The Bet escrita por Brenda


Capítulo 12
Unexpected.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora, mas a criatividade havia me deixado :c



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490218/chapter/12

Seus olhos percorreram os ladrilhos brancos do banheiro, tentando situar-se no local. Sua cabeça rodava demasiadamente rápida, sua respiração ofegante, o suor escorria por sua face. House estava realmente mal.

Já fazia dias desde que tivera uma refeição descente, sem contar o excesso de bebida que ingeria todos os dias; estava completamente acabado. House tentou levantar-se do chão, mas falhou.

O cheiro ocre e ácido de seu vômito tomava conta do espaço, fazendo seu estômago revirar novamente. Apoiou as duas mãos no chão, tentando novamente levantar-se. A cerâmica fria lhe dava calafrios na espinha. Dessa vez, obteve sucesso.

Escorando-se na pia e nas paredes, House conseguiu voltar para o quarto, procurou imediatamente por água. Encontrou um copo cheio na mesa de cabeceira, não hesitou em toma-la. Mesmo quente, ela aliviou seu enjoo e tontura.

Sentou-se na cama e fechou os olhos, deixando sua mente vagar para algum outro lugar calmo, tranquilo e alegre. Ele já não conseguia concentrar-se. Desistiu. Voltou a abrir os olhos, sua mente já começava a botar os pensamentos em ordem.

Com as costas da mão, limpou o suor que escorria por sua testa; respirou fundo algumas vezes, percebendo que isso estava ajudando na sua melhora.

Ele odiava admitir para si mesmo o motivo de tudo aquilo. Odiava ainda mais quando não conseguia tira-la de seus pensamentos. Cameron era a razão para ele estar morrendo. Ou torturando-se.

Seu estômago doía, implorando por comida e pela primeira vez em dias, House considerou o fato de que não queria morrer. Respirou fundo mais algumas vezes antes de levantar-se e seguir para a cozinha – com a ajuda de sua bengala.





Wilson franziu o cenho ao retirar a chave da ignição, sabendo que o que estava prestes a fazer não seria nada agradável, muito menos fácil. Retirou-se do carro, caminhando até a casa de House. Já fazia tanto tempo desde que estivera ali pela última vez.

Mesmo que House estivesse ignorando-o durante aqueles últimos três meses, Wilson não desistiria do amigo. Nunca faria isso.

Parou em frente á porta e esperou. Tentou ouvir algo lá dentro, esperando que apenas o nada preenchesse seus ouvidos, mas havia barulho. Os sons chegavam fracos, abafados até Wilson, mas ele podia definir bem que vinham da cozinha.

Aliviou um pouco sua preocupação, imaginava que encontraria o amigo completamente bêbado no sofá da sala; quem sabe até em coma alcoólico. Mas ele parecia estar vivendo ainda.

Hesitantemente, tocou a campainha. Esperou alguns instantes, percebendo que o barulho na cozinha cessara imediatamente. Esfregou uma mão na outra, tentando imaginar o que diria ao homem que estava do outro lado da porta.

Entendia que House estava devastado com á noticia – ou a mentira – de Cameron sobre o filho ser de Chase, mas o que não fazia sentido para ele era que House simplesmente afastara-se dele. Além de deixar seu emprego.

Wilson surpreendera-se com a força que Cameron exercia sobre House.

Passos ecoaram até Wilson, que sentia-se esperançoso para aquele reencontro. O tintilar das chaves chacoalhando-se uma contra a outra foi ouvido antes que a porta se abrisse. E então, lá estava ele. Totalmente diferente da pessoa que ele pensou que encontraria.

Se á segundos atrás ele tivera esperanças de ver seu amigo não tão fragilizado e acabado, agora elas estavam despedaçadas. House estava pior do que Wilson ousava imaginar.

Sua barba estava grande, seu corpo bem mais magro parecia estar prestes a partir-se a qualquer momento. Olheiras extremamente profundas eram como socos abaixo de seus olhos. Sua expressão ultrapassava o cansaço, seus olhos não exibiam brilho algum; ele parecia morto, de alguma maneira.

