns convites para o Baile de Pai e Filha. Gibby veio com a Tasha, Spencer ainda está morrendo com a gripe no apartamento e eu... Eu não queria vir exatamente com a minha mãe ou sozinho. Eu só queria uma pessoa e por isso que eu convidei a Sam..

Ela disse que talvez viria. Ela disse que talvez estaria aqui há quatro horas. Ela disse que não iria usar vestido e nem salto, mas eu sei que ela estaria aqui para curtir com a cara dos outros.

Afundei minhas mãos dentro do bolso daquela calça social e suspirei pesadamente.

Eu sei que eu e ela terminamos. Mas, cara, eu não consigo ficar longe dela. É como um imã que me atrai quando eu deveria me afastar. É automático e eu não consigo controlar todas as sensações dentro de mim quando ela sorri na minha direção ou me toca, mesmo que não seja uma carícia.

Olhei no relógio. 01h43. Eu estava errado quando disse que ainda tinham alguns convidados aqui: na verdade, estou sozinho com alguns funcionários que já estão arrumando as mesas. O DJ está passando o som pra ver se seus equipamentos ainda estão funcionando e testando a iluminação, provavelmente vendo se nada foi danificado.

E eu estou sozinho, parado, olhando para o meio do salão; quando tudo o que eu queria era estar ali com ela.

– Com licença, senhor – Eu olhei para uma mulher de aparência latina que encostou-se ao lado da mesa – Eu preciso recolher os talheres e logo o clube irá fechar.

– Me dê dois minutos, sim? – Pedi para ela e, puta que pariu, eu devo estar com uma cara de bunda mesmo. Ela só concordou e me lançou aquele mesmo olhar da Carly, aquele olhar de “não fica assim” e se retirou da mesa.

Abaixei minha cabeça entre os meus braços, escondendo o meu rosto.

Era talvez o décimo suspiro que eu soltava. Já tinha dito que ia esperar “só mais dez minutos” desde as dez e meia da noite e durante todos esses “dez minutos”, ela não tinha aparecido, nem respondido minhas ligações e nem mandado uma mensagem.

Ela era Sam Puckett, a garota que ficou com um cara de uma boyband famosa. Quem era eu perto dele? Quem era eu depois dela ter beijado ele no mesmo elevador em que eu disse que a amava?

Obviamente, eu significava menos do que eu imaginava para ela não ter vindo hoje.

É, Freddie, sem se martirizar mais. Ela não vem e você sabe disso desde as dez horas.

Mordi mais uma vez a parte interna da minha bochecha, dei uma última olhada no palco onde o DJ permanecia e abaixei minha cabeça mais uma vez, só por mais uns minutos, eu preciso aceitar de que acabou e que só eu fiquei para trás. Cara, como ela pode simplesmente jogar tudo o que tivemos no lixo? Foi tão ruim para ela que era melhor simplesmente esquecer? Eu sou o único que continuei sentido tudo que eu sentia por ela durante todo esse tempo que estamos separados?

Eu vou esquecê-la. Arrumar outra namorada, continuar me focando nos estudos, conseguir um bom emprego, afinal, quem precisa daquela comilona? Quem é que precisa do demônio loiro? Quem é que precisa de alguém do seu lado tornando sua vida um inferno vinte e quatro horas por dia?

Se você pensou “o Freddie”, você acertou.

Eu preciso dela para tornar meu dia bom em apenas tentar torná-lo um inferno. A verdade é que eu ainda a amo e, cara, eu não consigo passar mais tempo longe dela do que passei nesses últimos meses. Eu só quero que ela esteja do meu lado me chamando de “bebê”, rindo da minha cara e qualquer outra coisa, eu só quero beijar ela quantas vezes eu puder e... Eu só queria que ela tivesse vindo.

POV – Terceira Pessoa

Freddie estava com a cabeça entre os braços, apoiado na mesa e com os olhos escondidos. Preso em seus próprios pensamentos, tudo o que ele conseguia imaginar é no quanto era iludido e em como queria poder voltar no tempo e mudar quando decidiu terminar com Sam no elevador.

