Yellow escrita por Rock Queen


Capítulo 1
Starting on the left foot


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Hehehe, que saudades de escrever. Resolvi voltar com Tratie, de presente pra quem me incentivou a voltar, a linda Jo (Jojo Almeida aqui no Nyah!). Bem, espero que gostem do primeiro capítulo! Ah, a Katie tem 18 anos e o Travis tem 19, só pra contextualizar.



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Nervosismo sempre foi a pior de suas características, ficando na frente de sua desorganização e preguiça extrema. A performance de Katie Gardner em situações de pressão conseguiam ser piores do que a bagunça em seu quarto (uma mistura de livros com restos de comida, e restos de comida com roupas, e roupas com documentos importantes...) e do que seu ócio no final de semana. Mesmo assim, superando todas as expectativas, depois de uma série de situações que envolviam tanta pressão que ela nem gostava de lembrar, lá estava ela: passando pelos portões da universidade Columbia, equilibrando sua mochila surrada no ombro e tentando não tropeçar nos próprios pés e causar uma cena, o que era bem típico dela.

Ninguém esperava que ela conseguisse, de verdade. Apesar de Katie ser a mais inteligente e mais dedicada entre todos os adolescentes de sua família (e ela tinha uma quantidade avantajada de parentes da mesma idade), o nervosismo acabava com ela, sempre a fazendo ter resultados péssimos em provas e chegar perto de repetir algumas vezes. Sua própria mãe, Deméter Atwood, uma famosa paisagista e muito exigente com sua filha, não acreditava muito no potencial de Katie. Muito menos que ela conseguiria chegar numa das oito melhores faculdades do país.

E chegar atrasada, diga-se de passagem, porque pontualidade também não era sua melhor característica. Corria pelo campus feito uma louca, atraindo alguns olhares curiosos de seus novos colegas estudante, enquanto os esquadros e réguas em sua mochila chocavam-se uns contra os outros provocando um barulho peculiar. Depois de correr o similar a uma maratona para alguém tão sedentário quanto Katie, chegou ao anfiteatro aonde os calouros estavam sendo recebidos.

Nunca havia estudado em escolas muito grandes. Na verdade, estudara grande parte de sua vida em uma mesma escola de um tamanho razoável, que nem se comparava ao tamanho do anfiteatro de Columbia. Katie piscou algumas vezes ao chegar na entrada. Apesar de ser magrela e ter uma estatura pequena, era alta o suficiente para poder enxergar sobre alguns ombros de outros atrasados que viam a palestra de boas vindas da porta do anfiteatro também.

E a visão a sua frente era quase que gloriosa, e se distraiu grande parte do que era pra ser uma palestra de boas vindas, com a estrutura do anfiteatro. Francamente, ela era uma caloura de Arquitetura e Urbanismo, era sua obrigação notar essas coisas. Logo, o reitor e o vice-reitor já haviam saído do palco e agora alguém dava algumas instruções que ela já havia perdido grande parte.

- O que é que vai acontecer agora? – Perguntou retórica, mais para si mesma do que para quem estivesse a sua volta.

- Parece que cada veterano recebeu um calouro pra orientar, ou algo assim. Acho que vamos conhecer os nossos agora no pátio – Alguém a seu lado, apertado entre outras pessoas, respondeu e Katie virou-se para agradecer rapidamente.

Era uma garota, mais baixa que Katie e com um sorriso enorme no rosto. Ponderou se a garota tinha algum tipo de distúrbio, ninguém era tão feliz assim de manhã. Mas antes que ela pudesse tirar suas conclusões sobre isso, a garota já empurrava as pessoas com os cotovelos e se aproximava de Katie com aquele enorme sorriso.

- Sou Liz, caloura de Direito – A garota se apresentou, enquanto a multidão as empurrava para fora do anfiteatro – E você?

- Katie. Caloura de Arquitetura – Respondeu, tentando ser um pouco mais simpática do que parecia. Liz, apesar do distúrbio que a fazia sorrir de manhã e toda aquela animação que faltava em Katie, parecia ser uma boa pessoa. E desse vez, ela não podia ser dar ao luxo de se virar sozinha, já que a universidade era bem diferente de sua escola.