– House... – Não soube como prosseguir. Wilson estava sem palavras, sem reação. Sentiu-se ainda pior ao ver o modo no qual House se encontrava. Porque demorara tanto para ir até lá? – O que houve? – Obrigou-se a perguntar, mesmo já sabendo a resposta.

O homem – quase um completo desconhecido para Wilson, ao menos fisicamente – continuou observando-o. Não houve qualquer alteração em sua expressão.

– Quer entrar? – A voz dele também estava mudada. Perdera a vida, a energia, até mesmo aquele sarcasmo que sempre estava por trás de suas palavras.

Wilson não hesitou novamente, passou pelo espaço que House lhe concedera, imaginando quão fácil estava sendo até agora. Ele nem havia precisado insistir para entrar.

Wilson franziu o nariz enquanto se encaminhava para sala. A casa estava revirada, roupas espalhadas pelos cantos, o cheiro de bebida era o mais notável naquele cômodo. Pensou por um momento em sentar-se no sofá, mas desistiu percebendo que teria que retirar uma grande quantidade de roupas de cima do mesmo.

Ficou ali mesmo, em pé no meio da sala. Virou-se para o amigo, que estava um pouco distante, ainda observando-o.

– O que aconteceu, House? – Wilson indagou, sua voz demonstrando seu desespero por uma resposta. - Porque fez tudo isso? Porque saiu do hospital? – House abriu a boca, demonstrando que iria falar, mas Wilson estava desesperado demais para botar tudo para fora. – Porque deixou nossa amizade para trás? Não confia em mim para te ajudar?

Wilson puxou o ar por entre os dentes trincados, mas House não foi rápido o suficiente para falar antes que ele continuasse.

– Sei que o que está passando por causa de Cameron não é fácil. Porém, não pode acabar com a sua vida. Não pode deixar tudo para trás e continuar assim. – Wilson gesticulou para o estado deplorável não só de House, mas como o da casa. – Precisa voltar para a sua vida, House.

Wilson só percebeu o quão desesperado estava quando calou-se. Corou enquanto desviava o olhar para o chão; com certeza House lhe teria mandado calar a boca se não estivesse daquele jeito.

Mas a atitude do amigo diante de suas palavras foi completamente inesperada. Wilson ofegou, ficando completamente pasmo ao sentir os braços de House ao redor de si.

– Também senti sua falta, Jimmy Boy. – House sussurrou.

Demorou um instante, mas Wilson recuperou-se do susto inicial e passou os braços ao redor do amigo. Sentia-se feliz por aquele gesto; não lembrava-se qual fora a última vez que houvera um momento assim entre eles.

O abraço não durou o tempo que pareceu para Wilson, logo House separou-se dele. Ele ainda estava inexpressivo.

– Eu não vou voltar. – Foi só o que ele disse antes de dar as costas ao amigo e ir em direção á cozinha.

Wilson o seguiu.

– Nós precisamos de você. – O oncologista argumentou. – Tem ideia de quantas vidas perdemos desde que saiu?

– Irão encontrar um modo de resolver isso. – House disse desligando o fogão. Um suspiro alto escapou por entre seus lábios. – Como ela está?

Wilson observou a postura de House ficar tensa diante da própria pergunta. Cameron... Wilson não gostava daquilo, mas só podia culpar a ela por tudo que estava acontecendo.

– Não tenho mantido muito contato com ela. – Passou a mão pelos cabelos. – Mas acho que está bem.

Wilson queria contar ao amigo a verdade, obriga-lo a ir atrás de Cameron e de seu filho, mas não conseguia. Apenas a mulher poderia revelar aquilo.

– Deve estar mesmo. – House concordou.

Agora tudo era silêncio dentro da casa, lá fora não, mas ali, Wilson simplesmente não ouvia nada. Ver o quão magoado e ferido estava seu amigo havia o deixado daquela maneira, quase fechado para o resto do mundo.

Ele faria alguma coisa para ajudar Gregory House. De alguma maneira, ele ajeitaria tudo, colocaria cada coisa em seu devido lugar. Isso incluía os sentimentos do amigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, recomendem e vamos ser felizes *u* /Nesse capítulo foquei apenas na reaproximação de Wilson e House, nos próximos, veremos os outros