Sangue Do Meu Sangue escrita por Belle


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei e peço desculpas, mas vcs sabem que eu não vou desistir de escrever então aqui esta mais um capitulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490402/chapter/8

Clary rolou na cama, já sentindo o vomito subindo por sua garganta e o gosto amargo em sua boca. A ruiva se inclinou para fora da cama, agarrando o balde que havia sido posto ao lado da mesma e vomitando o conteúdo de seu estomago. Ela sentiu as mãos de Jonathan acariciando suas costas delicadamente.

— Desculpe por você ter que ver isso. – disse a ruiva com uma voz fraca enquanto limpava a boca com um pano, que Jonathan havia lhe dado.

— Tudo bem. Eu estou aqui com você. – Jonathan acariciou seu rosto delicadamente, retirando os fios de cabelo ruivos da frente de seus olhos. – Esta se sentindo melhor?

— Um pouco... – Clary mordeu o lábio inferior quando sentiu o gosto de bile subindo por sua garganta. Ela se inclinou sobre a beirada da cama novamente e vomitou pela segunda vez naquela manhã. – Desculpa...

— Tudo bem meu anjo. – Clary deitou a cabeça nos travesseiros e fechou os olhos soltando um longo suspiro. Ela estava exausta, havia passado a noite inteira vomitando. Jonathan não estava muito diferente dela, havia olheiras sob seus olhos, seu rosto possuía uma expressão cansada, mas ela não se admirava, ele havia passado a noite inteira ao seu lato, tomando conta dela. – Você deveria tentar descansar um pouco.

— Você também, precisa...

— Vou descansar quando você estiver melhor. – ele disse enquanto retirava os fios de cabelos ruivos da frente de seus olhos. – Durma um pouco. Estarei de volta antes que você acorde.

— Aonde você vai? – O loiro apenas sorriu antes de se inclinar beijando seus lábios delicadamente.

— Vou comprar algumas coisas, não vou demorar muito. – Ela assentiu lentamente com a cabeça antes de o ver se levantar e sair do quarto sem dizer mais nada. Ela se virou na cama e fechou os olhos, caindo no sono quase que instantaneamente.

[...]

Jonathan voltou para o apartamento algumas horas mais tarde. Ele seguiu para o quarto para encontrar Clary ainda dormindo profundamente na mesma posição de quando a deixara. Ele se sentou a beira da cama e a observou por alguns minutos, ela parecia tão calma em seu sono que quase não teve coragem de acorda-la para a realidade que a esperava.

— Clary, acorde. – ele disse delicadamente enquanto acariciava seu rosto, retirando alguns fios de cabelo vermelhos que haviam caído sobre seus olhos. Ele viu seus olhos se agitarem e logo os encontrou abertos e o encarando com curiosidade. – Esta se sentindo melhor?

— Um pouco. – ela se sentou na cama ainda sonolenta. Ela sorriu minimamente antes de rastejar em seu colo, colocando uma perna de cada lado de seu corpo e beijar seus lábios com ferocidade.

— Clary, eu preciso que você faça uma coisa. – ele sussurrou contra seus lábios enquanto a ruiva tentava retirar sua camisa preta desesperadamente. A ruiva apenas assentiu com a cabeça enquanto descia lentamente seus lábios por seu pescoço. – Preciso que você faça um teste de gravidez.

Ele sentiu seus lábios deixarem sua pele quase que ao mesmo tempo em que aquelas palavras deixaram sua boca. Ela levantou a cabeça lentamente e analisou seu rosto por alguns segundo como se esperasse que ele lhe dissesse que aquilo não passava de uma brincadeira, mas ela o conhecia muito bem para saber que ele não gostava de jogos desse tipo.

— Eu posso ter perdido um ou dois meses de menstruação, mas isso não quer dizer que eu esteja grávida pode ser qualquer coisa... Isso já aconteceu antes. – disse a ruiva mais para si mesma do que para Jonathan.