Quando finalmente saíram da massa de pessoas e chegaram ao pátio, algumas pessoas já haviam encontrado seus orientadores, enquanto isso outros veteranos tinham cartazes com nomes de calouros, ou apenas gritavam seus nomes por aí. Procurou avidamente seu nome em algum cartaz e manteve-se atenta para chamados, mas nem sinal do orientador de Katie.

Se distraiu rapidamente (outro defeito seu) pensando nas possibilidades de quem poderia orientá-la. Podia ser um veterano de seu curso, brilhante, que a ajudaria com seus desenhos e esquemas, e quem sabe ambos não projetariam um lindo prédio juntos. Ou poderia ser uma estudante de matemática que a ajudaria com seus cálculos, e elas quem sabe se tornariam boas amigas depois disso. Talvez um estudante de direito que contasse um pouco de seu curso pra ela e até a deixasse assistir uma aula um dia!

E quase teve um ataque do coração quando ouviu seu nome ser chamado. Porque, quando vasculhou o pátio, a procura de quem gritava seu nome, não deparou-se com uma estudante de matemática organizada, ou um futuro arquiteto responsável. Deparou-se com um garoto com cara de ressaca, trajando um moletom vermelho e uma calça jeans e ela preferiu nem falar nada sobre o par de all stars imundo dele.

- Eu, sou eu! – Respondeu, quando percebeu que ele ainda gritava o nome dela como se Columbia fosse uma feira.

- Oh, meu Deus! Seu orientador é gato! Me conta tudo depois! – Liz sussurrou para Katie, dando pulinhos animados, antes de sair dali para deixá-la sozinha com o veterano que vinha em sua direção. Logo, o garoto já estava na sua frente e tudo que ela pôde fazer foi sorrir e acenar, sem graça.

- Katie Gardner – Ele repetiu mais uma vez, para confirmar e ela assentiu – Bem, florzinha, eu sou Travis, Travis Stoll, terceiro ano de Publicidade. E você, caloura de Arquitetura. Engraçado, sempre tem uma maluca o suficiente – Travis disse, sorrindo com seus trinta e dois dentes brilhantes que ela quis arrancar da boca dele.

- O que é que você quis dizer com isso? – Perguntou, levantando as sobrancelhas - E meu nome é Katie. Não florzinha.

- Bem florzinha, sabe como é, garotas e números não combinam muito. Só malucas pra gostar e...

- Isso foi um argumento machista e idiota, Travis.

- Wow, Kit Kat, fica calma aí – Ele levantou as mãos no ar, como se rendesse e ela fosse uma louca. Katie estava indignada. É lógico que ela não era louca, ele que era. Que tipo de cara, um orientador ainda por cima, dizia que ela era maluca por escolher um curso com cálculos e justificava isso com argumento machista? Sem contar que já era o segundo apelido que ele inventava em menos de quinze minutos de conversa – Eu não quis ofender, nem nada. Você é séria demais.

- Você nem me conhece! – Katie defendeu-se, cruzando os braços. Não podia acreditar que estava discutindo com um garoto que havia acabado de conhecer. Ela nunca foi a pessoa mais calma do mundo, mas não era de seu feitio reservado arrumar inimizades (principalmente com quem deveria orientá-la!) em seu primeiro dia na universidade – Quer saber, esquece. Só oriente logo.

- Certo – Ele sorriu convencido como se tivesse ganhado aquela briga, e alcançou um papel no bolso do agasalho vermelho – Bem... No meu roteiro, diz que hoje eu tenho que te contar sobre minha experiência em Columbia. Bem, é bacana. Muitas festas, muita tarefa, pouco tempo, mas com muito café você supera – O olhar de Travis desviou para um papel que ele segurava, e logo ele começou a ler – Essa foi uma ótima experiência. Espero que em nossos próximos encontros eu seja capaz de ajudar ainda mais. Bem, é isso aí, Kit Kat, seja bem vinda, e use camisinha.