Ele ouviu um barulho de salto alto próximo a ele e depois ouviu o ruído da cadeira ao seu lado ser afastada.

– Olha, eu já te pedi só mais dois minutos, eu já vou embora... – Grunhiu ele levantando a cabeça para a suposta latina que viria pedir para ele ir embora, mais uma vez.

Sua surpresa quando descobriu que seu pai tinha morrido não foi maior do que a surpresa que teve quando se deparou com Samantha Puckett na sua frente, mordendo o lábio inferior e um pouco constrangida, com o vestígio de uma risada em seu rosto.

Ele simplesmente não conseguia acreditar no que estava olhando – ele tinha certeza de que era uma ilusão – e não conseguiu se mover por alguns segundos, parado com os lábios entreabertos e sem conseguir dizer qualquer palavra que fosse.

– Você me concede essa dança? – Ele a ouviu dizer.

Finalmente, ele saiu do transe e piscou várias vezes para ter certeza de que ele não estava vendo uma miragem.

Era ela. Samantha Puckett estava na sua frente, usando um vestido verde e salto alto e sorrindo em sua direção, com a mão estendida.

– Quê dança? – Perguntou ele um pouco atônito com a presença dela.

Então Sam revirou os olhos e o puxou pela mão com mais força do que necessária (não que ela precisasse de muita para tirá-lo da cadeira), arrastando-o até o centro do salão que ainda estava com meia-luz.

Sam olhou na direção do DJ que olhava para eles e levantou o polegar, logo depois Freddie viu o DJ assentindo para ela, o deixando ainda mais confuso.

Uma música suave emanou de alguma caixa de som que Freddie não conseguiu localizar. Automaticamente, ele passou as mãos pela cintura dela e a puxou para mais perto, colando os dois corpos o quanto era possível para uma dança.

Ela passou o braço pelo pescoço dele e descansou a cabeça na curvatura do seu pescoço.

Ele abaixou o olhar para poder vê-la de cima. Seus cachos mais volumosos e penteados, seu rosto sereno e sua expressão de tranquilidade.

Freddie, observando Sam descansar em seu pescoço, havia chegado à conclusão de que o que ele sentia por Sam talvez não tivesse sido passageiro. Ah, não, disso ele tinha certeza: ele sabia que pra sempre se lembraria dela. Porque ele sempre se lembraria do seu primeiro beijo, do seu primeiro soco no nariz, da primeira e única vez que amou uma garota... Ele sempre se lembraria dela e, mesmo que tentasse se esquecer, era só olhar para o céu que conseguia enxergar os olhos de Sam. Ela era inesquecível, em todos os aspectos. No amor e na dor.

Ela era a garota que sabia concertar uma moto e que, quando estava com raiva, socava mais forte que o Rocky Balboa. A garota que podia ser seu pior pesadelo, mas que facilmente entrava em um dos seus mais surreais sonhos. Sam conseguia levar Freddie do inferno ao céu em poucos segundos, ás vezes sem fazer muitas coisas para contribuir com isso.

– Eu pensei que você não vinha – Sussurrou ele.

– Eu pensei que eu não gostava mais de você – Ela sussurrou e pareceu estar falando consigo mesma, rebatendo algum pensamento.

Ela ergueu a cabeça e passou a fitá-lo diretamente nos olhos, sentindo todo magnetismo entre eles subir a níveis inimagináveis.

Freddie usava seu habitual topete milimetricamente no lugar e olhava para ela com uma expressão séria, como se quisesse gravar cada segundo em sua memória. Ele trajava um smoking liso, com uma gravata-borboleta preta e, céus, como a Sam amava quando ele se vestida dessa maneira.