— Pense um pouco Clary, é uma possibilidade. E você sabe disso. – ele viu a confusão no rosto de Clary se tornar mais nítida enquanto a ruiva balançava a cabeça de um lado para o outro como se tentasse retirar aqueles pensamentos de sua mente.

— Isso não pode ser verdade. Eu não posso estar... – ela repediu uma e outra vez como se tentasse se convencer disso. – Somos só crianças como vamos cuidar de um bebe?

— Somos muitas coisas Clary, mas não somos crianças. – ele disse seriamente. Clary assentiu ainda atordoada com a situação toda.

— Mas e se o bebe nascer...

— Um demônio?

— Eu ida dizer com algum problema. – ela disse com raiva. – Pare de distorcer minhas palavras. Eu não me importo se ele nascer como você, eu só tenho medo...

— O que você quer então? Um aborto? – disse Jonathan já irritado com a situação.

— Pare de falar isso! Eu nunca cheguei a mencionar um aborto. – ela disse já sentindo as lágrimas de raiva se formando em seus olhos.

— Se fosse o bebe de Jace você estaria feliz? – ao ouvir aquelas palavras Clary sentiu como se tivesse levado um soco no estomago.

— Cresça Jonathan. Isso não tem nada a ver com Jace. – ela disse quando se levantou de seu colo e se afastou da cama. – Eu só estou com medo. Nossa família não é a melhor quando se trata de pais.

— Esta com medo de que eu use a criança? Ou com medo de que eu seja um pai tão ruim quando Valentim foi? – ele perguntou com ironia o que só fez a situação ainda mais estressante para Clary.

— Pare de distorcer minhas palavras? Porque acha que estou falando de você? – ela gritou. – Eu estou falando de mim! Como posso amar uma coisa que eu nem sequer um dia imaginei que teria. Eu nunca quis ter filhos e agora.

— Você quer tê-lo ou não? – perguntou Jonathan calmamente sem deixar de encarar seus olhos verdes nem por um segundo. Clary abraçou o próprio corpo tremulo e abaixou a cabeça envergonhada. – Tudo bem, aqui esta o teste torça para que seja negativo.

— Jonathan, eu... – ela começou quando ele lhe entregou o teste, mas ele a encarou com raiva.

— Boa sorte para conseguir o que deseja.

[...]

— Você só esta me deixando mais nervosa fazendo isso. – disse Clary encostada na parede próxima a pia onde o teste repousava. Jonathan andava de um lado para o outro, mas parou para encara-la quando finalmente a ruiva se pronunciou após entrarem no banheiro.

— Tudo bem, vou esperar lá fora. – ele disse ao colocar a mão na maçaneta prateada da porta.

— Não! – ela disse um pouco alto de mais, mas aparentemente funcionou, pois o loiro se virou de volta para ela.

— O que você quer então? – ele perguntou indiferente. Clary apenas andou até ele e se colocou na ponta dos pés para selar seus lábios nos dele. Mas Jonathan não reagiu, apenas permaneceu imóvel sem reação.

— Podemos parar com isso? Eu não gosto de brigar. – ela disse no tom mais baixo que conseguia.

— Você disse que não quer ter esse bebe. Como espera que eu reaja? – Clary apenas abaixou a cabeça sem saber o que dizer.

— Eu só estava com medo, eu...

— Quanto tempo até o teste ficar pronto? – ele perguntou antes que ela começassem um assunto que certamente terminaria em outra discussão.

— Mais alguns segundos. – ela disse sem encara-lo diretamente. – Eu não vou conseguir olhar...

Ele suspirou antes de se afastar da ruiva ainda fragilizada e andar em direção a pia para ver o resultado. Ele pegou o teste em suas mãos e não demorou mais do que alguns segundo para compreender o resultado.

