Já era tarde da noite e Natsu se remexia na rede, inquieto. Mesmo tendo um dia cheio tomando conta de Asuka, filha de seus amigos Alzack e Bisca juntamente com Lucy, não conseguia pegar no sono de jeito algum. Em sua mente, os momentos daquela verdadeira aventura passavam como se fossem um filme.

Ele jamais iria esquecer da cara que Lucy fez ao ouvir a pergunta da pequenina.

"Você e Natsu já se beijaram?"

A loira começou a gaguejar e corou, como se estivesse prestes a invocar Virgo para pedir ao espírito celestial que cavasse um buraco até o outro lado do mundo para ela se enfiar.

"Mamãe e papai fazem isso o tempo todo" continuou a criança.

"Natsu e eu não somos mamãe e papai..." respondeu Lucy, constrangida.

Asuka virou-se para Natsu e, se aproveitando da promessa de dele, ordenou que a beijasse. A promessa era de que, naquele dia, faria tudo o que a pequena mandasse. E como nunca quebrava juramentos, inclinou-se para beijá-la.

Para sua decepção, a maga celestial fora mais rápida e desviara o rosto, pondo Happy em sua frente. Não havia sido desta vez.

Já fazia um tempo desde quando pensava nela mais do que apenas como sua amiga, e achava isso tão esquisito. Nunca havia sentido esse tipo de amor por ninguém antes, nem por sua amiga de infância com a qual não se desgrudava, Lisanna Strauss.

Ele simplesmente a amava, com todo o coração. Amava seus cabelos loiros, os olhos castanhos cheios de vida, seu corpo curvilíneo. Mas acima de tudo, amava seu jeito neurótico e escandaloso de ser.

Persistente como era, Natsu não iria desistir. Não mesmo. Ele certamente teria mais uma oportunidade de beijá-la como prova de tudo o que sentia. Um dia, o desejo que ele sempre fazia ao ver as estrelas no céu se tornaria realidade.

"Um dia, Lucy. Um dia."