Desde que Sam se descobriu apaixonada por ele e até na época em que namoraram, ela havia aprendido a apreciar cada pequeno detalhe presente nele. A cor de chocolate que os seus olhos tinham, o topete que parecia milimetricamente arrumado todos os dias, as sobrancelhas que acompanhavam cada expressão em seu rosto, as bochechas gordinhas, os ombros largos, o sorriso de lado malicioso, o sorriso espontâneo, o sorriso confortante, o sorriso de felicidade... Ela decorou todos os sorrisos e todos os detalhes presentes nele, desde sua preferência pelos ovos mexidos no café da manhã até seu olhar de carisma. Ela sabia de tudo. O ponto fraco dele do lado esquerdo da sua nuca, como ele adorava quando Sam acariciava seus ombros, como ele gostava quando ela assistia Guerra nas Galáxias com ele, como ele tinha sido extremamente cuidadoso e preocupado na primeira vez deles, mas como foi extremamente ansioso e sexy nas outras. Se lembrava das risadas que deu ao lado dele, das vezes em que eles saíram escondidos da Senhora Benson, da vez em que fugiram de convidar a Carly pro cinema. Dos beijos que ele roubava dela, do modo como gostava de escovar seu cabelo, como olhava pra ela enquanto ela falava, como sempre era o primeiro a pedir desculpa depois de uma briga, como tocava seu corpo como se estivesse tentado a decorar cada parte visível... Sam passou os últimos meses procurando guardar esses pensamentos no fundo da sua memória, trancando-as com o “eu te amo” que havia trocado há meses, tentando evitar as lembranças que pareciam invadir todo o seu corpo quando “Freddie Benson” estava presente.

– Por que mandou mensagem hoje? – Murmurou ela, tentando esvaziar seus pensamentos que agora pareciam agitados em lembranças do tempo em que ela namorou com ele.

Os dois continuavam no dois para lá, dois para cá.

Freddie deu de ombros e apertou ainda mais os braços na cintura de Sam, como se ele evitasse que ela fosse escapar dali. Como se ele tentasse evitar que ela tivesse qualquer chance de escapar dele.

– Senti saudade – Respondeu, vacilando o olhar entre as próprias mãos e ela.

– Do quê?

– De você – Admitiu Freddie olhando para baixo um pouco constrangido e depois erguendo o olhar, com um sorriso de lado para ela.

Um pequeno sorriso de felicidade.

Freddie então respirou fundo e voltou a olhá-la nos olhos daquela maneira séria.

– Eu não sei, só senti saudades – Disse ele e depois ergueu as sobrancelhas – Lembra quando eu e você brigamos de madrugada e acordamos a Carly pra resolver?

Isso arrancou um riso de Sam, que maneou com a cabeça.

– Ela tava com aquele negócio na cara pra ela não roncar – Disse Sam e Freddie riu.

– Aquilo era ridículo – Disse ele balançando a cabeça negativamente – E ela só voltou a dormir enquanto a gente brigava na cama dela.

– Ela nem deve lembrar isso – Freddie concordou – Você lembra o motivo de termos brigado?

Freddie mordeu a parte interna das bochechas e fez um bico que causou sensações estranhas em Sam. Ela simplesmente era apaixonada pela cara que ele fazia quando estava pensando. O olhar um pouco perdido, as sobrancelhas unidas, os lábios apertados e... Ela queria beijá-lo toda vez que ele fazia aquela expressão.

– Eu não faço ideia – Ele deu de ombros – E daquela vez em que o T-Bo queria cobrar 36 dólares pelo copo da vitamina?

– E você, pão duro como é, não quis comprar! Você sempre teve um escorpião na carteira, né? – Sam disse revirando os olhos.

– Depois eu comprei uma peça de presunto inteira pra você! – Freddie disse rindo, nem um pouco ofendido pelo comentário anterior.

– Uau, o escorpião Benson morreu de fome! – Zombou Sam e dessa vez Freddie revirou os olhos, mas não conseguiu evitar uma risada – Você se lembra de quando a sua mãe perseguiu a gente no cinema e tivemos que fugir?