— Então? – perguntou à ruiva quando se aproximou lentamente após alguns minutos. Jonathan permaneceu quieto por alguns segundos, lutando para não deixar nenhuma emoção em relação aquilo transparecer em seus rosto, o que deu tempo suficiente para que Clary arrancasse o teste de suas mãos e o analisasse por si mesma.

Ela permaneceu imóvel pelo que pareceu uma eternidade, mas Jonathan já esperava por isso. Sua boca em linha reta, o rosto pálido e os lábios trêmulos não deixavam transparecer muita coisa, apenas o medo em relação à situação toda, mas este já estava lá muito antes deles entrarem no banheiro. Clary colocou o teste sobre a pia novamente e encarou o nada por alguns minutos tentando se lembrar como se formavam palavras descentes, ao contrario das silabas sem sentido que escapavam de sua boca poucos minutos atrás.

— Clary? – ele perguntou após um longo período de silencio. A ruiva pareceu retornar a realidade naquele momento, porem atordoada.

— Eu... Eu... – ela começou já sentindo lágrimas escorrendo por seu rosto. – Eu quero outro teste.

— Vou estar lá fora se precisar de mim. – ele disse quando lhe entregou outro teste e deixou o cômodo logo em seguida, fechando a porta atrás de si.

Ele se sentou a beira da cama, as lembranças de sua infância voltavam à torta e a direita sem ao menos fazer algum esforço. Os treinamentos, os castigos, a solidão, o sofrimento, tudo o que Valentim havia feito para torna-lo um soldado perfeito enquanto o perfeito menino anjo recebia tudo o que lhe fora negado, a aprovação de seu pai, carinho; tudo o que deveria ser dele fora dado a Jace por seu próprio pai.

— Jonathan? – ele olhou para a porta do banheiro e viu Clary lá parada segurando outro teste.

— Eu vou ser o único que vai amar nosso bebe? – ele perguntou calmamente.

— Acho que você já sabe o que ele diz então. – ela disse antes de adentrar novamente no banheiro para se livrar dos testes.

— Eu vou, Clary? – ele se colocou a porta do banheiro a espera da ruiva para sair. Ela apenas o encarou com o rosto vermelho de tanto chorar.

— Eu não sei... – ela disse simplesmente. Ele segurou seu rosto delicadamente em suas mãos e beijou seus lábios delicadamente.

— Só tente. É tudo o que lhe peço. – ele disse contra seus lábios.

— Eu quero amar nosso bebe, mas e se eu for como minha mãe? – ela perguntou num fio de voz que já estava sendo encoberto pelo choro inevitável.

— Ela foi uma boa mãe para você. – ele disse confuso quando viu a raiva e a tristeza ocuparem os olhos verdes de Clary.

— Mas ela te abandonou. Ela te odiou desde o momento em que você nasceu pelo que Valentim fez a você. Ela foi embora e te deixou com aquele monstro. Ela mentiu pra mim metade da minha vida, se eu for como ela nosso bebe... – Clary deixou as lagrimas escorrerem por completo naquele momento.

— Nosso bebe vai ficar bem. – ele disse enquanto enxugava suas lagrimas. – Você vai estar lá para fazer tudo certo, nem que seja da segunda vez.

— Você vai ter que me aturar gorda, irritada e chorona por nove meses. – ela disse já mais calma e Jonathan apenas sorriu antes de beija-la novamente com mais ferocidade.

— Eu vou estar com você a cada momento. – ela sorriu contra seus lábios quando ele a beijou mais uma vez. Seus braços se envolveram ao redor de seu pescoço enquanto as mãos do loiro agarraram sua cintura a empurrando em direção a cama. Clary soltou um gemido quando sentiu o colchão macio em contado com suas costas. Ela abriu os olhos para ver Jonathan rastejando em cima dela com o rosto bem próximo ao seu.

— Eu te amo. – ela disse enquanto acariciava seu rosto pálido.

— Eu também. – ele disse antes de descer seus lábios nos dela mais uma vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado comentem, até a próxima bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sangue Do Meu Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.