E tão rápido quanto apareceu, Travis Stoll, seu orientador, foi embora sem orientar absolutamente nada.

x-x

Tudo aquilo começou quando Travis precisava de créditos extra. Na verdade, tudo aquilo começou quanto a maioria dos estudantes veteranos precisavam de créditos extra. Como se não bastassem as longas aulas, e as palestras, e as eletivas, uma enorme quantidade precisava de ainda mais créditos. E foi assim que o reitor da universidade resolveu utilizar-se disso e propor que eles ganhassem uma parcela de créditos se orientassem calouros. E não é que ele tivesse um problema em ajudar pessoas, de forma alguma. Travis Stoll era uma das pessoas mais solícitas do universo, se alguém precisava de ajuda, ele era o primeiro a se prontificar.

Mas ele já tinha seus próprios problemas, e não eram poucos. Publicidade vinha junto com administração, economia, análise de riscos e outras aulas que às vezes ele nem sabia como conseguia assistir. Então a ideia de ser orientador de algum calouro perdido não era a melhor coisa do mundo pra ele.

- Como foi? – Seu amigo Percy perguntou, assim que ele chegou ao Joe’s, o bar onde passavam a maior parte do tempo desde que haviam ingressado na universidade. Junto com Percy, estavam Charles Beckendorf, Silena Beauregard, Annabeth Chase e Thalia Grace, parte da turma que sempre andava junta.

- Maluca – Travis disse, dando de ombros, e sentando-se ao lado de Percy na cadeira vazia.

- Não pode ter sido tão ruim assim – Charlie riu, parando de se agarrar com Silena por um instante. Antes de dar um gole em sua cerveja, continuou dizendo – Quero dizer, já fomos calouros um dia.

- Ela faz Arquitetura. É uma garota– Stoll explicou, enfasando o fato de que era uma garota – Me digam uma garota que curse uma coisa dessas e seja normal. Sem ofensas, Annie.

- Já ofendeu, mané – Annabeth rolou os olhos.

A questão era que Travis trabalhava com estatísticas, e estatisticamente falando, das 8 garotas que cursavam Arquitetura com que ele saiu, as 8 eram loucas.

A primeira, quando ele ainda estava no ensino médio, dormiu na porta da casa dele quando o namoro acabou. A segunda, que conhecera na primeira festa da faculdade, antes do terceiro encontro já estava planejando o nome dos filhos deles. A terceira era ninfomaníaca (o que inicialmente não foi um problema, até que ela invadiu a aula de Economia de Travis gritando que queria agasalhar a cobra dele, ou algo do tipo), a quarta era super ciumenta, a quinta era mais lerda que Percy (uma meta a ser adquirida com muito esforço), a sexta parecia normal... Até que Travis descobriu que ela tinha um santuário para ele dentro do armário. A sétima era ligeiramente violenta, e a oitava não saía de casa porque achava que o capitalismo do mundo a emburreceria. Sempre que ele contava sobre sua teoria para seus amigos, eles tentavam apresentar outros fatores que poderiam justificar a loucura das garotas (e justificar a loucura de Travis), mas para ele... O problema era o curso, e fim.

A exceção a regra era Annabeth, mas às vezes ele sinceramente achava que ela era maluca também, afinal, ser namorada de Percy era uma tarefa só para malucas mesmo.

Mas a tal Katie não parecia ser um exceção a regra da loucura de seu curso. Kit Kat, como ele havia batizado, seria a louca estressada e seria um prazer para ele deixá-la mais estressada ainda. Havia algo naquela garota (talvez o fato de que ele não demorou mais de dez minutos para conseguir irritá-la), algo que o fazia querer tirá-la do sério constantemente. Travis era assim. Ninguém tirava seu bom humor, mas ele era capaz de tirar o bom humor de qualquer um.

- Bem galera, eu já vou indo – Percy disse, levantando-se da cadeira. Deu um beijo rápido em Annabeth e voltou a falar – E Travis, você vem comigo. Temos que falar com Will sobre a festa, pra ver o que comprar.

Oh, droga. Como se precisasse de mais problemas, tinha esquecido que ficara responsável de comprar as comidas e bebidas pra festa de início de ano. Acenou para os amigos, e saiu bar a fora. Pra variar, seria uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

Yay, o que acharam? *o* Apesar de a história ser majoritariamente Tratie, também veremos Percabeth, Charlena e outros casais também. Próximo capítulo o Connor já aparece!
E que tal deixar um review, só dizendo o que achou desse primeiro capítulo? Vou ficar muito feliz ♥
Beijos e até a próxima postagem. s2



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