– Oh, sim, eu lembro quando você atacou meu celular num cara dentro do barco! Foi o que? O sétimo ou oitavo celular meu que você quebrava – Freddie suspirou pesadamente, arrancando uma gargalhada de Sam.

– Ele cantava muito mal! Alguém tinha que atacar alguma coisa nele e o seu celular estava perigosamente perto – Contou ela rindo e Freddie riu junto.

Os dois riram por um momento, dançando sozinhos no salão e sem se importar se ele já iria fechar ou se tinham pessoas ali recolhendo os talheres e olhando de soslaio para os dois, achando-os extremamente estranhos.

Quando Sam procurou o olhar de Freddie, encontrou-o sobre ela e a expressão do garoto era séria e serena. Ela parou de rir completamente e adotou a mesma expressão dele, sentindo aquele olhar que só ele era capaz de dar: o olhar que parecia que ele estava vendo a sua alma. O olhar que ele lhe deu segundos antes de beijá-la no Águas Turbulentas, o olhar que lançou a ela na escada de incêndio depois do primeiro beijo, o olhar enquanto esperava a resposta do “eu te amo”.

O olhar que era capaz de derreter Sam completamente.

Ele a observava minuciosamente, procurando preencher sua memória com detalhes da sua pequena Sammy. Ela tinha se maquiado pouco, não que isso fosse necessário: com um mínimo de maquiagem, ela já ficava irremediavelmente bonita. Usava um vestido com alças soltas e o vestido era todo da cor verde, dando uma aparecia quase sublime ao mesclar com os cachos louros que estavam jogados no ombro.

– Posso te fazer uma pergunta? – Sam ouviu-se dizer e Freddie concordou com a cabeça com um olhar curioso. Ela respirou fundo e mordeu o lábio inferior, evitando olhar nos olhos dele – Você... Sabe, hum, ainda gosta da Carly?

Freddie franziu o cenho e ponderou a cabeça para o lado, agora mais confuso do que antes.

– Por que você acha isso?

– É que – Sam sentiu que estava respirando fundo pela milésima vez em menos de cinco minutos – Lembra daquela vez que o Gibby abriu um restaurante na escola? – ele maneou com a cabeça – Você perguntou pra Carly se ainda era tarde pra ela te amar e eu achei que... Ah, você sabe.

– Então foi por isso que você me perguntou aquele dia se eu ainda gostava dela? – Freddie questionou com a sombra de um sorriso em seu rosto e Sam concordou, agora mais do que tudo evitando os olhos dele – Eu não gosto mais dela desde o dia em que eu terminei aquele “rolo” que a gente tinha criado quando eu salvei a vida dela. Eu nem sei se um dia eu gostei dela de verdade, acho que era só aquela coisa de “é a primeira garota que fala comigo, acho que gosto dela”.

Sam não conseguia explicar o que tinha sentido quando ele declarou aquilo. Desde o dia em que a Carly contou que o Freddie ainda tinha esperanças, ela havia se auto torturado imaginando Freddie apaixonado pela amiga. E agora ela sabia disso porque ela acreditava nele, porque os olhos dele diziam isso.

– Então, se você não gostava dela, por que perguntou se ainda era tarde pra ela te amar? – Não conseguindo conter a sua língua, lá estava Sam questionando-o mais uma vez.

Freddie riu pelo nariz e dessa vez, foi ele quem desviou o olhar. Respirou fundo e abriu a boca para falar mais de uma vez, parecia um pouco constrangido com alguma coisa e ficou em silencio por um tempo.

– Lembra quando aquela banda apareceu no iCarly, o One Direction? – Perguntou Freddie olhando para todos os cantos, menos para Sam.

– Sim, o que tem?

– Eu meio que... Você ficou com um daqueles carinhas no elevador e eu... Fiquei com ciúmes. Queria te dar o troco, mas nem pensei direito no que eu ia fazer, eu só queria te mostrar que eu também posso ficar com outras pessoas, mas isso não quer dizer que eu queria ficar com a Carly ou-

Você ficou com ciúme de mim? – Perguntou Sam interrompendo-o.

Freddie finalmente olhou para ela. Ele estava com a bochecha corada e com o olhar suave, um pouco constrangido.

– Sim – Suspirou ele – E você... Ficou com ele no mesmo elevador em que eu disse que te amava.

Sam não conseguiu esconder seu sorriso. Freddie não gostava da Carly – ele sentia ciúme da Sam. Ele tinha ficado com ciúmes quando ela “ficou” com o Zayn no elevador e o olhar dele era de dor, mas, mesmo assim, ela não conseguia esconder o sorriso. Porque no dia em que ela perguntou se ele ainda gostava da Carly, naquele mesmo dia, ela chorou por ele. Ela se sentiu estupidamente ridícula por ainda ser apaixonada por ele (como se sentiu ridícula por gostar dele quando presenciou os dois dançando juntos no Groovy Smoothie). E agora ela tinha descoberto que tudo aquilo tinha acontecido só porque ele estava com ciúmes.

E essa era a primeira vez em que ele falava sobre o dia do elevador. Sam sentiu um formigamento estranho no seu estomago. Ela não conseguia definir o quanto era apaixonada por ele, mesmo que inconscientemente, tudo o que ela fazia refletia no quanto ela o amava. Era como se cada partícula do seu corpo clamasse por Freddie, aceitando-o como a outra metade que faltava.

Novamente, ela deitou a cabeça no pescoço dele, inalando o perfume que ela tanto gostava, que ela tanto sentia falta.

– Você ficou até tarde fora de casa... Só me esperando, sem ter certeza de que eu viria? – Murmurou ela contra o pescoço dele e notou o arrepio que ele tentou esconder.

– Eu faria qualquer coisa para ter você comigo, de novo – Sussurrou ele no pé do ouvido da Sam, causando-lhe batimentos cardíacos mais acelerados do que estiveram durante toda sua vida.

– Você nunca faria isso antes – Ela disse – Em que momento você ficou tão anormal?

Ele riu pelo nariz.

– Eu também não esperava ver você de vestido e salto alto – Ele contrapôs – Desde quando você é tão normal?

Sam levantou a cabeça do pescoço dele e Freddie parecia ter se lembrado da mesma coisa que ela, do dia no elevador em que eles trocaram sua última jura de amor e, em promessa silenciosa, disseram que aquele não era o fim.

Bastava um ficar mais anormal e o outro... Mais normal.

Freddie se pegou olhando para os lábios dela e não sabe exatamente quem tomou a iniciativa, ele só entendeu que segundos depois seus lábios estavam esmagados ao dela furiosamente.

Os dois moviam seus lábios com perfeita sincronia e devoção, causando sensações já conhecidas e, mesmo assim, eles saboreavam um o sabor do outro como se fosse a primeira vez. Tudo estava ali: o amor, o carinho, a ansiedade, a saudade.

Ele, finalmente, havia se lembrado do significado da palavra “completo”.

Sam não entendia como tinha tentado escapar desse sentimento – não tinha como fugir. Ele esteve lá e ele sempre estaria lá. Ela nunca havia deixado de amar o Benson e meses se passaram, ela continuava completamente apaixonada por ele.

Era uma paixão que passava das barreiras conhecidas por ela. Ela era apaixonada por cada mínimo detalhe existente nele, apaixonada por todos os sorrisos, todos os olhares, as expressões, os gestos, apaixonada pela sua voz quando sussurrava em seu ouvido, apaixonada pela beleza que ele tinha dentro dele.

Samantha Puckett era e ainda é completamente apaixonada pelo nerd tão completamente diferente dela.

Os lábios dos dois se separaram e lentamente Freddie abriu os olhos, sorrindo com a visão mais bonita do que ele poderia desejar: a visão dos olhos de Sam fitando-o, com um sorriso tão sincero como o dele.

– Eu te amo, Sam – Confessou ele com um sorriso de lado, dizendo pela segunda vez o que jurou que não diria para outra garrota a não ser ela.

– Eu não aguento mais – Sussurrou ela com o olhar vacilante.

– O quê? – Um misto de curiosidade e desespero se espalhou na expressão dele.

– Ficar longe de você, nerd – Sussurrou um pouco angustiada e segurou o rosto dele com as duas mãos, fitando a imensidão dos olhos castanhos que tinha a sua frente – Cara, eu sinto saudade de te socar e me desculpar te beijando. Eu não aguento mais tentar fazer nossa amizade dar certo e sufocar o amor que eu tenho por você. Eu sou toda errada, toda imperfeita, mas eu te amo.

O sorriso no rosto de Freddie tinha se tornado aquele sorriso que Sam tanto amava. O sorriso de felicidade. E seus olhos a olhavam do mesmo jeito que estavam quando eles se beijaram pela primeira vez e como estavam quando ele disse que a amava.

Freddie a puxou num abraço que acabou com qualquer distancia entre eles, enquanto Sam mais uma vez deitava em seu ombro e passava os braços em seu pescoço.

Os dois ficaram em silencio, apreciando o som ao fundo e não se importando com alguns funcionários do Buffett que os olhavam.

O silêncio não incomodou, pelo contrário: algumas pessoas encontram conforto apenas por estarem juntas, e Freddie e Sam nunca precisaram de muitas palavras ou motivos para se sentirem bem um ao lado do outro.

– Você quer voltar? – Perguntou ela, ainda com o rosto escondido no ombro dele.

– Eu quero recomeçar – Respondeu ele, afagando o cabelo dela – Não me importo de você quebrar meus celulares, me socar e tudo mais, desde que você esteja comigo. Só isso que eu quero.

– Awn, bebê – Sam disse afinando a voz e roubando um selinho rápido dele, voltando a abraçá-lo.

Era algo que ela não sentia há meses, desde que terminara com Freddie. Aquela sensação que esquentava seu corpo, não só de forma carnal, mas de forma amorosa. Ela se sentia bem, confortável e sentia algo se aquecer dentro dela, como se Freddie fosse sua calefação pessoal. Ele era o único que conseguia causar essas sensações estranhas e completamente agradáveis.

– Posso te contar um segredo? – Ela sussurrou no ouvido dele.

– Pode – Ele respondeu, também no ouvido dela.

– Eu nunca fiquei com o Zayn – Admitiu ela ainda aos sussurros – Eu só fiz aquilo pra você ver que a Mamma aqui pode ter quem eu quiser, mas que eu só quero ter você.

Sam não soube em que momento que aquilo aconteceu: ela só percebeu o que estava acontecendo quando sentiu Freddie esmagar sua cintura num abraço tão apertando que a tirou do chão e fizeram com quê os dois bambeassem.

– Freddie! Seu louco! Para! – Sam disse aos risos enquanto ele andava pelo salão com ela no colo – Freddie! O que você vai fazer?!

O olhar dele era intenso e sua íris tinha escurecido.

– Você está muito bonita com esse vestido – Disse ele enquanto a levava até a saída do salão, ela gargalhava em seu colo e os poucos funcionários do Buffet pareciam não entender nada – Mas, porra, você não ficou com o Zayn!

– E daí? – Sam, mesmo rindo, estava confusa e adorava a sensação de ser carregada pelos braços de Freddie.

E daí? – Ele franziu a sobrancelha para ela como se ela tivesse deixado escapar o óbvio – E daí que se só eu posso ter você, eu vou ter você hoje a noite sem esse vestido.

Sam mordeu o lábio inferior um pouco constrangida e, ela tinha de admitir, ela já se sentia excitada só com esse tom de voz de Freddie. Então, ele acabou com todos os vestígios de sanidade dela: ele sorriu de lado para ela, ah, o sorriso malicioso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim, né hahahah Essa oneshot é dedicada às minhas amoras, bryaandra pra sempre ♥